Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 47
Samba Lusitano - parte 5


Notas iniciais do capítulo

Madrugada e...
Para onde irão?



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Madrugada...

Eu e Félix estávamos deitados no chão do quarto iluminados apenas pelas velas que permaneciam acesas.

Os morangos acabaram...

Algumas pétalas que estavam antes sobre a cama ainda estavam grudadas em nossa pele, em nosso suor...

Eu certamente estava com uma expressão de satisfação. Eu sabia que valeria a pena!

O calor naquele quarto era imenso. A janela estava fechada. Não sei se era maior o calor do ambiente, do fogo das velas, ou dos nossos corpos tão próximos...

Mas, acho que em algum instante naquela noite a temperatura dos nossos corpos foi maior que todo o resto!

Ainda acabávamos de recuperar o fôlego, quando ele me perguntou:

– De onde você tira essas ideias hein, carneirinho?

– Que ideias?

– Todas! As velas, o chocolate, os morangos, as pétalas... – Disse esse último item tirando uma pétala que ficou enroscada nos meus cabelos.

Ri e comecei a lhe explicar...

– Ora, Félix... Nós estamos comemorando bodas de cera, por isso as velas, ou bodas de flores e frutas, daí as pétalas e os morangos, não sabia?

– Não, não sabia, nunca liguei pra essas coisas!

Verdade... O Félix nunca teve motivos para se importar com essas coisas...

– Eu sei amor, mas, agora tem que ligar... Por que todo ano nós vamos comemorar nosso aniversário de casamento!

– Tá! Eu tenho todos os motivos do mundo para comemorar com você, carneirinho!

Nos beijamos. Amei o que ele disse!

– E o chocolate, onde entra nessa história?! – Ele me perguntou e eu ri.

– Isso foi só um agrado à parte! Ah... Eu quis trazer algo para os meninos também, para a família toda aproveitar!

– Aham... E você aproveita pra se jogar no doce, né, carneirinho? Sei não... Acho que vou confiscar a fonte de chocolate de você!

Mas, será possível que ele não perde tempo?!

– Ah ah ah, que gracinha!

...

Ele deu um sorriso sarcástico. Ah, carneirinho, não fica chateado... Sabe que eu gosto de você assim do jeitinho que você é...

Se não acredita, eu demonstro... Na verdade, eu já tinha acabado de demonstrar o quanto gosto dele desse jeitinho há alguns minutos...

Beijei-lhe o rosto, o pescoço e falei...

– Ah, carneirinho, sabe que eu falo brincando... Você é muito gostoso!

Falei “gostoso” suspirando... É a mais pura verdade! Esse meu carneirinho é tudo de bom!

– Sou é? – Ele perguntou todo tímido, mas eu conheço a malícia desse carneirinho...

– Claro que é! E você com chocolate, então... Hum... – Lambi meus lábios.

– Ah ah, Félix... É verdade que eu melhorei muito nesses últimos anos! Emagreci, ganhei massa muscular...

– E como! Melhorou bastante... – Eu não parava de distribuir beijos em seu pescoço. É muito bom... – Os exercícios que você faz e mais as vitaminas te dão uma energia...

...

Dão mesmo! Não sei você, mas eu ainda tenho muita energia para essa noite, Félix...

– Tá um calor nesse quarto, não tá?!

– Muito calor...

– Pode esquentar ainda mais se você quiser...

Ele fez o que quis comigo, agora era minha vez. Falei de forma clara para seduzi-lo.

...

Ouvi aquela proposta maliciosa e já senti todo o calor que estava por vir...

Mas, tive uma ideia... Digamos... Mais refrescante...

– Se esquentar mais vamos botar fogo nesse quarto, carneirinho! – Rimos. – Que tal se nós poupássemos o nosso quarto e fossemos dar um mergulho no mar, hein?! O que você acha?

...

O que eu acho?! Não é óbvio?!

– Adorei a ideia!

Não poderia ficar mais feliz com tal proposta!

Vestimos o que podíamos pegar mais rápido. Eu saí com uma bermuda e uma camiseta leve, Félix estava impaciente para procurar uma camisa e saiu só com uma calça branca. Apagamos todas as velas e corremos para a praia.

Apesar de sempre falar da minha forma física, o Félix está mais fora de forma que eu. Cheguei à beira do mar e ele ainda vinha ofegante! Quem manda ser tão preguiçoso para exercícios... Ou ainda estava exausto...

– C-carneirinho... Não precisava correr né?!

Só podia rir daquela cena. Félix com as mãos na cintura, recuperando o fôlego.

Enlacei sua cintura, passando meus braços por baixo dos dele. Dei-lhe um beijo no queixo...

– Não me diga que já está cansadinho?

– Eu?! Imagina carneirinho...

Tá bom... Mentiroso...

– Tá bom... Vamos dar um mergulho como você quer, e depois eu te faço relaxar...

– Relaxar... Sei...

...

Ah, carneirinho... Como se eu pudesse ficar relaxado com você ao meu lado... Em paz eu fico, mas relaxar é impossível! Você me eletriza!

Respirei mais uma vez... Puxei-o pela camisa e mergulhamos juntos! Nadamos durante um tempo e trocamos alguns beijos salgados pela água do mar. Pra fugir do frio da água naquele mergulho noturno, ficávamos juntinhos, bem agarrados quando voltávamos para a areia.

Na primeira vez que voltamos para a areia, foi rápido, apenas trocamos alguns beijos e carinhos. Voltamos a mergulhar. Na segunda vez, o carneirinho me fez uma massagem ótima. Eu estava precisando! Mergulhamos de novo. Na terceira vez, esse loiro danadinho já veio cheio de segundas intenções...

Nossas roupas brancas já estavam translúcidas de tão molhadas... Senti que ele não queria mais mergulhar quando ele tirou a própria camisa e sentou atrás de mim, beijando minha nuca... Ah... Ele sabe que meu ponto fraco é um bom carinho na nuca... Aquilo estava irresistível!

Encostei-me nele, deslizando até deitar em seu colo... Estendi meu braço até seu rosto, trazendo-o para mais perto do meu... Nos beijamos assim, ao contrário... Parecia um sonho... Então, sussurrei o que ele queria ouvir...

...

Quando ele deslizou encostado em mim, até repousar a cabeça em meu colo e a nossa frente havia apenas o oceano por testemunha, eu achei divino. Era um sonho, uma fantasia, um desejo se tornando realidade! Nos beijamos assim, ao contrário... Foi maravilhoso!

Mas, ele me deixou louco mesmo quando sussurrou o que eu queria ouvir... E se entregou totalmente a mim...

– Niko... Faz o que quiser comigo... Estou em suas mãos!

...

...

Horas depois...

Acabamos dormindo na praia. Quando acordamos já devia ser por volta das quatro da manhã, pois o céu já começava a clarear. O carneirinho lindo ainda estava deitado sobre mim, com a cabeça recostada em meu peito.

Olhei para o mar e acho que inconscientemente agradeci por tudo que estava acontecendo na minha vida. Um flashback passou na minha cabeça... Lembrei algumas vezes em que vim mergulhar com o Niko desde que nos mudamos para cá... Nós mergulhamos no dia em que nos casamos aqui nesta praia... Nós nos amamos na praia, como hoje, como tantas vezes... Lembrei rapidamente todos os momentos inesquecíveis que tive com o carneirinho nesses quatro anos... Quatro anos... Mal posso acreditar que há quatro anos fui redimido de meus pecados e ganhei a felicidade... Felicidade com a qual jamais sonhei... Bom, na verdade, sonhei... Mas, pensei que fosse impossível para mim... Agora sei que não! E a prova disso, está ressonando em meus braços agora!

Opa, agora está acordando...

...

Acordei. Ainda estava deitado sobre Félix. Descolei nossos corpos e sorri quando vi que ele já estava acordado, olhando para mim. O que olha tanto? Não sei, mas seus olhos brilham. Olhos castanhos lindos que eu amo encarar. Sentei ao seu lado e vi que já estava começando a amanhecer... Logo o sol ia surgir no horizonte... Mas, meu sol estava deitado ao meu lado. Sim, Félix é meu sol... Me ilumina, me aquece, e me dá mais vida! E sem ele não posso viver!

Olhei para o mar, olhei para o céu e olhei para Félix... Olhei para nossa casa... Olhei para as janelas dos quartos dos nossos filhos... Uma vontade de chorar me apertou a garganta e... Eu sorri! Era um choro de felicidade... Por ter realizado tudo que poderia querer... E estávamos apenas comemorando quatro anos! Estou certo que virão mais quatro vezes quatro e muito além... Até o fim... E que seja infinito!

...

Ficamos encostados um no outro vendo o sol começar a surgir no horizonte e pintar uma faixa dourada no oceano.

– É lindo não é, Félix? – Ele perguntou olhando para a paisagem.

Achei, então, o momento oportuno para lhe falar sobre certa viagem...

– É lindo mesmo! Sabe, carneirinho, nunca pensei que eu acharia beleza em ficar admirando o mar, o nascer e o pôr do sol...

– As coisas belas, principalmente as da natureza, são para serem admiradas, Félix! E não há ser nesse mundo quem não ache beleza em tais coisas!

– Coisas da natureza... O oceano é muito bonito, não é?! Essa imensidão...

– É... Parece que não tem fim, né?!

– É, parece... Mas, tem... Fica lá na costa da Europa e da África!

Rimos. Fiz uma brincadeirinha para dar a deixa para minha surpresa!

– Por falar nisso, carneirinho... Você gostaria de atravessar o oceano Atlântico comigo?

Ele me olhou confuso. Já estou imaginando por antecipação a reação dele...

– Como assim atravessar o oceano?

– Não entendeu? Não lembra que vamos fazer certa viagem que ainda não tinha destino?

– Lembro... Ei! Você disse que já sabia para onde vamos! Espera... O que você quer dizer com atravessar o oceano? Para onde vamos?

– Não faz nem ideia? Você me deu a dica!

– Eu dei a dica? Que dica?

– Ai, carneirinho, eu devo ter pulado sete ondinhas durante o dilúvio para você ser tão lento para captar as coisas! Criatura, você me disse que se tivesse a chance de ir um dia aos grandes santuários agradecer a Virgem Maria que você é devoto, você...

– Espera, espera aí, Félix... Eu disse que gostaria sim de ir um dia visitar ou o Santuário de Fátima em Portugal ou o de Aparecida...

– É, mas o de Aparecida fica aqui no Brasil e não precisamos atravessar o oceano pra conhecê-lo, então...

Ele finalmente entendeu. Levou a mão à boca e arregalou aqueles olhos verdes lindos pra mim.

– Félix! Quer dizer que...

Balancei a cabeça confirmando e ele me abraçou, quase gritando:

– Nós vamos para Portugal!


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Notas finais do capítulo

CONTINUA



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