Me escondi na parte de trás da arquibancada e segui em direção ao robô. O que quer que fosse aquilo, estava ameaçando a vida dos meus amigos, e isso eu não podia permitir. Assim que consegui chegar perto o suficiente, saí de trás da arquibancada e gritei para chamar a atenção daquele humanóide. Eu só precisava distraí-lo e tirá-lo de perto da passagem para que os outros, assim como eu mesmo, conseguissem sair dali. Assim que me percebeu ali, ele se virou em minha direção e lançou seu laser. O impacto do laser fez o chão da quadra tremer, e eu me desequilibrei, rolando para o lado para não ser atingido. Logo me coloquei de pé e corri o mais rápido que pude em direção ao lado oposto da quadra, tentando atraí-lo para longe da passagem. Ele veio atrás de mim, como esperado, mas não se afastou o suficiente para que os outros pudessem passar em segurança. Percebi que, por ser grande e pesado, ele também não era muito rápido, e eu poderia usar isso a meu favor.

Assim que ele desligou seu laser, parei de correr e olhei para trás a tempo de ver o punho de metal que se aproximava de mim, mas não a tempo de evitá-lo. Ele me atingiu em cheio, lançando-me a alguns metros de distância. Pude ouvir Sophie gritar meu nome quando atingi o chão, e isso me deu forças para me pôr de pé. Minha visão ficou embaçada por alguns segundos, e a dor na região das costelas e no pulso esquerdo eram quase insuportáveis, mas eu precisava salvar minha irmã. Mesmo que isso custasse minha vida. Olhei rapidamente para toda a extensão da quadra, vendo Peter, Sophie e Camille escondidos em pontos diferentes e Drake na entrada do vestiário, acompanhado do resto do time. O robô estava há poucos metros da passagem, e eu precisava levá-lo para o outro lado da quadra, onde ele não poderia machucar mais ninguém.

Me aproximei do robô e assobiei para chamar sua atenção novamente. Ele tentou me atingir com o punho novamente, mas eu fui mais rápido e abaixei, evitando o golpe. Fui me afastando rapidamente, usando sua lentidão a meu favor e evitando qualquer golpe que poderia me atingir. Assim ele, aos poucos, se afastava cada vez mais do caminho, dando mais espaço para que as pessoas passassem em segurança. Quando consegui afastá-lo o suficiente, Drake guiou o resto do time para a saída, tirando-os de lá com segurança. Sophie, que estava mais perto do buraco, também conseguiu sair da quadra, o que deixou mais aliviado. Agora faltavam Peter e Camille. Procurei-os com os olhos, localizando Peter a poucos metros de onde eu estava e fiz sinal para que ele saísse dali, mas ele movimentou negativamente a cabeça.

– CUIDADO! - Gritou, apontando para o robô.

Quando me virei, tudo o que consegui ver foi uma enorme bota de metal que descia rapidamente em minha direção. Não havia como evitar que ela me atingisse, e, instintivamente, pus as mãos acima da cabeça e fechei os olhos antes de ser atingido, me preparando para o impacto. Assim que a bota me atingiu, uma forte onda de dor passou por minha coluna, mas, ao contrário do que esperava, continuei de pé. Abri os olhos e olhei confuso para cima, sem entender o que havia acontecido. Só então me dei conta de que eu estava, na verdade, suportando todo aquele impacto, o que seria humanamente impossível. Olhei para o lado e vi que Peter me encarava, perplexo.

– Sai daqui! - Gritei para ele, e ele assentiu, começando a correr em direção à saída. Olhei novamente para o robô, abrindo um sorriso. - Ok, então... Vamos ver se isso funciona.

Reuni toda a minha força e empurrei a bota metálica do robô para cima com certa dificuldade, fazendo-o inclinar-se para trás. Ele foi, aos poucos, perdendo o equilíbrio e logo pude sentir a quadra inteira tremer quando seu corpo atingiu o chão. Eu sabia que ele não ia ficar assim por muito tempo, então corri o mais rápido que pude em direção à saída, parando apenas ao encontrar Camille.

– James! - Ela disse, suspirando aliviada. - Achei que você tinha...

– Vamos logo, antes que ele fique em pé de novo. - A cortei, segurando seu braço e voltando a correr.

Assim que cheguei até o buraco feito pelo robô e saí da quadra, recostei-me na parede e fechei os olhos, respirando fundo. Senti Camille cutucar minhas costelas e abri os olhos, franzindo o cenho ao me ver cercado de homens estranhos, todos vestidos exatamente iguais, como os agentes secretos dos filmes e programas de tv. Meus olhos encontraram os de Sophie, há poucos metros de distância, ao lado do Drake, e ela correu até mim para me abraçar. Senti uma pontada nas costelas quando ela me apertou mais forte do que nunca, mas retribuí ao abraço mesmo assim.

– Quem são eles? – perguntei, desencostando da parede.

– Nós somos da S.H.I.E.L.D, James Rogers, e estamos aqui para proteger vocês! – um dos homens falou.

– Como sabe meu nome? – perguntei, desconfiado.

– Sabemos mais de vocês do que vocês pensam! Porque não vamos para um local seguro e conversamos mais sobre isso? – o mesmo homem falou, ao mesmo tempo em que ouvimos uma movimentação dentro do ginásio. Logo, homens com armas estranhas passaram por nós, entrando pelo buraco, restando apenas quatro a nossa frente e um jato.

Olhei para todos ao meu redor e eles pareciam tão indecisos quanto eu, senti uma mão em meu braço e dedos se fecharem ao redor de meus músculos, olhei para trás e vi minha irmã, tão assustada quanto eu. Eu precisava protegê-la, devia isso aos nossos pais, e, no momento, esse não é o lugar mais seguro para nós.

– Mal não pode fazer! – falei, caminhando em direção ao homem, com Sophie sempre a minha sombra. Logo, Camille, Peter e Drake nos seguiram para dentro do jato. Nos sentamos nas cadeiras, que possuíam as costas encostadas nas paredes do jato. Minha cabeça estava confusa, muita coisa aconteceu hoje, mas, apesar de incerto, seguir com eles, para mim, pareceu ser a coisa certa a se fazer!