Minhas mãos tremiam e eu suava frio demais. Tinha vontade de gritar enquanto Victória e Ana me empurravam para fora de casa. Elas e meu pai mantinham a cabeça baixa, mas nelas eu podia ver um olhar de revolta, mas no meu pai não, apenas o de aceitação. Todos os distritos acabaram e viraram um só, pois Erick diz que quer nos observar de perto. A multidão estava onde sempre estava quando começava os jogos, na praça. Fiquei em pé atrás de todo o mundo, esperando não ser vista. Erick subiu ao palco e começou a nos chamar:

– Ana Betriz!

Bia vai para o palco e eu choro de raiva, de dor.

– Daniel!

– Não! Pai! Não vai! Você não pode acabar como a mamãe! Fica! - eu gritava enquanto o meu pai se encaminhava para o palco

– Haymitch!

Haymitch era meu amigo, mais velho, mas meu amigo. Eu olho para ele e vejo que está segurando uma bebida para afogar as mágoas. Ela olha para mim tenso e sussurra: "Que a sorte esteja sempre a seu favor".

– Johanna!

Johanna vai para o palco e alguém precisa contê-la, pois está xingando.

– Kassie!

o meu nome ecoa dentro da minha cabeça, a fazendo doer e me sentir pequena. Dois guardas me obrigam a seguir, eles vão sempre obrigar e eu tenho de obedecer. Peraí? Não é assim que eu penso. Tenho direito sobre a minha vida, quero ser livre e a capital não vai me dar ordens.

– Victória!

Eu soco um dos guardas e Victória vem por trás com um chute. Eu balanço os cabelos e aproveito o meu tempo enquanto dois guardas me seguram de novo para gritar para o povo:

– Vocês lembram como era sem a capital? Vocês se lembram? Essa chama que vocês tem dentro de sí, ela precisa queimar! Nós ainda não perdemos! Vocês desistiram porque minha tia desapareceu e ficaram com medo da morte! Mas pessoas morrem todos os dias! Precisam queimar!

O povo parece impressionado, mas nada faz. Eu já devia saber. Eu tento me soltar, mas sou obrigada a ir para o palco e saber o que vai acontecer comigo.