Drake também havia sido possuído.

E, claro, não hesitaria em atacar Savanna. Também, por que hesitaria? Ele estava sendo dominado pela deusa que jurara destruir as criaturas vivas que, aparentemente, haviam traido-a há bastante tempo, na época em que humanos e alienígenas viviam juntos. E, além disso, é claro, Savanna havia dito que não queria mais vê-lo e, embora não soubesse muito bem disso, Drake se irritara com aquilo.

– Morra! – ele gritou novamente, como se quisesse dar mais ênfase no que havia dito. Porém, antes que ele pudesse atacar, pôde sentir um impacto contra seu corpo, fazendo com que ele, mesmo irradiando poder, caísse no chão.

– Pandora, eu não vou deixar você fazer isso!– A voz de Sierra soou imponente e irritada alguns metros de distância da dupla, enquanto golpeava o corpo de Drake, com inúmeras bufadas de ar consecutivas, lançando-o para trás repetidas vezes – Você já destruiu coisas demais! Não vai destruir Savanna!

Porém, claro, a resposta de Pandora não fora a rendição. Muito pelo contrário, fora um grotesca risada que parecia atraí-los para o chão... O que realmente estava acontecendo. Quer dizer, não era culpa da risada, mas todos eles realmente estavam sendo atraídos para o chão, pesados de mais para se mover, como se fossem talheres que estavam sendo atraídos por um ímã gigante. Eles estavam literalmente de joelhos para a grande Deusa, sem conseguir mover sequer um músculo para tentar reverter a situação.

– Essa guerra não é de vocês, renegadas – Drake, possuído por Pandora, abaixou o braço, lançando seus corpos ao chão. Brianna nunca havia se sentido tão impotente. Naquele momento, todo o seu treinamento com Drake, parecia ter ido por água abaixo – Não faça-me mata-las como matei os seus pais!

Naquele momento, as duas irmãs rosnaram como sinal de descontentamento, como se estivessem prestes a atacar mas, claro, não fizeram aquilo. Não podiam. Era o poder da gravidade contra elas. O poder do amuleto de Drake. O amuleto que a própria Pandora os dera.

– Você... Não... Pode.... Vencer! – as lágrimas escorriam pelos cabelos dourados de Sierra.

– Eu acabei de lhe dar uma chance, meu bem – a voz de Pandora não demonstrava qualquer emoção – Porém, você se negou a se calar e somente assistir a morte de Savanna... Ah, eu sinto muito.

Ela não sentia, é claro. Se sentisse, ela simplesmente teria desistido de tudo aquilo. Se sentisse, ela não teria fechado o punho bruscamente, fazendo com que a gravidade . Mas não o fez, claro.

– Eu sou Pandora! A deusa-mãe do cosmos! – a cena seria cômica, com o corpo de Drake falando aquilo, se não fosse desesperadora.

Nesse momento, claro, é preciso dizer algo que Savanna, Brianna e Sierra talvez nunca viessem a descobrir, mesmo com anos de pesquisa. O fato é que, depois de dividir as criaturas vivas em diversos planetas, Pandora também havia selado a interferência divina nos planetas, em outras palavras, ela havia bloqueado os seus poderes e, somente agora, eles pareciam retornar. E, bem, ela criara tudo, era lógico que ela era muito, mas muito poderosa.

– Acham que podem me vencer? – sua voz sarcástica preenchia todo o espaço. Naquele momento, nas batalhas que se estendiam por todos os planetas, a voz da deusa pôde ser ouvida – Vocês estão muito enganados! Eu estou além dessa frágil casca humana, posso controlar todos os elementos do Universo!

Naquele momento, Brianna tentou gritar enquanto seu corpo era erguido no ar, por um pequeno furacão; e o oxigênio em seus pulmões era lenta e bruscamente tomado de seu corpo; entretanto, não conseguia. Sierra podia notar o sofrimento da irmã, e o pior, não podia fazer absolutamente nada para impedir. Ela não pôde deixar de chorar. Chorava, chorava e chorava. Perdera os pais e o planeta, não podia perder a irmã... Mas, antes que pudesse dizer algo, Savanna decidiu agir.

– Pandora, você está certa! – a voz, embora embargada, era determinada – Está guerra é nossa!

Seu corpo foi tomado por uma aura de energia dourada que começou a se elevar gradativamente como chamas sendo acesas com gasolina, suas pupilas brilhavam e ardiam mais intensamente do que nunca.

A luz ao seu redor se expandiu de uma só vez, como uma onda de calor canalizada que obrigou o corpo possuído de Drake a se afastar, antes que sua carne fosse consumida e transformada em cinzas. O corpo de Sierra desabou no chão, ao lado de sua irmã.

A herdeira do Sol urrou como um animal selvagem e avançou contra Drake que estava possuído por Pandora, que queria mata-la.

– Então, Pandora, eu vou te enfrentar!