The Lost World: Change escrita por NinaMakea


Capítulo 2
Um longo caminho


Notas iniciais do capítulo

Foi gratificante ver que existiram algumas visualizações.
Espero, sinceramente, que alguns desses visitantes tenham apreciado a leitura.
Sei que é uma série que já não terá muitos seguidores, o que, infelizmente, é natural.

Devo de admitir que, apesar de não ter sido uma surpresa, me desapontei um pouco por não receber nenhum comentário.

Deixo-vos com um novo capitulo. Encontrarão um desenvolvimento diferente. Não só porque o meu estilo de escrita evoluiu mas, também, porque o primeiro capitulo servia de enlace à série.

Beijinhos :)



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Não posso parar!

Vá lá! Não falta tanto assim. O caminho mais difícil já o percorri. Não vou ... recuso-me a desistir!

Dói-me músculos que não recordava ter. Mas, pelo menos, já nem sinto os arranhões e entorses. Sei que quando parar as dores vão voltar, com mais força ainda. Mas isso será um problema para enfrentar mais tarde.

Olhei mais uma vez para a minha carga. Parece um verdadeiro anjo. Que pensamento! Morfeu faz milagres, isso sim.

Tenho de me manter forte. Por mim. Por ela. Por todos.

–É bom que aguentes ou juro, por tudo, que te seguirei até ao Inferno. Até porque, se algo te acontecer, alguém me irá assassinar.

É idiota, bem sei, mas por instantes imaginei que iria ouvir uma gargalhada. Como será possível sentir tanta falta daquilo que, há pouco tempo, tanto me irritava?

Mesmo com o meu cérebro a funcionar mais rapidamente que o meu corpo, começava a sentir os efeitos do cansaço. Mesmo tentando manter o ritmo, coerência e foco dos meus pensamentos, sinto-os divagar.

Ao passar próximo de uma árvore, percebo que não vou aguentar muito mais sem um descanso.

– Estás a ficar pesada, não?!

Tento rir, ao imaginar a sua expressão, ao me ouvir. Não posso! Ao invés disso, recebo um aperto no coração.

Até ao momento consegui mantê-la ilesa. Mas continuando assim, quanto mais tempo me restará? Tenho a leve sensação de que os caminhos estão diferentes, o que em nada facilita a minha tarefa.

Não posso evitar pensar na Profecia. Será mais do que mera lenda? Não tenho tempo para debruçar-me sobre esse tema mas o meu cérebro parece discordar.

Sei que parar poderá fazer-me perder a força de vontade que ainda me resta. No entanto, os lábios secos da minha protegida decidem por mim.

Deposito-a do modo mais cuidadoso, que os meus trémulos braços permitem. Procuro aclarar a mente e vasculhar, dentre a muita informação acumulada, até recordar que devo molhar-lhe apenas os lábios. Ela encontra-se desidratada. Culpo-me por não ter percebido antes. Por instantes, a minha consciência alerta-me. Não o estarás tu também? Ignoro a insistência dessa incomoda voz. Mas, mesmo assim, decido beber avida e rapidamente.

–Devem faltar 20 minutos, para chegar. Se estou correto, nos meus cálculos. Estamos quase lá. Prometo que poderás dormir depois mas, por agora, podias abrir os olhos.

Tento abafar um suspiro, e preparo-me para pegá-la novamente, quando os meus olhos se encontram com os dela. Abertos!

***

–Poderá este dia melhorar?!

Sou capturada por druidas que desaparecem, perseguida por Raptors e salva por um homem sem rosto.

–Tudo bem, um dia normal no Mundo Perdido.

Não posso evitar o revirar de olhos. Tão pouco consigo segurar o suspiro que me escapa dos lábios.

Um arrepio percorre-me, enquanto observo a floresta ao seu redor. O local é estranho, assustador e belo. As plantas são altas, de vários tons de verde, roxo e vermelho.

Alguns raios solares passam entre as largas folhas, tocando as gotas que por elas caem. Por breves momentos penso nos belos diamantes mas, por algum motivo, não me parece uma boa comparação. O brilho da água é quase mágico.

O bosque está repleto de sons mas não os consigo identificá-los.

A aparente ausência de predadores, está a deixar-me ansiosa. Odeio o sentimento de "perfeito de mais para ser real".

Estou a caminhar pelo que me parecem horas, apesar de entre as copas não conseguir perceber correctamente o movimento do Sol.

Sinto-me exausta! Cada passo me é doloroso, tornando o meu corpo ainda um pouco mais rígido.

E o que dizer dos meus pensamentos?! Não consigo compreender a minha mente, não parece funcionar correctamente.

Sinto um medo inexplicável, aumentar em razão proporcional ao avanço do Dia.

Por mais que andasse, por mais que pensasse, não me ocorria como voltar ao seu Mundo. Não tenho ideia de onde estou. É desesperante! É impossível regressar a Casa.

Vivi sempre sozinha. Já estive em situação muito piores que esta. Mas imaginar um futuro sem eles...

Nem mesmo sob tortura admitiria mas os últimos anos, tornou-me completamente dependente. Dependente daquela disfuncional família.

Senti uma necessidade atroz, que me estava a devorar, de sair daquele local. Há muito aprendi a não ter medo do desconhecido, a enfrentá-lo de cabeça erguida. Não consigo deixar de me culpar. Não é possível que, em pouco mais de três anos, me tenha tornado tão dependente daquelas pessoas.

***

O entardecer estava a transformar-se em noite, pelo que uma decisão tornara-se urgente. Onde iria dormir? Uma escolha que pode parecer supérflua mas que, na verdade, é de primeira necessidade.

Aconchegando-se nas raízes de uma monumental árvore, sentia-se uma criança assustada. Pensar em dormir, naquele local, causava-lhe arrepios.

Sabia que deveriam ter passado várias horas, no entanto, ainda não sentia frio. O ambiente não era quente e húmido, como acontecia no Planalto, mas ameno e agradável.

Não sentia coragem de expressar, nem nos seus mais íntimos pensamentos, o que o seu cérebro parecia querer gritar aos ventos. No entanto, por mais que o tentasse ignorar, sabia que poderia estar a deleitar-se com este belo Bosque. Para tal, bastaria que algum dos seus companheiros estivesse a acompanhá-la.

A noite prometia ser longa, e já mal conseguia conter as ansias de chorar. Na verdade, a luta que havia empreendido contra a tristeza parecia perdida. Como pérolas, as lágrimas começaram a correr pelo seu belo rosto.

De cada vez que o sono parecia apoderar-se do seu corpo, ruídos surgiam para a assustar. Após ter passado horas a tentar acalmar o seu ritmo cardíaco, o cansaço tinha vencido.

Sentia os raios solares tocarem a pele, o que estava a despertá-la. O sentimento de calma, transmitido pelo suave calor, fazia-a desejar não se levantar nunca. Mas, como nada é perfeito, os sons que a rodeavam tornavam-se incomodativos.

Tentara ignorar, como todas as suas forças, os ruídos que preenchiam o ar mas era inútil. Desistindo da luta já perdida, abriu seus grandes olhos.


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Notas finais do capítulo

E foi isto! Mesmo para quem tenha lido a primeira versão desta fic, este capitulo é parcialmente novo.
Espero que vos tenha agradado. E, desta vez, conto com comentários ;)



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