The Vampire Queen escrita por BlindBandit


Capítulo 11
Falling in Love




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/476009/chapter/11

Marceline estava flutuando pela cozinha, com uma maça em mãos, quando o garoto de cabelos negros e pele cinzenta apareceu na cozinha. Ele usava um shorts de pijama e uma camisa branca, e esfregava os olhos.

– Dormiu bem? – ela perguntou.

Alex bocejou.

– Como eu não dormia a anos. Marceline, obrigado mais uma vez por tudo o que você está fazendo por mim e por Natasha.

– Não há de que. – ela disse – Alem do mais, é muito bom ter companhia, é ruim ficar sozinha a tanto tempo.

– Há quanto tempo você é vampira? – ele perguntou curioso.

– Vampira? A um ano mais ou menos... não sei ao certo. – ela disse flutuando de costas.

– Um ano? Só isso? – ele riu. – Então você ainda é uma doce criança de pós guerra. Viveu nos dias fáceis. No meu tempo, quando o mundo estava reconstruindo, ah, ai era um verdadeiro caos, eu tinha 17 quando me transformaram. Natasha tinha cinco.

Marceline olhou para ele segurando o riso enquanto dava outra mordida em sua maça.

– O que foi? – ele perguntou confuso.

– É engraçado você me chamando de “ doce criança do pós guerra” – ela flutuou para mais perto dele -, quando na verdade eu sou uma amarga criança do pré guerra.

– Pré guerra? – ele arregalou os olhos – M-mas, eu não conheço ninguém que tenha sobrevivido a guerra, na verdade, ninguém conhece. Todos acham que tudo e todos foram mortos.

– Na verdade, três sobreviveram. Eu, meu pai e Simon. Eu tinha 115 anos... acho, quando a bomba caiu. Eu não parecia mais velha do que sua irmãzinha.

– 115?! – ele exclamou. – Mas, você só é vampira a um ano! Como você viveu tanto tempo? - Ele estreitou os olhos - Quem é você?

– Marceline Abadeer – ela flutuou até seu baixo – Filha de Hunson Abadeer, princesa da Noitosfera e Rainha dos Vampiros.

Ela dedilhou alguns acordes enquanto Alex absorvia a informação.

– A guerra....? – ele começou.

– Eu não quero falar sobre isso – ela o cortou. – É muito doloroso, perdi minha mãe e tudo que mais amava, e minha viva mudou completamente. Quem sabe outro dia.

Ele assentiu.

– Ei, por acaso você guarda sague na sua geladeira? – ele perguntou. – Estou com fome.

– Eu não tomo sangue. – ela deu de ombros.

– Como não? – ele arregalou os olhos.

– Eu como vermelho. – ela pegou a maça e a sugou - Assim. Tente.

Alex abriu a geladeira e fez o mesmo que Marceline.

– Hmmm, saboroso – ele riu. – Você toca? – Ele apontou para o baixo.

– Sim – ela respondeu.

– Legal – ele disse. Talvez você pudesse tocar alguma coisa mais tarde. Natasha adora musica.

– Você ama sua irmã não é mesmo?

– Muito – ele respondeu com um fraco sorriso nos lábios. - Foi ela que me manteve sã todos esses anos... se não fosse por ela, eu nem sei onde eu estaria agora. Ela é tudo o que me resta. Nós observamos, de longe, nossos pais viverem e morrerem, depois disso, eu e ela ficamos mais unidos do que nunca.

– Isso é muito bonito – disse Marceline – Eu não tive essa sorte. Depois que minha mãe morreu eu me perdi do meu pai. Em passei algum tempo com Simon, mas... bem, ele ficou louco, por causa da coroa, e então eu sai e passei mais alguns anos sozinha antes de encontrar meu pai. Vivendo de ruína em ruína, até achar algum ser vivo. Durante muito tempo, tudo minha volta estava morto. Foi, muito doloroso. Eu era uma criança, e estava perdendo minhas esperanças, eu sabia que Simon estava por ai, afogado em seus delírios, mas alem dele, não havia ninguém, por muitos e muitos anos, eu não sei quantos ao certo... eu comecei a perder a conta.

Antes que Marceline terminasse de falar, uma garotinha apareceu na sala. Ela tinha os cabelos negros bagunçados e esfregava os olhos.

– Bom dia – Alex disse flutuando até ela, a garotinha se agarrou no pescoço do irmão, se aninhando em seu colo. Ela virou o rosto para Marceline e acenou.

– Bom dia – ela respondeu.

– Como você passou a noite princesinha? – Marceline disse sorrindo.

– Muito bem. – ela sorriu com os dentes pontudos, depois voltou-se para seu irmão – Alex, estou com fome.

Marceline e Alex explicaram para a garotinha como se alimentar do vermelho, ela gostou muito da ideia, e destruiu uma sacola de maças antes de se sentir satisfeita. Alex e Natasha saíram para comprar mais, deixando Marceline mais uma vez sozinha.

Ela flutuou até o baixo, e começou a dedilhar, até uma antiga melodia surgir. Ela não se lembrava de quando ela havia composto essa musica, mas ela saiu de seus dedos como se tocasse-a todos os dias. Logo ela cantou a letra, com a voz suave.

Ela tocava sem prestar atenção, porque, de repende, a cabeça de Marceline flutuava.... pela primeira vez na sua vida ela se pegou pensando em um sorriso. O sorriso do garoto que havia acabado de deixar a porta, um garoto divertido, com bom senso de humor. Cabelos negros, assim como os dela, e olhos negros como a noite.

Marceline suspirou. Ela tinha um sorriso que não conseguia tirar dos lábios.

Os dias passaram, e ela se sentia cada segundo mais apaixonada. Marceline havia se apegado muito a Natasha, a garotinha era uma versão dela quando a bomba explodiu, e o que ela menos queria era que a vampirinha passasse por o que ela passou, então ela mimava a garota, que, por mais incrível e impossível que parecesse, crescia cada dia um pouco, e parecia muito esperta.

Sua relação com Alex, estava ficando mais próxima a cada dia. Eles passavam horas conversando, e pareciam tão íntimos como namorados.

Era noite, Marceline usava calças de moletom cinzas e uma blusa branca. Ela estava escovando os longos cabelos quando Alex entrou no quarto da garota, sorrindo.

– Natasha adormeceu – ele disse. – Ele tem tido muitos pesadelos... a historia que você contou pra ela noite passada a ajudou muito... eu so queria agradecer.

– Não há de que – ela sorriu.

– De onde você tirou essa historia de reino das fadas? – ele sentou na beirada da cama dela.

– Não inventei, eu vivi aquilo. – ela disse sorrindo.

– Que mentira, como é possível?

– É uma longa historia até chegar ai. – ela disse sorrindo.

– Eu sou um bom ouvinte. – ele deu duas batidinhas na cama ao lado dele e ela sentou-se.

Marceline suspirou antes de começar a historia.

– Eu tinha a idade física e mental da sua irmã quando a guerra chegou. Eu estava em casa, minha mãe havia me posto na cama, quando eu ouvi um barulho de explosão – Marceline podia rever tudo passando em sua mente, como um fime. – Eu corri até ela, eu não sabia o que estava acontecendo, ela me mandou correr e me esconder, achar meu pai. Minha mãe... ela sabia que iria morrer, mas eu achava que tudo ficaria bem, então eu corri. – Os olhos de Marceline começavam a se encher de água. – Eu pedi ajuda a pessoas na rua, seres humanos, o mundo era repleto deles, tão cheio que as criaturas mágicas haviam se escondido... havia algo muito perverso nos humanos, eles não aceitavam outra espécie, então eu fui rejeitada por cada pessoa que implorei por ajuda, as mesmas pessoas que eu encontrei mortas na manha seguinte a bomba. Não havia nenhum sinal de vida, eu não consegui achar minha casa, fiquei dias vagando, com fome, até Simon me achar. Veja, ele cuidou de mim por muito tempo, me protegeu da segunda bomba e me alimentou por anos, ele se tornou como um pai para mim, mas no final, ele já não era o mesmo. Ele se tornara agressivo e insano, e em um de seus breves momentos de lucidez, ele me mandou procurar meu pai. Eu não entendi na época, mas entendo agora. A coroa o destruiu.

– Quem é esse homem? – Alex perguntou.

– Simon é o Rei Gelado. – ela viu a expressão de Alex e riu entre lágrimas. – Eu sei, difícil de acreditar não é? Eu ainda acredito que Simon esteja já dentro, esperando para sair. Depois disso, eu passei os anos mais difíceis da minha vida. Eu não fazia ideia de como encontrar meu pai, e pela primeira vez eu estava completamente sozinha... eu- eu passei fome, frio, e tudo o que eu sentia era medo. Isso foi anos antes das fadas me acharem... muitos anos... eu fiquei assustada, escondida, eu tinha medo de cada sombra... – Marceline não conseguiu terminar de falar, era muito doloroso. As lágrimas escorriam pelos olhos da garota, e ela soluçava. Alez abraçou-a, enterrando a garota em seu peito. Marceline passou os braços em volta dele, achando conforto em um toque, como não sentia dez da morte de sua mãe. Marceline havia se tornado uma criatura um pouco amarga, mas agora ela finalmente sentia como se todos os tijolos tivessem sido tirados de suas costas.

Estar ali, abraçada com Alex, enquanto ele tentava reconforta-la, era tudo o que ela precisara em anos. Simon se tornara frio, e seu pai, ocupado. O abraço de Alex parecia tornar tudo mais fácil.

– Obrigada – ela soluçou – Tudo... tem sido tão difícil....

– Shii – ele sussurrou no ouvido dela – Vai ficar tudo bem.

Alex a puxou para a cama, deitando-se ao lado dela, envolvendo-a com os braços, enquanto a garota ainda tinha o rosto enterrado no peito dele. Ele passava os dedos pelos longos cabelos de Marceline, e ela caiu no sono, com o rosto enterrado no peito dele. Ela parecia tão pacifica e... linda, ali, frágil, que Alex não teve coragem de deixa-la. Ele adormeceu vendo-a dormir.

Marceline acordou de manha deitada no peito de Alex, o garoto tinha um braço enterrado nos cabelos de Marceline e o outro embaixo da própria cabeça. Ela corou logo que ficou consciente o suficiente para notar isso, ela tentou levantar silenciosamente, mas foi em vão, Alex logo abriu os olhos, quando ele a viu, um sorriso abriu em seu rosto.

– Bom dia – ele disse sorrindo.

– Bom dia – ela disse sem jeito. – Ah, me desculpe, estou tão sem graça... eu adormeci e....

– Não há nada para se desculpar – ele disse se aproximando dela. Se aproximando demais. O rosto de Marceline corou instantaneamente.

Ele aproximou o rosto, e ambos fecharam os olhos. Em mais de quinhentos anos de vida, esse era o primeiro beijo de verdade de Marceline. Ela havia beijado outros caras no tempo que passou na noitosfera, mas era a primeira vez que beijava alguém e sentia-se apaixonada.

Era a primeira vez que ela se apaixonada. Marceline havia crescido fria e fechada, mas Alex estava mudando isso nela, e a vampira estava adorando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

não esqueçam as reviews emmmm!