Uma viagem ao paraiso escrita por drivig


Capítulo 7
Capitulo VII




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Chuck parou o jipe perto da varanda, desligou o motor e virou-se para Blair. Ela relutou em encará-lo.

— Obrigada pelo passeio. E obrigada por salvar minha vida.

— De novo.

— De novo?

— É, sim. Acho que precisa de um protetor vinte e quatro horas ao dia.

— Não é verdade!

— Claro que é. Está em um iate, e esquecem você numa ilha deserta. Vai à praia e pega uma insolação. Tenta nadar e quase se afoga! É óbvio que precisa de um protetor. A vida aqui no Havaí deve ser muito mais perigosa que em Iowa.

— E acho que você é a parte mais perigosa disso tudo — ela disse, com um tom suave, os olhos fixos nos lábios de Chuck.

— Está absolutamente certa!

As mãos de Chuck gentilmente circundaram a nuca de Blair. Ele a puxou devagar e em um segundo os lábios se tocaram. Ela pode então sentir outra vez o calor daquele beijo e a respiração ofegante de Chuck. Mas tentou escapar, balançando a cabeça de um lado para outro, fugindo daquilo que era inevitável.

Ele ignorou o protesto, e sua boca continuou unida aos belos lábios de Blair. Ela hesitou, enrijecendo o corpo, mas logo cedeu ao próprio desejo. Lentamente aproximou-se, deixando-o penetrar profundamente, em sua boca, acariciando a pele macia dos seios expostos pelo minúsculo biquíni. Blair estava perdida. Suas mãos acharam o caminho ate o musculoso peito, roçando a pele quente, as curvas sedutoras dos ombros. Continuou acariciando agora os finos cabelos da nuca, enquanto abria a boca para satisfazê-lo em sua voracidade. Com a língua ele descobriu-lhe os segredos mais íntimos, e Blair aprendeu o que era capaz de sentir com o toque de um homem, quanto prazer poderia lhe dar. Mas isso não bastava.

Não importava que ele não confiasse nela, não importava se não acreditasse em sua história. Ela não ligava para mais nada disso. Tudo o que queria era prolongar aquele momento indefinidamente.

Quando a mão de Chuck tentou desabotoar o biquíni, Blair se esquivou.

— Chuck, por favor. Nora...

— Nora está na vila. Todos estão na vila. Não há ninguém a menos de três quilômetros daqui.

A mão de Chuck acariciou os seios, sentindo-os reagir àquele toque.

— Não há mais ninguém a não ser eu e você.

A voz era lenta e sedutora. Ele aproximou-se para beijar os seios, capturar o bico com os lábios sedentos, sugá-los, molhá-los com a ponta da língua.

Blair gemeu de prazer. Estava assustada, mas queria mais, e sabia que se não parasse agora nunca mais seria capaz. Mas por ainda um longo momento deixou que Chuck a beijasse, que a levasse ao delírio.

— Chuck, pare... Não posso deixar que me seduza.

Ela empurrou os ombros fortes, fechando os olhos para não se arrepender.

Inesperadamente, ele soltou uma gargalhada.

— Eu? Seduzindo você? Querida, pensei que você estivesse me seduzindo! — A voz era jocosa, e os olhos faiscavam na direção de Blair.

— Bem, para ser franca, não pretendia seduzi-lo.

Ela não estava provocando, como ele pensava. Chuck a havia beijado, ele havia começado tudo. E Blair não foi capaz de resistir ao impulso de seu próprio corpo.

Chuck encostou-se no banco, com a mão ainda na cintura de Blair, gentilmente acariciando a pele quente. Ela mal conseguia respirar, mas não queria que ele parasse. Sabia que tinha que parar, senão não conseguiria mais apagar a chama que queria explodir em seu corpo.

Um ruído veio da parte de trás do jipe, e Chuck percebeu que os cães ainda estavam lá. Fez então um gesto para que os dois saíssem, e foi obedecido na hora.

Blair afastou a mão de Chuck, tentando manter os olhos bem abertos para que ele não percebesse as lágrimas que brotavam. Sentia-se uma tola. Como outras mulheres agiriam numa situação daquelas? A única coisa que conseguia fazer era agir como uma adolescente.

— Há um grande jantar hoje na vila. Nora deve estar lá. Todos jantarão juntos hoje. Quer ir? — E permaneceu com a expressão impassível, como se não tivesse acontecido nada entre os dois.

Blair concordou. Qualquer coisa era melhor que ficar sozinha nas próximas horas.

— Você tem meia hora para se arrumar.

Blair pulou do jipe e entrou na casa. A respiração era ofegante, e as lágrimas enchiam os olhos. Fechou a porta do quarto e foi correndo para o chuveiro. Lá, deixou as lágrimas caírem.

“Que idiota eu fui! Por que não posso simplesmente brincar o mesmo jogo? Ou pelo menos dar uma desculpa sofisticada. Provavelmente ele agora acha que sou a maior caipira.”

Mas como ela podia explicar que acreditava em amor e fidelidade, que não estava interessada só em sexo? Queria alguém que a amasse, e que a fizesse feliz para sempre.

Mas ela seria capaz de amar Chuck Bass. Sentia uma forte atração quando estava junto a ele. Pensava nele constantemente quando estavam separados. Mas Chuck havia deixado claro que não estava interessado em nenhum tipo de compromisso. E ela não estava interessada em nada que durasse apenas alguns dias. Enfim, não havia saída.

Blair decidiu que iria ao jantar e trataria de se divertir. Tiraria proveito de todos os diferentes aspectos da ilha, guardando tudo na memória para os dias em que estivesse longe.

Ficou satisfeita de chegar ao jipe antes de Chuck. Pelo menos ele não poderia reclamar de seu atraso. O sol já estava se pondo e a brisa do mar era agradável. Imaginou se sentiria frio mais tarde, mas não tinha opção. Afinal, não tinha nenhum agasalho à disposição.

Quando Chuck apareceu, alguns minutos depois, subiu no jipe sem dizer nada. O possível amante de antes havia desaparecido. Estava de volta o dono da plantação, o mal-humorado proprietário da ilha.

Talvez fosse melhor daquela maneira, ela pensou, quando partiram. Pelo menos era mais seguro.

O jantar estava animado quando chegaram. Várias mesas espalhavam-se pela pracinha em frente à fábrica, com lustres coloridos que iluminavam alegremente o ambiente. Havia uma enorme churrasqueira em um canto, e várias outras mesas com comida.

Diversos rostos eram familiares a Blair. Sorriu para os que já conhecia, esperando que não precisasse mencionar os nomes.

Lisa chamou-a para juntar-se a um grupo de pessoas. Blair fez um prato e foi até a nova amiga, sorridente. Segundos depois, Chuck já estava a seu lado, jantando.

— Como está se sentindo, Lisa? — ele perguntou, sem olhar para Blair.

— Ótima. O enjôo já passou, e me sinto muito bem. — Deu uma olhada para os dois, pensativa, e depois voltou ao prato. — Mike deve estar chegando. Foi checar um pDanleminha na fábrica. As ondas estavam boas hoje?

— Para o verão, sim.

— Blair, você gostou de surfar? — O sorriso de Lisa era amigável.

A perna de Chuck roçou a de Blair por baixo da mesa, acelerando as batidas do coração, tirando sua concentração da conversa. Não conseguia ignorar a presença daquele homem a seu lado, os cabelos da perna roçando sua coxa sedosa.

Ela hesitou, e olhou para Lisa. Aparentemente a outra não percebera nada de estranho, e aguardava a resposta polidamente.

— Acho que sou melhor espectadora que surfista. Fiquei um pouco assustada.

— Mas divertiu-se também — Chuck murmurou.

Ela lançou-lhe um olhar de lado. Chuck sabia o efeito de seu toque e divertia-se com a reação de Blair.

Mas ela ficou furiosa. Afinal, não era um brinquedo nas mãos de um homem que mal a conhecia.

— Divertido, mas cansativo — ela devolveu, encarando-o.

Chuck não disse nada e continuou a comer. E parou de roçar a perna, o que deixou Blair satisfeita. Seriam dois a jogar dali por diante!

Mike uniu-se a eles, e outro casal — Roy e Joyce — também chegou. Blair ficou contente em poder agradecer pessoalmente a Joyce pelas roupas, e a conversa seguiu animada enquanto todos comiam.

Para Blair foi a mais longa refeição de sua vida. Sentiu-se dividida em duas: uma parte concentrava-se na conversa que fluía na mesa, perguntando alguns detalhes sobre a ilha. A outra parte, contudo, estava focalizada em Chuck. Cada movimento daquele homem causava um arrepio, um sobressalto. Quando mordia uma fruta, Blair lembrava-se de seus beijos, do gosto de sua boca envolvendo-a, da língua que invadia e a devorava.

Quando Roy sugeriu que fossem buscar café, Blair respirou aliviada. Conseguira provar seu ponto; poderia agir e mostrar a Chuck Bass que sua presença não tinha nenhum efeito sobre ela.

Quando todos voltaram, conseguiu mudar os lugares à mesa com habilidade, ficando longe do toque perturbador de Chuck, dando alguns momentos de sossego aos próprios sentidos.

Ao fundo, ouvia-se uma suave música havaiana. As conversas diminuíram, e todos observaram quando uma das garotas levantou-se e começou a dançar graciosamente a hula.

Quando Blair virou-se para enxergar melhor, Chuck colocou um dos braços em seu ombro. Ela tentou protestar, mas as atenções de Chuck estavam no outra moça.

Blair observou a jovem mover-se ao som agradável da música. Os quadris deslizavam de um lado para outro, os passos leves tinham ritmo perfeito, e as mãos faziam adoráveis movimentos suaves.

— Sabe qual é a interpretação dessa dança? — A voz doce de Chuck falou-lhe ao ouvido.

Blair fez que não com a cabeça, sem tirar os olhos da dançarina.

— Ela está sozinha.... trabalhando... A casa está triste, pois não há ninguém... Um homem aparece para seduzi-la mas, quando descobre que é pobre, vai embora.... Não aparece nenhum outro, e ela está sozinha... Vem então uma grande tempestade, as ondas quebram na praia, e ela está assustada, sozinha e assustada. Quando a tempestade vai embora, o dia fica bonito outra vez... Ela caminha pela praia... e acha o corpo de um marinheiro... Ela cuida dele até que sare... e ele vai embora... e a moça está sozinha outra vez, mas não está triste, pois descobriu o amor com o marinheiro... Muito tempo passou... e o marinheiro voltou, com muitos presentes, e desejando ficar com a moça... Ela não está mais sozinha... Está com seu amor. Para sempre.

Blair ficou encantada. A mímica da dança esclarecia as palavras de Chuck. A melodia era triste, até o fim. Todos aplaudiram, e a jovem voltou contente e orgulhosa para seus amigos.

— Aposto que todos os turistas que vêem a hula querem aprender.

Blair virou-se para Chuck, e esqueceu de imediato o que disse quando viu como ele estava próximo. Os lábios estavam a centímetros de sua boca, e os olhos brilhavam com as luzes coloridas.

— É claro. O Havaí tem o clima do romance. É por isso que as pessoas vem para cá, não é?

Ela fez que sim com a cabeça, mas foi incapaz de fugir àquele olhar. Não se importava mais com o que os outros poderiam pensar, com o que o próprio Chuck estivesse pensando. Só queria continuar olhando admirando aquele rosto mágico até o dia amanhecer.

A música mudou, e as pessoas foram até a pista de dança improvisada. Chuck nem perguntou se Blair queria dançar. Simplesmente pegou-lhe a mão e levou-a até lá. O ritmo era lento, e ela o abraçou. Os dois moveram-se suavemente conforme a doce melodia.

Uma das mãos estava nas costas de Blair, a outra em seus quadris, acariciando de leve. Ele a apertou nos braços e ela percebeu a força do peito musculoso roçando em seus seios. Podia sentir o desejo intenso de Chuck enquanto dançavam, e ergueu os olhos, apreensiva.

Mas ele a beijou instantaneamente, um quente e apaixonado beijo que contrastou com a suave música que os embalava. Instintivamente Blair aproximou-se mais ainda, movendo os quadris no ritmo, roçando todo o corpo. Sentia-se flutuando, encantada, perdida naquele mundo de prazer e desejo que nunca experimentara antes.

A música parou. Mas foi preciso ainda alguns segundos para que Chuck a largasse, sem deixar de fitá-la.

— Vamos lá, vocês dois. A música já acabou. — Era a voz de Mike, que brincava com o amigo. — Chuck, você tem uma queda por professoras, não é?

Blair corou, embaraçada com aquele comentário. Outra música começou em seguida, um pouco mais agitada, e Mike convidou Blair para dançar, já que Lisa preferia ficar sentada.

Blair sorriu pela intervenção de Mike, e aceitou o convite. Mas o comentário malicioso martelava em sua mente. Afinal, não queria ser a última professora da lista de Chuck, pensou.

Quando já estava dançando, Blair procurou Chuck, e encontrou-o sentado ao lado de Lisa; mas os dois não tiravam os olhos da pista de dança. Dançou ainda com vários rapazes durante as horas seguintes, mas só músicas rápidas. Quando começou a tocar uma lenta, Blair virou-se a achou Chuck bem à sua frente.

Ele a abraçou e a paixão reascendeu. Blair respirou fundo, e tentou conversar para se acalmar, para manter as emoções sob controle.

— Você não gosta das rápidas?

— Claro, mas por que não dar aos outros rapazes uma chance? Se reparar, vai perceber que há mais homens que mulheres por aqui.

— Talvez eu deva dançar esta música com outro, então?

— Não. Não quero que ninguém mais a tenha nos braços. Você quer? — Chuck abaixou os olhos, encarando-a.

Ela desviou o olhar na hora. Na verdade, não queria dançar nenhuma música com outro que não fosse Chuck, e não queria estar em nenhum outro lugar a não ser em seus braços. Sentia-se no céu, no paraíso, num mundo maravilhoso de prazer e desejo.

Chuck não insistiu na pergunta, simplesmente a abraçou mais forte, roçando seu rosto nos cabelos encaracolados de Blair. Ela relaxou e deixou-se entregar àquele momento mágico.

Duas vezes mais, nas músicas lentas, Chuck apareceu para dançar com ela. O resto do tempo, parecia contente em deixá-la fazer o que quisesse. Mas os olhos nunca a perdiam de vista. Blair imaginou em que ele pensava enquanto ela dançava com outros homens, conversava com várias pessoas, batia papos agradáveis com as pessoas amáveis da ilha. Era uma festa maravilhosa. Será que Chuck também achava?

Já era tarde quando as pessoas começaram a ir embora. Chuck a encontrou conversando com um pequeno grupo de mães, discutindo a educação dos filhos. O assunto era interessante, e ela sentiu a preocupação dos moradores pela falta da escola na ilha.

O caminho até a casa foi percorrido em silêncio. Blair ficou pensando na festa, relembrando as danças com Chuck. Será que ele tentaria beijá-la quando chegassem? Ficaria satisfeito com apenas alguns beijos? Será que tentaria levá-la para a cama?

Quanto mais perto da casa estavam, mais nervosa Blair ficava. Não estava preparada para uma noite de amor. Queria ficar sozinha. Em apenas alguns dias o barco de suprimentos chegaria, e ela estaria voltando para sua vidinha, aquela vida que ela gostava antes dessa aventura no Havaí. Não queria se envolver em romances de verão, a essa altura das férias.

Quando Chuck parou o jipe, ela rapidamente abriu o cinto querendo escapar para o sossego de seu quarto. Mas a mão de Chuck a impediu, segurando-a firme e impedindo que saísse do carro.

— Você não está jogando bem suas cartas, querida — ele murmurou.

Blair não queria entrar em uma briga naquela noite. Seu estado emocional era precário. Com um pouco mais de incentivo, ela atiraria tudo para o ar e se entregaria àquela paixão.

— Obrigada por me levar ao jantar. E pelas danças... — A voz era quase inaudível.

— Não consigo entender você.

— Eu sei. Mas eu também não me entendo muito bem — ela disse, antes de dar um rápido beijo em seus lábios e pular do jipe.

— Blair?

A voz de Chuck a seguiu até ela encontrar a escuridão de se quarto. Fechou a porta e tirou a roupa no escuro. Seu único desejo naquele instante era ficar só.


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