Show Me Love escrita por noOne
Notas iniciais do capítulo
Como o prometido, dois caps em 1 dia só! o/
Para quem preferiu não leu o hentai, eu explico o que tá rolando: Estamos no pub do Jake em plena noite de ano novo. Finn e Flame estão atrasados (só pra variar) e Marcy e Marshall irão tocar daqui a alguns minutos.
Beijos, já podem continuar daí e.e
POV Fionna
A apresentação começa em 30 minutos e o casal sem juízo não chegou até agora. Que ótimo.
– Ah, eu mereço isso – Grunhi – Alguém viu o Finn e a Flame em algum lugar?
– Não chegaram até agora – Marshall disse, indiferente – Atrasados, como sempre
– Acho que vou ligar pra ele – Puxei o celular do bolso
– Nah, deixa eles – Ele abaixou minha mão – Não corta o clima
– Clima? – Indaguei, raciocinando
– Ás vezes eu me pergunto se você é pura ou lesada – Ele deu meio sorriso e voltou a se admirar no espelho
– Mas que droga! Marsh, você viu minha palheta? – Marceline entrou apressada pelo camarim do pub – Eu não encontro em lugar nenhum...
– Você perde suas coisas e eu é que tenho que descobrir aonde você enfiou? – Ele deu de ombros, enquanto vestia a camisa – Chama a Cake aqui pra mim, ela é a única que sabe dar um nó de gravata decente – Disse se enrolando todo naqueles nós confusos – Argh, desisto! Sou péssimo nisso.
– Você é péssimo em tudo que não tenha haver com música – Ela revirou os olhos e saiu na mesma velocidade que entrou.
– Essa tua cunhada, viu... – Resmungou – Depois eu é que sou o irresponsável.
– Não sei quem é pior de vocês dois – Ri e lhe dei um selinho – Vou lá ver se está tudo bem com os meninos, ok?
– Se for voltar, me traz água com açúcar – Ele pediu – Estou morrendo de nervosismo aqui.
– Vai dar tudo certo – Sorri, numa tentativa de o acalmar.
– Você diz isso porque não é tu que vai tocar pra um monte de gente – Bufei
– Ah, quantas pessoas vieram ver vocês? – Olhei pra cima – Umas duzentas pessoas? Talvez trezentas... Para de drama!
– Cara, você acha isso pouco? – Ele se virou pra mim – Dá pra encher uma arquibancada de estádio com esse tanto de gente.
– Exagerado – Revirei os olhos – É melhor você parar com esse seu chororô e começar a se arrumar. Daqui a 25 minutos vocês sobem ao palco.
– E o que você acha que eu estou fazendo? – Ele disse, dando as costas – Vê se você descobre onde a Marcy se meteu, aproveita e chama a Cake aqui pra mim.
Cruzei os braços e o encarei. Ele virou o olhar pra mim, suspirou e sorriu.
– Por favor – Pediu, por fim.
– Agora sim – Sorri de volta e dei-lhe outro selinho, dando as costas – Já volto, tenta não morrer do coração enquanto isso.
– Vou tentar – Ele voltou sua atenção à gravata novamente.
Fechei a porta e caminhei em direção as mesas, onde todos estavam. Por Glob, eu nunca tinha visto aquele bar tão cheio.
– Chegou quem faltava – Chris exclamou, na ponta dos pés sobre duas cadeiras, uma em cima da outra – Será que dá pra dar uma ajudinha aqui?
– Mas que merda você está fazendo aí? – Indaguei
– O que parece? – Ele respondeu – Pendurando as faixas, colocando os cartazes... Pega um pra você – Estendeu um flyer em minha direção.
Segurei em minhas mãos, era um papel couche com alto relevo, todo adornado de letras pretas e douradas, que trazia uma mensagem de ano novo consigo, junto com a programação da noite. Dei uma olhada rápida na lista, Marshall e Marcy serão os primeiros a se apresentar.
– Pensei que fosse tarefa do Jake cuidar da decoração – Franzi o cenho, voltando minha atenção á Chris novamente – Você vai cair daí.
– Foi o que eu disse – Babi cruzou os braços – Ele é mais teimoso que uma mula
– Não é mais fácil usar uma escada? – Perguntei a ela
– Diz isso pra ele – Ela bufou e saiu andando - Se ele te escutar, é milagre.
– Eu não preciso de escada – Ele retrucou – Pega mais fita adesiva pra mim?
Virei-me pra pegar a fita, quanto trombo com Marceline, mais histérica do que nunca.
– Porra, Fionna! Preste mais atenção! – Ela se levantou, tirando o cabelo do rosto e estendeu a mão pra mim – Droga... alguém sabe onde a Cake se meteu? – Perguntou, ofegante.
– Quem bateu em mim foi você – Resmunguei, segurando em sua mão e me levantando – Era isso que eu queria saber. Essa garota parece um ninja, desaparece do nada.
– Ela disse que foi procurar o Finn – Christian comentou, ainda tentando se equilibrar na ponta dos pés.
– Mas eles estão bem ali – Marcy apontou pra porta – Pelo visto, acabaram de chegar.
– Puxa, até que enfim – Fui em sua direção e dei-lhe um abraço – Pensei que não viria mais.
– Eu estava feito uma louca procurando vocês dois – Cake surgiu, do nada – Porque demoraram tanto?
– Sabe como é, né... – O mesmo riu, corado – É que... errm...
– O trânsito fica um verdadeiro inferno nos feriados – Flame afirmou – Ainda mais no ano novo.
– É verdade – Dei de ombros e me virei pra Cake – Eu estava te caçando, mulher! Marshall precisa de você lá no camarim a-go-ra – Disse já a puxando
– Mas...
– Sem mas... agora!
– Eu chamei ela primeiro – Marceline segurou em seu braço – É caso de vida ou morte
– Bom, Marshall está quase morrendo também. Acho que ele precisa mais dela do que você – Retruquei, puxando a gata pelo outro braço
– Ele pode esperar – Marcy a puxou
– Não pode não! – Eu a puxei de volta
– Vocês vão me desmembrar desse jeito – Cake choramingou
– Dez minutos e daremos início ás apresentações – Escutei a voz de Jake ecoar pelo vasto salão do pub
– Solta ela, Fionna! – Marcy mostrou suas presas – Mas que diabos!
– Solte você! – A puxei com mais força
– Ok, você quer tanto sua irmã assim? – Ela deu meio riso maldoso – Então toma – E soltou a gata, fazendo-a cair em cima de mim, me empurrando contra Christian, que desequilibrou-se das duas cadeiras e foi de encontro ao chão – Eu resolvo minhas coisas sozinha.
– Também não precisava ser tão rude – Falei alto, mas ela não ouviu, já estava á vários passos de distância.
– Você tá bem? – Cake se levantou e foi na direção de Chris
– Ai meu Glob... – Ele lacrimejava no chão – Não!
– O que foi, criatura? – Me levantei também
– Meu braço... – Ele o apertava com a mão – Acho que eu caí em cima dele.
– Era só o que me faltava... – Bati a mão na testa
– Cadê a médica quando se precisa dela? – Cake indagou – Babi!
– Eu não avisei que você ia se machucar? – Ela chegou com um kit de primeiros socorros na mão e ajoelhou ao seu lado, segurando seu braço – Que ótimo, você fraturou o rádio.
– Fraturei o que? – Ele disse com voz de choro.
– Seu osso do braço, provavelmente você deve ter trincado ele – Ela pegou uma gaze e o enfaixou – Agora vê se aquieta o ...
– Ai!!! Vai devagar, sua ogra! – Ele resmungou
– Eu tenho que apertar bem, se você não quiser perde-lo – Ela continuou enfaixando – Por sorte, não foi nada demais. Quer que eu te leve ao pronto socorro ou a marica consegue aguentar até o fim da festa?
– Você é sempre tão gentil assim? – Cake comentou, observando a cena.
– Acho que eu consigo suportar – Chris se levantou – Obrigado pela ajuda, senhorita doce como limão.
– Não há de quê, bebê chorão – Ela se levantou.
– Insensível – Ele revirou os olhos
– Teimoso – Ela estendeu a mão pra ele.
– Acho que está tudo bem por aqui – Puxei Cake – Vamos, Marshall ainda precisa de você.
Após me recompor, arrastei a gata até o camarim, deixando-a lá pra resolver o nó na gravata do vampiro. Depois de beber sua água com açúcar e se acalmar um pouco, nós o deixamos sozinho, pra terminar de se aprontar.
– Qualquer coisa, me chame – Disse abrindo a porta, quando fui novamente empurrada pro chão.
– Sai da frente, demônio – Marceline reclamou, entrando no camarim
– Essa já é a terceira vez hoje – Gritei, irritada – De onde você tira tanta força, sua monstra?
– Frango e batata doce – Marshall riu – Você tá bem?
– Devo ter quebrado algumas costelas – Disse ainda no chão
– Levanta daí e me ajuda a fechar esse espartilho – Ela meio que ordenou.
– E o “por favor”? – Disse me levantando
– Anda logo, caramba! – Ela me apressou
– Um minuto pra começar a apresentação – Jake anunciou nos alto falantes novamente
– Oh my glob... – O vampiro andava em círculos – Tá tudo pronto?
– Quase lá – Eu dizia com dificuldade, tentando fechar o espartilho – O zíper não quer subir.
– Me dá isso aqui – O mesmo me empurrou pro lado, puxando o zíper com uma só mão – Mais alguma coisa? – E me fitou com um ar de superioridade.
– Na-não – Murmurei, ainda jogada no chão.
Será possível que é tão fácil assim me derrubar? Já é a quarta vez esta noite. E afinal, porque tá todo mundo tão pilhado hoje?
– Todos prontos para a maior festa de réveillon de toda Bromley? – Jake exclamou alto, fazendo todos da plateia gritarem.
A luminosidade do palco se reduziu e eles ligaram a luz negra e os neons. Abriram as portas do camarim, que davam acesso ao palco. Marshall fechou os olhos e segurou a mão de Marcy. A mesma não conseguia prender o sorriso diante da multidão ansiosa.
– Tá na hora – Ela cerrou o punho, segurando firme em sua mão.
– Boa sorte – Eu sussurrei
– Valeu, cunhadinha – Ela deu uma piscadinha por cima do ombro
– Vamos acabar logo com isso – O vampiro abriu os olhos e deu meio sorriso – A gente vai arrebentar... e eles vão pirar.
– É assim que se fala, maninho – Ela soltou sua mão, pegando seu baixo – Daremos a melhor noite da vida deles.
– Ain gente, que fofo – Choraminguei – Acho que vou chorei
– Com vocês, o dueto dos irmãos vampiros mais quentes do distrito – A voz de Jake anunciou, provocando mais gritos e assovios – Em três...
Marshall parecia estar em outra dimensão agora, ele olhava perdidamente para a plateia, paralisado.
– Dois...
As luzes de neon iluminavam o rosto sorridente da vampira. Marsh entreabriu a boca e suspirou, dando um pequeno sorrisinho também.
– Um...
Eles deram um passo á frente
– Marshall Lee e Marceline Abadeer! – Então, de repente, as luzes piscaram fortes, junto com o som do baixo, iniciando o grande show.
Cake, Finn, Flame, Babi e Chris (com o antebraço enfaixado) vibraram ao ver os dois entrando naquele jeito ao palco. Baixos na mão, expressões confiantes e cabelos negros ao vento. Após daquele puta solo, digno de uma banda de metaleiros, tudo voltou ao silêncio. Marshall aproximou seus lábios do bocal do microfone e deu um sorriso malicioso.
– Are you ready?
As assanhadas deram um gritinho, é claro. E então, tudo voltou a ser rock n’roll; tanto em cima do palco, quanto lá embaixo, na platéia. Todos pulavam feito loucos, gritavam cantando, balançavam abruptamente a cabeça e faziam headbangs.
Que loucura, glob.
Confesso: Marshall estava mesmo de babar. Depois da 4° música, ele fez questão de arrancar a camiseta do corpo e jogar na multidão. Aquela voz sexy, presas, olhos castanho-avermelhados, cabelo molhado de suor e aquele corpo perfeitamente desenhado eram coisa de outro mundo. Quase tive um ataque quando ele me deu uma piscadinha.
Só de pensar que tudo isso é meu...
Marceline também estava incrível, mas não vou ficar pagando pau pra ela (Até porque isso é tarefa da Cake). Posso dizer que seus enormes cabelos, escuros como a noite, esvoaçando me deram um quê de cuiminho. Também posso afirmar que ela soube muito bem como escolher o figurino, até vou pedir aquele espartilho emprestado depois. Além de mandar muito bem, tanto no instrumental, quanto no vocal.
Eu descreveria aqueles dois como “sexy sem ser vulgar”. Realmente, a Dona Harvey sabe como fazer filho.
Ecletizaram o festival: Começaram com a gritaria de Chop Suey, passaram para o dramatismo de So Far Away, logo depois animaram os depressivos com a música mais gay que eles acharam, What You Know, após tocaram minha favorita: Do I Wanna Know. Alternaram para Me And My Broken Heart e deixaram tudo mais lindo com Wonderwall.
Pra finalizar o show e acalmar os ânimos, eles fizeram um cover super foda de Sweater Weather.E após o público implorar por mais, com a permissão de Jake, terminaram a noite com dueto, de uma música de composição própria dos dois, que todo mundo amou, por sinal: I’m Just Your Problem.
Como o esperado, foram aplaudidos e aclamados, como eu imagino que eles já estejam até acostumados. Os dois largaram os baixos, agradeceram ofegantes com as palavras que eles acharam na mente no momento. Se curvaram diante o público, em sinal de reverência, pegaram seus baixos e deixaram o palco, realizados, ofegantes, exaustos e suados.
Entraram no camarim eufóricos, com brilho no olhar e animação exagerada, como crianças que acabaram de receber uma visita do papai Noel. Marshall veio em minha direção, sorriu e me envolveu em seus braços.
– Você tinha razão... eu fui o máximo – Ele me largou e me deu um beijo, quase tirando todo o meu fôlego.
– Nós fomos o máximo – Marceline corrigiu, abrindo o espartilho e virando toda a garrafinha d’agua num gole só.
– Cara, você tinha que ter visto lá de cima! – Ele exclamou animado – É surreal! Todas aquelas pessoas pulando e gritando no ritimo da música! Meu, eu virei outra pessoa!
– Isso tudo vindo de quem estava com medo de apresentar, hein – Dei um riso debochado – Eu vi... você estava bem soltinho. Aonde foi parar a sua camiseta mesmo?
– Estava quente ali né – Ele corou
– Quente em que sentido? – Marceline debochou – Eu também tive calor, mas nem por isso tirei a roupa.
– Ainda bem que não tirou – Cake entrou camarim adentro – Esse anel no seu dedo significa que você é propriedade minha – E lhe deu um selinho.
– Pessoal, o que foi aquela apresentação?! – Christian chegou em seguida, junto com Jake – Vocês mandaram muito!
– Valeu, cara – Marshall fez um “toca aí”
– Se recuperou bem da sua fratura hein – Dei uma tapa em seu braço
– Ai! Ainda dói! – Ele resmungou, esfregando a mão no curativo.
– Quem aqui ainda tem fôlego pra encarar mais uma festa? – Jake questionou, colocando um outro flyer em cima da mesa – Vai ter uma mega festa lá na praia, depois do festival.
Todos se entreolharam, com um olhar que apenas confirmavam o óbvio.
Babi chegou segundos depois, junto com Finn e Flame. Todos parabenizaram os irmãos vampiros pelo dueto e pagaram pau o suficiente pra inflar o ego já alto do Sr. Lee. Agora sim, esse garoto vai ficar mais metido do que ele já é. Nem reclamei, é uma das idiotices que eu mais amo nele.
Depois de algumas taças de champagne e várias apresentações, a festa no bar de Jake chegou ao fim. O mesmo fechou as portas e tirou a roupa formal, e fomos todos para a festa na praia. Faltando 20 minutos para a meia noite, nos sentamos todos na areia, de frente para o mar e fizemos nossas promessas de ano novo.
– Ano que vem, eu vou me dedicar mais aos meus amigos e família, e deixar de colocar a faculdade e o trabalho em primeiro lugar – Cake começou.
– Até que enfim – Eu olhei pra cima – Nesse ano, eu serei menos dramática e vou tentar ver as coisas pelo lado bom.
– Ela diz isso agora, mas daqui a pouco ela já vai estar chorando – Marshall debochou, fazendo todos rirem – Ok, este ano eu vou parar de fumar, tentarei parar de brigar com a minha irmã e serei o melhor pai do mundo para Peter e Violet – Então beijou minha barriga.
– Awwn – Flame suspirou – Eu prometo ser mais paciente dessa vez, e bem mais calma.
– Essa eu quero ver – Finn comentou baixo, a mesma deu-lhe uma cotovelada na costela – Este ano, eu juro que vou ser menos rude e mais amável. Vou tentar ver o lado bom da vida agora.
– Duvido – Marcy revirou os olhos – Este ano, eu vou pegar menos no pé do Marshall e parar de brigar com ele. E arrumar um emprego também.
– Graças á Deus... – Marshall e Harvey levaram as mãos pra cima
– Este ano, eu é quem vou pegar no pé no Marshall – Jake disse, fazendo o vampiro desfazer o sorriso – Darei quantos puxões de orelha forem necessários.
– Falou, paizão... – O mesmo revirou os olhos - Estava bom de mais pra ser verdade
– Este ano, eu prometo parar de enrolar a senhorita Bárbara e pedir ela em noivado – Christian riu
– Aham, no dia de são nunca, não é? – Babi lhe empurrou com o ombro – Já são 4 anos de enrolação... Este ano eu prometo deixar de ser besta e te fazer colocar logo um anel aqui – E estendeu a mão.
– É uma promessa – Ele beijou a mão da mesma – Desse ano não passa.
– E a senhora? Não vai fazer promessa nenhuma, dona Harvey? – Marcy questionou
– Eu? – Ela disse, ainda fitando o mar – Eu já zerei a vida, meu amores... Vocês que são novos, que façam suas promessas que dificilmente vão ser cumpridas. Não é, Rosa?
– Oi? – Rosalie saiu de sua brisa – Ah... É, sim. Vocês tem a vida toda pela frente, as idosas aqui não precisam fazer promessa nenhuma.
– Vocês é que pensam – Marcy retrucou – Quem disse que vocês estão velhas?
– É verdade – Cake concordou – Nem cinquenta vocês duas têm ainda... Dá até pra arrumar um coroa, não é não?
– Apoiada. Vocês duas têm que se divertir, oras! – Eu ri – Porque né, seus filhos já estão adultos, meus amores... Não devem mais nada á ninguém
– Quem sabe assim, a senhora não deixa de ser careta – A vampira alfinetou a mãe.
– Me dá um quilo disso aí que vocês estão fumando, porque é da boa – Marshall interveio – Vocês estão chapadas? Que ideia mais infeliz... Minha mãe arrumar um namorado... só vocês mesmo...
– Ué, qual o problema? – Marceline se virou pra ele – Ficou com ciuminho?
– Não é ciuminho – Ele cruzou os braços – É que eu não suporto a ideia da minha mãe com outro cara que não seja o meu pai.
– Marsh... O que passou, passou. Ninguém aqui está trocando o papai, nem nada disso – Marceline falou – Não acho que a mãe tenha que se isolar por causa disso.
– Bom, a mãe de vocês eu não sei, mas a minha não precisa de homem nenhum – Finn bufou
– Acho que eu encontrei outro ciumento aqui – Flame comentou
– Ai ai... essas crianças... – Harvey balançou a cabeça.
– Dá pra acreditar? – Rosa riu também
Continuamos conversando sobre o assunto e olhando pro mar, quando foi anunciado nos alto falantes que a queima de fogos começaria daqui á um minuto.
– 60 segundos para a virada do ano, pessoal!
Nos levantamos da areia e nos direcionamos ao píer, onde poderíamos ver melhor os fogos, sem a interferência da multidão. Marshall me puxou para perto da borda, um pouco mais afastado da turma, que ficou lá pra trás.
– Você se lembra desse lugar? – Ele indagou depois de alguns segundos de silêncio. Os últimos segundos do ano.
– Como eu poderia esquecer? – Questionei – Você estava bem aqui á alguns meses atrás, fumando e chorando... Se levantou, deu dois passos pra frente e...
– E aí você chegou – Ele completou – Me salvou de mim mesmo, como você sempre faz.
– Marshall, por favor... É a minha obrigação – Eu sorri – Nunca me perdoaria se eu tivesse deixado você partir aquele dia.
– Não, Fi... Você não entende a importância do seu ato – Ele chegou mais perto – Se você não estivesse aqui, naquele exato momento, tudo teria acabado. Eu cheguei em um ponto depressivo tão forte que eu não via mais nenhuma solução... aí você chegou, e me salvou. É isso o que você vem fazendo esse tempo todo, mesmo depois de tudo.
– Eu fiz o que eu senti que deveria fazer – Olhei em seus olhos – Não precisa me agradecer.
– Sim, eu preciso – Ele olhou nos meus olhos também – Você trouxe sentido pra minha vida de volta, tu foi aquela que conseguiu me salvar. Meu universo, minha protetora, minha vida. Se eu estou aqui hoje, devo tudo á você. Só quero que saiba disso.
Senti meus olhos se encherem de lágrimas, fechei-os e num movimento involuntário, o envolvi em meus braços. O abracei tão forte, que nenhuma força no mundo poderia nos separar agora. Ele passou a mão em meus cabelos e beijou minha testa.
– Obrigada por tudo, coelhinha – Ele sorriu – Eu te amo.
– Eu também te amo, seu problemático – Disse enxugando as lágrimas – Sabe, você também me salvou... Esse ano que está acabando agora foi o melhor da minha vida, graças á você.
– E eu achando que tudo havia chegado ao fim, no dia em que meu pai me deixou – Ele olhou para as estrelas – Agora eu entendo quando ele dizia que os céus tinham um plano pra mim.
– Ele nunca te deixou – Entrelacei meus braços em sua cintura e repousei minha cabeça em seu peito – Ele está sempre olhando pra você, te guardando e guiando. Tipo agora, lá das estrelas.
– Tipo o Mufasa? - Ele continuou olhando pra cima, rindo – Só você mesmo.
O silêncio foi interrompido pelo berro do cara no alto falante.
– Atenção todos para a contagem regressiva!
Continuamos do mesmo jeito, olhando as estrelas. Eu podia escutar as batidas do seu coração, mesmo em meio á tantos barulhos. Para mim, só existia nós dois.
– Cinco!
Enterrei meu nariz em sua clavícula, sentindo seu cheiro de roupa limpa e maresia. As ondas batiam nas pedras e o vento soprava, exatamente como naquele dia.
– Quatro!
Ele se virou pra mim e ficamos nos encarando, por um curto período de tempo, que parecia uma eternidade. Eu poderia passar o resto da vida ali.
– Três!
Ele se aproximou lentamente, encostando seus lábios nos meus. Eu podia sentir sua respiração.
– Dois!
Fechei os olhos e entreabri a boca, sua língua pediu passagem e eu concedi, lentamente entrelaçando-nos. Passei o braço pela sua nuca e ele repousou sua mão em minha cintura. Senti meu rosto corar.
– Um!
O primeiro feixe de luz subiu ao céu e se espalhou, como uma chuva de prata. Logo depois, vários vieram para avisar a chegada de um novo ano, uma nova vida, um novo tudo.
– Feliz Réveillon!
E estes foram meus últimos momentos do ano. Mágicos, especiais e inesquecíveis. Tão únicos que palavra nenhuma no mundo poderia descrever, nem nenhuma imagem poderia passar. Aquilo era o amor em sua mais pura e verdadeira forma, existente apenas dentro de nossos corações.
E ele passou a bater mais forte desde que você chegou.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Fiolee é tão ... ♥ Chão, ar, vida...
Quem aí já está no clima de fim de ano? O bonde todo? Mas gente, como eu amo essa época... É tudo tão mágico :3
Beijos, blues e poesia pra vocês, até semana que vem!