Rise of the Guardians 2 - Spirits of Halloween escrita por Black
Notas iniciais do capítulo
Capítulo novo!
Esse é o penúltimo capítulo antes do epílogo.
Espero que gostem!
Os meses foram passando. Apesar de não ter prometido, Jack se manteve longe das duas meninas. Jacky teve alguns problemas com a habilidade que ganhara e Theodora passara a ter ainda mais cuidado com a filha, visto que tanto ela quanto as gêmeas sabiam o que acontecia com quem era descoberto com qualquer coisa que se assemelhasse a magia.
Já era noite e Jacky conversava com Jenn próximo às árvores que rodeavam a casa.
– Jennete! – Jacky repreendeu.
– Eu sei, eu sei. – Jenn apressou-se em se defender. – Foi só uma ideia.
– Uma má ideia. – Jacky alertou.
– Se ele fez isso com você, ele deve poder desfazer. – Jennete explicou.
Jacky revirou os olhos.
– A ideia de me encontrar novamente com um cavaleiro de cabeça de abóbora que me fez passar a pior noite da minha vida certamente não é agradável. – Resmungou.
– Tudo bem, já entendi. – Jennete bufou.
Terminada a conversa, as duas voltaram para casa, onde a mãe as esperava na porta. As gêmeas entraram em casa e jantaram, não tardando a ir para o quarto que dividiam. Jennete foi a primeira a adormecer e Jacky demorou um pouco mais, mas também o fez.
Jennete acordou abruptamente ao escutar passos ruidosos alcançando o quarto e um relincho de cavalo vindo de fora da casa. A mais nova estremeceu e olhou para a irmã, mas esta continuava dormindo.
A porta do quarto foi aberta rapidamente e dali surgiu Jack O’Lantern. As feições esculpidas na abóbora que lhe servia como cabeça pela primeira vez não eram maldosas ou sarcásticas. Pareciam preocupadas.
– Precisam ir embora. – A voz sempre carregada de ironia dessa vez parecia aterrorizada.
– O que? – Jennete questionou confusa, encolhendo-se em sua cama, ainda olhando para Jacky.
Com a voz de Jennete, a mais velha acordou e imediatamente se assustou ao constatar a presença do pai ali. Em seguida, seu olhar se dirigiu a Jenn de maneira acusatória.
– O que foi que você fez?! – Questionou um pouco mais alto do que pretendia.
– Ela não fez nada. – Jack se apressou em explicar. – Vocês precisam ir embora. Acordem Theodora e fujam.
– O que? Por quê? – Jacky perguntou confusa.
Obteve uma resposta quase que imediatamente, mas não foi a resposta que esperava. O que ouviu foram vários protestos e passos ruidosos aproximando-se da casa. A mais velha levantou de sua cama e olhou pela janela que ficava próxima à cama de Jennete uma multidão furiosa com tochas e tridentes aproximar-se da casa.
– Descobriram. – Jack explicou. – Descobriram sobre tudo. Vieram matá-las. As três.
– Mamãe. – Jennete murmurou e correu para fora do quarto, deixando Jack e Jacky sozinhos.
– Vim aqui para avisá-las. – Jack falou. – Precisam ir embora.
– Não dá mais tempo. – Jacky respondeu, parecendo estranhamente vazia. – E por que se importa?
– Não sei, eu apenas me importo. – Ele disse, inexpressivo.
– Então quero que faça algo para mim.
– O que?
– Consegue tirar elas daqui? – Jacky perguntou. – Mamãe e Jennete?
– Levaria tempo e eles... – Jack começou.
– Por isso estou dizendo para levá-las. – Jacky o interrompeu. – Eu fico e os distraio.
Um sentimento semelhante ao terror passou pelo rosto de abóbora do pai da garota e ele negou com a cabeça.
– De jeito nenhum! – Protestou. – Vão matá-la!
– Você chegou bem perto de fazer isso, não chegou?
Ele abaixou a cabeça, mas se manteve firme em seu lugar.
– Não vou te deixar aqui. – Prosseguiu.
– Eu não estou pedindo. – Jacky respondeu parecendo fria e sem emoções. – Você me deve isso.
Os pensamentos de pai e filha se voltaram para a noite na qual O’Lantern concedera o dom da transformação para a filha mais velha. A noite que ela passou agonizando, a qual ele passara o tempo todo observando das sombras. Ele assentiu silenciosamente, mas visivelmente infeliz.
Nesse momento, Jennete e Theodora adentraram no quarto e a mãe das garotas lançou um olhar confuso e um tanto furioso para Jack.
– O que você está fazendo aqui? – Perguntou de maneira agressiva.
– Ele veio nos avisar. – Jacky explicou voltando ao tom normal. – E vocês vão com ele.
– O que?! – Jennete e Theodora exclamaram.
– Ele vai tirar vocês daqui. – Jacky respondeu.
– De jeito nenhum você vai ficar aqui! – Theodora praticamente gritou.
Jacky nada disse, apenas olhou para o pai, que com um movimento rápido pegou Theodora e Jennete nos braços e começou a correr para os fundos da casa, até a porta que havia lá, mesmo sob os incessantes protestos das duas.
A gêmea mais velha olhou os três se distanciarem e correu até a porta da frente. Lá fora, ela podia ver a multidão furiosa se aproximando rapidamente pelo imenso campo aberto e também pôde perceber que o cavalo do pai não mais ali. O barulho de galopes lhe chamou a atenção e por um segundo ela olhou para trás, o suficiente para ver Jack, ainda segurando Theodora e Jennete, se distanciando a cavalo, indo em direção à floresta. Jacky sorriu com isso e voltou-se para os camponeses furiosos.
Com um sorriso no rosto, ela começou a correr pela clareira, em volta da multidão. Para sua surpresa, estava correndo mais rápido que o habitual.
– Bruxa! – Os camponeses gritavam.
Jacky teve um vislumbre dos pais e da irmã sumindo pelas árvores e parou de correr, mas ainda ficando distante do furioso grupo. Um dos camponeses estava com um arco e lhe atirou uma flecha que ela nem ao menos tentara desviar.
Uma terrível dor, mas nada comparada a que seu pai havia lhe causado, atingiu seu ombro esquerdo e ela foi ao chão, ainda sem soltar um grito sequer enquanto o sangue começava a escorrer.
– JACKY! – Ouviu um grito vindo da floresta e desviou o olhar para a origem do som.
Quando viu, Jennete estava correndo numa velocidade desumana até onde ela estava e logo chegou.
– Vá embora. – A mais velha ordenou ao ver a gêmea se aproximar.
– Não sem você! – Jennete gritou e ajudou a outra a se levantar.
Assim foi feito. Mesmo sob os protestos de Jacky a mais nova não saiu do seu lado. A multidão não tardou em chegar até elas e o que parecia ser o líder matou as duas, colocando uma espada no coração de cada. Após isso, uma fogueira foi feita e jogaram as gêmeas lá.
Do outro lado da clareira, Jack e Theodora assistiam tudo, esta última com lágrimas nos olhos e o primeiro apenas não chorava porque sua cabeça de abóbora não lhe permitia.
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