Rise of the Guardians 2 - Spirits of Halloween escrita por Black


Capítulo 14
Capítulo 14: Spirits of Past - Part 1


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas eu estava ocupada com minha outra Fic.
Sem mais delongas, aqui está o capítulo.
Espero que gostem!



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Era possível ver uma pequena vila em meio a toda a imensa floresta que a rodeava. As pessoas andavam e conversavam, as crianças brincavam e corriam.

Mais afastado dali havia mais uma casa, isolada das demais. Havia uma mulher de pé na porta. Era alta, magra, loira e tinha olhos azuis. Tinha uma pele clara, quase fantasmagórica. Usava roupas simples, típicas da época: Um vestido bege com um avental branco por cima e sapatos brancos.

– Jacky, Jenn, entrem logo! – Ordena a duas meninas que conversavam perto das árvores que rodeavam a casa.

As duas meninas eram gêmeas. Brancas como a mãe e possuíam os mesmos olhos azuis dela, mas os cabelos eram pretos como a noite. Os vestidos que usavam também eram parecidos. O mesmo modelo, porém o de Jacky era laranja-claro e o de Jenn era preto. As duas olharam ao mesmo tempo para a mulher que as chamara.

– Já estamos indo, mãe! – Jacky responde.

A mulher na porta assente e adentra na casa. As duas começam a andar a passos lentos para o lugar, conversando.

– Estou dizendo, vi alguma coisa na floresta. – Jenn tenta convencer a irmã.

– Seja o que for, pode ser perigoso. – Jacky responde. – E você não vai lá.

– Você só é mais velha por segundos. – Jenn diz de má vontade. – Não quer dizer que possa mandar em mim.

– Eu me preocupo com você. – Jacky a interrompe e para de andar, olhando para a outra, que também havia parado. – Jenn, você sabe o que acontece se for vista com qualquer coisa anormal. E eu não vou perder você.

– Não precisa se preocupar. – A mais nova tenta convencer.

– Às vezes parece que eu estou falando com uma pedra. – Jacky diz, recomeçando a andar até a casa. – E tenho certeza de que uma pedra me ouviria mais do que você.

– Também não precisa exagerar. – A outra diz, seguindo a mais velha.

– Então prove que eu estou errada. – Jacky pede. – Esqueça esse assunto e nunca mais vá até o lugar onde diz ter visto aquilo.

Jenn assente e as duas entram na casa, onde a mãe as esperava. Depois de jantar, vão para o quarto que dividiam e cada uma deita em sua respectiva cama. Jacky não tarda para adormecer, mas Jenn permanece acordada, observando a lua pela janela.

No meio da noite, Jacky acorda com o som não muito alto da porta do quarto fechando, seguido por passos que se afastavam pelo corredor. Ela olha para a cama ao lado e percebe que a irmã não estava ali.

Com um suspiro cansado, ela levanta da própria cama e segue a mais nova, que depois de sair da casa, adentra na floresta. Ao desaparecer por entre a escuridão das árvores, Jennete começa imediatamente a correr o mais rápido que podia, sem ter consciência de que estava sendo seguida pela irmã mais velha.

Depois de vários e demorados minutos de corrida, ela para em uma clareira de terra preta e com árvores mortas rodeando-a. Havia quatro lampiões acesos, um em cada extremidade, mas isso não impedia que o lugar permanecesse escuro. Anda a passos largos e rápidos até o centro e fica parada lá, como se esperando por algo.

Jacky, que ainda estava escondida nas árvores, solta um longo suspiro e logo aparece na clareira, caminhando a passos lentos até onde a irmã estava.

– Jacky? – Jennete questiona quase incrédula.

– Não sou o Papai Noel, como pode ver. – Jacky responde sarcástica, mas logo sua voz toma um tom mais sério ao falar novamente. – O que você pensa que está fazendo?

Jennete permanece calada e um silêncio assustador preenche a escura e morta clareira. Depois de alguns incômodos segundos, os lampiões se apagam e um vento gelado preenche o local. Jacky se encolhe assustada e preocupada enquanto Jennete olhava para todos os lados, procurando algo.

– O que está acontecendo...? – Jacky começa a perguntar.

A voz dela morre quando é ouvido um barulho de relincho de cavalo. Depois disso, ouvem-se passos que se aproximavam e logo um grande e assustador cavalo preto aparece por entre as árvores. Montado nele havia um cavaleiro usando uma armadura medieval preta e com cabeça de abóbora, na qual eram entalhadas uma boca que se abria em um sorriso assustador e olhos ocos que pareciam examinar todo o lugar até pararem nas gêmeas no centro da clareira.

O cavalo trota para mais perto das meninas e Jacky chega mais perto da irmã, ficando entre ela e o Cavaleiro.

– Não fique assustada. – O Cavaleiro pede. Sua voz era fria e sem emoção, como uma navalha cortando o silêncio que preenchera o lugar nos últimos minutos.

– Q-quem é você? – Jacky gagueja.

– Estou surpreso que não saiba. – O Cavaleiro responde, descendo do cavalo e circulando as garotas. – Não contou para ela, Jennete?

A mais nova balança a cabeça, negando. Jacky olha para ela por sobre o ombro com um olhar quase acusatório. Jenn se encolhe em seu lugar e evita o olhar da outra, desconfortável.

– Então creio que devo me apresentar. – O Cavaleiro diz, parando na frente de Jacky.

As feições de abóbora se contraíram no que quase se assemelhava a um sorriso. Jacky teve o impulso de pegar Jennete pelo braço e arrastá-la para longe dali, mas se manteve imóvel em seu lugar. O Cavaleiro as examinou por mais alguns segundos e o cavalo relinchou, quase como se estivesse impaciente com a demora.

– Meu nome é Jack. – O Cavaleiro se apresenta. – Jack O’Lantern.

– Nós somos... – Jacky começa, mas é interrompida.

– Sim, eu sei quem vocês são. – Ele fala. – Jackeline Halloween e Jennete Halloween. Filhas de Theodora Halloween. Moram numa casa mais afastada da vila que fica nessas redondezas. Sua mãe nunca lhes conta o motivo do por que morarem tão longe.

– Como você sabe de tudo isso? – Jacky questiona desconfiada.

Ele solta uma gargalhada alta. Jacky sente os ouvidos e a cabeça doerem com o som que se assemelhava ao barulho de ferro se partindo em conjunto com um grito agoniado. A mais velha coloca a mão na cabeça, quase como se esperasse que aquilo aplacasse a repentina onda de dor que lhe atingira e olha para Jennete. A mais nova não parecia nem um pouco incomodada, apesar de suas feições demonstrarem que mesmo que fosse ela a responsável por as duas estarem ali, ela estava com medo.

– Eu sei disso por uma simples razão. – Jack responde, voltando a andar em círculos ao redor das meninas.

Apesar de a gargalhada ter parado, Jacky ainda conseguia sentir uma pontada de dor, mesmo que menor, mas ignorou isso e ficou observando o cavaleiro que as rodeava. O olhar o perseguia como se a qualquer momento ele fosse atacá-las. Já não era apenas a cabeça de abóbora que deixava as gêmeas aflitas e com medo dele, mas o modo como ele se comportava, como se não estivesse olhando para elas e sim para o que havia dentro: Suas emoções, sentimentos... Ele parecia examiná-las meticulosamente, quase como se estivesse esperando ver algo que ainda não tinha percebido.

Depois de sua análise, ele para novamente de frente para Jacky, que ainda estava posicionada entre ele e Jennete.

– Conheci a mãe de vocês há muito tempo. – Ele começa. – Mesmo que eu seja um espírito, nós até chegamos a nos casar. Houve alguns problemas e ela me deixou, passando a se esconder de mim. Mas ainda continuei observando-a, principalmente depois de descobrir que ela estava grávida.

Jacky engole em seco enquanto Jennete permanece paralisada em seu lugar.

– E-está dizendo que... Que... – Jacky não conseguia terminar a frase.

– Olá, filhinhas. – Ele diz.


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Notas finais do capítulo

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