Jacob & Renesmee: Blood Moon escrita por Thais S


Capítulo 1
Sacrificio


Notas iniciais do capítulo

Não é como o amor á primeira vista. É mais como... uma atração gravitacional. Quando a vê, de repente não é mais a terra que mantém você aqui. É ela. E nada importa mais do que ela. E você faria qualquer coisa por ela, seria qualquer coisa por ela... você se torna o que ela precisa que seja, um protetor, amante, amigo, ou irmão.
-Jacob Black. pag: 132- Eclipse.



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Suspirei enquanto olhava distraída pela janela do carro, as árvores passando por nós como borrões na medida em que avançávamos pelas ruas pacatas e cheias de neve em forks.

-chegamos... - anunciou meu pai estacionando seu volvo no antigo lugar onde Charlie estacionava sua viatura aposentada.

Charlie abriu a porta antes que batêssemos.

-feliz natal meus queridos... Olhe só pra isso nessie! Como está grande, quase do tamanho de sua mãe!- sorri um pouco.

Minha mãe soltou uma risadinha forçada.

-feliz natal pai... Onde está sue?

-está fazendo o almoço, ora entrem vocês vão congelar ai fora. - Charlie abriu passagem para que entrássemos. Desde que eu era pequena sempre passávamos os natais com Charlie algo que nem minha mãe e nem eu abríamos mão, sempre era divertido ficar com os lobos.

-me digam... Como está carlisle?-perguntou Charlie enquanto nos sentávamos no sofá de três lugares e Charlie ia para a poltrona.

-está bem Charlie, educado de sua parte perguntar. Nesse momento ele está trabalhando no hospital, provavelmente só o veremos ao anoitecer. - respondeu meu pai.

Charlie apenas balançou a cabeça, o cheiro de frango assado e queijo invadiam a sala de estar.

-e você nessie, conte para o vovô... Como você está?

Olhei para Edward que sorria um pouco ele balançou a cabeça me incentivando, eu não gostava muito de falar era muito mais fácil pra eu mostrar o que eu sentia ou queria. Mais com Charlie as coisas eram diferentes, com certeza ele pensaria que eu estava endemoniada ou havia sofrido algum tipo de bruxaria quando visse minhas imagens.

-bem. - sussurrei.

Charlie balançou a cabeça tentando começar uma conversa.

-bella disse que você vai estudar na escola de forks é verdade?

-sim... Papai conseguiu uma vaga pra mim lá.

Charlie passou a mão no queixo um pouco perturbado, eu não precisava ser leitora de mentes pra saber que ele estava especulando sobre uma garota de sete anos com a aparência de uma garota de dezesseis cursando o ensino médio. Por um minuto pensei ter visto Charlie ficar verde.

-Renesmee é uma garota muito esperta Charlie, com certeza causaria problemas se ela fosse pra algum jardim de infância ou coisa assim, já que ela não parece ter exatamente a idade de uma garotinha de sete anos. Achamos melhor colocá-la no primeiro ano da escola de forks, como eu disse antes ela é muito esperta. Não terá problemas em acompanhar os alunos do ensino médio. - meu pai interrompeu Charlie quando ele abriu a boca pra falar.

Charlie começou a murmurar consigo mesmo por um instante algo colérico, mas por fim deu os ombros.

-quer abrir seu presente agora?- perguntou ele olhando pra mim.

Fiz que sim com a cabeça e ele sorriu se levantando.

Ele contornou a poltrona e foi até a janela onde havia um pinheiro médio enfeitado com várias bolas de natal e pisca-piscas coloridos, lá havia um pacote amarelo e um bilhete com algo escrito na lateral. Ele voltou sorridente e o entregou pra mim.

-não precisava me dar nada, vovô. - Charlie revirou os olhos se jogando na poltrona novamente.

-você é igualzinha a sua mãe... Odeia ganhar presentes, ao contrário de mim é claro. Eu amo presentes. -disse Charlie meu pai riu se levantando.

-vou pegar o presente de Charlie no carro.

Charlie se fez de desentendido.

-presente? Pra mim? Ah Não precisava...

Eu e minha mãe rimos enquanto meu pai saia da sala.

-vamos querida abra o seu presente. - incentivou minha mãe. Com um suspiro pesado comecei a rasgar o embrulho amarelo, lá estava escrito que era de Charlie e seth.

Dentro de um pacotinho discreto havia algo que por um segundo eu pensei que fosse um cachorro. Tirei aquilo de dentro da caixa e examinei por um segundo, o lobo marron avermelhado com traços quase que idênticos a um lobo real fez com que por um segundo eu me lembrasse de Jacob. Eu sorri incrédula com tamanha perfeição, eu não podia imaginar presente de natal melhor do que aquele.

-você gostou? Eu disse pra seth que você talvez fosse preferir ganhar algo mais útil como um spray de pimenta ou coisa do tipo...

-é perfeito. - eu sussurei passando a mão o lobo de pelúcia macio, era um mini Jacob.

Ouvimos risadas no corredor e a porta fechar, seth apareceu ao lado de embry, leah e meu pai ambos riam histericamente.

-pensei que vocês não viriam!- exclamou Charlie.

Eu espiei em volta meu pai estava ao lado de seth, e embry ao lado de leah que estava com o nariz ligeiramente franzido me olhava com curiosidade, já se fazia um bom tempo que não nos víamos. Charlie olhou pro enorme pacote que meu pai carregava nos braços e pareceu esquecer o restante dos convidados.

Levantei-me assim como minha mãe seth foi o primeiro a me cumprimentar.

-uau... Nessie? Puxa, parece que não lhe vejo há anos!- exclamou ele me olhando como se não acreditasse no quanto eu havia mudado em tão pouco tempo.

-parece mes... – não consegui terminar de falar, fui pega num abraço quente e cruel de urso seth nos girou em uma pirueta na pequena sala de Charlie. Ele riu me soltando, eu me sentia um pouco tonta.

-ei nessie... Oi bella. - embry acenou na porta, acenei de volta.

-olá embry. - cumprimentou minha mãe. Ela olhou para leah que estava encostada no batente da porta, sua carranca já dizia que ela não queria estar ali. –olá leah. –murmurou minha mãe educadamente.

Leah levantou as sobrancelhas e forçou um sorriso que mais pareceu com uma careta.

-olá bella, oi Renesmee. - ela murmurou. Eu sorri um pouco.

-oi leah. - murmurei.

Sue apareceu na sala o cabelo negro arrumado em um coque alto na cabeça e com um avental amarelo com flores cor-de-rosa. Ela sorriu ao ver os filhos.

-ora, vocês chegaram... Onde está o resto dos garotos?

-estão a caminho, vão passar na casa de Billy para trazê-lo também. - respondeu leah amarga.

Sue pareceu finalmente nos notar.

-ah... Oi bella, nessie, Edward... Como estão?

-estamos ótimos Sue. - respondeu minha mãe passando um braço em meus ombros. –precisa de ajuda na cozinha?

Sue sorriu com a gentileza.

-ah claro... Uma ajuda é sempre bem vinda.

Leah fez um som de nojo.

Minha mãe foi com Sue pra cozinha, Embry se empoleirou no braço do sofá pegando o controle e zapeando pelos canais da grande tevê de plasma de Charlie parecia que ele não demoraria muito para desmaiar ali mesmo. Leah foi se sentar no chão, perto da janela no canto mais distante de todo mundo. Meu pai ajudava Charlie a montar o novo sistema de som que Alice mandara trazer do Japão.

Seth me olhou sorrindo.

-Que tal irmos lá pra fora ver a neve?

Sorri com a idéia e balancei a cabeça positivamente.

-nessie... - meu pai me chamou o olhei, ele estendia meu casaco de frio. Eu o peguei com um suspiro. –não quero que fique resfriada.

Vesti o casaco sem reclamar.

-embry? Leah? Querem vir com a gente?- perguntou seth.

Embry balançou a cabeça olhando o noticiário da tevê com atenção e gesticulou pra porta.

-depois eu vou...

Seth deu os ombros e se virou pra leah.

-você vem?

Ela soltou um suspiro pesado e tombou a cabeça pra nós fechando os olhos.

-prefiro assistir a Árvore de Charlie acender e apagar. - ela disse, seth fez uma careta e passou um braço por meus ombros me puxando pra fora.

Assim que chegamos ao quintal embranquecido por causa da neve eu murmurei:

-leah não gosta muito de mim não é?- seth fez um biquinho enquanto se abaixava e pegava um punhado de neve com as mãos.

-ela só está mal humorada. - disse ele fazendo uma bola de neve nas mãos. Eu bufei meio irritada, leah sempre estava mal humorada.

-lembra do natal passado? Quando eu fiz um boneco de neve enorme e você o destruiu “sem querer?”- ele fez aspas com uma mão eu ri me lembrando daquele natal.

-lembro. - eu disse em meio aos risos.

Seth olhou na minha direção, erguendo as sobrancelhas como um vilão de vaudeville.

-está na hora de você pagar por isso.

Eu cruzei os braços vacilante.

-você não faria isso. - eu disse com a voz trêmula, mais antes que eu pudesse dizer alguma coisa seth acertou a bola de neve em cheio no meu rosto. Ele explodiu em gargalhas enquanto eu passava o braço no rosto limpando a neve gelada. Aproveitei sua crise de risos, peguei o dobro de neve que ele havia pegado para fazer aquela bolinha mínima e fiz uma bola de neve. Eu o olhei enquanto ele me olhava e parava subitamente de rir.

-er... Eu tava brincando nessie, você não vai fazer isso não é?- perguntou ele andando pra trás com as mãos erguidas como quem se rende.

Antes que ele pudesse correr pra dentro de casa, eu atirei a bola de neve nele espalhando neve por seu rosto e cabelo numa só vez. Eu ri alto enquanto ele caia no chão.

-você nunca foi assim tão vingativa. - ele murmurou agora mal humorado.

Aproximei-me dele estendendo a mão pra ajudá-lo a levantar, ele pegou minha mão rindo.

-acho que engoli um pouco de neve. - murmurou ele eu revirei os olhos pra aquilo, seth sempre fora exagerado.

Caminhamos um pouco e nos sentamos nos degraus da varanda, ambos ainda rindo do que acontecera há pouco.

-já ia me esquecendo... Charlie lhe deu o presente?-perguntou

-sim, obrigada seth... Eu adorei. –seth sorriu triunfante.

-achei que fosse gostar, sabe como é... Pra lembrar-se de Jacob. - suspirei quando ele disse o nome de Jacob.

Há cinco anos Jacob teve que se afastar da nossa familia e seguir com suas obrigações de alfa mundo afora. Até onde haviam me contado, ele nunca se fixava em um lugar sempre estava à procura de novas matilhas. Ele havia encontrado uma matilha no sul do Texas, era um pequeno bando. Não eram tão grandes quanto os lobos de La push, eram cinco e eram mais parecidos com coiotes do que com lobos.

De vez em quando ele fazia contato com a matilha de La push, dizendo que estava bem e que sentia falta de todos, porém nunca falava quando ele iria voltar.

-você está bem?- murmurou seth agoniado por um instante, eu o olhei respirando fundo.

-sim... Tem noticias dele?- minha voz saiu mais rouca do que o normal, seth suspirou olhando a estrada.

-ele não está fazendo muito contato, na ultima vez que nos falamos ele estava no norte do Alasca.

Fizemos silêncio por um minuto.

-ele disse quando vai voltar?-perguntei já sabendo a resposta.

Seth continuou a olhar a estrada o rosto vazio sem expressão.

-não, ele nunca diz quando vai voltar.

O silêncio dessa vez foi maior, tanto que eu podia ouvir Sue e bella conversando na cozinha. Charlie reclamando sobre ter se arrependido por não ter feito algum cursinho de japonês por correspondência. Eu podia ouvir Embry roncando no sofá da sala e Leah resmungando consigo mesma pra que alguém deixasse o fedor de sanguessugas a favor do vento.

-você... Sente muito a falta dele não é?- ele perguntou depois que o silêncio se tornou desconfortável.

Balancei a cabeça.

-muita... Jacob sempre foi como um irmão pra mim. Entendo que ele tem essas responsabilidades de alfa, que ele tem que buscar novos meios de sobrevivência e tentar aprender alguns outros truques de ataque caso haja alguma ameaça... Eu só... Não entendo porque ele demora tanto. –desabafei.

-um sacrifício. -murmurou Seth desligado, por um instante me perguntei se ele ouvira alguma coisa que eu disse.

-sacrifício? –indaguei. Ele me olhou por um instante.

-não sei como... Ele consegue ficar tanto tempo longe de você. –explicou ele. Eu o fitei confusa. O que aquilo tinha a ver com sacrifício?

-ele está... Se sacrificando?- perguntei a voz subindo uma oitava de preocupação. Seth riu da minha expressão e suspirou.

-não desse jeito... Quando digo que ele está se sacrificando, estou dizendo que ele está fazendo algo que um lobo jamais conseguiu fazer.

Eu o olhei irritada, ele não estava explicando nada só estava me deixando ainda mais confusa.

-o que esse sacrifício tem haver com isso tudo?

Ele me olhou como se eu estivesse deixando passar alguma obviedade.

-os laços são muito difíceis de serem rompidos, imagine você ficar sem aquilo que te prende ao chão.

Fiz uma careta fingindo imaginar alguma coisa, esperei que ele continuasse.

-é difícil de explicar. - ele murmurou claramente dando fim a conversa.

Eu bufei.

-também é difícil de entender.

Ele riu um pouco voltando a olhar a estrada, ao longe avistamos três carros que logo estacionaram no meio fio da Rua de Charlie.

E de lá saíram todos os membros da matilha, Quil, Claire, Sam, Emily, Billy carregado por Sam que logo foi posto em sua cadeira de rodas. Paul, Rachel, Collin, Brady, Jared, Kim... Enfim todo o bando de La push estava lá.

A casa ficou abarrotada, logo Sue preparara o almoço para mais de dezesseis lobisomens famintos. Todos comiam despreocupadamente, Sue cozinhava muito bem. Eu não gostava muito de comida humana, eu preferia caçar um cervo aqui ou um alce ali, mas como não queria fazer desfeita eu aceitei comer.

Passamos a tarde inteira ali, todos esparramados por todos os lados sentados nas poltronas, no chão e até nas escadas. Foi então que Charlie apareceu na sala com algumas taças e champanhe nas mãos.

Todos nós nos entreolhamos por um instante.

-quero fazer um comunicado. –disse Charlie um pouco mais alto do que o normal. Meu pai mordeu o lábio olhando pra Leah e depois pra minha mãe e reprimiu uma risada.

-o que foi?- murmurou minha mãe tão baixo que apenas nós três podíamos escutar, meu pai não respondeu ainda se concentrava em não rir.

Sue apareceu na sala às bochechas ardiam num vermelho vivo, ela fitava o chão envergonhada.

Todos fizeram silêncio para ouvir o que Charlie tinha para falar.

Charlie pigarreou percebendo que todo mundo o olhava curioso.

-não sou muito bom com palavras então vou direto ao ponto. Como vocês sabem, eu e Sue estamos a um bom tempo juntos... Estamos felizes, e para nossa felicidade ser completa estamos pensando em oficializar nossa união. – o silêncio da sala foi absoluto. Todo mundo desviava o olhar para Leah e depois para minha mãe que pelo que parecia já não respirava mais.

Leah estava de costas pra todos fitando a janela da frente, ela não mostrou reação alguma e Agiu como se não houvesse escutado absolutamente nada.

Charlie esperou que alguém dissesse alguma coisa.

-bom... –murmurou seth se levantando. –acho que agora você já pode me chamar de titio nessie. –disse seth a mim, algumas risadinhas ecoaram pela sala;

Minha mãe respirou fundo, os olhos ainda um pouco arregalados com o choque, meu pai a olhava despreocupado.

-fico feliz que resolveram se casar estava mesmo na hora de Charlie desencalhar. - bella disse todos rimos e Charlie fez uma careta.

-muito engraçado Bella, muito engraçado.

O riso de Billy ecoou pela sala.

-um brinde aos noivos!- ele festejou.

Ficamos até o anoitecer, a maioria das pessoas já haviam ido embora. Eu já havia me despedido de todos e esperava no carro sonolenta, meus pais ainda estavam na soleira da porta se despedindo de Charlie e Sue.

-a comida estava ótima, foi um natal maravilhoso. –ouvi Edward dizer.

-obrigada pelo novo sistema de som, vai ser de muita ajuda quando eu quiser acordar a vizinhança. - agradeceu Charlie.

Eu estava tão cansada que mal consegui manter os olhos abertos.

-por nada pai, obrigada por tudo. Foi mesmo um natal maravilhoso. - Bella disse.

Abri os olhos por um instante e vi-os trocando um abraço.

-traga Nessie pra me ver o quanto antes, pena que ela não agüentou até o final da festa. - eles riram um pouco.

-ela está cansada, é melhor levarmos ela pra casa. - disse meu pai.

-feliz natal meus queridos. - murmurou Charlie.

Ouvi as portas do carro abrirem.

-feliz natal pai. –disse minha mãe.

Ouvi meu pai sair com o carro do quintal de Charlie, o silêncio reinava dentro do carro me puxando cada vez mais para a inconsciência. Apertei meu mini Jacob nos braços para que pelo menos ele não escapasse de mim.


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Notas finais do capítulo

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