As Aventuras do Pequeno Eryk escrita por Neryk


Capítulo 70
69 – Misericórdia.


Notas iniciais do capítulo

FALA!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Como vão? Tudo bem com vocês? Cheguei, após muito tempo, trazer mais um capítulo cheio de tretas e descobertas!

Para justificar minha falta de presença, quero dizer, minha ausência (Mas não é a mesma coisa Neryk? Eu: eh... ) Meu PC tá uma novela. Fica desligando toda hora que vou escrever um capítulo. E ainda ficava sem tempo, então... Tá uma maravilha (para não dizer o contrario.)

Mas chega de falatório! Partiu ler a história! Finalmente saberemos quem é a Garota Borboleta! Será que era quem vcs pensavam que é?

Tenham uma Boa Leitura!



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Com a lua dominando o céu, e o fogo cobrindo a cidade, Jeová enfrentava José, o Poderoso, de igual para igual.

Embora o menor utilizasse seus poderes de aura que lhe concediam super-força, o Poderoso não demonstrava nenhum esforço ao desviar de todos os ataques pesados jogados sobre si. Cansado de ficar só nisso, José resolve encerrar derrubando Jeová no chão com um chute certeiro.

— Aí... É pior do que eu me lembrava. – Jeová geme de dor no chão ao se recordar das dores que sentia quando costumava treinar com José antigamente.

— Vá para casa filho. Você só está perdendo o seu tempo. – Advertiu Poderoso voltando a entrar em seu estado de meditação no meio da rua.

E embora o garoto estivesse bastante machucado, Jeová insistia em ficar de pé.

— Sério Jeová. Não lute mais. O que está enfrentando é muito maior do que você possa imaginar. – Advertiu José mais uma vez, mas Jeová não estava nem aí.

— Eu não estou lutando por isso. Meus amigos já estão resolvendo essa parte. – Retruca Jeová. – Eu estou lutando porque... Eu estou com Raiva!!!!!!!!

Jeová eleva o tom de sua voz e usa como combustível para correr na direção de seu ex-mestre com toda a sua ferocidade possível.

O garoto serra o punho, pula, e concentra todo o seu poder, toda a sua ira no punho, para causar o maior estrago possível.

— VOCÊ PENSA QUE EU GOSTO DE VER A CIDADE INTEIRA SENDO AFUNDADA ASSIM?! HÃ!? SEU TRAIRA IMUNDOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Quem quer que esteja assistindo a luta de longe, tudo o que encontraria após isso é uma explosão de fumaça acompanhada com um leve, porém forte terremoto que agita a terra por alguns segundos.

Jeová só percebe que estava inconsciente quando tenta abrir os olhos com dificuldade. Sua cabeça latejava de dor após ter sido lançado para longe, batendo em algum poste na rua e acaba no chão, encostado no mesmo.

Em sua frente, o menino visualiza uma figura emanando seu poder. Uma aura. Uma poderosa e gigantesca aura azul escura dominava todo o quarteirão. Era tão poderosa que cobria o corpo inteiro de seu usuário. A única coisa que a aura não escondia era os olhos brilhando uma luz de arrepiar os pelos da nuca.

— É bom saber que você está fazendo bom uso do poder que eu te passei Jeová. – A voz do Poderoso era reconhecida, vindo do centro da enorme aura liberada.

— Foi... você? Você me passou esse poder? – Jeová pergunta abalado.

— Esse foi um dos motivos de eu ter sido escolhido para lutar a mando de Maurício. Foi por causa desse poder que evito usar. – Revelou o mais velho.

— Mas... O Zero também tem. E disse que foi outra pessoa que passou pra ele. – Revelou Jeová ainda mais confuso. No caso da Cozinheira, mãe de José, Zero disse que conseguiu o mesmo poder da aura com a ajuda de alguém. E como José fazia parte daquilo, não pareceu que foi ele que entregou esse poder pra o garoto também.

— Eu passei esse poder para vocês dois. Desde aquela época. – Começa José. Seu rosto já dava para ser visto. – Tem uma coisa que você precisa saber sobre esse poder: Se você usar o poder da aura por usar, coisas ruins acontecerão com o seu corpo. Mas se você usar esse poder através de emoções fortes, não haverá riscos. – Explicou – Se o Zero conseguiu ter acesso a esse poder antes da hora, deve ser porque alguém com uma sabedoria bem ampla liberou o poder preso nele e ainda ajudou com umas dicas.

— Emoções fortes? E que emoção poderosa é essa que te trás todo esse poder? – Questiona Jeová para descobrir e aprender ainda mais sobre o seu poder.

— Sou muito mais velho que você. Já passei por muitas coisas. Incontáveis. Mas todas elas estão cravadas na minha alma. Incluindo as emoções de cada experiência. Saiba como usar isso de maneira correta, e nada nem ninguém irá conseguir te deter. Tão poderosa quanto à luz, e tão impiedosa quanto à escuridão. Esse...é o poder da Aura da Avidez.

— “Aura da Avidez”... – Jeová aprende o nome do poder. Só de citar o nome, sua aura emana de si sem esforço. Os sentimentos que Jeová sentia naquele momento eram tantos que seu poder correspondeu à altura. Embora seu tamanho não fosse da mesma proporção de José.

Uma recordação invade a mente de Jeová. O dia que conheceu o “Poderoso” foi quando tinha fugido de casa após uma discursão feia com a sua mãe. O garoto tinha seis anos quando isso aconteceu. Foi encontrado pelo José no meio da rua duas semanas depois, no outro lado da cidade. Desde então, foram seis meses de cumplicidades. Embora o Poderoso mandava os garotos trabalharem com “serviços arriscados”, todos tinham um propósito. Seja roubar dinheiro, para fazer acordos de proteção com bandidos da área, seja assaltar lojas de brinquedos apenas para os jovens e menores terem o que viver na rua como crianças normais, ou até mesmo invadir prédios de ricaços envolvidos em crimes roubando dos pobres para eles mesmos, e aproveitavam para ficar com tudo o que achavam legais de usar.

Mas a responsabilidade, a culpa e a punição cairiam apenas para José.

Ou melhor dizendo... Para o responsável, chefe e guardião de todas aquelas crianças.

O Poderoso.

Jeová abre os olhos determinado. Embora o poder de José ainda se manifestasse para fora de si com a mesma magnitude, Jeová já podia ver em sua frente à aparência do mesmo homem que o criou, mesmo que tenha sido por um determinado período de tempo.

As auras de ambos retornam para si. Seus poderes aviam sumido como uma chama se apagando aos poucos calmamente.

Jeová dá um passo para frente, e José imita o movimento.

O garoto dá outro passo para frente e seu inimigo faz o mesmo.

Os dois começam a andar na direção do outro, tentando acabar com essa distancia de cinco metros.

Eles aceleram o ritmo começando a correr. Ambos preparam seus punhos para socarem um no outro. Eles atingem uma grande velocidade até estar um metro de frente pro outro, prontos para desferirem o seu melhor soco.

Porém, no momento em que os dois passam direto do lado do outro, os socos que deveriam atingi-los são direcionados para os bandidos que estavam atrás de ambos, perseguidos os dois para alguma tentativa de assalto ou agressão.

Mais uma vez, mesmo que tenha sido inconscientemente, a cumplicidade de José e Jeová era notável.

Agora, de costas um pro outro, o momento não obrigava os dois a se encararem.

Mais uma vez um ajudou o outro.

— Por que você fez isso? – Jeová pergunta quebrando o silêncio. Ele fica reto de pé, se desfazendo da postura de combate anterior, assim com José.

— Nós dois sabemos o porque. – José responde a pergunta do menor sério.

— Então ME DIZ! – Jeová vira para ele ainda tomado de raiva. – Qual é a sua?! Você conhece os valores de uma vida mais do que ninguém, então porque continua insistindo nesse caminho?!

As palavras de Jeová atingiram José, mas isso não foi o suficiente para fazer o homem perder sua compostura.

— Porque eu nunca escolho um caminho sombrio sem um propósito.

Eis a sua resposta. O homem vira de frente pra ele para poder lhe responder. Ambos se encaram olho por olho, sérios. Como se estivessem buscando dentro de sua alma as razões e resposta que possam justificar suas ações.

— Quando me juntei ao Maurício, sabia que algo grande estaria por vir. Se eu tivesse a chance de detê-lo, eu mesmo faria isso. – José prosseguiu, explicando o motivo de estar ao lado de Mauricio até agora.

— E então? – Jeová pergunta, tentando esconder sua angustia. Não gostava de pensar na idéia de uma pessoa tão boa seguir por um caminho tão ruim. José teve que respirar fundo antes de lhe responder afirmando com toda a certeza do mundo:

— Não há.

Jeová recebe sua resposta. Agora o garoto entende porque José não fez nada.

— Não... há? Você não achou... nada que possa... – Jeová não conseguia mais falar. Estava estático. Se nem a pessoa mais poderosa e esperta que ele conhece não encontrou um meio, então não sabia se seus amigos dariam conta.

— Olhe para mim Jeová. Não importa quanto poder eu tenha. Sou só uma pessoa. Uma pessoa não dá conta de parar algo grande. E o plano de Maurício... atinge uma escala global.

José revelou, abrindo os braços de maneira humilde, demonstrando a sua insignificância, arrasando com o emocional de Jeová. Seus amigos corriam mais perigo do que ele imaginava. Tudo o que o garoto poderia fazer agora era correr até eles para garantir sua sobrevivência.

— Mas você... tem tudo o que precisa.

O mais velho conseguiu retirar todo o abalo e a preocupação que transbordava de Jeová só com isso.

— Gentileza, esperteza, alegria, compaixão e...

José termina sua fala apontando para seu ex-aluno a sua frente.

— Misericórdia.

Jeová fica sem palavras por um momento.

— É isso que o mundo precisa agora. Tudo isso está com você. Você só precisa de tudo isso para salvar o mundo. E eu não estou falando só de prender bandidos. – Finalizou o Poderoso, compartilhando um sorriso sincero como forma de eliminar um pouco o clima emocional desnecessário para ambos.

— Heh. Você leu nossas fichas com o Mauricio por um acaso? – Jeová também quebra um pouco o clima retribuindo com um sorriso de canto.

— É, eu li hehe. Precisava saber se estava tendo uma ótima infância.

Os dois ficam de costas novamente. Agora direcionando seus alvos para um objetivo distinto.

— Eliminarei o máximo de criminosos pela cidade, enquanto vocês se encarregam do Maurício tranquilos.  – Ordenou o Poderoso determinado a ajudar.

— Pode deixar com a gente. Ah, e se caso resolver sumir, aparece de vez em quando pelo menos para eu saber que está vivo ou se não foi preso. – Pediu Jeová para o caso dessa ser a ultima vez que se encontram.

— Isso eu não posso prometer. Tudo o que posso fazer é aparecer quando for necessário.

— Grr.. É melhor do que nada.

E os dois partem em direções opostas. Tanto José, para impedir que haja mais desastre, quanto Jeová, para ajudar os seus amigos.

Enquanto isso...

— Garota Borboleta? Você faz parte disso? – Questiona Eryk rezando mentalmente para que ela só esteja ali para ajudar os seus amigos.

— Daqui a pouco é meia-noite. O ponto onde a escuridão domina o local sem luz. – A Garota Borboleta inicia seu dialogo com uma frase um tanto estranha na opinião de Eryk. – Comparado a isso, você não passa de um palito de fósforo aceso dentro de uma caverna escura e fria.

Uma interrogação imensa surgiu na cabeça de Eryk. Ele coça a nuca e olha torto para ela:

— O que? – Pergunta Eryk, não fazendo idéia do que ela quis dizer com isso.

Aquilo enfureceu a menina.

— EU QUIS DIZER QUE ESSE É O SEU FIIIIIIM!!!!!!!!!

— DAAAAAAAAAAAHHHH!!!!!!!! O que as garotas tem contra miiiiiim!?!?!? – Eryk corre desesperado para evitar os discos afiados que a Garota Borboleta lançou em sua direção. Ele tenta se esconder atrás de um pequeno pilar do teto que fazia parte da construção da igreja.

Mas é só olhar para o outro lado que havia mais discos lhe esperando.

— MAMÃE-AÍAÍ-UI-PAPAAAI! – Eryk fica com a roupa toda picotada e machucado no chão. A Garota Borboleta se aproxima dele prestes a desferir o golpe final.

— Eu estava certa o tempo todo. Você não é grande coisa. – Falou a menina parando de frente do garoto atirado no chão.

— Então você é menor do que eu.

Retruca Eryk, com uma voz seca. A raiva da Garota Borboleta se elevou até o topo.

— COMO É!?

— Hehe... Eu achei que você fosse uma heroína. Nossa heroína. Mas não... Pelo visto, é só mais uma super-vilã traíra.

Eryk recebe um chute dela pela ofensa. O garoto fica de barriga pra cima todo esmolambado.

— EU... Eu queria ser uma heroína! Mas não deu! Eu... Não posso trair quem me criou. – Se justificou, tentando conter suas lagrimas prestes a tomar seu rosto.

— E o mundo? Trair o mundo você pode? – Pergunta Eryk tentando se manter de pé. A Borboleta saca uma adaga de duas pontas com um cabo rosa de sua manga com medo dele.

— S-se afaste de mim! – Ameaçou, apontando a adaga rosa na direção do garoto.

— As pessoas que você salvou. As pessoas que acreditavam em você. As mesmas que achavam que o mundo tinha esperança. VOCÊ NÃO SE IMPORTA DE TRAIR ELAS?!

— NÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

A reação de ambos foi muito rápida. Eryk tenta canalizar a energia de sua luz como faz para atirar com o estilingue da mesma forma que usa para invocar o mesmo de luz na sua mão direita, enquanto a Garota Borboleta usa a adaga para atacá-lo, criando um clarão de luz que domina o telhado inteiro.

A Borboleta é arremessada para trás, mas sem sair do telhado da igreja. Alguns objetos de sua posse caíram no chão junto com ela.

A Adaga.

Algumas armas...

E a sua mascara.

Seus cabelos e a capa impediam sua visão ao se levantar. Mas no momento em ela fica de pé, e encara Eryk com um olhar serrado de raiva, mesmo com um pouco de iluminação que tinha, Eryk reconheceu a pessoa por debaixo da mascara horrorizado.

— Isa?

Continua...


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Notas finais do capítulo

É... então... o que acharam do capítulo? Ficou bom ou avacalhado? E em relação a Garota Borboleta? O que acharam? Algum erro e essas coisas, é só comentar, falou?

Muito obrigado por terem lido até aqui!

No próximo capítulo, será focado na Luane contra a Mega-Musa, e a continuação da situação atual entre Eryk e Isa.

E ficamos por aqui! Fiquem com Deus e Até a Próxima!