Nossa Hogwarts, Nosso Mundo escrita por Giullia Lepiane


Capítulo 6
Expresso de Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá!
Pessoal, eu ia fazer um capítulo apenas de trem, mas acontece que são muitos personagens, e o capítulo ia ficar muito grande se eu colocasse todos. Assim, pus apenas dezenove deles, e os outros treze vão aparecer no próximo, que vai mostrar o trem (mas diferentemente deste, que é o começo da viagem, o outro mostrará o final) e a viagem de barco até o colégio. Está tudo bem para vocês?
Esse capítulo é dedicado à minha xará Giuliah, que está fazendo fanarts (lindas, por sinal) dos personagens dessa fic. Estou apenas esperando ela terminar para mostrá-las para vocês! Tenho certeza de que vão adorar tanto quanto eu.
Por ora, espero que gostem do capítulo XD



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– Não existe Plataforma 9 ¾. Apenas a 9 e a 10. – Declarou o Sr. Rosso, quando ele, a esposa e o filho Dante chegaram à Estação King’s Cross.

O garoto mordeu o lábio inferior, olhando para o espaço entre as duas plataformas em que a 9 ¾ deveria ficar, como se ela pudesse se materializar diante de seus olhos se estivesse concentrado. Não aconteceu.

– Dante, você leu todos aqueles livros bruxos. Nenhum deles dizia onde ficava a plataforma? – Perguntou a Sra. Rosso, parecendo aflita. Dante balançou a cabeça.

Mas embora nenhum livro comprado por ele no Beco Diagonal ensinasse a chegar à plataforma, as muitas fotos que tinham em alguns deles tinham lhe mostrado como bruxos costumavam se vestir, de modo que ele reconheceu que uma família que se aproximava do lugar onde eles estavam naquele momento era bruxa.

Era um casal, com um menino da idade de Dante e duas meninas menores. Ele resolveu esperar para ver o que faziam, e assistiu-os passarem reto pelos Rosso e irem até uma coluna entre as plataformas 9 e 10.

– Alec – disse a mulher, olhando para o filho. Os pais de Dante nunca tinham falado com ele com a voz fria que ela usava. –, você atravessa primeiro.

O menino, Alec, assentiu, antes de correr em direção à coluna e simplesmente desaparecer. Dante arregalou os olhos, sem entender o que tinha acabado de acontecer. Não tinha jeito – teria de perguntar. Ele andou até o casal e as meninas, acompanhado pelos pais.

– Com licença – falou –, vocês poderiam me informar como eu faço para entrar na Plataforma 9 ¾?

Os quatro olharam para ele, quase com nojo estampado no rosto. A menina mais nova murmurou “sangue-ruim” para a mais velha, e o homem puxou as duas para trás como se Dante tivesse alguma doença contagiosa. Então, a família se afastou, como se se recusassem a entrar na plataforma enquanto ele estivesse lá.

– “Sangue-ruim”? Mas que raios... – Começou o Sr. Rosso, indignado, mas foi interrompido quando um menino de cabelos castanhos compridos foi até eles.

– Cara, você deu azar. – Disse ele à Dante, solidariamente. – Trouxas, não são? E falaram justamente com uma família de puros-sangues metidos à besta... Ah, aliás, sou Nicolas Cooper. Mestiço.

– Dante Rosso. – Falou Dante, sorrindo, aliviado por Nicolas ter aparecido. – Não sei passar para a plataforma.

– Entendo. Bem, a minha mãe e meus irmãos já devem estar chegando, vim correndo na frente. Vamos esperá-los, aí passamos juntos.

*********

No lado de dentro da Plataforma 9 ¾, os gêmeos Demyan e Rosemary Le’Leukën e os gêmeos Lorenzo e Morgana Albini, segurando suas respectivas malas, esperavam enquanto os seus pais conversavam.

– Fazia tempo que não nos víamos! – Ia dizendo a Sra. Albini.

– É bom que nossos filhos terão contato, agora. – Falou o Sr. Le’Leukën. – Afinal, todos irão para a Sonserina.

– Realmente. – Disse o Sr. Albini.

A Sra. Le’Leukën, então, olhou para as quatro crianças. Rosemary quase dava pulinhos de ansiedade por entrar no trem, e os outros três pareciam quase entediados. A mulher deu um sorriso quase imperceptível.

– São quase onze horas. Vão perder o trem, se não se apressarem. – Avisou. Os dois casais terminaram de se despedir dos filhos, e então os quatro entraram juntos no Expresso de Hogwarts, onde enfim se entreolharam, desconfiados.

– Nossos pais parecem que já se conheciam. – Disse Enzo. – Nós já nos vimos?

Rosemary balançou a cabeça e Demyan deu de ombros, gesto que foi repetido pelo outro garoto.

– É, eu já imaginava.

– Mas nos conhecemos agora! – Rosemary falou, sorrindo. – Papai tinha razão. Vamos ser da mesma casa, devíamos ser amigos!

– Tem razão, suponho nossos pais iriam gostar. – Morgana parecia quase entediada. Não tinha simpatizado com Rosemary, mesmo sem saber o porquê. – Vamos ficar no mesmo vagão.

– Que seja. – Falou Demyan, e os quatro foram procurar onde pudessem ficar.

*********

Atenna Grace fora uma das primeiras pessoas a entrar no Expresso de Hogwarts, e estava sozinha em um vagão. Ainda mal podia acreditar que estava livre do orfanato onde crescera – estava muito contente, e ao mesmo tempo, um pouco chateada ao ver, pela janela, todas as famílias se despedindo, enquanto ela não tinha nenhuma.

– Eeei, posso sentar aqui? – Disse uma menina loura que entrou no vagão naquele momento, tão subitamente que Atenna teve um sobressalto.

– Ah! Sim, claro. – Falou. – Sou Atenna Grace.

– Merody Hoddie. – Apresentou-se a loira, sentando-se em frente à ela. Atenna ergueu as sobrancelhas.

– Melody?

– Não, Merody, mesmo. Pode rir se quiser. – Merody sorriu.

Atenna realmente chegou a ter vontade de dar risada, mas não o fez, por achar que seria mal-educado. Ia abrir a boca para responder alguma coisa, quando uma risada de deboche vinda da porta a fez parar. Elas olharam para a menina que estava parada lá – não sabiam, mas se tratava de Adelie McGloven.

– “Merody”? Seus pais estavam inspirados, não? Tinha de ser coisa de trouxa.

– Sou mestiça. – Retrucou Merody, sem nem piscar. Adelie, todavia, irritou Atenna.

– Não julgue as pessoas sem nem conhecê-las! – Disse.

Não julgue as pessoas sem nem conhecê-las. – Adelie retrucou, com voz de falsete.

Naquele momento, a outra porta do vagão se abriu. Uma outra garota, que olhou para Atenna e Merody.

– Escutei a conversa. – Falou. – Deixem-na aí. Por que não vêm se sentar no meu vagão?

Elas aceitaram e, deixando Adelie para trás (ela se sentou no lugar onde antes estivera Atenna, satisfeita por ter o vagão para si), foram com a outra garota até um vagão onde estavam uma menina loura e outra ruiva.

– Sou Amy Smith. – Apresentou-se a garota que as trouxera. – Essas daí são Charlotte Solar e Anne Jones.

– Oi! – Charlotte e Anne disseram, em uníssono. Atenna sorriu e acenou, mas Merody pareceu chateada.

– Por que eu tenho de ser a única daqui cujo nome não tem a letra “A”?

*********

Olivia Chapman entrara no Expresso de Hogwarts junto de seus três irmãos mais velhos, Octavio, Oliver e Oscar, mas se separara deles logo em seguida, quando eles foram ficar com os amigos em outros vagões. Um tanto desorientada, ela andou um pouco, procurando onde houvesse um vagão com alunos do primeiro ano com quem pudesse se sentar.

Não demorou até encontrar um com dois garotos que conversavam, pararam para olhar para ela quando entrou.

– Bom dia. – Cumprimentou Olivia, indo se sentar com eles sem nada perguntar antes, já que o vagão não lhes pertencia. Eles não pareceram se importar.

– Ótimo dia. Estamos indo para Hogwarts! – Disse um deles.

– Finalmente estamos. – Concordou o outro. – Sou Nicolas Cooper, e este daqui é Dante Rosso.

– Olivia Chapman. – Ela sorriu.

Ela, Nicolas e Dante conversaram um pouco, e Olivia achou que eram meninos legais. Já estava à vontade quando a porta do vagão se abiu, revelando um garoto ruivo que Olivia já conhecia.

– Alec! Oi.

– Olá, Olivia! – Ele lhe sorriu. Dante e Nicolas pareceram chocados.

– Vocês se conhecem?! – Perguntou Nicolas.

– Claro. A maioria das famílias de sangue-puro se conhece. – Respondeu ela.

– Tudo bem, mas... ele?

– Qual seu problema comigo? – Perguntou Alec Wings. – Nem conheço você.

– Ah, não, mas o Dante conhece seus pais. Muito simpáticos, eles, não?

– Cooper... – Olivia começou a falar, sem tirar os olhos de Alec, alarmada. Porém, Nicolas não parou:

– Típica família da Sonserina, a sua, suponho?

– Típica família de idiotas, a sua? – Alec retrucou.

– Chega! – Exclamou Olivia.

– Chega mesmo. – Falou Alec, virando-se e saindo. Olivia pareceu frustrada.

– Conheço Alec desde pequena. Não sei o que os pais dele fizeram do Rosso, mas ele não é igual aos pais!

– Nessas família tradicionais, todos são iguais. – Nicolas falou, decidido.

*********

Ken Drakon encontrara um vagão vazio para ficar, sentara-se e ninguém depois disso apareceu perguntando se poderia dividir o vagão com ele. Ele não se incomodaria de ter alguma companhia, é claro – mas estar só naquele momento também lhe era oportuno, porque lhe permitiu abrir sua mala e dar uma olhada no que tinha dentro dela por um momento.

– Acalme-se, Draig. – Sussurrou com urgência para sua mala, antes de fechá-la novamente. Ela sacudiu-se, o dragão encolhido de Ken tentando se livrar, e o garoto embranqueceu. Ele não podia estar levando Draig. O que aconteceria se alguém abrisse a porta, visse aquilo e resolvesse conferir o conteúdo da mala dele? – Por favor. Se nos descobrirem, vou ser expulso antes mesmo de chegar à escola!

Draig parou, e Ken respirou fundo. Já estava começando a se perguntar se tinha realmente sido uma boa ideia fazer aquilo

*********

– Ei, Anne. – Disse Charlotte Solar à Anne Jones, no vagão em que elas estavam com Amy, Atenna e Merody. – Eu queria saber uma coisa... Acho que já li seu sobrenome em algum livro bruxo.

– “Jones” não parece um nome muito difícil de ser achado em qualquer lugar. – Amy interrompeu, divertida.

– Fique quieta. – Charlotte disse, embora tenha sorrido. – Bem, você tem algum parente metamorfomago? Acho que foi algo do tipo que li...

– Metamorfo o quê? – Merody perguntou, confusa.

– Metamorfomagos são bruxos que tem a habilidade de mudarem a própria aparência sem usar magia. – Explicou Anne, antes de se dirigir à Charlotte: - E sim, minha mãe é uma. E eu sou quase.

– Dá para ser quase metamorfomago? – Foi a vez de Atenna perguntar.

– Bem. Eu achava que não era uma, sabe como é. Até que, no meu aniversário de dez anos...

– O quê? – As outras fizeram, em uníssono.

– Eu tropecei e caí em cima de um garoto na minha festa. Aí, meus cabelos ficaram muito vermelhos, na frente de vários trouxas! – Anne puxou uma mecha dos cabelos louros e a olhou com uma desconfiança forçada. As outras riram.

*********

– Quando a Joanne vai parar de acenar para nós? Meu braço já está doendo. – Perguntou Elliot Geoffrey ao seu irmão gêmeo Augustus, enquanto da janela do vagão do trem em que estavam, acenavam de volta para a irmã de dois anos deles, no colo da mãe.

– Eu vou sentir saudades dela. – Disse Augustus, sem responder a pergunta.

– Eu também vou. Mas vou acabar tendo de sentir saudades do meu braço, se não parar.

– Tudo bem, tudo bem. Acho que se nós pararmos, ela para.

Dito aquilo, os dois meninos pararam simultaneamente a atividade e se endireitaram em seus bancos, onde estiveram sentados sobre os joelhos para ficarem mais altos.

– Augustus, me lembre de acenar bastante para ela daqui há nove anos, quando ela entrar em Hogwarts. – Falou Elliot, massageando o braço, mas já voltando a olhar para a janela com um sorriso no rosto. Os gêmeos gostavam muito da irmã mais nova.

– Quer que eu lembre de algo para você por nove anos? Acho melhor você anotar.

– Que egoísmo. – Ele provocou, e ganhou um leve soco no braço dolorido. Levantou a perna como se fosse dar um chute de brincadeira em Augustus, e nesse momento a porta se abriu para uma menina morena. A cena congelou por um segundo, então Elliot e Augustus disfarçaram a situação e a garota, Elizabeth Anderson, pareceu desconfortável.

– Não estou atrapalhando qualquer coisa, não é?

– Não. – Responderam eles.

– Ah. Eu ia perguntar se poderia sentar aqui, mas vocês já estão aqui, então vão procurar outro lugar. – Elizabeth falou, se virando e deixando o vagão.

– Ela quer um vagão só para ela? – Perguntou Augustus.

– Boa sorte para ela. O trem já está para sair, todos os vagões já devem estar ocupados... – A porta se abriu de novo. Elliot já ia perguntar “voltou?”, supondo ser Elizabeth, mas era um garoto daquela vez.

– Posso sentar aqui com vocês? – Ele indagou, e os gêmeos assentiram.

– Qual é o seu nome? – Disse Augustus.

– Sou Andrew Skyful. E vocês?

– Sou Augustus Geoffrey. E este é o meu irmão...

– ... Elliot. Também conhecido como o gêmeo mais bonito.

– Na Elliotlândia, talvez. – Augustus retrucou.

– Tudo é mais legal na Elliotlândia.

*********

– Que horas será que a mulher que vende doces vai passar? – Perguntou Rosemary Le’Leukën, assim que o trem começou a andar. Ela estava sentada ao lado de seu irmão gêmeo Demyan, e os gêmeos Albini estavam sentados no banco em frente ao deles.

– Doces? Acabamos de deixar a plataforma. – Disse Morgana, soando um tanto distraída, olhando pela janela.

– Sempre é hora para doces! – Disse Rosemary.

– Eu concordo. – Falou Demyan, cruzando os braços e fechando os olhos como se fosse dormir. Rosemary não entendia como ele conseguia; sua vontade era começar a dançar pelo vagão, tão animada que estava por causa de estar indo para Hogwarts.

– Papai e mamãe deram o ouro para comprarmos comida para você? – Perguntou Lorenzo para a gêmea, que assentiu, tirando um saquinho do bolso. O garoto ergueu as sobrancelhas. – Pouco.

– Eles nos mandam mais quando precisarmos, oras.

Os Albini começaram a conversar entre eles, e Rosemary ficou sorrindo e prestando atenção para não ficar excluída. Desejava que Demyan não fosse tão reservado e tentasse participar, mas ele continuava fingindo estar dormindo.

Ela estava tentando fazer amizade, mas os outros definitivamente não estavam colaborando. Esperava ter um pouquinho mais de sorte, quando fosse da Sonserina e falasse com os outros alunos...


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!