Avelãs. escrita por niiizu


Capítulo 4
Capítulo 4




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Era o dia do casamento! Anna estava eufórica, cantando e dançando pelos corredores. Ela acordou um pouco tarde, é verdade, mas só porque havia demorado horas pra dormir, com tanta ansiedade que sentia. Kristoff estava na sua casa, um lugar pequeno e simples na cidade que havia arranjada para ele e Sven. Anna havia decidido não vê-lo até a hora da cerimônia, mas estava aflita e realmente queria seu noivo por perto para acalmá-la. Sua irmã e as damas visitantes a acalmavam enquanto as empregadas a preparavam para o grande momento. Elsa também dava ordens finais aos empregados e ia de hora em hora até o local da cerimônia e do baile verificar o andamento das coisas.

–Elsa! Achei que estivesse ajudando Anna.

–Hans, Hugo, bom dia! Eu estou o dia inteiro de lá pra cá, acalmando Anna e verificando os detalhes da festa.

–Mas tudo parece pronto, está perfeito!

–Obrigada, eu sei que está pronto, mas fico tão aflita! Nós nunca damos bailes, é muita coisa para se pensar. E o padre nem chegou ainda, ele ia trazer os artefatos da igreja! E os músicos!

–Elsa.

–Quê?

–Acalme-se. Você está começando a descontrolar os poderes. – e apontou para a mão dela, que começava a ficar coberta com alguns flocos de neve.

–Ah, droga! Não isso agora! – Hans pôs as mãos sobre os seus ombros. Ela se assustou com o gesto repentino já que o rapaz ainda tinha muito cuidado ao interagir com ela, mas não protestou.

–Respire fundo. Não vai acontecer nada com os seus poderes, Anna vai estar lá, lembra?

–É! Ela é uma das pessoas mais importantes, não vai faltar. – comentou Hugo, se sentindo meio deixado de lado pelo irmão. Ele não ficou muito tempo com os dois depois que Elsa fechou os olhos e respirou fundo várias vezes.

–Obrigada. Eu estava pensando em como Anna vai me deixar aqui sozinha, na viagem de lua de mel dela e tudo, e esqueci que não estou mais sozinha no castelo.

–Não há de quê – sorriu – Posso ficar aqui e te acalmar enquanto você quiser.

Elsa sorriu também. Sua expressão estava mais leve e ela enrubesceu sem perceber ao olhar nos olhos do rapaz, mas o momento foi quebrado quando um empregado gritou:

–O padre!

–Ah! Ainda bem! Com licença, Hans. – Elsa foi correndo até os portões, onde o padre entrava com alguns coroinhas.

A cerimônia havia sido linda! Anna e Kristoff eram o casal perfeito, com seus sorrisos ansiosos e dança atrapalhada. O salão de baile estava muito mais cheio de gente, já que as irmãs haviam feito mais amigos desde a coroação de Elsa. Olaf era um show à parte, sempre gerava espanto nos convidados até começar a soltar abobrinhas e se atrapalhar com sua nevasca, nariz e corpo.

Elsa foi convidada para dançar tantas vezes que agradeceu muito as aulas de dança que Catherine havia lhe fornecido por várias semanas antes do grande dia. Suas danças preferidas eram com as pessoas mais próximas a ela, como com os visitantes das Ilhas do Sul, Kristoff, Olaf e até Anna, que lhe pediu com antecedência tantas vezes e tão fervorosamente que Elsa acabou cedendo. Com Hans principalmente ela dançou várias vezes. Mesmo que estivesse cansada, se ele lhe pedisse, ela ia com um sorriso. Hans dançava muito bem e a conduzia de um jeito que a fazia sentir como se eles tivessem treinado por horas. Talvez Catherine a fizesse sentir assim também, mas não chegou a testar.

Os convidados foram diminuindo até acabarem. Kristoff dormiu no quarto de Anna, mas ambos só saíram do salão quando todos também já haviam saído. Exceto Elsa e Hans, que pegaram um punhado de bombons trufados e vinho e foram ao jardim.

–Mas o que aquele conde estava pensando quando puxou minha irmã pra dançar? Parecia o Duque de Weaseltown na minha coroação! Ridículo!

–Sim, especialmente os passos de tango! – ambos gargalharam muito.

–Anna deve ter algum tipo de carma pra cumprir com esses homens. É um milagre que Kristoff também não seja assim.

–Quem sabe? Nós nunca o vimos dançar bêbado. – gargalharam de novo, imaginando os passos estranhos que Kristoff faria bêbado.

Hans e Kristoff haviam criado uma relação saudável, afinal, se Anna o havia perdoado nada mais poderia se feito. Kristoff realmente sabia ser engraçado durante o jantar, contando das quedas no gelo que seus companheiros de profissão sofriam.

–Nós voltamos pra casa amanhã.

–Eu sei, as garotas me disseram. É uma pena, queria que vocês ficassem para me fazer companhia enquanto Anna viaja.

–Ela vai semana que vem né? – Elsa confirmou com a cabeça.

–Você poderia ficar um tempo conosco também. Comer umas ostras, passar horas tentando decorar o nome de todos os meus irmãos, - Elsa riu – dançar.

–Ah, isso é verdade! Eu não sabia que você dançava tão bem, príncipe Hans. – disse com seu olhar sedutor. Hans quase não aguentava quando ela fazia isso - Deve ser o queridinho das donzelas das Ilhas do Sul.

–E eu achava que você não dançava.

–Mas não danço! – riram – Catherine me deu algumas aulas. Anna queria tanto me fazer dançar com ela no casamento, e a rainha não poderia ficar no meio de um salão sem saber o básico.

–Bom, acho que descobrimos uma boa professora então.

–Ou um cavalheiro bom em conduzir damas – Elsa fez uma expressão tão sedutora que ele jurou que ela estava com segundas intenções, mas se freou a tempo. Deu uma mordida num bombom.

–Do que esse é?

–Avelã, eu acho. – disse com a boca um pouco cheia.

–Como acha? Avelã tem um gosto incrível, inconfundível, maravilhoso...

–Eu já entendi que você quer o bombom. Pode ficar. - Hans brincou, mas estendeu o bombom mesmo assim.

–Não! Eu...

–Então eu vou comer tudo sem saber direito do que é. É isso?

–Mas são avelãs...

–E se forem castanhas? Morango? Vai ficar com a agonia da dúvida?

–Mas... Mas...

–Elsa, se você não pegar esse bombom eu juro que o dou na sua boca.

–Ah, é? – sorriu desafiadora. – Pode dar. – Ela disse, mas não abriu a boca pra esperar. Será que estava esperando que ele a forçasse a abrir a boca e enfiasse o bombom lá dentro? Ou será que... Não, não podia ser.

Elsa deu um gole do seu vinho e continuou a olhá-lo de uma forma que ele não sabia se era desafiadora ou sedutora. Aquelas sobrancelhas arqueadas misteriosas... Hans largou o bombom sobre o tecido que ambos estavam sentados em cima da grama e não se deixou mais esperar, preferia estar errado e apanhar a ficar na dúvida.

Ele se aproximou lentamente, olhando nos olhos dela, hipnotizado por aquelas íris e pelo crescente avermelhado nas bochechas dela. Em poucos centímetros de distância ele parou e observou os lábios rosados dela enquanto esperava algo que o encorajasse a continuar, qualquer sinal. Hans estava se segurando muito, mas ao mesmo tempo apreciava o momento de doce tortura, tocando de leve o queixo dela, tratando-a como uma joia delicada e preciosa. Quando se olharam nos olhos novamente, ele soube que poderia continuar. Não porque ela havia dado algum sinal, mas porque parecia tão mergulhada naquela atmosfera quanto ele, e era impossível que não quisesse aquilo.

Beijaram-se. Quando os lábios se tocaram a delicadeza foi embora, e um abraço forte e desesperado tomou conta dos dois. Hans esperava por aquilo há tanto tempo que ele não sabia dizer quando a espera saiu do inconsciente do rapaz e se tornou uma coisa palpável. Elsa não tinha tanta noção dos seus sentimentos, mas quando a oportunidade apareceu, ela a aproveitou de uma forma que não se sabia capaz. Era algo que eles não tinham ideia da profundidade até acontecer. Era mágico porque os poderes de Elsa não se descontrolaram mesmo com o seu coração a mil e sua noção de espaço perdida há muito tempo. Era natural e incrível.


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Notas finais do capítulo

Esse é o último capítulo que escrevi. Não percam as esperanças, um dia eu termino a história até onde desejo! Até lá, espero que tenham gostado. Reviews são amor