Avelãs. escrita por niiizu


Capítulo 2
Capítulo 2




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No mês seguinte um barco com Hans e sua família atracou no porto de Arendelle. Nele estavam, além do príncipe, o rei Harald, a rainha Monika, o príncipe Hugo, o príncipe Helge e sua esposa, a princesa Catherine. Anna e Elsa receberam os convidados muito animadas, especialmente Anna, que adorava ver rostos novos no castelo. A rainha Monika, mesmo sendo muito mais velha do que as meninas, fez amizade com Anna num instante e logo as duas estavam andando de braços dados até o castelo, enquanto a visitante elogiava – verdadeiramente – a tudo e a todos.

Elsa andava mais atrás, conversando cordialmente com o Rei Harald. Hans se aproximou silenciosamente e Herald pausou o que estava falando para forçar Hans a conversar com a rainha. O rapaz estava bem mais tímido, pensativo e quieto do que quando Elsa o conheceu.

–Com licença, Vossa Majestade. E-eu gostaria de falar com a senhora e a sua irmã... Quando for possível.

Elsa se admirou com a rapidez do rapaz em tocar no assunto. Ela sinceramente achou que ele voltaria o mesmo idiota arrogante e mentiroso que ela mandou de volta naquele navio, mas provavelmente os anos lhe fizeram bem, em muitos aspectos. Ela pegou leve com ele, mesmo que seu desejo não fosse realmente esse.

–Não se preocupe com isso agora. Você e sua família vão se acomodar nos seus quartos e jantaremos juntos, depois pensamos no assunto.

–Tudo bem. Obrigado. – ele criou um pouco de confiança. Ele sabia que Elsa não queria tê-lo tratado de forma tão cordial, já que a irmã mais velha parecia ser mais rancorosa (Anna nem havia notado a sua presença), mas já que ela estava cedendo, não custava ceder um pouco também. Por muito tempo Hans se torturou com as coisas que havia feito às irmãs, morrendo de arrependimento e vergonha, de modo que era bom descobrir que talvez Elsa e Anna não estivessem tão chateadas com ele quanto ele estava consigo mesmo.

–Sim, Vossa Majestade, muito obrigado por nos acolher. Criamos uma dívida cada vez maior com Arendelle. – Disse o Rei. Harald era um homem por volta dos quarenta anos, muito menos extrovertido do que sua esposa, mas bem menos egoísta do que era antes de criar laços com seus irmãos. De alguma forma ele agradecia a Hans por ter feito tudo o que fez com a realeza de Arendelle.

–Ah, por favor, não e tratem assim, já bastam os criados. Podem me chamar de Elsa, todos vocês.

–Então, muito obrigado, Elsa.

Chegou a hora do jantar. A sala de jantar era muito mais utilizada do que antes, visto que agora Elsa não comia trancada no seu quarto, mas nessa noite a mesa estava especialmente cheia. Anna havia pedido às cozinheiras que fizessem todas as comidas preferidas dela e de Elsa, já que ela não sabia o gosto dos visitantes. Aparentemente ela havia acertado, pois todos comiam com o máximo de avidez que uma família real no palácio alheio pode comer. O Rei Harald contava os acontecimentos mais recentes da família.

–Meu pai morreu pouco antes de Hans sair de casa e eu fui coroado. Nós sempre fomos uma família desunida, eu sabia vagamente o nome dos meus irmãos mais novos e mal falava com eles. Confesso que era muito egoísta e tinha medo que um deles me sabotasse para que não chegasse ao trono. Quando Hans voltou de Arendelle eu percebi o erro que havíamos cometido, eu, meus pais e irmãos mais próximos. Os garotos precisavam de figuras os aconselhassem, precisavam de irmãos mais velhos. É incrível como, com todas as coisas que Hugo aprontou durante a infância, eu não havia percebido isso antes, mas enfim. Antes tarde do que nunca.

Toda a família de Hans era ruiva, branquíssima e com os queixos grandes iguais. Harald já tinha algumas rugas e muitos cabelos brancos; Hugo era o segundo mais novo e havia sido bem travesso na infância (os dois eram bem próximos, apesar de Hugo não compartilhar do gênio de Hans), usava o cabelo comprido num rabo de cavalo baixo atualmente; Helge era quieto e muito inteligente, era o sétimo mais velho. Das esposas, Monika tinha os cabelos muito pretos e a pele mais morena, e Catherine era uma moça delicada, loira de olhos verdes e tão inteligente quanto o marido.

–Resolvemos nos unir. Coloquei todos os meus irmãos em cargos importantes, dividi o reinado com todos eles, exceto Hans, claro. Henrik, o segundo mais velho de todos, fica com o trono na minha ausência. Há quatro anos, Holger e Herman morreram numa tempestade no mar, quando viajavam pelo reino. Foi uma época muito difícil, eu cogitei trazer Hans de volta ao castelo para ficarmos todos unidos, mas ele não quis. Não sei se estava com rancor ou vergonha de voltar.

Todos olharam para Hans - discretamente ou não - enquanto ele bebia um gole do seu vinho, com certeza com vergonha naquele momento.

Catherine, que havia resistido muito a ver a reação de Hans, decidiu quebrar o silêncio da mesa.

–Princesa Anna, seu noivo não jantará conosco?

–Ahn? Ah, claro, mas só a partir de amanhã, Kristoff está nas montanhas trabalhando agora. Amanhã ele com certeza virá! – sorriu um pouco envergonhada por ser pega olhando descaradamente para Hans, pensando no que Harald havia dito.

–Que maravilha! Como vocês se conheceram?

–Foi quando Elsa fugiu, com toda aquela bagunça, ele me ajudou o tempo todo. Quando ele não estava por perto eu sempre ficava em maus lençóis, haha. – Hans claramente lembrou que Kristoff não estava no palácio quando Anna chegou, assim como não estava por perto quando ela congelou e quase morreu. Sinceramente ele mal se lembrava do rosto dele, só sabia que era um cara grande e cheio de neve nas roupas. Mas ambos provavelmente começaram a se gostar, para se casarem depois de sete anos. – Elsa o transformou no fornecedor de gelo oficial de Arendelle e depois disso ele só cresceu: contratou funcionários, abriu um escritório na cidade. Mas não fica muito lá, ele gosta mesmo é de se congelar, fica nas montanhas supervisionando os empregados.

–Anna ficou tão traumatizada depois que tentou se casar com um cara que havia acabado de conhecer, que ela ficou esperando sete anos pra ter certeza! – riu Elsa. Hans não soube o que pensar quando ela disse isso, então ficou quieto comendo.

–Elsa! É mentira, você sabe muito bem que Kristoff demorou dois anos pra se declarar!

–Sim, e dois anos pra noivar, e três pra casar. Cheguei a achar que ele estava em dúvida.

–Elsa, eles vão pensar que é verdade, sua chata! Ela está brincando, viu? – Anna olhou desesperada para Catherine, que estava um pouco surpresa com a situação e com as brincadeiras da rainha, que parecia muito séria há cinco minutos. Ela só acenou que sim com a cabeça. – Kristoff fica muito ocupado com os negócios, e viaja muito, nós nem temos tanta oportunidade de nos vermos!

–Você vai viajar com ele depois do casamento? – perguntou Monika, que estava bem entretida com toda aquela cena.

–Eu não! Ele que fique por aqui se quiser me ver – disse fazendo beicinho. Todos riram ou pelo menos esboçaram um sorriso com a expressão infantil da princesa.


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