Era uma bela manhã de Domingo, o sol iluminava todo o jardim, fazendo com que as folhas ganhassem uma nova e bela tonalidade verdejante, combinando com o céu azul sem nuvens.

O vento fazia os galhos farfalharem, fazendo uma sinfonia suave e natural juntamente com as cigarras e o canto dos pássaros, somados com os mensageiros do vento espalhados pela casa, coisas que poucas pessoas apreciam.

Enfim, imagine o dia perfeito, e esse será igual a esse adorável domingo em Konoha, especialmente no Complexo Uchiha, onde a paz reinava como nunca. No quarto do casal Uchiha, o silencio era total.

Na cama levemente desarrumada, dormia Sakura, que estava aninhada contra o corpo do marido de forma quase humanamente impossível e engraçada, quase como um bicho preguiça.

As pernas de ambos estavam entrelaçadas e nem me pergunte onde estão os braços da rosada, por que nem estão visíveis debaixo da leve coberta que usavam. Sua cabeça estava depositada no peitoral desnudo do marido e ele não parecia reclamar disso, já que estava em um sono tão profundo quanto o da Uchiha.

Sasuke dormia com a expressão suave, e felizmente, não roncava, o que o tornava (como vimos anteriormente) o travesseiro preferido de sua esposa. Bem, acho que agora é bom começar a introduzir você, caro leitor, nos últimos acontecimentos do clã Uchiha.

O casamento acontecera há dois anos, mas o casal continuava tão apaixonado e cativado um pelo outro como se fossem eternos namoradinhos, como se eles se apaixonassem um pelo outro a cada dia, e eu sinceramente não duvido disso.

Não houve grandes mudanças na vida de ambos, já que Sakura continuava a trabalhar no hospital e Sasuke entrara na ANBU, fato que foi tão comemorado e motivo de orgulho mais para a rosada do que para o próprio.

A única mudança que aconteceu foi a presença de uma nova integrante para o clã, o inicio do renascimento. Mais uma mulher eufórica e energética para a vida do quieto Sasuke...

De súbito, Miku adentrou no quarto de repente, sem se importar com o barulho que fazia, na verdade, o motivo era mesmo fazer barulho, o que queria mesmo era acordar seus pais.

A menininha de sete anos ainda usava pijama e tinha o cabelo tão desarrumado que mais parecia um ninho de pássaros, mas o brilho em seus olhos era empolgante e um sorriso banguela iluminava seu rosto quase tanto quanto o Sol lá fora.

Mas logo seu belo sorriso murchou ao ver que seus pais nem acordaram com o barulho que havia feito.Sakura apenas se moveu para o lado, desgrudando do moreno enquanto o mesmo murmurou algumas palavras incoerentes para logo depois ranger os dentes em um bruxismo leve.

A criança ficou frustrada, mas não desistiu e andou para trás, chegando até a sair do quarto, para logo depois pegar o impulso necessário para correr e saltar artística e infantilmente na cama dos pais, fazendo até com que o móvel rangesse.

Os adultos acordaram sobressaltados, assustados por serem acordados tão de repente. A Uchiha quase caiu da cama e o Uchiha quase morreu sem ar por que, ele também era o travesseiro favorito da garotinha.

—Mamãe, Papai, acordem!—Exclamou a voz infantil, brincando com as bochechas do pai, fazendo com que ele fizesse caretas engraçadas.—O Sol já nasceu!—Gritou descendo do tórax do homem, pousando no chão, com os pequeninos pés descalços.

—Para que você está tão empolgada?—Perguntou a mulher, não contendo um bocejo.

A garotinha não se importou da mãe ter esquecido o tão glorioso seria aquele dia, na verdade, até gostou, por que assim, ela poderia falar novamente aquilo que lhe dava tanto orgulho.

—Hoje, o papai falou que vai fazer a minha matricula na Academia ninja!—Respondeu Miku, estufando o peito, falando toda cheia de pompa.

—Lembra-se das regras?—Perguntou Sasuke, já sentado na cama, mas não menos sonolento.

—Que regras?—Sussurrou Sakura, mas sua fala foi ignorada pelo moreno com um aceno de mão ao ver que a garotinha endireitou a postura para falar aquilo que havia decorado com o pai na noite passada:

—As regras do papai são: não falar com meninos, não andar com meninos e não treinar com meninos.

A rosada ouviu aquilo com um misto de surpresa e perplexidade, já o Uchiha sorriu, orgulhoso das falas da criança.

—Não acredito que você ensinou uma coisa dessas para ela! Que regras ridículas!—Ralhou a mulher, mas novamente, sua fala foi ignorada pelo entusiasmo do homem, que indagou para a filha:

—E se algum menino te encher o saco?

—Eu dou um chute entre as pernas!—Exclamou Miku, chutando o ar com entusiasmo, encenando como faria.

Sasuke levantou da cama com um pulo, pegando a menina no colo e brincando com a mesma que ria, enquanto ele dizia:

—Essa é a minha garota!

Sakura ficou ali, sentada na cama, observando aquela bela cena de pai e filha, e por mais que achasse a atitude do moreno, no mínimo, exagerada ao dar essas “regrinhas” para uma criança de sete anos, a rosada não queria acabar com aquela felicidade dos dois e acabou se entregando a isso também, se rendendo ao riso descontrolado.

Antes que você comece a fazer os cálculos e estranhar o fato de Miku ser filha deles e ter sete anos sendo que casamento tem somente dois anos, eu vou explicar. A menina fora adotada no ano passado, era uma órfã que vivera por um tempo no hospital em que a Uchiha trabalhava e o casal acabou se afeiçoando para com aquela pequena criaturinha inocente e radiante de alegria que só fez bem ao entrar na família.

Além de que, fisicamente, a garotinha realmente parecia ser uma Uchiha, tanto pelos cabelos e olhos negros como a noite, juntamente com a pele branca como leite. Nos primeiros dias, a Miku era tímida e introspectiva, pois por mais que gostasse de ter sido adotada e por mais que amasse o casal, a mudança a fez ficar meio sem reação, e tudo o que ela fazia era acompanhada de uma educação exagerada, como se fosse uma visitante, desde para pedir um copo d’ água, até para se retirar para dormir.

E para chamá-los então? Para a frustração do casal, tardou meses até que a garotinha deixasse de chamá-los de “Sakura-san” e “Sasuke-san”, mas quando isso aconteceu, o casal quase morreu de felicidade e simplesmente adoraram serem chamados de “mamãe” e “papai” pela voizinha infantil e fofa da menina.

Bem, vocês devem estar curiosos sobre que fim deu o Itachi, na verdade, o “titio Itachi” segundo a Miku, é, nem ele conseguiu se manter firme diante da nova criança da casa e por mais frio e distantes que ele parecesse ser, a moreninha conseguiu penetrar fundo no coração do homem, o tornando assim, o melhor e mais coruja tio do mundo, causando ocasionalmente ciúmes e irritabilidade no patriarca, já que ele mais estragava a menina do que tudo.

Jun, sua noiva, passara a morar com ele no complexo Uchiha, tendo que dividir seu homem com a pequenina garotinha, o que de forma alguma, era algum incomodo. E como a mesma adora crianças, digamos que ambas se tornaram muito amigas, principalmente por que a tia sempre lhe dava doces quando se viam.

Bem, creio que agora, você, caro leitor, consegue sentir essa amabilidade e carinho que emanam desse lugar que um dia já teve marcas do sofrimento e ódio. Esse, é o renascimento do glorioso clã Uchiha, um renascimento ainda vai ter muito mais coisas boas do que ruins para se contar.