Falling For You escrita por Gii, CarolBeluzzo


Capítulo 36
My sweet feathers


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos e amados leitores!

Depois desse tempo todo sem postar, eu voltei. Até parece que eu, como leitora, não sei o que você estão passando. Postar um capitulo depois de meses faz você, no minimo, ficar brochada.

Você nem lembra mais o que estava acontecendo, já perdeu a linha de raciocínio da história e para completar, esta chatada porque a fic ficou em hiatus todo esse tempo!

Ok, eu sei, eu sei! ME DESCULPA, EU SOU MUITO MALVADA EU SEI!

Mas eu vou ajudar pelo menos um pouco a compensar isso. Vai aí um pequeno resumo do que aconteceu antes de chegarmos até aqui, sigam minha linha de pensamento, pode até ajudar a entender os próximos capítulos (que já estamos escrevendo, eu juro).

Claro que não é a maior coisa para compensar (escrever mais capítulos seria, obvio), mas já é de ajuda, né?

Resumo:
Helena é um anjo, que foi jogada do céu, denunciada por seu irmão Raziel, por burlar sua função de ceifadora e salvar vidas. Os Cullens a acham ao cair na terra, que a acolhem e inicia um relacionamento com Seth Clearwater. Há uma rixa brava entre ela e um grupo de garotas da sua escola, e sua nova amiga acaba morta ao ser atropelada. Raziel aparece para Lena e declara que quer ela morta. Em meio a tudo isso, Helena agora tem um novo problema: Sua ferida das costas piora sem motivo aparente.

Agora, com essa pequena retrospectiva, eu acho que podemos começar a leitura, certo?

hehe, boa leitura!



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Capítulo 35 — My sweet feathers.

— Nem pense em me manter longe daquele lugar, porque eu vou arrebentar sua cara se tentar isso, Edward. — Disse Seth assim que Edward parou em sua frente quando ele fez menção de atravessar a porta.

— E não estou brincando quando disse que você só vai atrapalhar. Deixe Carlisle ajudá-la. Todos já estão muito nervosos com essa situação… Prometo que você será o primeiro a entrar assim que ele liberar, mas Carlisle precisa de silêncio e calma para descobrir o que ela tem, Seth.

Apesar de válido, o argumento não convenceu o lobo. Seu peito agoniado não deixava ele pensar em outra coisa a não ser em Helena e ele precisava vê-la. Sentir que ela, mesmo de uma forma mínima, estava bem. E sempre, quando se tratava da segurança de Helena, Seth perdia o seu senso natural de compreensão.

Isso só significava que ele não desistiria tão fácil.

— Não vou fazer nenhum escândalo, eu vou ficar na minha! E também, não me importa quem vou atrapalhar, eu preciso ficar com ela. Ela precisa de mim. Se fosse Bella você iria querer estar ao lado dela também em um momento como esse!

Edward encarou o lobo para em seguida suspirar, passando a mão nos cabelos.

— Você sempre usa essa, já está perdendo a graça. — Murmurou para si mesmo, balançando a cabeça — Entre então. Mas não atrapalhe Carlisle ou eu venho aqui te arrastar pra fora da sala nem que seja pelos dentes.

Seth conseguiu sorrir minimamente, e agradeceu mentalmente a Edward antes de entrar na sala como um furacão.

Correu até Helena, que estava deitada de bruços enquanto Carlisle examinava suas costas. A sala iluminada como um consultório médico. Emmett estava parado ao lado de Alice, ambos ajudando o médico e sussurrando tão rapidamente que nem Seth conseguia entender direito.

O lobo se abaixou ao lado da maca, com o rosto bem próximo ao da menina. Ela estava assustada, Seth podia perceber isso de longe, mas, ainda assim, estava bem mais calma do que todos os outros na casa.

— Lena, amor. Como você está? Está sentindo dor?

— Um pouquinho. — Respondeu com a voz fraca. — Eu queria saber o que está acontecendo.

— Eu sei. Também não sei o que está acontecendo, mas você vai ficar bem, entendeu?

Helena assentiu. Queria poder saber como estava indo, mas ninguém lhe contava nada e ela estava ficando cada minuto mais frustrada. O cheiro de metal ficou mais presente na sala e Seth olhou para cima para ver o Doutor tirar mais uma gaze ensanguentada das costas da menina. O que estava acontecendo para a ferida ter, de um momento para o outro, se tornado tão feia assim?

Seth não teve coragem de perguntar, sabendo que Helena poderia ouvir e se assustar ao falar do sangue. Manteve-se acariciando seus cabelos, a confortando enquanto os três vampiros continuavam a conversar baixo entre si.

Depois do que pareceram horas, Carlisle finalmente se pronunciou.

— Acho que conseguimos conter o sangramento. — Disse com algo de diferente na voz — Desculpe Lena, mas você precisará se manter deitada assim.

— Você acha que conseguiu? — perguntou Seth — Isso me parece muito incerto para algo dito por você.

Helena estranhou o fato de Seth estar tão esquentado. Geralmente ele era tão gentil com todos. Carlisle pareceu não se abalar com o tom dele.

— Na última vez que examinamos as costas de Helena a sua ferida não estava cicatrizando, mas permanecia de certa forma saudável. Agora há algo saindo de dentro. Uma espécie de líquido prateado que faz com que a ferida piore. Eu nunca vi algo assim.

— Líquido? — A voz de Lena sai trêmula — Que tipo de líquido? Não estava saindo nada antes…

— Não sabemos dizer. Eu pensei que talvez você soubesse de algo…

— Nunca um anjo sobreviveu depois de retirarem suas asas.

Um grande silêncio se seguiu na sala, fazendo com que Seth estremecesse. Ele não gostava quando aquele assunto era tocado, tanto pela dor que a sua garota sentiu como por conta de como ela sempre parecia terrivelmente triste quando lembrava disso. Ele tentou mudar o rumo da conversa:

— Mas não tem nem pistas do que possa ser, Carlisle? Não parece com nada?

— Se eu tivesse que comparar, eu diria que é muito parecido com o veneno de vampiro — Se intrometeu Alice — A coloração é bem parecida e parece machucar a pele e piorar o ferimento das asas.

— Alice de certa forma tem razão, o líquido prateado brota do fundo do ferimento e faz com que tudo que ele toque imediatamente reaja adversamente. É como se piorasse a ferida, impossibilitando qualquer progresso que tínhamos feito até agora.

— Você quer dizer que eu estou produzindo um veneno que me machuca? Mas por que?!

— Não podemos dizer que é um veneno. — Interrompeu Emmett — Quando eu toquei não fez nada.

— Realmente, o líquido não reagiu conosco como aconteceu com você.

Seth franziu o cenho.

— Talvez por que vocês sejam vampiros?

Carlisle deu de ombros.

— Pode ser que sim. O fato de sermos muito diferentes de Helena não abre muitas possibilidades para especulação com testes em nós mesmos.

Imediatamente Seth se pôs de pé, batendo a sujeira inexistente da bermuda.

— Não seja por isso. Deixe que eu mexa um pouco com esse negócio, vamos ver se ele irá me atacar também.

— Seth! — Chamou Helena desesperada — Você não pode fazer isso! E se isso machucar você?! Pior, e se ele machucar você mais do que em mim? Não vou deixar que se coloque em risco só por minha causa.

O lobo sorriu de lado, balançando a cabeça.

— Lena, quando você vai perceber que eu sempre vou me pôr em risco por sua causa?

A anja balançou a cabeça, seu coração agitado gritando para o impedir, ela agarrou-o pelo braço do jeito que pode deitada de bruços.

— Mas isso é diferente! Não sabemos o que é, e se for pior com você? E se algo de errado acontecer?

— Não dá para saber sem tentar — Disse Edward, ao abrir a porta naquele exato momento para entrar na conversa que até agora ele só ouvia de longe. Apesar de se importar também com a integridade de Seth, Edward estava disposto a aquilo.

Todas as pesquisas que ele tem feito nos últimos tempos, nenhuma realmente os levou a alguma coisa. O fato de Seth ter tido um imprinting com Helena, um anjo, ainda o intrigava e os ferimentos de suas asas arrancadas que não reagiram a qualquer medicamento ou cuidado o deixaram realmente perturbado. Agora, havia mais aquele líquido prateado misterioso, que sem motivo havia aparecido! Não podia ser que mais uma vez ele não conseguiria nada!

A ideia de Seth o deixara esperançoso de conseguir algum progresso.

— Podemos usar uma parte do corpo que não seja um problema Seth ficar sem — Começou Emmett, em tom de zombaria — Que tal o seu p…

— Emmett! — Repreendeu Alice, apontando enfaticamente para a Helena que estava presente na sala.

— De qualquer forma, não vamos fazer isto agora. — Interviu Carlisle — Helena deve estar cansada, eu apliquei algo para dor junto ao soro, para caso volte a sair novamente o líquido, mas por enquanto vamos apenas deixá-la descansar.

— Carlisle tem razão, vamos deixar que Helena descanse e mantê-la em observação. Teremos tempo para discutir tudo isso. — Reforçou Alice, com algo implícito na voz que Helena não percebeu. A anja na verdade se sentiu aliviada, pensando que, pelo menos, ela teria tempo de tentar convencer Seth do contrário antes de ele tentar qualquer bobagem.

Os vampiros então se encaminharam para porta, todos dando um último olhar carinhoso para Helena. Emmett parou ao lado da cama, acariciando os cabelos de Helena, pensando, quanta dor mais aquela menininha precisaria aguentar. O último na sala foi Seth, indeciso se saia ou não. A verdade é que ele queria convencer Carlisle a fazer logo o teste, encerrar aquilo para tentar descobrir cada vez mais rápido como parar aquilo, mas uma parte dele não queria deixá-la sozinha.

Os olhinhos miúdos da menina o encaravam, quase como se implorasse para que ele ficasse.

O lobo se abaixou para perto de seu rosto, para poder vê-la mais de perto. Apesar de o escritório estar impregnado com o cheiro de sangue, ele ainda podia sentir o cheiro do shampoo dela enquanto passava a mãos entre os fios.

— Vai ficar tudo bem Lena. — Ele sussurrou para ela — Nós vamos superar mais isso.

A menina concordou, balançando sua cabeça do jeito que podia deitada daquele modo, de bruços. Sentia que aquelas palavras de Seth a confortaram de forma que parecia que realmente estivesse a abraçando.

— Eu amo você, Seth.

— Também amo você, meu anjo.

Por fim, Seth saiu do quarto também, apertando uma última vez a mão da anja antes que ela tentasse o convencer de fazer o contrário do que ele pretendia. Minutos depois, Helena estava dormindo profundamente, cansada demais para pensar em qualquer coisa.

 

***

 

Os olhos de Helena arderam quando ela tentou abrir rápido demais. Dormir de bruços a havia deixado toda dura e dolorida. Pelo jeito não havia se mexido em nenhum momento durante o sono.

Pela luminosidade do ambiente, ela havia dormido bastante, pois praticamente não havia mais luz no quarto. A pouca luz que vinha, era da parede de vidro, que adentrava o cômodo e fazia grandes sombras sobre os poucos móveis espalhados pelo lugar. O sol iniciando o amanhecer ainda.

De certa forma, o silêncio aterrador e a pouca luz deixavam o ambiente realmente fantasmagórico, mas para Helena, não poderia ser isso que tinha feito os pelos da sua nuca se eriçarem daquele modo.

Mesmo com a proibição expressa de não poder se levantar, Helena imediatamente se sentou na cama, com os olhos estalados encarando a cadeira a poucos metros dela.

Havia alguém sentado ali nas sombras, e pelo modo como os seus olhos brilhavam mesmo no escuro, não era nenhum um dos Cullens ou Quileutes.

Era Raziel.

Helena ficou por um instante sem saber o que fazer. Deveria chamar alguém? Estaria ele ali para machucá-la? Tomando em contas as experiências de quase morte que ele fez ela passar, Helena decidiu que não podia confiar nele.

Abriu a boca para gritar por alguém, mas antes que conseguisse emitir algum som, Raziel estava parado a sua frente com uma das mãos sobre seus lábios. Tão rápido quanto só um anjo consegue ser.

— Eu não faria isso se eu fosse você. Não quer atrapalhar seus amiguinhos Cullens, quer? Eles estão superconcentrados na próxima coisa que vão esconder de você.

Helena estava pronta para ouvir qualquer coisa dele, e contradizê-lo, mas aquilo a fez parar, confusa. O que ele queria dizer com aquilo? Os Cullens não esconderiam nada mais dela… Certo? Já não fora suficiente a última vez…?

Lena olhou novamente para Raziel, parado ali a sua frente, com toda a sua glória estampada em sua face junto a um pequeno sorriso de lado… Como se zombasse dela.

Não, ele não podia estar falando a verdade. Helena não queria acreditar, ele poderia muito bem-estar inventando apenas para ela ter dúvidas a respeito dos Cullen.

— Você está mentindo. — Disse ao tirar a mão dele da sua boca com força.

— Não estou. — Afirmou Raziel, se sentando calmamente na beira da cama. — Não desta vez, pelo menos.

— Eu não acredito em você, Raziel, então pare com esse joguinho que você tentado fazer! Os Cullen não esconderiam nada de mim.

— Ah, Helena… Você é tão ingênua acreditando que as pessoas aprendem com os erros. — A olhou como olharia para uma criança boba — Tudo bem, se não acredita em mim, por que não escuta por si mesma?

Raziel tirou alguma coisa do bolso de dentro de seu paletó preto e o assoprou na direção em que Helena se encontrava. O pequeno objeto, sobrevoou o ar, dançando sob a cabeça da anja.

Apenas alguns segundos antes de tocar nela, foi que Helena percebeu que era uma pena, com um padrão que ela reconheceria em qualquer lugar.

Deus! Aquela era a…

No mesmo segundo que a pena tocou sua pele ela sentiu como se fosse rasgada em duas. Seus sentidos duplicaram e ela se sentiu quase inteira. Ela… ela estava sentindo tudo como quando era um anjo! Ela podia ouvir os Cullen conversando no andar de baixo e sobre eles discutindo teorias, mas… Todos os sentidos, todos os grãos de poeira no ar, a pena pousada em seu braço a impediu de prestar qualquer atenção no que diziam. Ela encarou espantada a sua linda pena branca.

— C-Como isto está aqui? E por que você tem uma das minhas penas? Elas foram queimadas!

— Corrigindo, quase foram. Se eu tivesse chegado alguns segundos mais tarde então você nunca mais veria nenhuma das suas preciosas peninhas brancas, cara irmãzinha. Aliás, de nada.

Helena estava em choque. Suas asas estavam vivas. Não haviam sido queimadas, elas estavam bem!! Talvez, se ela as recuperasse… Talvez ela pudesse tê-las de volta ao seu lugar! Suas preciosas asas de volta! Ah, Helena ansiava por aquilo!

Mas, o fato de Raziel ter trazido aquela única pena, levava a pior conclusão para aquela ânsia que sentia: Ele estava em posse de todas as demais penas… Suas lindas asas nas mãos de seu “irmão”, que estava tentando matá-la de todos os modos desde que fora derrubada do céu. Derrubada, acrescentou, por conta da denúncia dele.

— Você impediu minhas asas de serem queimadas. Por que? Você quem queria que as arrancassem em primeiro lugar. — Foi impossível a raiva não sair em sua voz.

Seu irmão riu baixo, balançando a cabeça.

— Veja quem perdeu a voz mansa. — Ele sorriu — Você não consegue mesmo imaginar o motivo, Helena? Você sabe o motivo tanto quanto sabe que neste momento os seus queridos humanos estão te deixando de fora propositalmente da conversa sobre essa sua ferida. Eu não preciso dizer, preciso?

Agora que Raziel mencionara, Helena voltou a ouvir que realmente eles estavam falando sobre os ferimentos em suas costas. Edward estava insistindo sobre testar em Seth, e talvez até em algum humano, o líquido prateado que saída do ferimento.

Imediatamente ela se sentiu raivosa. Eles não poderiam estar a deixando de fora das decisões de novo!!

— Agora acredita em mim? — Tirou sarro — Os protegeu quando estava no céu e ainda tenta proteger agora e o que ganha em troca? Mais traição? Mesmo depois de matar sua amiguinha eles continuam escondendo mais coisas de você. Eles nunca vão confiar em você, Helena. Você sempre vai ser uma ingênua criança para eles, que não sabe nada do mundo, e por causa disso eles sempre serão desse jeito. Você está apenas perdendo o seu tempo com esses seres desprezíveis e sabe disso.

— Não, não é assim. — Murmurou ela, balançando a cabeça, sentindo-se enjoada. Sua pena, as vozes no andar de baixo, o cheiro forte de sangue…

Raziel se aproximou, quase sussurrando em seu rosto:

— Você quer suas asas de volta? Quer saber o que é este líquido? Faça o que eu digo, Helena. Não confie neles. Venha comigo e se livre desse sofrimento. Esses insetos só irão te trair. É isso que eles fazem, traem, te jogam na lama e pisam em cima, achando que são algo parecido com Deus. São a fonte de toda a maldade do mundo e você sabe disso! E você não é nada para eles. Eles não te amam como você pensa! Eles estão apenas te usando!

— CALA A BOCA! CALA A SUA MALDITA BOCA!! — Gritou ela, se jogando contra Raziel com toda a sua força. Sua força estava quente como lava em suas veias e ela não hesitou de tentar agarrar a garganta do anjo. Apesar de sua determinação, ele tinha suas asas e não foi difícil desviar do seu ataque.

Se Helena ainda fosse um anjo, essa tentativa de machucar gravemente outro anjo teria a levado direto à queima das asas, sem julgamento, mas ela sequer tinha as asas de qualquer jeito. E a pessoa que as tinha não parecia disposta as entregar.

— ME DEVOLVA MINHAS ASAS! — Ela conseguiu gritar em um último pico de energia. A pena que trouxera um pouco da sua antiga força havia deslizado para longe com a movimentação, assim como o soro preso em sua mão. Assim que a pena parou de tocar sua pele, qualquer força se esvaiu no mesmo instante.

Helena foi ao chão, caindo feito uma boneca de trapos. O seu ferimento nas costas dobrando de tamanho quando uma onda do líquido prateado borrifou para fora.

Seus gritos chamaram finalmente a atenção da casa. Dois segundos depois, havia um exército de vampiros, Jacob e Seth arrombando a porta com um chute. O corpo inteiro do garoto tremeu quando viu Raziel se levantando com Helena em seus braços.

— Olá lobo, quanto tempo. Sentiu saudade?

Apesar da frase descontraída de Raziel, a estática no ar era latente. Cada músculo de Seth parecia gritar para atacá-lo, fazendo-o irremediavelmente, tremer.

— Solte ela agora. — Disse ele entre dentes, dando passos duros para dentro do cômodo, tentando se conter. Ele tinha que ser esperto, apesar de tudo. Helena estava nos braços dele, Seth precisava de um modo para que ela ficasse longe do banho de sangue que ele pretendia fazer.

Jacob, apesar de concentrado no inimigo, olhou de relance Seth. Nunca havia o visto daquele modo. Parecia exalar um ódio que ele nunca havia visto antes. Aquele não parecia o antigo Seth…

Todos os Cullen estavam logo atrás, parados como pedras, esperando para, na primeira oportunidade, atacar o anjo e acabar de uma vez por todas com aquele problema. Apesar de quererem respostas, ninguém ali gostava do anjo o suficiente para tentar capturá-lo para interrogatório. Aquele cara era quem os fez de bobos por todo aquele tempo. Mexeram com sua garotinha. Não viam a hora de acabar com sua raça.

Edward se moveu de lado, tentando achar uma brecha naquela situação, mas Raziel apenas olhou de lado para ele.

Ele sorriu, achando a situação divertida.

— Ora, se não são seus preciosos quase humanos, Helena. Olha como eles são maus, tentando me atacar mesmo que eu tenha você em meus braços. Não sei como você pôde sacrificar o céu por isso.

— Uh-h…

— O que? Ah, você deve estar com dor demais para poder falar, eu entendo. Não é qualquer anjo que chega neste estágio sem tentar se matar, você é realmente muito forte… não acham?

— Solte ela agora mesmo, Raziel, ela não está em condições para essas suas brincadeiras! — Gritou Emmett, sentindo-se desesperado. Sua garotinha tremia, olhos apertados, maxilar trancado, como se estivesse tentando não gritar.

— É exatamente por isto que eu estou fazendo, ela não está em condições. E se depender de mim, só vai piorar. — Ele olhou sério para eles — Eu avisei à Helena que não iria mais bancar o bonzinho e eu não tenho tempo mais para ficar dispondo para dar atenção para insetos, como vocês. Coisas como vocês não entendem o que é ser um anjo e cumprir as regras à risca. Helena nunca foi uma de vocês e nunca vai…

Raziel se calou. Helena se engasgou no seu colo, tossindo e então vomitando um bolo de sangue. A visão de todo o líquido vermelho a assustou extremamente e não pode se conter ao tentar se afastar ineditamente. Se contorceu nos braços do irmão, como se convulsionasse no meio de todo aquele sangue.

As asas de Raziel abriram de uma só vez, fazendo todos na sala darem um passo para trás assustados. As asas cobriram todo o ambiente, tentando dar equilíbrio para ele, que quase caia para trás com os movimentos bruscos.

No mesmo segundo que Raziel tocou a ferida de Helena, tentando a aparar melhor, ambos berraram. O contato da pele de Raziel no líquido prateado fez com que escorresse com mais intensidade e em sua mão se abriram feridas grotescas, assim como na pele de Helena. Imediatamente Helena caiu no chão, batendo a cabeça no chão, e Raziel cambaleou para trás, sentindo a dor insuportável do veneno das asas, o corroendo. As asas do anjo se encolheram ao redor do corpo dele, tremendo junto com a dor.

Ele precisava limpar aquilo antes que acabasse com sua mão!

Em meio ao seu desespero, Raziel nem viu quando Seth atravessou o quarto como um touro, levando ele e a vidraça da janela pelo ar. Voando, ambos, do segundo andar para o quintal da casa dos Cullen.

Jacob, Edward, Emmett e Jasper pularam pelo novo buraco na parede atrás do anjo que começava a ser atacado na grama pelo lobo cor de areia, enquanto imediatamente Carlisle e Alice corriam até Helena, tentando ajudá-la.

Uma grande quantidade de líquido escorria pelas suas costas, abrindo mais feridas por onde tocava. Bella correu atrás de algum pano, acabando por puxar o lençol da cama, enquanto eles tentavam fazê-la parar de se contorcer e gritar. Renesmee tentou se aproximar, mas Alice a alertou a ficar bem distante. Eles ainda não sabiam o suficiente sobre aquele líquido para arriscar.

Imediatamente Alice imobilizou Helena o suficiente para Carlisle pudesse retirar o máximo do líquido, levando junto parte da sua pele que descolava, e só quando Helena tentou controlar os seus gritos, fixando o olhar na estante em sua frente, foi que finalmente Carlisle conseguiu algum progresso.

A pele das costas da garota, em carne viva, o buraco de suas asas, tão grande que ocupava o triplo de antes, deixou até mesmo Carlisle assombrado.

A visão de Helena começou a embaçar, novamente perdendo as forças conforme menos se movia. A dor insuportável lhe entorpecendo. Uma cor clara no meio do chão de madeira escura chamou a atenção da Anja. Sua linda pena branca, pousada no chão a poucos centímetros à sua frente, perto o suficiente para sua respiração movimentar as plumas, parecia um borrão branco.

Do jeito que estava agora, ela tinha certeza que não conseguiria sobreviver. Sentia que o líquido havia afetado muito mais do que apenas a sua pele e sabia que a ideia inicial de Raziel era essa: Deixá-la morrer sozinha, agonizando.

Agora ela entendia o plano dele. Por isso ele estava com as suas asas. Do mesmo jeito que elas lhe devolviam o poder, também tentavam lhe matar. Só dependia do jeito que era usada.

Helena tentou esticar a mão, querendo agarrar seu lindo borrão branco de esperança, sua pena que poderia salvar sua vida naquele momento, mas as mãos frias dos vampiros não deixaram ela mexer nem um músculo.


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