Falling For You escrita por Gii, CarolBeluzzo


Capítulo 33
The Clash


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde Leitores, tudo bom? Bem, eu vejo que muitos acompanham mesmo a fanfic, mas tem uma preguiça de comentar. Como eu vou saber se vocês estão gostando do rumo que está tomando? As coisas ficam dificeis assim! Vamos lá, espero os seus comentários para abrir nossos olhos para possiveis novos caminhos que a fanfic possa tomar!
Boa leitura!



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Capitulo 32 — The Clash

Ela não estava tão preparada quanto pensou.

Teria sido cômico se para Helena não fosse tão trágico. Após uma manhã inteira atrás de pistas e até mesmo voltando para o local, pelo menos no que ela se lembrava, que vira Raziel aquele dia no carro, nada tinha acontecido.

O sol raro queimava sua pele e fazia suor escorrer pela nuca. Ela não estava acostumada com aquele calor, que parecia aumentar a cada passo que dava.

Aquele era outro lado ruim. Ela tinha que fazer tudo andando. Antes aquilo não tinha sido um problema para ela, mas ela percebeu que graças aos Cullen, ela sempre tinha uma carona. E ao Seth...

Frustrada, ela fez seu cérebro trabalhar mais. Suas opções se esgotavam e ela já estava pensando em partir para o plano B. Não que ela gostasse do plano B. Nem do motivo de o nome do plano ser B.

Ela caminhou decidida, parando ocasionalmente pessoas que via pelas ruas, perguntando sobre qual caminho devia seguir. Helena, apesar de ter visto todas aquelas terras de cima, ficava muito confusa quanto onde morava quem.

Apesar da demora, de seu estomago já reclamar pela falta do almoço, ela chegou finalmente em seu destino.

A casa estava vazia, ela notou, depois de bater varias vezes sem receber respostas. Sentou-se na entrada, cruzando os braços no peito. Ela podia aguentar mais algumas horas de fome, apenas para poder conversar com ele, mas não teve que esperar muito.

E ainda bem que ela estava esperta, olhando por entre as arvores que havia ao redor da casa, pois se não, nunca teria percebido quando ele apareceu.

E nem quando ele saiu correndo de volta de onde saiu.

— Ei! — ela gritou, se levantando e começando a correr atrás — Brady! Espera!

Ela conseguiu chegar um pouco mais perto, e chamou por ele mais uma vez.

— Não, Helena. Chega, ta bom? — exclamou olhando aturdido pra ela. — Eu me dei super mal por falar com você aquela hora e não quero que isso aconteça de novo.

— Não aja como se fosse minha culpa. Você que falou comigo!

— Eu sei, e não adiantou de nada. Ainda consegui te magoar. Não vou cometer o mesmo erro outra vez. — Ele continuou a correr pela floresta, sem olhar para trás. Helena pode ouvi-lo se transformar um pouco depois.

Depois disso, ela resolveu voltar para a casa de Mady. Não fazia mais sentido ficar parada no meio da floresta, sendo que nenhum deles iria falar o que ela precisava. Ela queria algumas noticias de Raziel, mas com Jacob impedindo, pelo modo como Brady falara, qualquer comunicação, seria impossível.

O porquê da proibição de contato era uma coisa que Helena não sabia.

No caminho, parou em pequena lanchonete, onde finalmente pode saciar sua barriga reclamona por alguns minutos enquanto pensava sobre o que poderia fazer mais. Quando ela pensaria que seria complicado achar um anjo?

Após o lanche pago com os poucos dólares que tinha conseguido com Mady mais cedo, Helena parou na rua. Sentia que não tinha muitas esperanças de conseguir topar com Raziel por vontade própria e parecia impossível quando não tinha como conseguir qualquer pista. Andou desanimada pelo maior caminho que conseguiu achar até a casa de Mady.

Deu voltas desnecessárias e caminhou em uma lentidão até mesmo engraçada para quem olhasse de fora. Era como se ela ainda esperasse que, enquanto estava ali do lado de fora, ainda tivesse chances de ser encontrada ou encontrar alguém. Seja lobos, seja Raziel.

Mas, quase no fim da tarde, já havia desistido. O céu claro já havia se ido e o vento gelado que começava a passar a fazia tremer. Logo outra chuva viria, como sempre acontecia em La Push.

Chegou ao mesmo tempo em que a mãe de Mady abria a porta, levando o lixo para fora.

— Ah, Helena! Que bom que chegou, Mady só falta subir no telhado para ficar de olho quando chegasse. Entre, o jantar não vai demorar.

Quando a mãe de Mady disse aquilo, Helena não acreditou, mas bastou um olhar no rosto preocupado da garota para ver que ela falava sério. Mady parecia à beira de um ataque segurando o celular na mão como se aquilo dependesse da sua vida.

— Ei! — Helena cumprimentou — Eu me atrasei dessa vez… Eu te preocupei?

A garota deu um suspiro de alivio tão obvio que foi quase impossível não rir quando ela respondeu:

— Não, não! Imagina Lena. Você, bem, você chegou cedo. O jantar não está pronto ainda. Está cansada?

Novamente, ninguém perguntou para Lena o que ela fizera o dia todo, mesmo que parecesse abatida e tão cansada por andar o dia todo. Helena percebia que ficar com aquela família era fácil. Conseguiu imaginar, durante o jantar, como eles a aceitariam ali facilmente por algum tempo. Estava claro nas suas feições, no modo como a incluíam nos planos do futuro durante as conversas e como demonstravam gostarem da sua companhia.

Claro, ela não podia ficar para sempre. Uma forasteira em uma família (uma de verdade, não um clã de vampiros) seria muito estranho, mas ela percebia como era fácil ver um lar ali. Com pessoas que se preocupam de verdade com você.

Permitiu-se sentir inveja de Mady, do seu jeito desajeitado e sentimentos tão fortes. E da sua vida com a família.

Naquela noite, Mady não passou tudo o que aprendera na aula, percebendo o estado cansado e triste da anja. Foram se deitar mais cedo e diferente das outras noites, Mady não parecia querer conversar muito e Helena acabou por notar a sua perturbação.

— Mady? — chamou delicadamente — Você está quieta.

— Hm? Desculpa! Eu estou meio… sei lá, desligada.

Helena espiou por cima de sua coberta, olhando os olhos perdidos da amiga.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou quase hesitante. Os olhos de Mady balançaram na escuridão e imediatamente Helena sabia que havia algo de errado.

Ela estava agitada.

— Lena… Eu posso te perguntar uma coisa?

Ela se sentiu, quase imediatamente, não sabendo se poderia responder. Sentiu toda a tensão do seu corpo quando apenas balançou a cabeça no escuro.

— Você demorará muito para voltar para as aulas?

O alivio foi imediato. Não era sobre coisas misteriosas que ela poderia ter de alguma forma descoberto. Helena sorriu sozinha no escuro.

— Não vou demorar muito. Apenas eu me resolver com eles… Por quê?

Mady ficou em silencio, olhando para o teto, sem coragem de encarar Helena. Aquilo só tornou as suspeitas de Helena, maiores.

— Mady...

Ela não respondeu de imediato e Helena se sentou.

— As coisas andam meio… complicadas na escola.

Helena sentiu toda a tensão voltar para o seu corpo. Levantou de sua cama, indo para perto de Mady, que se sentou imediatamente.

— O que está acontecendo?

— Nada! Nada de verdade! Não precisa se preocupar

— Mady! O que está acontecendo? Renesmee está…

— Não! Ela também não tem ido para a escola. A culpa não é dela… E nem sua. Não se preocupe comigo, eu estou bem. Só queria saber por curiosidade quando você voltaria… Está tudo bem.

Helena não se convenceu nem por um segundo. Não estava nada bem. Mas o que poderia estar causando reações tão agitadas em sua amiga além da briga entre ela e Renesmee?

Oh.

— As Garotas. — Helena anunciou, se sentindo idiota — Você está sozinha e elas estão se aproveitando.

Mady não respondeu, olhando para suas mãos por vários segundos.

— Por que você não me contou antes?

— Elas… Isso não foi nada. Eu não estou…

— Mady! Para, você sabe que eu sei que isso não é verdade. — disse, se controlando — O que aconteceu?

— No intervalo. Elas podem ter feito alguma ameaça…

O modo como Mady era evasiva só piorou a situação. Ela estava tentando diminuir o que havia acontecido, mas pelo modo que ela estava, era claro que fora algo realmente sério. Helena sentou ao lado da sua amiga. Agora, que estava perto, notou o quão tremula ela estava.

Quase imediatamente sentiu seu coração quebrar e todo seu espirito protetor envolver. Helena a abraçou e quase instantaneamente Mady chorou.

— Me desculpa. — murmurou Lena — Me desculpa por ter te deixado sozinha. Está tudo bem agora. Eu não vou sair de perto de você. Está tudo bem agora.

Mady soluçou nos braços de Lena, sentindo que era impossível parar agora que os sentimentos fluíam. Mady evitava que aquilo acontecesse, normalmente, mas como ela poderia, sentindo os braços de sua amiga ao seu redor?

Ela soluçou por vários minutos, sendo consolada pela voz calma e bondosa de Helena, que a embalou até as lagrimas secarem. Mady não queria ser um problema para Lena, queria apenas que ela fosse sua amiga e deixasse que ela fizesse parte, mesmo que pequena, da sua vida. Desta forma, quase do mesmo modo que ela começou a chorar, ela parou, se sentindo envergonhada.

— M-Me desculpe por isso. — ela tentou dizer, mas Helena a parou.

— Não, você precisava disso. Eu fui egoísta demais pensando apenas no meu lado. Devia saber que elas iriam agir assim que estivéssemos longe. Sinto muito por ter te deixado Mady. Eu te prometo que amanhã eu estarei lá com você. E nós vamos dar um jeito em tudo, ok? Fique tranquila.

A garota deixou que mais algumas lágrimas caíssem, ainda embalada nos braços de Helena antes de se afastar, parecendo mais calma e segura. Lena quase suspirou de alivio ao vê-la melhor.

Ficou mais alguns minutos com ela, apenas acariciando seu cabelo protetoramente enquanto pensava sobre como ela pode deixar algo como aquilo passar. Quando se deu conta, Mady já ressonava tranquilamente.

Com delicadeza, Helena saiu de sua cama, voltando para a sua e se enfiando de baixo das cobertas. Não tinha notado até aquele momento que sentia frio.

O choque da conversa, misturado ao sentimento revoltante em seu peito seria a mistura perfeita para mantê-la acordada aquela noite, mas contradizendo tudo, ela caiu no sono imediatamente.

Foi algo como um baque, como se literalmente caísse dentro de um sonho. Um sonho escuro e sombrio. Havia a floresta, a sua conhecida floresta de La Push, e havia aquele som. O som único da expectativa, de que algo estava ali, prestes a acontecer enquanto ela caminhava entre as arvores.

Sentia seu instinto dizendo para ela correr e fugir, mas sua razão dizia que se ela se mexesse muito rápido, tudo daria errado. Deu um passo de cada vez, lenta e dolosamente, pulando galhos das arvores caídos e evitando ao máximo pisar nas folhas.

Um uivo alto e agudo soou a poucos metros, fazendo-a pular de susto e estragando o seu passo macio. Virou-se em direção ao som, apenas para ver o lobo parado bem à frente. O corpo todo esticado enquanto jogava a cabeça para cima e uivava. Sem parar, nem por um momento.

Ela percebeu que havia falhado. A expectativa havia passado e o momento era aquele. Sentiu o vento gelado em sua nuca e então um leve baque logo atrás de suas costas.

O lobo parou de uivar.

O virar para trás foi lento e com a respiração contida. Helena já sabia o que era que fizera o som. Não poderia se surpreender, mas mesmo assim, seu coração estava a mil.

As asas. Elas continuavam tão negras como se lembrava.

O rosto. Tão sério e sem emoções.

As mãos fechadas com força. Seus grandes olhos negros a encaram com tudo o que tinha.

Aquele era Raziel, não havia duvidas. E ele estava esperando.

Houve um rosnado de lobo quando ela foi jogada para fora do sonho. Acordou com suor em sua testa e as costas molhadas. Teve que olhar duas vezes para notar que estava de volta ao quarto e que ainda era noite.

Seu coração batia forte no peito, descompassado e apesar de perceber que estava no quarto, a sensação do sonho não havia a abandonado. Ela respirava pouco, como se prendesse a respiração.

Ele a esperava.

Levantou-se cambaleando para fora da cama, colocou a primeiro roupa grossa que entrou por perto. Calçou o tênis quase caindo, antes de simplesmente correr porta a fora. Ela precisava correr.

Se houve barulho ao bater a porta, não notou. Se acordou alguém, não soube, ela apenas correu desenfreada. A floresta de frente à casa de Mady a abraçou rapidamente. Suas pernas fizeram o trabalho por si só, a guiando pela escuridão como se soubessem exatamente aonde ir.

E de algum modo, elas sabiam muito bem.

Não caiu nenhuma vez, ou tropeçou. Ficou com a respiração firme, buscando com os olhos por entre as arvores. Não que ela precisasse, pois a cada passo, era como se o sentimento aumentasse. A sensação de estar perto do anjo, ela conhecia muito bem. Raziel fazia aquilo apenas quando queria ser respeitado. Quando ele queria colocar sua autoridade em pratica, anunciava sua forte presença.

Ou, neste caso, quando ele queria que ela o encontrasse.

— Você é rápida com essas pernas. Em geral os humanos são umas lesmas.

A voz rouca de sempre. Os trajes negros e o olhar afiado. As asas escondidas enquanto ele estava encostado a arvore.

— Raziel. — sufocou sua voz.

— Olá, irmãzinha. Sentiu saudades?

Um gosto azedo havia dominado sua boca naquele momento. A visão de seu irmão, com toda a sua glória, fez sentimentos e lembranças da sua vida se lançarem sobre sua mente. Demorou alguns segundos para ela conseguir dizer:

— Você me procurou. Nos meus sonhos.

— Bem, você estava andando por todos os lados estes dias, como uma formiga perdida. Eu achei que você estava querendo me ver. — ele riu, balançando a cabeça — Não é irônico que, mesmo com todos os esforços dos seus amiguinhos para evitar este encontro, aqui estamos nós?

Ele abriu um sorriso que fez seu corpo inteiro estremecer. Ouviu um trovão ao longe enquanto tentava colocar os pensamentos em ordem. Sentiu-se tremer ainda mais.

— O-o que você faz aqui na terra?

— Ah, Helena, não vamos nos fingir de inocentes aqui. Você sabe que só há um motivo para eu estar aqui. Algo anormal aconteceu. Anormalidades, às vezes, não são vistas muito bem por mim. Nem mesmo quando ocorrem com a minha própria irmã.

Os olhos dele brilharam na ultima palavra.

— Você está com raiva? Eu conheço esse olhar… Eu já o vi antes, quando…

— Esse não é o motivo para eu estar aqui hoje Helena. Não vim para responder suas perguntas. O que eu vim fazer aqui hoje foi te dar um ultimo aviso. Nós não temos tempo para muito mais do que isso. Tenho certeza que seus cachorrinhos e sanguessugas já notaram a pista falsa que lhes dei... Sabe? Eles sempre caem no mesmo truque. Chega ser cansativo de ver. Não sei como você pode ter os achado tão interessante.

— Os Cullen? Eles ainda estão atrás de você?

— Não pararam um segundo, se é isso que quer saber. Mas o ponto não são os seus guarda costas. É você. Você sabe que não devia estar viva.

O frio que percorreu sua espinha foi o pior que ela havia sentido em toda sua existência. Nem como anjo, quando viu de perto o próprio Maior. Era puro gelo a voz penetrante de Raziel.

— Esse aviso, Helena, é em honra ao nosso parentesco. E essa brincadeira com seus amiguinhos também. Eu te dei tempo, para ver se alguma coisa mudava… Eu lhe alertei de vários modos. Agora o jogo acaba. Você foi jogada do céu, teve suas asas tiradas de você, por quebrar as regras. É uma condenação. Você devia estar morta, não passeando entre os macacos, sendo feliz como se não tivesse aprendido lição alguma. Pelo contrário, como se estivesse ganhado o maior presente de todos!

Ele caminhou para perto de Helena, que tinha sua garganta presa em um bolo. Impossível dizer uma palavra enquanto a figura imponente do irmão chegava mais perto. Ele tocou o rosto dela, levemente, acariciando sua bochecha.

Seu toque foi frio.

— Me desculpe irmã, mas eu não posso aceitar tamanha injustiça.

O uivo foi alto e forte, e foi seguido de muitos. Imediatamente Raziel se afastou, abrindo suas asas com todo o seu poder. Aquilo fez os olhos de Helena brilharem, não apenas de temor, mais de admiração.

— Raziel. — chamou ela — Eu entendo. E eu... Eu quero que saiba que eu te perdoo. Eu não poderia sentir nada além de amor por você. Você é meu irmão.

Ele parou por um momento, olhando o rosto pálido de sua irmã, antes de lhe dar um meio sorriso zombeiro.

— É melhor você correr se não quer ser pega. Eu sei que você é amiga do lobo mau, mas não sei se ficaram felizes de te acharem aqui.


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