Falling For You escrita por Gii, CarolBeluzzo


Capítulo 27
Broken Heart


Notas iniciais do capítulo

Novamente, mais um capitulo de nossa maratona FFY! Espero que aproveitem!



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Capitulo 26 - Broken Heart

Helena acordou sem saber quanto tempo havia se passado enquanto dormia. Demorou mais do que o normal para abrir os olhos e ficou confusa com a cor branca do teto baixo.

Por um momento, ficou tentando lembrar quando foi que ela resolveu se deitar para dormir, mas logo parou, quando sua mente voltou aos poucos.

A primeira coisa que lembrou foi o tapa em Harriet e em seguida veio a lembrança das grandiosas asas negras de Raziel. Helena reconheceria aquele sentimento grandioso em qualquer lugar.

Fechou os olhos depressa, sentindo o seu peito se comprimir. Tentou bloquear os pensamentos e lembranças que lhe atingiram a seguir. Por alguns momentos ficou apenas tentando se convencer que era apenas um sonho, enquanto, lentamente deslizava a mão até o pulso. Pensando que se a pulseira estivesse ali, talvez...

Tateou o braço todo até abrir os olhos e ver por si própria. Não havia nada. Pensou que pudesse ter perdido enquanto dormia e tivesse sonhado tudo aquilo. Chegou até mesmo a se levantar e revirar as cobertas, mas logo desistiu quando reconheceu o lugar que se encontrava.

Aquela era a casa de Leah.

Finalmente a confusão se foi. Lentamente os sentimentos dentro dela se afloraram, como veneno passando por suas veias. Ela se sentia tão magoada, tão chocada, tão irritada que, por alguns momentos, pensou que preferia ter ficado dentro daquele lago, à beira da morte, do que ter que sentir aquilo.

Ela nunca imaginou que nenhum deles pudesse fazer isso com ela. Nenhum. Estava magoada e seu coração se comprimia a cada batimento. Eles haviam mentido, só Deus sabe por quanto tempo, sobre Raziel estar atrás dela; a fizeram de boba, pois enquanto ela comentava sobre as mudanças do tempo e ficava preocupada com os dias em que todos chegaram tarde, eles apenas mudavam de assunto ou agiam como se não fosse nada demais; e para piorar, eles ainda queriam matar seu irmão.

A quanto tempo todos eles sabiam e escondiam tudo? A quanto tempo ela estava sendo feita de idiota?

Helena se lembrava muito bem de alguns dias antes, quando ela e Seth ficaram sozinhos na casa de Leah, e ela lhe perguntou se tudo estava bem e ele havia lhe respondido que estava apenas preocupado com algumas coisas da ronda, e que não era nada com que ela precisasse de preocupar.

Sentiu seus olhos se encherem de lágrima, sentiu-se até mesmo levemente corada por ser tão estupida, e por alguns segundos não conseguiu respirar, tamanha a solidão que de repente a assolou.

Ela sentia que não podia confiar em mais ninguém.

Todos que ela viu nascer, crescer, provou de suas magoas e dores, todos eles, lhe traíram. Ela se sentia completamente abandonada no mundo.

Sentou-se na cama em que estava e olhou ao redor, observando o quarto de cores claras e moveis simples. Não se lembrava de Leah ter um quarto de hospedes, mas obviamente, aquela vista da janela era a de sua casa.

Andou até a janela, se deparando com as árvores ao redor da casa. Estavam parcialmente com alguma neve, o que deixou Helena intrigada. Não havia caído a maior tempestade?

Duas batidas na porta soaram de repente, fazendo Helena se virar assustada. Ela não estava esperando que ninguém entrasse e ficou ainda mais surpresa quando Leah apareceu na porta.

— Licença, Helena? — perguntou entrando no quarto. — Eu trouxe um lanche.

Helena não respondeu. Ela conseguia ver na expressão de Leah solida da loba. Espremeu lentamente os ombros, tentando proteger o seu coração sangrento dos olhos negros da loba. Havia saudade em seu peito e aquela vontade de perguntar como ela estava, mas Leah parecia tanto, tanto com eles...

Leah estava parada na porta do quarto, observando o olhar perdido e machucado da anja e sentindo-se levemente irritada. Parecia uma coisa tão boba para Helena agir daquele modo.

— Vamos, Helena. — estimulou-a — Você dormiu bastante e precisa comer.

— A quanto tempo estou dormindo? — perguntou quase imeditamente ainda apilhada na janela, e com a voz fraca pelo longo tempo sem falar. Ela pigarreou.

— Você dormiu por dois dias. — respondeu Leah. — Por isso deveria comer.

Leah deixou o prato em cima da cama e saiu, percebendo o desconforto e o clima estranho do quarto.

Só quando Helena ficou sozinha se permitiu sentir surpresa.

Dois dias? Ela se lembrava de estar explodindo quando se sentiu sonolenta, mas ela não imaginou que seria tão forte a ponto de deixa-la dormindo por dois dias. Ou talvez fosse apenas seu corpo querendo um tempo de todo o stress que ela estava passando.

Sentou-se na cama e decidiu comer alguma coisa quando ouviu seu estômago roncar. Ele parecia mais oco que o normal, porém não sentia o apetite vir ao olhar para o sanduíche e o copo de suco. E mesmo com seu corpo dizendo o contrário, dizendo que ela precisava comer algo, não conseguiu dar mais do que três mordidas no lanche.

Olhou ao redor do quarto mais uma vez, e notou uma mochila em cima de uma cadeira no canto. Foi até ela cautelosa e a abriu lentamente, quase que com medo de estar sendo curiosa demais, mas o que ela viu dentro foi ao mesmo tempo que aliviante, terrivelmente triste.

Lá dentro, perfeitamente arrumados, ela encontrou as roupas que usualmente usava, sua escova de dentes e sapatos. Ficou dividida por um momento, pensando que não devia usar aquelas coisas que os Cullen haviam lhe dado, mas logo em seguida desistiu. Aquelas eram as únicas coisas que ela poderia dizer, pelo menos em parte, que foram suas.

Sorriu quando pensou que ela era quase como uma filha fugitiva, com as roupas na mala e dormindo em um lugar desconhecido.

Pegou a mochila e levou até o banheiro, onde aproveitou para tomar um banho quente e escovar os dentes. Apesar do dia estar bem frio, Helena não estava com a menor vontade de usar roupas pesadas, então colocou apenas um jeans, camiseta e uma blusa de manga comprida fina por cima.

Estava tentando dar um jeito no cabelo quando ouviu o choro da pequena Rose em algum lugar da casa.

Inconscientemente, ela foi em direção ao som, preocupada com a menina, e acabou por encontra-la no quarto dela, no colo de Nahuel, que conversava com ela tentando acalmá-la.

Ela sorriu involuntariamente, e deu duas batidinhas no batente da porta já aberta.

Nahuel levantou a cabeça e sorriu para a anja, enquanto limpava as lágrimas de uma Rose com olhinhos vermelhos que se acalmava aos poucos.

— Olha a tia Lena. — disse Nahuel chamando atenção de Rose para Helena. A bebê esticou os bracinhos para Lena, que pegou a menina no colo sem demora. — Eu estou em casa não faz nem três horas e ainda assim ela prefere você? Não parece que tenho sido um bom pai...

Helena não pôde evitar em rir levemente.

— Não diga isso, ela apenas se acostumou comigo. — comentou com a voz ainda fraca. — Logo ela volta ao normal. Está tudo bem com suas irmãs?

— Agora sim. Nadia está grávida e é uma gravidez de risco, mas agora ela já está bem melhor. Todas elas ficaram bem felizes em conhecer Leah.

— Na verdade eu acho que elas estavam ainda mais felizes por vê-lo do que por me conhecer. — comentou Leah entrando no quarto — Quase não tive vez junto desse aí. Era jogada para o lado quase todas as vezes

— Bom, elas não o veem constantemente. Eu também iria querer passar um tempo com ele se fosse meu irmão e eu ficasse muito tempo sem vê-lo.

— Sim, você está certa. Eu também acho que agiria assim, mas é bem difícil isso acontecer, já que meu irmão está sempre por aqui enchendo o saco. — riu Leah por alguns momentos até que se interrompeu, percebendo que havia mencionado Seth sem querer.

A cabeça de Helena praticamente estalou quando ela pensou no irmão de Leah. Sim, ele sempre estava lá, e por isso ela deveria sair. Sorriu para os dois, entregando Rose para Leah, quase com necessidade de sair dali imediatamente.

— Eu vou dar uma volta. — disse Helena andando até a porta.

— Quer que eu vá com você? — questionou Nahuel com um olhar preocupado.

— Não precisa, obrigada. Eu percebi que vocês acabaram de chegar. Precisam descansar. — respondeu Helena sorrindo e saiu do quarto sem esperar respostas, parando apenas no banheiro para pegar sua mochila.

Depois de descer as escadas, saiu porta à fora, tentando se convencer de que eles entenderiam se não voltasse ao entardecer.


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