Presa a Você escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 12
Fantasmas/Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora.
Novidades bombásticas rs.
:D Não deixem de dar uma olhada na minha nova história ok?
http://fanfiction.com.br/historia/500552/Queimada/



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A minha frente encontrava-se ninguém menos que Max Wright, alguém que nunca esperava ver novamente, alguém que acreditava estar morto, até hoje. Ele sorria, exibindo seus dentes amarelados pelo cigarro, seu corte de cabelo e seu porte atlético faziam com que ele pudesse facilmente ser confundido, ou comparado a um soldado.

– Até parece que viu um fantasma pequeno Dean. – Max, um cara agressivo e inteligente, um bandido, um traficante, um amigo.

– Eu pensei que...

– Vocês vão se beijar ou algo assim? Todos aqui acreditamos que esta seria uma luta. – Carter e as pessoas a nossa volta pareciam intrigados com nosso encontro e ansiosos pela luta. Então isso é o que daríamos a eles, mesmo sabendo que nem em um milhão de anos eu poderia derrotar Max, não quando aprendi tudo o que sei com ele.

– Pronto? – perguntei, sorrindo.

– Nada como um pequeno show.

Então começamos.

Quarenta minutos depois eu me sentia como se tivesse sido atropelado por um caminhão enquanto caminhávamos pelo estacionamento do velho galpão. Eu era bom, mas Max era brilhante. Perdi a luta, ganhando no processo hematomas e um olho roxo, enquanto Max nem ao mesmo parecia cansado.

– Devo admitir Dean, você me deixou envergonhado com a performance de hoje. – meu antigo amigo tinha o lábio cortado, mas nada além disso, o que realmente era vergonhoso se comparado ao meu estado.

– Sério? Não diga! – respondeu Carter, irritado.

– Meninos? – aquela voz! Instantaneamente congelei. – O que foi aquilo Dean? Estava tentando dançar ballet?

Virando me deparei com mais um fantasma, Lana Wright.

Ela parecia ainda mais linda desde a última vez em que a vi, em suas botas de soldado, sua jeans extremamente apertado e sua jaqueta de couro. Seu longo cabelo negro contrastava com o verde intenso de seus olhos e o vermelho de seus lábios.

– Por que esta nos olhando assim? – ela parecia divertida com minha expressão, como se nada tivesse acontecido.

“ – Não acho que essa seja uma boa ideia. – e aquela de fato não era uma boa ideia. Inúmeras situações passavam pela minha cabeça enquanto observávamos o posto de gasolina.

– Não vá dar para trás agora, precisamos de você. – Max estava decidido a assaltar o posto.

Balançando a cabeça para espantar todos os pensamentos negativos, continuei, me dirigindo a Lana – Você fica.

– De jeito nenhum.

Estava pronto para manda-la calar a boa quando Max me interrompeu, dizendo que ela viria conosco por que precisávamos dela.

A ideia toda era ridícula, não era como se não tivéssemos roubado antes, mas um posto no centro da cidade era diferente.

Respirando fundo, me preparei para o show enquanto assistia Lana deixar o carro. Ela caminhou confiantemente para dentro da loja de conveniência. Assisti enquanto ela flertava com o velho gordo atrás do balcão.

Alguns segundos depois Lana o tinha debruçado em direção a ela, vi quando calmamente ela tirou sua Magnum 44 do cós da calça e sorrindo a pressionou contra a têmpora dele.

– Qual era a do teatrinho? – perguntei irritado, saindo do carro.

– Você a conhece bem, ela apenas queria se divertir, porque negar isso a ela?

Nos protegendo das duas câmeras que cobriam a parte inferior do posto, entramos na loja. O piso estava molhado, então caminhei cuidadosamente atrás de Max que correu para a caixa registradora. Lana brincava com seu isqueiro e “tranquilizava” o velho gordo, enquanto eu me ocupava em amarra-lo. Procurei por uma cadeira já que havíamos trazido as cordas. Encontrei uma no fundo da loja e me apressei em pega-la. Quando virei-me vi tudo acontecer em câmera lenta como naqueles filmes bizarros, Max pulava o balcão derrubando um pote de balas, assustando Lana que em segundos de distração não vê o velho levantar um revolver prata e atirar nela. Seu isqueiro cai junto dela e em milésimos o fogo se espalha pela loja. O liquido no chão não era água afinal.

Eu gritei e tentei correr até ela, mas as chamas estavam se alastrando. Max agora em pé, lutava com o velho pela posse do revolver.

A fumaça apenas dificultava tudo, e o som de sirenes me fez congelar.

– Precisamos sair daqui. – gritei, procurando por uma saída. A pequena janela no canto esquerdo da loja me chamou atenção. Usando a cadeira, golpeei o vidro. O alivio de ter uma forma de escapar me tomou, mas foi substituído pelo medo quando ouvi o tiro. Virei-me para assistir Max caindo.

– Corra!

Sua voz estava banhada pela dor, não queria deixa-los ali, mas as sirenes, o fogo, o velho com a arma e terror dentro de mim me tomaram.

Passei pela janela e corri, corri sabendo que minha vida, minha liberdade dependiam disso. Segundos depois ouvi a explosão. As lágrimas escorriam por minha face enquanto eu me afastava como o covarde que era.”

O que diabos estava acontecendo?

– Você costumava ser mais divertido Dean. – ela sorria exibindo seus dentes extremamente brancos. Fazendo com que Carter salivasse. Patético.

– Vamos encher a cara, foram muitos anos sem álcool. – Max ria, enquanto caminhava para uma caminhonete.

– Sabe cara, a cadeia te fez muito bem. – Lana brincava atrás de nós, seguida por um Carter hipnotizado.

– Cadeia? – perguntei, confuso.

– Sim. Cadeia, xilindró, prisão. – ele respondeu enquanto acendia um cigarro.

Passando a mão em meus cabelos vi tudo fazer sentido.

– Vocês foram presos?

– Apenas eu, minha irmãzinha conseguiu fugir também. – a culpa me atingiu.

– Pensei que estavam mortos. – sussurrei.

– Também pensei cara, até acordar em um hospital, preso a cama.

Nos últimos cinco anos acreditei que ambos estavam mortos e que de certa forma eu era culpado, culpado por tê-los abandonado.

– Você me deva uma grana, vamos encher a cara garoto de ouro.

Os levei para uma boate onde enchemos a cara e dançamos, fazia muito tempo que não me sentia assim, momentaneamente feliz. Mesmo que Emma não saísse de meus pensamentos, eu ainda consegui me distrair por algumas horas e foi refrescante.

Perto da meia noite essa felicidade já havia se tornado melancolia, e eu precisa sair dali.

– Estou indo para casa, preciso de um tempo. – Carter fez uma careta deixando claro que não queria ir ainda. – Pode ficar com o carro, apenas cuide bem dele.

Dizendo isso me virei e deixei a boate.

– Dean?

O som dos passos de Lana atrás de mim me fizeram parar.

– Sim? – respondi.

– Posso ir com você?

Lana era uma boa garota apesar de tudo, das drogas, as festas, os roubos. Ela era alguém com quem eu costumava passar meu tempo, alguém que não exigia nada além de algumas horas de sexo e diversão, mas o alguém que eu era, se foi a muito tempo. E apenas sexo não era mais uma opção.

– Preciso de um tempo sozinho. – falei, sabendo que Lana não era alguém que se magoava fácil e que ela entenderia.

– Claro, só me ligue ok? Tem sido um longo tempo desde a última vez em que nos vimos. – não pude deixar de sorrir ao ver o típico sorriso malicioso dela antes de me abraçar. Envolvi meus braços em torno dela, agradecendo por ela estar aqui, bem.

– Também senti sua falta Lanny. – ela sorriu, me devolvendo um soco por chama-la por seu apelido de infância.

– Droga, faz anos que não me chamam assim.

– Vá se acostumando. – respondi, antes de voltar a caminhar.

Seria uma longa caminhada, mas eu não me importava.

Quase quarenta minutos depois eu finalmente estava perto do campus. Durante todo o trajeto um par de olhos azuis me assombrou. Eu não sabia o que fazer em relação a Emma, eu a queria mais do que qualquer outra coisa, mas a certeza de não ser suficiente para ela, me impedia de lutar.

*“- Eu quero você Dean...

Emma me olhava com seus olhos azuis, os olhos que ficariam gravados em minha mente para sempre. Saber que eu seria o primeiro cara a toca-la me deixava em uma espécie de excitação estranha, eu sentia vontade de toma-la para mim, de ser o único a toca-la de todas as maneiras possíveis. De certa forma eu precisava disso, sentir-me entorpecido hoje. Nesta maldita data cheia de dor.

Deus o que estava acontecendo comigo? Eu só a conhecia a algumas horas e já a tinha sob a minha pele.

– Por favor...

Tê-la embaixo de mim, no banco traseiro de meu carro, implorando, era a melhor coisa que já me acontecera em minha vida de merda. Então ela me beijou e eu desisti de lutar.

Aquela foi a primeira vez que fiz amor.

A abracei junto a mim, aproveitando o calor de seu corpo pequenino, o calor que aquecia o frio em mim. Foi quando a ouvi sussurrar o que mudou tudo.

– Feliz aniversario Emma.

Aquilo só podia ser uma piada cósmica ou algo do tipo certo? Porque a vida insistia em me estapear na cara toda vez que me permitia relaxar, que me permitia sentir?

Emma, a garota doce de olhos azuis, fazia aniversário no dia em que meus pais foram assassinados.”

Esta era a minha sina, como um lembrete de que a felicidade sempre seria momentânea para mim, como uma amostra sem aviso que sempre seria retirada bruscamente de mim.”

Maldito 13 de julho.

Lembranças como esta estavam enterradas em mim, mas insistiam em me assombrar ultimamente. Eu sendo o covarde que sou, não pude lidar com o fato de o aniversário de Emma ser no dia em que perdi tudo.

Pensando bem...

– Me solta.

Ao cruzar a esquina do Campus, ouvi a voz dela.

– Calma gatinha, estamos apenas nos divertindo.

– SEU FILHO DA PUTA, ME SOLTA... – a raiva e um instinto assassino tomaram conta de mim enquanto eu corria pelo estacionamento.

– Pare de gritar sua vaca.

Ouvi o som de um tapa e em seguida os vi, Emma tinha o rosto vermelho banhado por lágrimas enquanto um futuro cadáver a beijava.

Ela tentava se soltar, mas era impossível. Corri ainda mais rápido, enjoado pela cena dele, a tocando.

Quando os olhos dela encontraram os meus, pude ver o alivio, a dor, a magoa, o desespero.

Em segundos o cara estava no chão e tudo o que eu pensava eram maneiras de mata-lo. Eu o golpeava sem me importar com seus gemidos e a quantidade de sangue que saia dele.

– SEU FILHO DA PUTA, ME SOLTA, QUEM VOCÊ PENSA QUE É?

– SOU O MARIDO DELA. – agarrando-o pelos cabelos, bati sua cara repetidamente no chão do estacionamento. – Se você ousar, ou apenas sonhar em a tocar novamente, juro por Deus que mato você.

– Dean.

O som da voz dela e o seu toque me fizeram parar.

Ela parecia tão pálida, tão pequena e frágil. A abracei, tentando me manter calmo para não voltar a espancar o filho da mãe que tentou...

– Shh, eu estou aqui agora. – falei, a apertando.

Ela abriu a boca para responder, mas não o fez. Emma simplesmente cedeu em meus braços. O pânico me tomou.

– Emm? – a levantando, peguei sua bolsa, eu precisava das chaves dela.

Ela não respondia, apenas permanecia mole em meus braços, inconsciente.

Por favor, que ela esteja bem.

Quando finalmente encontrei as chaves, corri com ela para seu carro que estava do outro lado da rua.

Cinco minutos depois eu entrava com ela em meus braços no hospital, gritando por ajuda.

Quando a levaram para longe de mim, senti como se minha alma tivesse sido separada de meu corpo.

– Senhor pode nos contar o que aconteceu? – dois enfermeiros falavam comigo, olhando preocupados para todo o sangue em mim. Eu tinha que responder, mas as palavras não saiam. – Precisa nos dizer, para que possamos cuidar dela.

– Ela foi atacada, tentativa de... estupro. Eu... eu cuidei do agressor. – falei, apontando minhas roupas ensanguentadas.

– Ela é uma garota de sorte, sabe, por tê-la encontrado. – a enfermeira me olhava com lágrimas nos olhos, como se eu fosse um tipo de super herói ou algo do tipo.

– Eu faria qualquer coisa por ela. – sussurrei.

Depois de uma hora e muitos papeis, finalmente vi um médico caminhar até mim.

– Como ela esta?

– Ela teve um surto, entrou em estado de choque, e a falta de alimentação ajudou. – falta de alimentação. – Você é da família?

– Sou, hum... o marido dela.

– Me acompanhe por favor, temos que conversar. – ele estava sorrindo?

Tudo o que eu queria era vê-la, certificar-me de que ela estava bem. Então o segui até um quarto.

Emma estava deitada, ainda muito pálida, fitando o teto.

– Olá Emma. – disse ele, enquanto pegava a prancheta dela e a estudava.

Os olhos dela encontraram os meus, e ficamos assim, nos olhando como se não nos víssemos a anos.

– Sei que passou por muito esta noite Emma, mas precisa se cuidar, especialmente agora querida.

As palavras dele pareciam tão distantes enquanto nos olhávamos.

– O bebê precisa de você, precisa que se alimente corretamente e...

Espera!

Bebê?

Emma tão surpresa quanto eu, piscou, voltando-se para o médico.

– Desculpe, pensei ter ouvido você dizer bebê.

Um sorriso se espalhou pelo rosto do velho médico, o que me fez tremer.

– Sim, um bebê. Acredito que esta seja uma boa noticia para você e seu marido.

Emma estava grávida?

– Eu..., eu e-estou grávida? – ela sussurrou, enquanto lágrimas escorriam por suas bochechas


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Notas finais do capítulo

Gostaram? *-*
* A ultima lembrança é do dia em que a Emma e o Dean se conheceram.