Ele acabou de falar já correndo, entrando no elevador e indo pro 5 andar, como ele tava no 4 não demorou muito. Ele bateu no número 403, tinha certeza que foi esse quarto que Carla disse que ia ficar

Tomás: Carlinha, abre aqui, é o Tomás, por favor ~ ele escutou o barulho de alguém andando, e se preparou para entrar, mas o barulho parou.

Carla: o que você quer??

Tomás: quero falar com você, será que pode abrir??

Carla: não, se quiser falar é só falar, não precisa entrar não.

Tomás respirou fundo, ele conhecia muito bem aquela marretinha pra saber que não ia ser nada fácil.

Tomás: tudo bem, eu vou falar daqui de fora, mas não saio daqui até que você abra a porta

Ele ficou esperando alguma coisa, que nem ele sabia o que era, mas não teve nada. Então sentou no chão e respirou fundo mais uma vez.

Tomás: ããã, primeiro... desculpa, por sei lá o que ~ ele ouviu ela rindo um pouco, e sorrio sem perceber, amava o barulho da risada dela, amava fazer-la sorrir ~ faz um tempão que a gente não se ver, né??

Carla: Não te desculpo. E sim, faz um bom tempo.

Tomás: Nossa Carla, você é uma garota má sabia??

Carla: Sabia!!

Tomás: Beleza, então... Você quer falar sobre o que??

Carla: eu?? ~ soltou aquela gargalhada gostosa, que fez Tomás se derreter ~ sério isso?? Não sou eu que estou sentada no corredor, ou é?? ~ disse rindo mais

Tomás: não, não é. ~ tentou não rir ~ E não sabe a sorte que tem, porque esse chão é duro viu?? Não pode me dar uma almofada não??

Carla: claro... que não ~ Tomás bufou ~ mas... você sabia que Beck vai morar aqui comigo?? Ou melhor, ela já tava aqui a um tempinho, e se tem uma coisa que não pode faltar na geladeira de Beck é um pote de sorvete, espere um pouco que vou pegar tá?? ~Tomás deu um pulo levantando do chão

Tomás: obaa, sorvete, não me diga que é de flocos. ~falou esperando Carla abrir a porta, mas o tempo passou e ele só ouviu ela sentando de novo ~Carlinha, abre aqui a porta, não tem como eu pegar sorvete aqui fora.

Carla: hm Tomás, esse sorvete tá muito bom sabia?? E é de flocos ~só foi ela falar que ele sentiu o cheiro de sorvete de flocos ~ que pena que você não pode entrar né?? Sabe o que é...~ ele ouviu o barulho de chave caindo no chão, e tentou abrir a porta pensando que tinha acontecido alguma coisa ~ a chave tá muito longe. ~ Ouviu mais uma vez a risada dela e fechou a cara

Tomás: Carlinha linda do meu coração ~ ele disse sem nem perceber ~ esse seu joguinho já tá enchendo o saco, mas tudo bem, eu não vou sair daqui ~ disse mais pra si do que pra ela.

Carla: hm... que bom, assim não fico sozinha, mas esse sorvete... tá bom de mais ~ Tomás voltou a se sentar

Tomás: Carla por que você faz isso comigo?

Carla: isso o que?? ~ disse se fazendo de desentendida ~ isso aqui tá muito bom

Tomás: bom... pra começar eu to sentado na sua porta e você não me deixa entrar. segundo, você sabe que eu amo sorvete de flocos e não me dá

Carla: o que posso fazer se você não ficou do meu lado?? ~ disse provocativa

Tomás: eu não acabei ~ agora ele falava com um tom sério ~ você sempre com esses shorts, vestidos curtos que me deixam louco, seu corpo perfeito, que parece mais um desenho retirado dos meus sonhos, sua risada linda, a mais gostosa que eu já ouvi, que chama minha atenção só pra você, os seus olhos os mais belos de todos, seu cabelo sempre bem cuidado, que te deixa mais linda quando o vento bate e ele voa ~ agora ele já estava falando sem pensar, ou melhor, falando tudo que já devia ter sido dito, que ele tanto treinou na frente do espelho mas que nunca teve coragem de dizer ~ me desculpa, eu sei que errei, quando fui embora, te deixei por causa de uma viagem idiota, foi o meu pior erro, nunca vou me perdoar. Mas eu não consigo viver longe de você, você é meu mundo, meu chão, meu ar, minha vida e sem você não tem razão pra viver ~ nessa hora os dois já estavam chorando ~ me desculpa Carla, me desculpa por tudo, eu só... eu só... desculpa.