Imutável escrita por Segunda Estrela


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá, de novo em uma lan house(obrigada leitores inteligentes). Infelizmente eu não vou conseguir responder todos os comentários agora, meu tempo é limitado! Mas vocês sabem (ou pelo menos eu espero que saibam) o quanto eu fico feliz com cada comentário. Sério, sei que todo mundo deve dizer isso, mas eu fico, tipo, MUITO feliz.
bom, beijinhos a todos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/473358/chapter/12

Todos dançavam alegremente pelo salão. Os olhos se viravam constantemente para a rainha, ansiosos e despreocupados. Ela sorria para todos que vinham cumprimentá-la, de uma maneira quase convincente. Ele era a nova regente daquele reino e se colocava como tal na frente de todos os seus súditos, demonstrando todo o seu poder de uma maneira que impunha respeito, mas ao mesmo tempo gentileza. Eu admirei aquela força de vontade, pois sabia que não conseguiria me manter sério por muito tempo se estivesse no lugar dela. Dei uma breve risada ao pensar em como seria caso eu pertencesse à realeza.

– Bom, para a felicidade de todos, eu nasci como apenas um camponês, não acha princesa? Quero dizer, rainha.

Ela continuou com seus olhos fixos nas pessoas que dançavam a sua frente, sem demonstrar o mínimo sinal de reconhecimento com minhas palavras. Uma pontada de desânimo me tomou, mas ainda assim continuei. Não me deixaria abater, afinal, passei décadas sendo ignorado.

– O que você acha? Eu deveria ir atrás de sua irmã? Eu gostaria mais de ficar aqui, mas ela pode falar comigo, você não.

Ela cumprimentou mais um dos seus súditos ou parceiros comerciais e continuou com sua postura nobre diante de todos.

– Tudo bem, não precisa insistir. Eu não vou embora.

Coloquei-me na sua frente, fazendo uma mesura exagerada balançando minhas mãos.

– Poderia conceder-me a honra de uma dança vossa alteza?

Dei uma risada para mim mesmo. Eu me sentia leve após finalmente poder vê-la. Eu precisava acreditar que conseguiria reparar os erros do passado. Mas então eu fixei meus olhos no seu rosto e o riso sumiu dos meus lábios.

Eu queria que você pudesse aceitar minha proposta...

Eu não sabia explicar direito de onde vinham esses pensamentos estranhos, mas atribuí ao meu desejo, que sempre tive, de ser visto pelas outras pessoas. Dei um passo para frente, subindo no pequeno degrau e ficando a centímetros do seu rosto.

– É estranho, eu me sentir tão ligado a uma pessoa que nem ao menos sabe que eu existo.

Eu levantei meus dedos até quase tocar seu rosto. Hesitei por um momento, talvez eu pudesse senti-la se colocasse toda minha força de vontade nisso. Estiquei minha mão e como esperado, ela simplesmente cruzou-lhe as faces. Dei um suspiro desistente, mas não afastei minha mão dali. Senti meu rosto ficar vermelho ao ver a aproximação que eu tinha imposto entre nós. Mesmo nervoso, passei meus dedos delicadamente por sua bochecha, ansioso para ter o menor toque, mas não consegui sentir nada.

Eu acho que eu nunca quis tocar alguém assim. É um sentimento estranho...

Abaixei minha mão, por vergonha e por não entender direito o que estava fazendo. Ela então mudou sua expressão pacífica por um momento, franzindo de leve as sobrancelhas. Elsa levantou vagarosamente seu braço e, com delicadeza, tocou com a ponta dos dedos a parte do rosto onde minha mão estivera segundos atrás. Arregalei os olhos e quase caí do degrau.

– Você sentiu isso?!

A expressão da rainha era confusa, ela encarava o vazio de uma forma contemplativa. Tentei chamar-lhe atenção, me coloquei na sua frente e tentei mexer com ela de novo, mas nada aconteceu.

– Vamos, por favor, Elsa! Apenas me ouça... Eu só quero...

Interrompi-me nas minhas próprias falas.

O que eu quero? Eu quero que ela apenas me veja? Eu não desejo nada além disso? Não, não, preste atenção no que está dizendo. Sua missão é uma, termine-a e volte para casa.

– Eu só quero que seja feliz, me vendo ou não.

Eu estava começando a pensar em deixá-la e ir atrás de Anna quando ouvi uma voz agitada e gentil surgir por meio das pessoas procurando a rainha. Reconheci a voz de princesa mais nova e fui à direção contrária, misturando-me entre os convidados a uma distância segura e de onde poderia ouvir sobre o que elas conversavam. Percebi então que junto de Anna vinha o príncipe de antes. E novamente fui tomado pelos pensamentos ruins que o cercavam.

– Rainha Elsa. – Começou Anna com seu costumeiro tom animado.

– Gostaria de lhe apresentar o príncipe Hans das Ilhas do Sul.

– É uma honra conhecê-la vossa majestade. – Falou ele.

Elsa lhe retribuiu com um leve inclinar de cabeça.

– E bom, na verdade, eu, quero dizer, nós queríamos a sua bênção... Pro nosso casamento!

Olhei para aqueles dois, tremendamente surpreso. Eu podia jurar que eles haviam se encontrado pela primeira vez há apenas algumas horas no porto.

Não acredito, nem a conversa deles eu consegui entender direito. Pensava que meus sentidos de espionagem eram melhores.

– O quê? Acho que não entendi muito bem.

– Bom, sabe como é, ainda não planejamos muitas coisas. Eu quero preparar a festa, ver o que vão servir e essas coisinhas. Mas o que importa é que Hans e eu estamos apaixonados e...

– Anna pare, preste atenção no que está dizendo. Você acabou de conhecer esse rapaz.

A princesa olhou para ela sem entender.

– O-o quê? Mas Hans e eu estamos...

– Você não pode se casar com alguém que acabou de conhecer. – Disse Elsa repreensiva, porém calma.

Então eles acabaram de se conhecer mesmo? Isso é sério? Bom, pelo menos minha audição não está tão ruim e... Espera, então esse é o noivo da Anna que...

Fui tomado por um ódio repentino. Aquele era o responsável humano pela destruição de Elsa. Naquele momento, o que eu mais desejava era poder simplesmente acertá-lo com meus poderes e trancá-lo onde não pudesse fazer mal a ninguém. Senti todo meu corpo me impulsionar para frente, sendo motivado por um desejo de destruir aquela fisionomia de príncipe metido que ele tinha.

– Mas é amor verdadeiro! Você não pode destruir o amor verdadeiro!

– Isso não é amor, é apenas...

– Como você pode saber?! Nunca amou ninguém além de si mesma!

As pessoas na festa começaram a prestar atenção na confusão que começava a acontecer entre as duas irmãs. Eu senti minha tensão aumentar conforme o tom de voz delas aumentava. Elsa olhou para ela em um misto de culpa e dor. E eu pude ver novamente aquela névoa negra se espalhar por entre todos. Ela ascendia do chão e poluía as mentes com pensamentos cheios de medo, cheios de Breu.

Não, não, o que eu faço?

Ela se virou na direção contrária, com seu rosto cheio de tristeza desejando se afastar dali o mais rápido possível.

– A festa acabou, fechem os portões.

– Elsa, não! Espera! – Disse a princesa correndo em sua direção e puxando uma de suas luvas.

– Devolva-me isso!

Ela se esquivou da irmã, segurando a luva junto ao peito e continuando com suas palavras.

– Elsa, por favor. Eu passo todos os dias trancada neste castelo sem poder ver ninguém, eu não aguento mais viver assim.

Elsa hesitou para responder, vi que as lágrimas brilhavam em seus olhos azuis profundos.

Se eu interferir apenas Anna vai conseguir me ver, será inútil.

Mas eu podia ver aquela fumaça corrupta se espalhar mais e mais. E eu temia porque não sabia o que fazer.

– Então vá embora.

Ela se virou mais uma vez, Anna apenas a encarou com suas feições cheias de uma surpresa penosa.

– O que eu fiz para você?!

– Já chega Anna.

– Porque você me expulsou da sua vida? Porque você se trancou para mim e para o mundo?! Do que você tem tanto medo?!

– Eu disse já chega!

E então, tudo o que foi premeditado aconteceu. Aquele foi o momento da coroação em que tudo que ela construiu por todos aqueles anos desmoronou. Com um movimento brusco de seu braço o gelo se estendeu, frígido e cruel, na direção de todos os convidados. A expressão de desespero que tomou o rosto da rainha naquele momento é algo que eu nunca vou esquecer. Dei um passo instintivamente na sua direção.

Seu idiota! Você não impediu nada disso!

As pessoas olharam surpresas e aterrorizadas para a feitiçaria que Elsa lançara sobre todos eles. E mais uma vez aquele agouro negro controlado por Breu se estendeu sobre cada um do salão de bailes. As exclamações apavoradas varreram o salão. A rainha lançou um último olhar de pavor para todos e por um segundo seus olhos recaíram sobre mim, e por algum motivo, eu senti naquele momento, em que aqueles lindos olhos cheios de medo me encaravam, que eu era visto pela rainha de gelo. Eu não sei dizer se ela compreendeu que meu desespero era por ela, mas no momento seguinte ela virou as costas e deixou todos para trás.

Lancei um olhar de relance para Anna e corri na frente de todos. Pude sentir o olhar surpreso da princesa quando passei por ela, mas não lhe dei muita atenção. Meu objetivo agora era outro. Na praça do castelo as pessoas parabenizavam a rainha que passava apressada entre eles, em um desespero ansioso por fugir.

– Nossa linda rainha.

– Rainha Elsa!

Ela tentou se afastar da multidão que a acuava. Ela manteve as mãos junto ao peito. Corri o mais rápido que pude para tentar alcançá-la, esticando meu braço e quando finalmente pensei que poderia tocá-la, todo meu corpo novamente passou por ela como se eu não fosse nada.

– O quê? Não. Não! Você me viu um segundo atrás! Eu sei que viu!

A decepção que eu senti naquele momento era indescritível. Eu não sabia o que acontecera, mas eu tinha certeza de que ela me vira no salão de bailes. As pessoas ao redor olhavam para ela ansiosas, sempre ansiosas, mas começando a perceber que algo estava errado. Ela recuou o mais que pode e acidentalmente tocou uma fonte atrás de si. O gelo retorceu-se no ar, criando uma estrutura deforme. Os plebeus gritaram de pavor.

Não, não, não.

Um velho atravessou a porta de castelo com mais dois homens e lhe apontou o dedo.

– Peguem esse monstro! Não deixem que escape!

– Você não ouse tocar nela! – Disse por reflexo, esquecendo que não seria ouvido e apontando meu cajado em sua direção.

Os aldeões se afastaram, protegendo seus filhos e dando passos para trás. A fumaça negra entranhada em todos eles. Todos ali dominados pelo temor, abandonados ao léu sem um pingo de valentia.

– Vocês não veem o que está acontecendo?! Não veem o quanto ela também está com medo?!

– Por favor, afastem-se. Apenas fiquem longe de... – Sua frase foi interrompida por uma nova rajada de gelo e neve que atingiu a entrada e derrubou o senhor e os outros dois.

Ela novamente encarou suas mãos, apavorada. Anna surgiu entre as portas e desceu os poucos degraus atrás de Elsa. A rainha fugiu na direção contrária daquelas pessoas, correndo sem um rumo certo, mas tentando ao máximo se afastar de todos.

– Não! Espere! Por Favor! – Gritei inutilmente.

Anna era seguida pelo seu príncipe, e eu temia que algo pior acontecesse naquele momento. Corri atrás de Elsa com Anna em meu encalço e assim que pude, me virei na direção de Hans e criei uma parede de gelo com pontas afiadas na sua direção impedindo que ele continuasse. Ele parou abruptamente, olhando surpreso para o que eu construíra, provavelmente achando que era obra de Elsa. Pude ver os olhos da princesa ruiva se arregalarem ainda mais, no entanto ela não podia perder tempo comigo. Lancei-me com ventos invernais atrás de Elsa, apenas enchendo de mais espanto a sua irmã mais nova. E quando a alcancei percebi que era tarde, eu não conseguiria convencê-la a voltar e ela já estava longe demais do castelo para que Anna pudesse falar com ela. Praguejei para mim mesmo.

Estúpido! De que adiantou você aqui? Nada! Ela revelou seus poderes e foi obrigada a fugir de qualquer forma. Idiota! Inútil!

– Não... Elsa...

Virei-me e vi Anna olhando desolada para a irmã que desaparecia entre as árvores do outro lado do rio. Ela então recaiu seus olhos sobre mim, me analisando sem parecer entender muita coisa.

– Meu Deus e quem é você?

Engoli em seco.

– Meu nome é Jack Frost, e acho que a gente devia conversar um pouco.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, eu não fiz as falas exatamente como no filme, pq eu acho que as coisas mudariam um pouco, mas o que eu sei também? Espero mesmo que tenham gostado, e desculpem por uns erros desastrosos do capítulo anterior, tipo escrever uma palavra com letra maiúscula, O QUE DIABOS FOI AQUILO?! Mas é que eu tinha feito para substituir a palavra depois, mas eu esqueci, por sorte eu descobri que posso editar o capítulo pelo celular.
Desculpem, tomei muito tempo por nada. Espero aqui do fundo do meu coraçãozinho que gostem.