Super-Heróis? escrita por soyrebelde


Capítulo 36
Não posso perder ninguém


Notas iniciais do capítulo

OOI, postando rápido em? AVISO: Eu disse que o capítulo anterior seria o antepenúltimo né? Mudança de planos, esse capítulo sim é o antepenúltimo.



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Gelei ao ouvir aquilo, minha cabeça parecia não processar meus pensamentos, não sabia o que falar, só sentir. Margarida pegou meu celular e continuou conversando com o policial, nem percebi quando ela chegou. Cambaleei até o sofá ainda perplexa. Perguntaram-me o que eu tinha, mas prossegui calada, continuei assim até ser chacoalhada por Margarida.

– O que, o que eles disseram?

Seu semblante não era o melhor. Ela e Lucas haviam virado amigos, então ela também devia estar preocupada. - Sem rodeios, o estado dele é grave e as chances de - ela deu uma pausa e respirou pesado - As chances dele se recuperar são mínimas. Parece que ele bateu forte a cabeça quando caiu com o impacto do tiro e ele está em coma.

Era muita, muita coisa pra minha mente digerir, mas uma pergunta me agoniava. - Quem, quem atirou nele?

– A polícia não sabe, mas os vizinhos disseram que ele teve uma discussão feia com o pai dele, que inclusive está desaparecido.

– Eu quero ir ver ele.

– Eu também vou, vem comigo, você não está em condições de dirigir. - assenti e saí dali sem falar com ninguém.

Em alguns minutos chegamos ao hospital, lágrimas embargavam pelo meu rosto e pelo de Margarida também. Fomos na recepção, mas não tinha nenhuma informação sobre o quadro dele. Fiquei ali o resto do dia e acabei dormindo no sofá da recepção mesmo.

Quando acordei, Daniel estava ao meu lado. Chacoalhei-o e ele abriu os olhos devagar.

– O que tá fazendo aqui? E cadê a Margarida?

– Ela me ligou e disse que você tava aqui então eu vim pra cá, mas quando cheguei você tava dormindo e preferi não te acordar. A Margarida foi pra casa dela descansar.

– Tem alguma novidade do Lucas?

– Não. Você não quer ir pra sua casa, tomar um banho e comer alguma coisa? Eu fico aqui caso acontecer algo.

– Não, eu prefiro ficar aqui por enquanto. - minha voz estava chorosa e as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, de novo.

– Ei. - ele levantou meu queixo me fazendo olhar em seus olhos - Vai ficar tudo bem. - ele me abraçou forte e depositou um beijo em minha testa.

– Vocês são parentes do paciente Lucas Nogueira? - um médico chamou nossa atenção.

– Somos amigos. - Daniel respondeu.

– Sinto informar que o paciente se encontra em coma e seu estado é grave. Não sabemos quando ou se ele vai acordar, mas é importante nunca perder a fé e rezar para que ocorra um milagre. Qualquer novidade avisaremos. - ele se retirou.

Chorei, chorei muito envolvida nos baços de Daniel.


3 meses depois...

Três meses se passaram, três meses e Lucas continuava em coma. Algumas coisas mudaram: Daniel terminou comigo, não o culpo pois sei que só vivo nesse maldito hospital esperando alguma reação do Lucas. A patrulha voltou a agir na cidade e tiveram que se virar sem mim. Margarida se tornou minha melhor amiga e todo dia vem ao hospital me fazer companhia. Irene também aparece às vezes. O plano deu certo e o Paulo fugiu da cadeia com o dinheiro que lhe havia prometido, nunca mais tive notícias dele e nem me interessa ter. Ainda não sabem quem atirou no Lucas e o pai dele sumiu no mundo.

Estava sentada naquele sofá que já fazia parte da minha rotina quando Margarida chegou e me abraçou.

– Como você tá amiga?

– Tô vivendo né, como foi seu dia?

– Faculdade de manhã e de tarde fui visitar o pessoal, inclusive o Daniel tentou não demonstrar, mas ele está bem bolado.

– Margarida eu não quero falar dele ok?

– Uhum, mas você vai me ouvir. Você tem ideia de que há três meses você vive aqui nesse hospital e esquece do mundo lá fora? Tudo bem que é difícil, o Lucas é muito importante pra você sim, mas tem ideia de quantas coisas você abriu mão, inclusive o amor da sua vida?

– Margarida por favor.

– E se ele nunca acordar? Você vai mesmo continuar assim? A vida continua Maria Joaquina e ela pode acabar quando menos esperamos. Você precisa escolher.

– Eu só não quero perder ninguém. - estava me segurando ao máximo pra não chorar, não fazia isso há muito tempo e as lágrimas imploravam pra cair.

– Ele tá aí fora e quer falar com você. Pensa bem no que vai falar, eu vou chamar ele.

Depois de uns segundos ele apareceu.

– Oi. - ele disse e sentou ao meu lado.

– Oi.

– Eu queria te ver porque, ah você sempre esteve comigo, certo? Você nunca me abandonou, quer dizer quase nunca. Bom, acho que tá na hora de eu retribuir isso. Eu vou estar do seu lado tá?

– Não precisa fazer isso por achar que está me devendo algo.

– Eu tô fazendo isso porque eu quero. Vamos fingir que nada aconteceu ok? Que somos aqueles melhores amigos que sempre apoiavam um ao outro. Esqueça tudo o que tivemos, nossa amizade é mais importante.

– Eu, eu não quero esquecer, eu não me arrependo de nada, não me arrependo de ter me apaixonado por você e de compartilhar com você os melhores momentos da minha vida. Não me arrependo de ter me entregado a você. Eu te amo Daniel e sei que nada vai voltar a ser como antes, mas não, eu não me arrependo de te amar.

Ele foi se aproximando e ficando cada vez mais perto, seus lábios estavam quase tocando os meus, mas eu me afastei. - Daniel não, eu não quero te iludir, você merece mais que isso.

– Se você prefere assim. - seu olhar era de decepcionado - Já tá ficando tarde, eu posso te levar em casa.

– Ok, vamos.

– Vamos.

Margarida havia ido embora e Daniel me acompanhou até a minha casa. Fazia frio e as nuvens diziam que iria chover. Ventava um pouco forte. Do nada um homem apareceu na nossa frente, fiquei imóvel e Daniel também. Ele era um pouco baixo, com cabelos longos e aparentava ter uma idade um pouco avançada.

– Quem é você? - Daniel perguntou.

– Sem apresentações por favor, até porque eu conheço vocês e sei que você - apontou pra mim - não está nada bem né linda jovem?

– O que, o que você sabe?

– Vamos direto ao ponto, eu posso te ajudar.


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Notas finais do capítulo

Será que é o fim definitivo de Daniel e Maria Joaquina? Sei não hein. Obrigado aos comentários do capítulo anterior e até o penúltimo!