Filhos da Lua e a Ascensão dos Corajosos. escrita por Ytsay


Capítulo 67
Combate.


Notas iniciais do capítulo

Eu não tenho muito que dizer... Então espero que tenham uma boa leitura e nos vemos nas notas finais, que, ai sim, eu tenho algo a dizer. Rs
Anteriormente no capitulo que se passa na nave Estado:
“...três competidores, três estratégias, três sentimentos e três diferentes historias. E duas acabaram aqui.”



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O traje de Dukan se desativou completamente, ele balançou um pouco, mas ficou de pé. Depois voltou olhar os outros lutadores e pela expressão de 177, quando o garoto olhou de 406 para ele, sua maior preocupação era com aquela cobaia estranha.

“Estão preparados?! Então vamos começar!”-falou o locutor.

Um bip rápido soou bem próximo do ouvido das cobaias.

Kan deu uma olhando em volta para saber de onde veio, e logo notou o movimento de 177, que cutucou o objeto estranho na têmpora para ele, então Kan percebeu que aquele dispositivo havia sido ativado. A seguir seus pensamentos ficaram confusos. Ao mesmo tempo em que sabia quem era o 177, não sabia; e desejava atingi-lo mortalmente. E enquanto tinha esse desejo, sentia medo de fazer isso e ser atingido ou alguém conhecido que estava ali ser eliminado antes. Mas Dukan sabia muito bem que tinha coragem para fazer o necessário e não queria lutar com os outros para entreter aquele publico.

Ele experimentava uma confusão de sentimentos. O dispositivo em sua cabeça trazia o forte desejo de 406 de lutar e matar todos, e vindo de 177, pela forma que o garoto recuava e tremia, o medo e hesitação de toda aquela situação inesperada. Os dois sentimentos competindo com o seu próprio, que era a bravura para negar o que Estado queria.

Do teto outro som chamou atenção dos competidores, menos de 406 que estava fixo em analisa-los, e logo uma espada caiu horizontalmente e se ficou exatamente ao lado do encolhido 177, que sentiu medo dela o atingir quando notou o alçapão logo acima de sua cabeça. E ao lado de Kan uma esfera, com alguns dentes de ferros, presa em uma curta corrente quicou sobre o piso que poderia quebrar mais resistiu bem ao impacto. Dukan olhou 406 esperando para ver qual arma ele receberia, mas não havia nada ali. Porém logo um dardo verde-florescente voou, vindo de algum lugar das paredes, e o atingiu no pescoço. A expressão de 406 mudou rapidamente depois, seus olhos se arregalaram mais, um sorriso feio amarelado surgiu e os músculos ficaram mais tensos de ansiedade. Tudo piorando sua imagem assustadora de antes. E ao mesmo tempo sua vontade assassina, sentida pelos outros, aumentou.

Sabendo que Dukan era um oponente difícil, 406 avançou em direção á 177 determinado e transmitindo o desejo exagerado de machuca-lo. O garoto ficou parado, quase dando um passo a frente, como se fosse enfrenta-lo, mas então puxou a espada fincada no chão, encarou Dukan e correu na de direção do loiro com os olhos fixos nele e coma espada erguida.

Nesse momento, vendo 177 vindo em sua direção com um golpe pronto para atingi-lo e 406 o perseguindo, Kan sentiu o medo sumir subitamente e aumentar o desejo de atacar alguém. Então pegou a corrente da esfera e jogou o peso na direção de 406, que era uma clara ameaça para os dois. O homem desengonçado tinha diminuído a distancia até 177 e ao ser atingido no ombro pela esfera, caiu aos tropeços para trás. No minuto seguinte depois de lançar a arma, o medo voltou para Dukan, assim como a hesitação. 177 havia desviado o golpe da lamina para o piso e terminou de se aproximar de Kan antes de se virar para ver o que tinha acontecido ao outro.

406 levantou-se encarando os dois garotos. Um ombro mais baixo que o outro e sem nenhuma expressão de dor no rosto. Dukan sentiu que ele ainda mirava sua raiva para o mais fraco, que, com o compartilhamento de sentimentos, sabia bem que ele não tinha chances se Dukan não estivesse ali. Então o loiro lutou com aquilo que o contaminava mais: atacar 177 como 406 desejava.

Com um grunhido o estranho na frente deles pegou a esfera pesada com esforço, sem ligar que a clavícula quebrada forçasse a pele para se mostrar e sangrar, depois jogou na direção dos dois. Kan não precisou desviar muito para o peso não o atingir, mas 177 se afastou demais, esquecendo a espada no chão. Enquanto o terceiro encarava o garoto menor e começava a ir persegui-lo, já que tinha se afastado, Dukan pegou a espada e avançou da direção do inimigo. Sabia que a única forma de acabar com o sentimento mais contagiante que compartilhavam era eliminar a fonte. Mas 406, mesmo tendo aquela aparência que o fazia parecer não ter uma consciência, percebeu o avanço repentino e se preparou para enfrenta-lo. Dukan o atingiu facilmente atravessando-o com a lâmina próxima do estomago. Contudo 406 não ligou para o ferimento, apenas o olhou com o olho de animal e depois fincou as unhas desiguais no pescoço de Kan e apertou com uma força estranha para os dedos ossudos, deixando-o sem ar. Nesse momento, enquanto quase amassava as mãos magras e cinzentas de 406, o medo que vinha de 177 aumentou excessivamente, confundindo Dukan a ponto de ele achar que não seria capaz de escapar, e não evitou um olhar zangado pra o garoto parado quase do outro lado do salão.

177 respirava com dificuldade, vendo que sua chance de não ser morto pelo cara estranho tinha sido pego. Mas ele parou e pensou. Logo sua expressão de pavor sumiu e deu ré até ficar afastado dos dois e encostar-se a parede, depois encarou o chão por um tempo, se concentrou e esvaziou os pensamentos, ignorando toda a situação e ao seu próprio corpo que exigia que fizesse algo para sair dali. Por fim conseguiu ir para um estado em que não pensava em nada e não era nada, apenas o corpo permanecia presente e funcionado, mas os sentimentos e pensamentos completamente anulados e em silencio.

E ao fazer isso Dukan recuperou seu verdadeiro estado e conseguiu pensar nas possibilidades de se livrar do homem que não sentia dor e queria apenas acabar com eles. Parou de tentar tirar a mão do inimigo de seu pescoço e segurou o punho da espada fincada na barriga do outro, girou-a para a lamina ficar horizontal e a arrastou para a cintura do estranho o cortando. 406 não sentia o corpo como um humano comum e observou desacreditado de que aquilo poderia fazê-lo soltar Kan. Mas depois de deixar a espada livre, Dukan girou a lamina, no curto espaço entre seus corpos, e atingiu o pulso que travava a mão em seu pescoço, separando-o do corpo do inimigo. Rapidamente a seguir ele fez a mesma coisa no pescoço de 406. E logo o corpo anormal e desabitado do terceiro lutador se dedicava apenas a sujar o chão.

Em meios a alguma agitação da plateia e a voz do locutor feliz com a primeira eliminação, Dukan se afastou buscando o ar e sentindo os cortes e sensibilidade deixados no seu pescoço. Depois lançou olhar para 177, que agora já voltava em seu estado normal.

Mas o desejo de matar ainda os incomodou por algum tempo. E por essa razão, dela não ter sumido tão brevemente, o garoto no salão permaneceu apreensivo encarando Dukan, imaginando que talvez ele, único que restou ali, fosse a fonte de resquício de desejo de matá-lo.

Dukan se aproximou do garoto enquanto o locutor tenso narrava sua aproximação direta e acrescentava uma expressão superior e cruel que ele não estava usando ao carregar a espada junto.

177 não se moveu. Era inteligente para saber que apenas Um ia sair dali, e que tinha um divida com Dukan, por ele ter evitado que seu assassino fosse aquele ser estranho e inumado, então atacar o loiro não seria um sinal gratidão, mesmo essa possibilidade não estar nas capacidades dele. O garoto resolveu esperar o destino, melhor ele do que aquele que parecia ter mais chances de fazer alguma coisa naquela nave.

–Não precisa ficar com medo. - disse Dukan parando diante dele, e o garoto o olhou surpreso. – Serio. É melhor parar com isso agora.

–Você... não vai terminar com isso de um vez?- Kan negou com a cabeça e observou as janelas onde a agitação impaciente começou. - E como acha que vai sair daqui?

O loiro repetiu o gesto de negação junto com um dar de ombros.

–Só não vou fazer o que querem. Você quer terminar com isso?- e ele estendeu a espada para o outro.

177 olhou a arma e negou afastando as mãos para trás do corpo.

“Atenção competidores,” - a locução não tinha a entonação de um programa como antes, soava como um comunicado transmitido apenas para eles - “busquem suas armas e terminem logo com isso. É um regra. E logo um de vocês vai voltar para sua vida.”

Os dois garotos no salão apenas ficaram em silencio.

–Porque você esta aqui?- perguntou Kan indiferente ao que ouviu.

177 riu.

–Eles querem que nos matemos e você pergunta isso?... - Dukan concordou. -Parece que terminaram de fazer tudo que queriam comigo. O cientista responsável por me analisar foi substituído há algumas semanas e o novo não vê mais vantagens para me manter na seção.

“351, acabe logo com isso. Agora!”

A voz não era do locutor, Jess havia assumido e Dukan conseguiu encontra-lo em uma das janelas debruçado sobre a bancada de som e ao lado de um homem que parecia não gostar da intromissão do comandante em seu espaço. O loiro sorriu e chacoalhou a cabeça negativamente, contrariando mais uma vez o homem, que mesmo assim permaneceu com expressão inatingível.

“Então...” - uma arma saiu da parede após ele apertar algum botão. -“eu faço. Se afaste dele.”

“Mas comandante,” começou a dizer o que era o locutor “eles estão no jogo, não...”

“Afaste-se Dukan.” Jess ignorou o outro homem da sala e disparou um tiro, que cortou o espaço e atingiu a bota de Kan, gerando uma onda de dor no pé de apoio dele e fazendo-o ignorar o novo pavor vindo de 177.

O comandante sabia sobre a ligação de Kan com o garoto-cobaia, e por isso o inscreveu para a disputa daquele dia, querendo que ele sofresse em ter que acabar com alguém que simpatizou.

A seguir outro tiro soou, dessa vez mirado em 177, e Dukan não pensou muito antes de puxar o garoto para tira-lo do caminho do disparo. Jess riu debochando de sua ação e logo a arma se engatinhou novamente e vários tiros foram em direção a eles.

Entretanto, depois que Dukan, maior que 177, encobriu o garoto que se encolhia sem esperanças, não demorou para o comandante parar de atirar. Jess observou a cena no salão friamente.

Enfim tinha um sobrevivente, não o esperado, mas tinham.

O garoto, de cabelos castanhos e sem corte, encarou chocado o corpo do outro que desmoronava diante dele. Depois observou Jess, que tinha uma boa visão do canto em que estavam, e viu um leve ar de decepção passar por sua face indiferente antes dele sair da sala do locutor.

Dukan havia sido atingido diretamente na cabeça, diante de 177 que tinha ganhado alguns pontos de sangue do outro. E naquele momento o garoto desconhecia que ele também estava ferido, mas nada tão fatal como o outro. E muito menos podia imaginar que Kan tinha uma vaga possibilidade de retornar.


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Notas finais do capítulo

Olá inspirações. Hehehe
Esse meu, como a Lola disse, Jogos vorazes foi rápido até. E... sim, o principal não saiu vivo e mais uma vez eu matei Kan (é a ultima vez que faço isso).
Espero que tenham gostado. Ou entendido, sei que a parte do “chip” pode ser confusa, é tipo sentir o que os outros sentem, resumidamente.
No próximo capitulo a continuação do “deu a louca em Clark”.
Obrigado por ler! Tudo de Bom! Nos vemos nos comentários.



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