Filhos da Lua e a Ascensão dos Corajosos. escrita por Ytsay


Capítulo 50
Passados e futuros.


Notas iniciais do capítulo

7° da Saga dos prisioneiros.
Olá, eu tenho que dizer que estava sem inspiração para fazer esse capítulo. Na verdade estava planejada Outra importante parte, mas eu não quis jogar nesse momento e tive que colocar outras coisas para dar um capítulo. Porém, posso quase garantir que vou deixar pessoas felizes... :}
Enfim...
No capitulo anterior: Flecher finalmente descobriu sobre o prisioneiro, e não perdeu tempo de ir vê-lo e retirar as informações. Conseguiu uma primeira resposta do que acontece com quem é pego após a primeira fase de sua tortura programada para a cela, mas agora eles estão esperando a resposta de o que Vinte sabe deles...

—Boa leitura.



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Na mansão:

Vinte estava de frente para Flecher e Yan. Eles queriam saber o que ele sabia sobre os combatentes, mas o prisioneiro ficou quieto e enrolando deixando os minutos passarem. Mesmo quando Flecher percebeu e o ameaçou de prosseguir com a segunda fase, Vinte apenas mudou o apoio de pé dizendo que estava pensando e continuou enrolando. Até Flecher perdeu a paciência e iniciou a contagem sem aviso. O soldado não tentou contestar. A verdade é que Vinte não iria falar nada naquele momento para aquele garoto.

A contagem terminou e Vinte se preparou para algo como o apito, mas em vez disso a voz eletrônica anunciou: Substituição do sistema principal de ventilação e ambientação modificada para carbono, taxa de oxigênio sendo reduzida. Não demorou e ele notou que o lugar o sufocava a cada porcentagem que ouvia da voz eletrônica. Vinte tentava tomar o folego, mas não conseguia, era como se afogar sem ter agua. Concentrou-se em manter o que restava de oxigênio em seus pulmões e observou aqueles que o assisti. Seu único pensamento era que se ia morrer daquele jeito, ia ser assim e fim. Mas Leno chegou junto de Aaron e Marlene exatamente quando Vinte caiu no chão desmaiado.

–-O que você esta fazendo Flecher? Pare com isso.

O moreno não olhou o avô e negou com um movimento de cabeça.

–-Alguém consegue parar isso?

Lucas foi aquele que olhou Leno com um olhar diferente dos outros, que não entendiam o que poderia ser feito, depois ele seguiu para o painel, digitando no pequeno teclado e reprogramando as modificações que Flecher instalou. Flecher observou mais alguns segundos o prisioneiro e saiu da sala sendo seguido por Yan que via a necessidade de trocar o curativo do moreno que já não estava suportando o sangue que escorria.

Lucas levou mais um tempo para terminar e então a cela voltou a ser habitável como antes. Leno abriu a porta apenas para verificar se Vinte ainda estava vivo e Philipe com Marlene o avaliaram.

O grupo que saiu da sala encontrou Yan voltando e ele logo os acompanhou de volta para mansão.

–-O que Flecher foi fazer?-perguntou Taz ao menino.

–-Eu disse para ele voltar para o quarto, mas ele me ignorou e respondeu que ia fazer o que queria. Acho que ele foi mexer com as armas e coisas dele.

Depois Leno falou para esse continuarem sem falar sobre o prisioneiro na mansão e convocou os outros para treinarem durante o resto do dia, numa tentativa de ajudar a acalmar os ânimos tensos.

***** Narração Especial de Lucas****

Mas uma vez aquele sonho me perturbou. Queria ao menos dizer que fiquei com medo, mas já não é assim. Minha irmã Leonora estava comigo, andando pela rua com aquele ambiente de pesadelo cobrindo o lugar, mas não foi muito diferente da realidade. Eu era pequeno e magro, com meus sete anos chegava bem abaixo do ombro daquela menina de três anos mais velha. Então uma sombra escura apareceu sobre tudo, homens de uniforme surgiram e nós corremos. Entramos em uma rua estreita com muros de tijolos dos dois lados. Ela era esperta e não continuou correndo, sabia que eles iriam nos alcançar e me obrigou a subir e pular o muro me dando apoio. Ouvi os homens gritarem assim que cheguei ao chão do outro lado. Pensei em ajuda-la e fiz de tudo com a minha pouca altura para subir o muro e quando consegui, subindo em cima de um latão de lixo, a vi ser espancada sem necessidade. Eles perguntavam coisas que não dei atenção, pois estava fixado em vê-la. Não sei dizer se o resto foi real, mas vi brotar chamas roxas e translucida dos punhos dela enquanto ela resistia a alguns chutes. Mas o que mais me espantava era a quantidade de sangue e cortes que ela tinha antes de ser levada por aqueles soldados uniformizados.

Toques no vidro da janela me tiram dos pensamentos durante aquela madrugada. Sigo até a vidraça e a abro me afastando a seguir. Segundos depois alguém surge dizendo:

–-Eu não sei por que você se juntou a eles e fugiu de mim Lucas.

Sentado no batente da janela estava meu irmão mais velho Alessander. Depois que nossa mãe morreu, e com o nosso pai já sumido há anos, é o único membro de toda a família que tive.

Virei-me e segui para recolher as minhas folhas de desenho espalhadas sobre a cama, e as colocar sobre a escrivaninha com espelho pendurado logo acima.

–-Você sabe o porquê, Alessander. Você procura outras coisas e não liga para os Filhos da Lua como eu. -disse o olhando através do espelho.

Ele deu de ombros com um sorriso amargo olhando o teto e o lustre pendurado.

–-Talvez você tenha razão... Mas ainda acho você muito bom para ficar aqui. Sabe, somos os descendentes dos melhores assassinos de todo esse continente, temos que manter o nome da família, descobrir o que aconteceu como nosso papai disse a ultima palavra com um sorriso debochado. - e desbancar Lukas, o assassino perfeito, que tomou o lugar deles. ele riu baixo. - Ainda acho engraçado você ter praticamente o mesmo nome dele...

Dava-me certa raiva ele mencionar isso. Lukas não podia ser comparado á mim, ele era arrogante, perfeccionista, que não se importa com nada, que raptou uma criança de quatro anos e a treinou como se fosse um adulto só para provocar meus pais, os fazendo voltar ao crime para me encontrara, e depois obrigou meu pai a nos deixar para caça-lo após ameaçar não desistir de me ter.

–-Então Lucas? Vai deixar o inimigo de nossa família á solta?-disse Alessander.

Suspirei e me olhei no espelho; os cabelos escuros bagunçados pelo sonho, olhos cinza-escuros combinados com as frequentes olheiras e a pele pálida que não mudava. Precisava dormir, pois o pessoal da casa acordava cedo.

–-Você já esta atrás dele e nosso pai também. Alguém tem que vingar Leonora, ou encontra-la se ela ainda estiver viva naquela nave... E Lukas não é o único inimigo que temos.

Alessander riu, e eu fui me sentar na beirada da cama, não muito próximo dele.

–-Lucas, sabe que vocês são simples migalhas perto de tudo que eles têm em armas e soldados? Não sei se sua escolha tem muitas vantagens... Alias de quem é essa casa? Parece que tem algumas coisas legais.

–-Alessander. Não atrapalhe no que estou fazendo e deixe as pessoas dessa casa em paz, eles são os únicos que podem me levar até a nave.

Meu irmão sorriu pelo canto da boca e concordou. Então ouvimos o latido do cão de Yan, e ele olhou para abaixo da janela.

–-Pode ir embora sem ter que matar o cachorro?

Ele sorriu.

–-Posso. Fique calmo irmãozinho. Nos vemos em qualquer dia.

E ele desapareceu pela janela da mesma forma que chegou.

*** Fim da narração de Lucas****

Narração 3ºpessoa:

Taz andava pela casa, as coisas estavam quietas e até assustadoras naquela escuridão da madrugada, até que chamou a atenção dela o som de piano ecoando abafado por um corredor no térreo que supostamente ela nunca percorreu. Era uma melodia calma e lenta que ela gostou e seguiu andando vestida com uma grande blusa de moletom sobre as roupas simples de dormir. Quando encontrou a origem do barulho, abriu a porta do cômodo sem hesitação e o som imediatamente parou. À esquerda encontrou um piano branco e grande próximo de janelas com cortinas leves e claras de cor bege. Depois da breve observação seguiu para ver quem tocava, já que a parte de cima estava aberta e escondia o rosto da pessoa de suéter cinza que estava sentado.

–-Algum problema?- A voz soou assim que ela chegou ao lado o instrumento. Flecher tinha uma expressão calma, sentava-se ainda com postura e preferia encarar as teclas com as mãos apoiadas sobre as coxas.

–-Nenhum tão importante.

Ele suspirou e virou o rosto para vê-la.

–-E qual é o problema que não é importante e que te trouxe aqui?

Ela se aproximou e se acomodou no que restava do banco em que ele estava e pensou.

–-Meu quarto tem muito espaço. -ele achou graça da forma que ela falou, como se aquilo fosse um grave problema. -E não estou conseguindo dormir.

Flecher a olhou, então voltou a encarar as teclas enquanto disse:

–-Eu acho que não posso te ajudar com isso. E não indico remédios.

–-Não disse que era para você resolver todos os meus problemas. E ela sorriu o observando.

Flecher a olhou novamente e acabou sorrindo, mas logo seus pensamentos o levaram quando voltou pra olhar a partitura diante dele.

A pequena não esperou nenhum momento de silencio e começou a apertar as teclas sem coordenação dizendo:

–-Eu gosto de musica. E de dança também. Mas isso é um segredo... e retribuiu o olhar de garoto ao seu lado sem parar de apertar as teclas. -Não conte para ninguém, não combina muito com o meu jeito de ser eu. E... -fez uma careta séria - minha vingança será terrível!

Sua tentativa de assusta-lo não teve sucesso e só conseguiu fazê-lo sorrir mais abertamente.

Flecher continuou assistindo Taz tocar, até que se cansou de ouvir a desafinada melodia sem ritmo e pôs a mão sobre as dela dizendo para ir se sentar indicando com um gesto de cabeça as poltronas e sofá alinhados sobre um tapete felpudo no espaço para os ouvintes.

–-Se você continuar tocando. negociou ela o encarando fixamente.

Ele assentiu com um sorriso e ela obedeceu. Mas não ficou muito tempo quieta e ouvindo ele tocar, pois um comentário teve que escapar:

–-Flecher você sabe bastante das coisas que eu não sei, mas gosto... gosto disso.

Taz o olhava jogada sobre um dos braços fofos de uma poltrona. E o garoto apenas parou por um momento de tocar para ouvi-la e depois continuou a musica sem se virar para vê-la. Mas acabou refletindo sobre o que ela disse e escondeu sua reação.

Depois que Flecher havia interpretado três partituras do livro que havia próximo do piano, resolveu parar e olhou as poltronas quando não ouviu nenhum protesto ou coisa assim. Taz havia pegado no sono e estava profundamente incorporada no mundo dos que dormem. Então ele se levantou e seguiu para porta sem querer perturbá-la. Porém, parou imediatamente quando seus pensamentos o acusaram de abandona-la ali. Suspirou desistindo de argumentar contra, não podia deixa-la ali dormindo em uma poltrona enquanto tinha um quarto grande, e segui até ela. Parou um tempo a observando pensando se devia acorda-la, mas não seria certo fazer isso para alguém que não estava conseguindo dormir. Finalmente a pegou no colo para leva-la para o quarto e ela não acordou com o movimento, mas envolveu os braços no pescoço dele em busca de segurança. Flecher sabia que o aposento dela era no primeiro andar, e agradeceu, pois ele teria problemas com seu ferimento se fosse mais longe.

Assim que chegou colocou-a sobre sua cama, que como todas as outras era grande e macia, então quando foi afastar-se a menina continuou o segurando e ele quase se desequilibrou sobre ela. Flecher olhou para a pequena, com cara de sonambula de olhos fechados, quando ela disse:

–-Boa noite Flecher... -e o beijou ligeiramente, um simples toque, o soltando a seguir e se acomodado no travesseiro como se tivesse dormido ali.

O garoto ficou surpreso e continuou parado a observando sem ter a total certeza do que tinha acontecido. Então tomou um folego que não recebia e se afastou se questionando se Taz estava acordada o tempo todo e o fez carregar até ali, ou foi só naquele breve momento.


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Notas finais do capítulo

:B Olá...
Eu não sei bem o que dizer...
Mas também não vou desperdiçar a oportunidade...
Então, não vai ser tão breve que Vinte dirá seus segredos. Kkkk. Mas em breve ele terá um motivo para dizer.
Disse uma vez a um bom tempo que faria um POV do Lucas, e não me esqueci, resolvi colocar aqui onde pude ajudar a esclarecer a aparência dele (ó.ò o que espero que esteja de acordo com o que Norinhalsg pensou) e em parte mostrei sua historia e origem. Sei que foi estranho jogar o trecho em 1° pessoa no meio, mas acho que assim posso expressar um pouco do piscologoco/personalidade.
Foi um capitulo vago... rs ou não. Aos outros personagens vou ver se faço eles parecerem nos próximos melhor...
Obrigada por ler até o próximo.
Comercial!
"Kan (da Bea e ninguém mais) já foi registrado, e levado para a primeira sala misteriosa! O que eles querem fazer? O que vai acontecer?
Isso no próximo capitulo!
Pergunta: De 1 á 10, qual é o nivel que você suporta coisas sangrentas e desagradáveis?



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