Say it now.

Nova York, 10/janeiro/2008, residência Di Ângelo.

-Thalia! – gritou o garotinho correndo atrás de sua melhor amiga. – Você tá roubando!

-Não to não! Você que é muito ruim, seu bobão! –gritou de volta a garota de cabelos negros.

-ANNABETH! Diz praThalia que ela tá roubando! – dessa vez o garoto gritou com a loira, que conversava com Percy.

-Thalia, para de roubar do Nico! – quem gritou foi o Perseu, em vez de Annabeth.

A loira de olhos cinzentos virou-se para o garoto de olhos verdes.

-Você ta acusando a Thals de roubar do Nico? – ela perguntou. – Olha aqui Perseu, a Thalia não ta roubando, o Nico que é ruim!

-Ele pegou ela e ela disse que não valeu! – gritou Percy.

-Ele relou no cabelo! – Annie defendeu sua amiga.

Os mais velhos se juntaram a brincadeira enquanto o resto dos convidados ria.

-Ei, crianças, venham cortar o bolo! – gritou a mãe de Nico.

Todos comemoraram e se juntaram ao redor da grande mesa.

A senhora Di Ângelo acendeu a vela de numero 8 e apagou as luzes.

-Parabéns pra você, nessa data querida... – todos cantaram para o garoto com as orbes incrivelmente negras, enquanto este sorria.

Quando o parabéns terminou, Percy puxou a cantoria.

-Com quem será, com quem será que o Nico vai casar? – Nico escondeu o rosto nas mãos. – Ele vai casar com quem? Ele vai casar com quem? Ele vai casar quando a THALIA se formar. – cantaram eles.

Thalia corou e Nico seguiu o exemplo da mesma.

-Muito bem, criançada, vão brincar que a gente já vai servir o bolo! – gritou o pai de Nico.

Eles começaram a correr e Nico puxou Thalia para o jardim de sua casa.

-A gente vai se mudar. – ele foi bem direto.

-Vocês vão o que?! – perguntou a de olhos azuis.

-Meu pai vai começar a cuidar da empresa em Los Angeles. A gente vai embora amanhã. – Nico respondeu com a cabeça baixa, para que a amiga não visse suas lagrimas.

-Vocês voltam? – Thalia estava com a voz embargada.

-Não sei Thals. Talvez, algum dia.

Thalia abraçou o garoto com força, chorando.

-Hey... eu vou voltar pra você um dia, se ainda quiser seu melhor amigo, é claro.

Nico agia como um adulto diante da situação, não como uma criança de 8 anos.

-É claro que sim, seu bocó. – respondeu Thalia ainda abraçada com ele.

Ele riu.

-Vem, vamos pegar um pedaço de bolo.

xXx

Thalia abraçou seu amigo pela ultima vez.

-Aonde estiver... não me esqueça. – disse ela.

-Tsc, como esquecer a garota que tacou sorvete azul na minha camiseta favorita?

Eles riram.

-Nico! Vamos, filho! – gritou a mãe do garoto.

Nico deu um beijo na testa de Thalia, coisa que ele via seu pai fazer em sua mãe, e entrou no carro.

E não olhou pra trás, pois sabia que se olhasse, desabaria.

xXx

Los Angeles, 8 anos depois, 10/janeiro/ 2013.

-Nico! Desça aqui, rapidinho! – gritou sua mãe da sala de estar.

Ele desceu ainda coçando os olhos de sono e se postou em frente a sua mãe.

-Oi, mãe.

Maria se levantou e deu um abraço em seu filho.

-Parabéns!

-Por?... – Nico perguntou confuso.

-Seu aniversario! É hoje! – a maior respondeu rindo.

-Ah... legal. – o garoto disse desanimado.

-Eu sei que você não gosta muito desse dia, mas ainda continua sendo especial.

-Não gosto dele do mesmo jeito.

-Bom, seu pai teve que ir em uma reunião com um dos sócios, mas ele disse que eu poderia te dar o presente.

-Que presente?

“Agora a história tá ficando boa”, pensou ele.

Ela tirou um pacotinho do bolso e entregou ao garoto.

-Espero que goste.

Ele abriu. Uma chave. De carro. Não um carro qualquer. Era um Audi R8. Veio até com sua carteira de motorista provisória.

Ele abraçou sua mãe e saiu correndo pra garagem.

Era preto! Ai que felicidade. Abriu o carro, e parece que a surpresa não tinha acabado ali.

-Uma guitarra nova? Sério? – ele gritou.

-Seu pai achou legal, já que a sua já esta meio velha.

-Valeu mãe. – ele a abraçou de novo.

-Por nada. – respondeu Maria sorrindo.

Ele subiu as escadas até seu quarto no enorme sótão e tomou banho. Colocou uma roupa e desceu novamente.

-Mãe! To saindo. - ele gritou.

-Tudo bem! Não volte tarde, vamos jantar com seu pai!- sua mãe gritou de volta.

-Ok!

Saiu pela porta da garagem e entrou em seu novo carro.

Agora sabia a razão de seu pai ter insistido tanto para que ele fizesse aulas de direção.

Dirigiu até uma lanchonete que sempre freqüentava por ali.

Gostava do lugar. O dono era um guitarrista que sempre estava tocando por ali, tinha gente grafitando, etc. (N/A: Malhação á vista :P)

Desceu do carro com sua nova guitarra.

-Hey, Nico! – cumprimentou Jason, o tal dono.

-Fala, Jason.

-Veio tocar?

-Se tiver espaço pra mais um...

-Claro. – o mais velho disse, apontando para um banco ao lado do seu. – Como estão suas habilidades?

-Ah, como sempre, eu acho.

-Toca um pouco... Quero ver o que você consegue fazer.

Nico tirou a guitarra da capa e a conectou ao adaptador.

-Tem que cantar, viu... – disse o mais velho.

-Ahm, não obrigado. – respondeu o garoto.

-Canta logo, imbecil.

-Nossa, que carinho.-resmungou Nico.

Ele começou o riff de Time of Dying.

...

Quando a musica acabou, Nico ergueu o olhar e viu mais gente do que esperado o aplaudindo.

-Garoto, você é demais! – gritou um garoto da sua idade, mais ou menos, seguido por mais outro.

-Acha, não foi nada demais. – respondeu Nico.

-Estamos meio que procurando um vocalista/guitarrista pra nossa banda... O que acha?

Nico sorriu.

-Bem, acho que seria uma ótima idéia.

Os garotos se aproximaram mais.

-Sou Luke. – disse o loiro de olhos azuis, estendendo mão para Nico. – E esse é o Leo. – ele apontou para o garoto atrás dele.

-Sou o Nico. – o moreno apertou a mão que lhe foi estendida.

-Bem vindo ao... Pera, qual o nome da banda? – perguntou Leo.

-The Judges. – soltou Nico, rapidamente.

-Gostei desse nome. – disse Luke.

-Leo approves. –disse o moreno.

-Bom, então bem vindo ao The Judges mi Hermano. –disse Luke.

xXx

Nova York, 1 ano depois, 8/Fevereiro/2014.

Thalia estava deitada em sua cama, pensando nele, pra variar.

Eles mantiveram contato por uns 2 anos depois que ele partiu, mas depois cada um seguiu seu caminho... E agora parecia que eles nem mesmo foram melhores amigos um dia.

Ele era famoso agora, tinha uma banda incrivelmente incrível, que fazia as garotas babarem, e os caras terem inveja.

Nico nem sequer se lembrava dela.

Depois que perderam contato, ele parou de ligar no seu aniversario, que coincidentemente era hoje.

“Pra que ele precisaria de você, quando tem todas aquelas meninas aos seus pés?”, era o que ela se perguntava todo santo dia.

Seu celular tocou a tirando dos devaneios.

Numero desconhecido.

-Thalia Grace.

Seu coração deu um pulo. Um não. Muitos pulos. Correu uma maratona, digamos.

-Nico? – a voz da garota quase não saiu.

-A luz que ilumina sua vida, sim, sou eu. Poderia se dar o trabalho de levantar essa bunda da cama e abrir a porta da sacada?

Ela estava surpresa demais para mandá-lo se foder.

Andou (lê-se: correu) até a sacada e abriu a porta de vidro.

“Meu deus, que pecado de pessoa é essa?”

Ela sabia que Nico estava gostoso, o vira varias e varias vezes na TV, mas pessoalmente... pessoalmente era mil vezes melhor.

-O que faz aqui? – ela perguntou, tentando manter a voz estável.

-Bom, resumindo tudo... eu fugi de casa, pra vir te ver, por que se não me falha a memória, hoje é seu aniversario de... 17. Quase fui preso umas duas ou três vezes, fugi de uma gangue e de um monte de fãs, quase fui roubado... E aqui estou.

-Nossa, Nico, sabia que sentia minha falta, mas também nem tanto. – ela brincou.

-Você não faz idéia. – ele estava serio.

-Nico, eu...

-Pera, não fala nada... Deixa só eu dizer uma coisa.

Ele correu até o carro e voltou com um violão em mãos.

Sentou-se no chão e começou a tocar.

Say it now- The Afters.

http://www.vagalume.com.br/the-afters/say-it-now-traducao.html

Can we work this out.

I don’t wanna close the door

Before the sun goes down.

We can’t let this go too far

I’ll do anything to meet you anywhere you are.

‘Cause it doesn’t matter anymore

Who was right or wrong

If we could only find the words we’ve lost

Before what we have is gone.

Say it now

Find a way to say it now

Don’t be afraid to say it now

Everything we keeping inside

Don’t wait, just let your heart speak

Don’t waste another heartbeat

‘Cause we’ll never know till we

Let it out, let it out

Say it, say it now.

My heart is wearing thin

I don’t wanna fight a war

That no one’s gonna win

All this time we’re keeping apart

Looking for an end

If I’m the one who’s holding on

And holding back, here’s now we begin

We gotta say it now

Find a way to say it now

Don’t be afraid to say it now

Everything we keeping inside

Don’t wait, just let your heart speak

Don’t waste another heartbeat

‘Cause we’ll never know till we

Let it out, let it out

Say it, say it now.

I hope we leave it all behind

No more getting lost between the lines

Can we work this out.

I don’t wanna close the door

Before the sun goes down.

Say it now

Find a way to say it now

Don’t be afraid to say it now

Everything we keeping inside

Don’t wait, just let your heart speak

Don’t waste another heartbeat

‘Cause we’ll never know till we

Let it out, let it out

Say it, say it now.

‘Cause we’ll never know, till we let it out

Say it, say it now.

Ele se levantou sem fôlego e olhou intensamente para Thalia.

-Se isso foi uma indireta, deixe-me dizer que foi bem direta. – disse ela.

Ele riu.

-Que bom.- disse sorrindo.

Ela abriu um sorriso e disse:

-Espera, tô descendo.

Ela saiu correndo pelas escadas e passou como um raio pelas empregadas, que diziam coisas como:

“Nossa, que menino lindo que ela arranjou.” Ou “Linda serenata.”

Chegou até onde Nico estava e o abraçou.

Tipo abraçou mesmo. Abraço que quebra costelas.

-Só isso? – ele perguntou quando ela o largou.

-Até parece.

Ele se aproximou e sussurrou no ouvido de Thalia.

-Eu te amo, Thalia Grace.

Ela riu.

-Você continua com o mesmo tom de voz arrogante.

-E você me ama. – Nico brincou.

-Amo mesmo. – admitiu a garota.

Nico se aproximou mais, se é que isso era possível, e beijou Thalia apaixonadamente, como ele sempre sonhara, desde seu aniversario de 8 anos.

Eles se separaram quando o ar faltou, e Nico a abraçou fortemente.

Tão forte que pôde sentir algo metálico no pescoço da garota.

Se separou dela e puxou o colar com um ‘N’ de dentro da camiseta de Thalia.

-Você ainda o usa. – ele disse abismado.

-Claro que sim. Pra nunca me esquecer de você. – ela respondeu.

Nico puxou o seu de dentro da própria camiseta.

Um ‘T’, que só poderia significar Thalia.

-Não acredito nisso. – ela resmungou.

-“Aonde estiver... não me esqueça” certo? – ele repetiu o que ela havia dito no dia em que o garoto partiu.

-“Tsc. Como esquecer a garota que tacou sorvete azul na minha camiseta favorita?” – ela brincou, o imitando.

Eles riram.

Thalia se aproximou e beijou Nico.

-O melhor presente de aniversario que eu poderia ganhar.

-Ahm... na verdade... eu não acabei.- admitiu ele.

-Tem mais?! – Thalia quase gritou, abismada.

Ele não disse nada, só correu até o carro e voltou com um filhote de pastor alemão.

-Bem, eu me lembro que você sempre quis um desses... Nem sei se o seu pai já te deu um, mas enfim... – Nico disse desconcertado.

-ELE É MUITO FOFO! – gritou a garota correndo e arrancando o cachorro dos braços de Nico.

Ele riu.

-Você continua infantil.

-Vou fingir que não ouvi... Como ele chama?

-Você escolhe.

-Fofucho. – ela disse rapidamente.

-Não. – Nico acabou com a graça dela.

-Tudo bem, tudo bem... então que tal... Theo?

-Muito melhor. – ele aprovou.

O cachorro se aninhou melhor nos braços de Thalia.

-E como você vai fazer a partir de agora? Quero dizer... você não vai simplesmente embora, e voltar só daqui 9 anos não é? – ela perguntou de cabeça baixa.

-Bom, eu tenho que ir... – Thalia ficou com os olhos embargados. – Mas eu volto daqui alguns dias pra te ver. Afinal, se eu não voltar, você vai acabar matando o pobre Theo.

Ela riu, e beijou Nico novamente.

Thalia abriu a boca pra falar alguma coisa, mas foi interrompida por uma voz desconhecida.

-AH MEU DEUS É O NICO DI ÂNGELO!

Logo vários gritos foram ouvidos.

-E agora? – Thalia perguntou assustada.

-Corre. E se elas arranharem meu carro estão mortas.