A Turma M escrita por Jhlia


Capítulo 9
Capítulo IX - Borboletas malditas


Notas iniciais do capítulo

Agora dará início à relação da Mônica e o Do Contra. Espero que gostem!



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As aulas acabaram e Magali, Cascão, Cebola e Mônica foram juntos de volta para o condomínio Mond. Cada um ficou no seu respectivo andar.

Mônica chegou em casa e a sua mãe já a aguardava para almoçarem. Ela estava um pouco nervosa pois iria começar nesta tarde o projeto de catalogação dos livros e, apesar de normalmente não se acanhar diante das pessoas, ela estava ansiosa para saber com quais pessoas haveria de conviver durante um tempo.

Depois que terminou o almoço, ela se arrumou e saiu despedindo-se da mãe. Faltavam ainda vinte minutos para as três horas, mas ela preferiu não arriscar e pegou o caminho para a escola. Quando você vai para o seu colégio aos sábados letivos ou simplesmente à tarde quando você não tem aula, este parece ser um lugar completamente diferente. É como se ele tivesse um espírito novo de tranquilidade, ao contrário de quando vamos para assistir aula em que parece que uma nuvem de desespero paira sobre a escola.

Mônica subiu as escadas que davam para o andar superior onde ficavam situados a biblioteca e o auditório. A biblioteca tinha uma aparência moderna apesar dos anos que carregava em suas prateleiras. Atrás das enormes estantes paralelas umas às outras haviam oito mesas redondas com quatro cadeiras cada. Mônica se aproximou da recepção e conversou com a Dona Amélia, uma simpática senhora que cuidava da biblioteca. Ela era robusta, tinha o cabelo loiro preso em um rabo de cavalo e sempre levava um casaquinho amarelo vestido. Dona Amélia já lera grande parte dos livros da biblioteca e sempre atendia aos alunos com um enorme sorriso no rosto. Porém pessoas como a Mônica, que eram visitantes habituais, recebiam um tratamento “especial”: Dona Amélia as atendia pelos seus nomes (ao contrário do querido ou querida como costumava chamar), prolongava o prazo de devolução e sempre indicava os melhores livros de acordo com os gostos de cada pessoa.

— Olá, Dona Amélia!

— Olá, Mônica! Você veio para ajudar com a catalogação, não foi?

Mônica assentiu com a cabeça.

— Ah, ótimo. É ali, atrás da seção de livros sobre história.

— Ok, obrigada.

— Por nada.

Mônica foi em direção da referida prateleira. Quando se aproximou viu atrás dela uma mesa encostada à janela com dezenas de livros empilhados sobre ela. Sentados diante da mesa estavam dois rapazes que conversavam enquanto folheavam livros. Ela se aproximou deles, e se surpreendeu.

— Do Contra? — Ela disse.

— Olá, Mônica. Tudo bem?

— Aham. Eu vou ajudar com o projeto.

— Ah... Bem, então senta aqui com a gente. — Do Contra se encostou mais para o canto e ela se sentou ao seu lado.

— Somos só nós três?

— Parece que sim... — Disse o amigo do Do Contra.

— Ah, esse é o mala do Vítor.

Vítor fez uma careta para Do Contra.

— Prazer, Mônica.

— Mônica? Gosto do nome.

— Jura? Por que eu odeio. Acho nome de velha. — Ela disse e o Vítor parou parecendo pensar.

— ... Clássico talvez, mas velha... acho que não.

— E de Luís, gosta?

— Gosto... Você se chama Luís? — Perguntou Mônice e Do Contra acenou positivamente com a cabeça. — Não sabia. E porque Do Contra?

— Sei lá... Acho que deve ser por que sou esquisito. — Do Contra fez uma careta que fez Mônica rir.

— Então... O que é pra fazer? — Ela perguntou.

— Bem, É simples — Ele disse fazendo uma voz teatral — Você vai anotar aqui — Do Contra estendeu uma pequena folha com uma extensa tabela. — O nome, autor, código do livro, ano de publicação, editora...

— Não parece ser muito difícil.

— E realmente não é. Mas é um pouco cansativo.

— ...E entediante. — Completou o Vítor.

— Por que vocês se inscreveram?

— Eu me inscrevi por que eu adoro livros e queria ajudar, já o bebezão aí foi porque ele não tem nada melhor pra fazer. — Disse Do Contra.

— ...E eu também pensei que ganharia pontos por isso. — Vítor falou fazendo uma cara de decepção. — E você?

— Bem... foi pelo mesmo motivo do DC.

— Sério? E eu que achava que ele era o último da espécie...

Vinte minutos de conversa afiada se passaram e eles já haviam catalogado vinte e seis livros.

— Eu um dia vou fazer uma bacia cheia de pipoca e ficar lá... no sofá... deitado... o dia inteiro.... Só fazendo fotossíntese... — Vítor se recostou na cadeira com os braços atrás do seu pescoço.

— Pois eu quero um dia comprar um pacote enorme de chiclete e comer feito um louco durante todo o dia. Sem dividir com ninguém. É meio maluco, Eu sei. — Disse Do Contra

— Bom, o meu é comprar um livro de receita enorme, sabe? Colocar ele aberto sobre a mesa e passar um final de semana inteiro só fazendo aquelas receitas mirabolantes olhando para o livro. Como em um filme francês! — Falou Mônica.

— Pelo visto todos estão com fome aqui... — Vítor disse e os três riram.

⇠△⇢

Magali andou em direção ao balcão enquanto amarrava o seu avental.

— Ah, o seu pai me falou que vai dar uma saidinha.

— Pra onde ele vai?

— Vai pegar mais gelo que está quase acabando.

— Ah, ok. — Quim se virou para o computador. — E aquela garota, parou de te atormentar?

— A Denise? Parou. Graças ao meu cavaleiro de armadura prateada! — Ela disse olhando nos olhos do Quim fazendo-o soltar um sorriso desconcertado. — Bom... Eu vou atender a Dona Louise antes que ela venha me dar uma bengalada na cabeça.

Magali se afastou indo em direção às mesas. “Droga, eu estou gostando dele. Droga! Droga! Droga! Ele tem namorada. Tenho certeza que tem. Como um homem desse não tem namorada? Inteligente, bonito, engraçado, fofo... A namorada dele deve ser perfeita. Ela deve ter cabelo liso cor de ouro que quando acorda já está pranchado e arrumado. Ela deve ter olhos azuis e nem deve usar maquiagem. Claro que ela não usa, ela não precisa! Já é bonita sem. Ela nem deve quebrar as unhas. Deve ser engraçada, muito mais interessante que eu. Eu sou uma idiota. Ele deve me achar uma idiota. Uma idiota completa!”

Quim viu Magali se distanciar e tentou se concentrar na tabela do computador. “Ela é perfeita! Ela é linda e engraçada. É tão diferente das outras garotas... Ela não é cheia de frescuras e preocupações. Mas será que ela tem namorado? Não, ela nunca me falou sobre ele. Claro que não! Ela nunca iria falar sobre ele pra você, seu idiota! Provavelmente ele não deve trabalhar em uma padaria. Deve surfar ou andar de Skate. Tem um carro. Com certeza tem um carro. Ele deve saber jogar basquete e deve ter ganhado muitas competições. Babaca sou eu por ficar aqui suspirando por uma garota que nem deve gostar de mim. E o pior é que eu gosto mesmo dela!”

⇠△⇢

Ângelo estava sentado no sofá enquanto estudava para geografia. Sua mãe estava no banheiro tomando banho o que deixava na sala um puro silêncio. De repente a campainha tocou. Ângelo foi até a porta e abriu.

— Oi, desculpa. É que eu vim devolver a travessa.

Renato estava diante da porta olhando para Ângelo com um enorme sorriso em seu rosto. As borboletas voavam no estômago de Ângelo fazendo acrobacias mil.

— Ah, entra! — Ângelo disse e o Renato entrou e colocou a travessa sobre a pia.

— E aí, tudo bem?

— Tudo, exceto pelo fato de eu ter prova de geografia amanhã. — Ângelo se mostrou descontente e Renato sorriu em condolência.

— Pois a minha “geografia” é a matemática.

— Eu até que não sou tão ruim assim em matemática, mas em geografia... Espero que a professora leve um lenço amanhã por que algo me diz que ela vai desabar em lágrimas.

Renato riu.

— Bom, nesse caso é melhor eu deixar você estudar em paz.

— Não, pode ficar. Eu já terminei.

— Acho melhor eu ir mesmo. Não quero que você mate a professora de desgosto por minha culpa! — Os dois riram às gargalhadas. — Ah! Antes que eu me esqueça. Vê se também gosta desse — Renato entregou uma capa de DVD.

— Hotel Ruanda... Nunca ouvi falar.

— Pois assista. É muito interessante!

— Pode deixar.

— Até mais Ângelo!

— Até Renato!


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Notas finais do capítulo

Magali e Quim, tem coisa mais perfeita? É igual queijo com goiabada...
O Do Contra chegou, então esperem por muita coisa!
Comentem o que acharam desse cap e pulem para o próximo! XD



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