Tales of Arendelle escrita por Gerda Andersen


Capítulo 4
Capítulo 4: Supreendente


Notas iniciais do capítulo

Desculpem por demorar tanto para postar, mas eu voltei! Então, esse one-shot foi um pedido da Leitora Fantasma. Podem fazer os seus pedidos de one-shots também, prometo que vou escrever! Isso saiu mais em formato de Drabble do que eu esperava (apesar de ser dez vezes maior que um Drabble)...



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Na primeira vez que a viu, Hans sabia que havia algo diferente nela.

Ele não havia ficado exatamente surpreso, talvez tenham sido a breve descrição de Anna que o levou a pensar que Rainha Elsa fosse rígida, mas não foi isso que ele viu. Esperava uma mulher séria, sem nenhum pouco de juventude em seu rosto e postura rígida. Mas com certeza a mesma o surpreendeu, e aquela não seria a última vez, mas foi a primeira.

Assim que ele a viu entrar para igreja, para sua coroação, ele ficou surpreso. Postura graciosa, rosto conservado e mãos a sua frente, mostrado que exigia espaço. Sim, Elsa de Arendelle era conservadora, mas não rígida. Seus cabelos loira-platina, presos em um penteado elaborado, reluziam na luz do sol, seus olhos cor de gelo analisavam todos na igreja, como uma verdadeira rainha deveria fazer, mas ainda com uma pontada de... nervosismo? Sim, mas isso ainda a deixa ainda mais bonita, ainda mais humana. Não era pouco dizer que Hans das Ilhas do Sul ficou encantado.

Por isso, ele ignorou sua parte lógica que dizia que tudo correria melhor se ele tentasse seduzir Anna e não a irmã mais fechada. Mas ele decidiu esperar um pouco, afinal, talvez ela pudesse ter alguma fraqueza, algo que poderia fazê-la cair em seus braços. E também, ela era a mulher mais bonita que já havia visto, até mais do que... ela. Sim, ele mostraria que poderia ter a mais bonita, a melhor com ele.

Mas, quando viu como ela e Anna conversavam durante a festa, ele não teve duvidas: não teria como se aproximar de Elsa. No começo, parecia estar tudo bem, ambas sorriam, pareciam brincar e pareciam felizes. Mas, de repente, Anna pareceu falar algo errado e Elsa se fechou novamente, provavelmente mais do que antes. Por isso, quando Anna começou a se mover para longe, obviamente triste, ele decidiu que iria ficar com o que conseguisse. E não era como se Anna fosse horrível.

Infelizmente, Anna fazia o trabalho de Hans ainda mais difícil. Ela era doce, gentil e animada. Tão inocente e tão sonhadora que para o príncipe era como tentar machucar uma criança e toda vez que ele mentia mais para ela, sentia como se algo estivesse ferindo seu coração. Ele sentia um pouco de afeição por ela, mas era complicado não sentir; mas o que mais sentia era pena por ela ser tão ingênua para acreditar que amor como o “deles” existia.

Então, quando ele foi anunciar seu noivado para a Rainha Elsa, já esperava a reação dela. Não era tão ingênua quanto a irmã, por isso ficou indignada. Como sua irmãzinha poderia pensar em se casar com alguém que acabara de conhecer? Não fazia sentido para ninguém. Mas, no fundo, Hans esperava por algo mais. Talvez ciúmes? Inveja pelo fato da irmã mais nova ter alguém e ela não? Mas esses pensamentos foram logo esquecidos quando, na briga das irmãs, algo ainda mais surpreendente foi revelado.

Rainha Elsa tinha poderes de gelo. Com certeza, ela era surprendente.

Com isso, a mesma fugiu do castelo, lançando um inverno eterno em Arendelle. Quando Anna se ofereceu para buscar sua irmã sozinha e deixou o reino com ele, por mais que ele soubesse que isso era conveniente para seu plano, não conseguiu deixar de protestar verdadeiramente. Anna era praticamente uma criança comparada a sua irmã: avoada, sonhadora e desajeitada, enquanto Elsa era séria, inteligente e poderosa. Anna poderia seriamente se machucar.

“Ela é minha irmã, ela nunca me machucaria.” Anna havia falado com tanta convicção que Hans não conseguiu de desejar desesperadamente que ela estivesse certa.

Mas, quando seu cavalo voltou sem ninguém, obviamente assustado, ele concluiu que a mesma estava errada. Por isso montou uma equipe para acharem Elsa. Por parte, era seu plano manter as boas aparências. Por outra parte, estava realmente preocupado com Anna. Mas por outra, a menor parte que ele não queria admitir que existia também estava preocupada com Elsa.

Quando chegaram ao castelo de gelo, Hans nunca havia se sentido mais admirado em seu vida. Ele reluzia a luz, brilhava como cristal, com arquitetura perfeita. Era elegante, calmo e surpreendente. Exatamente como Elsa. Mas, infelizmente, o monstro de gelo também era como Elsa. Assustado e descontrolado. Quando finalmente conseguiu derrotá-lo, seu sangue gelou ao perceber que os dois guardas do Duque de Weselton, que obviamente não tinha boas intenções, não estavam mais lá.

Ao chegar no salão de cima, viu Elsa quase matando os dois. Sabia que não podia deixá-la fazer isso, não só para manter as aparência. Mas porque apesar de ser poderosa, Elsa também era obviamente frágil. Se levasse mais a culpa da morte de duas pessoas em sua conciencia, iria quebrar e não haveria mais reparo.

“Rainha Elsa, não vire o monstro que eles temem!” Havia pedido desesperadamente e, para sua surpresa, ela parou, voltando seus belos olhos azuis para ele (estavam tão cheios de medo, tão frágeis que Hans finalmente percebeu que Elsa era tanto quando uma criança como Anna).

Ele estava a ponto de se sentir aliviado, até que percebeu que um dos guardas iria atirar nela. Felizmente, Hans conseguira desviar o tiro a tempo. Infelizmente, isso derrubou o lustre, que caiu em cima de Elsa, quase conseguindo a matar.

O Conselho de Arendelle era frio, principalmente com todos os estrangeiros. Conseguira que não matassem Elsa, mas apenas se a prendessem em uma cela, onde não poderia usar seus poderes. Esperou para poder vê-la e quando a viu, estava acordada. Parecia assustada e confusa. Como uma criança. Ele implorou para que ela acabasse com o inverno. Se ela o fizesse talvez eles pudessem... Talvez ela pudesse...

“Você não entende? Eu não consigo.” Ela estava tão triste e tão desesperada que ele queria abraçá-la e beijá-la, só para ver de corava ou sequer sorria.

Mas não. Para ela e para o resto de Arendelle, estava perdidamente apaixonado por Anna. E era assim que deveria ser.

Apenas quando viu Anna e sentiu pena a ouvir sua história que ele percebeu o que estava fazendo. Estava sendo fraco! Sentia pena de Elsa e de Anna, mas não deveria ser assim. Sentimentos eram inúteis, sempre foram, sempre serão. Por isso, tinha que se livrar das causadoras deles: Anna, que começara a ver como uma irmã menor para proteger e Elsa, que já via como... outra coisa.

Por isso, contara meia verdades para Anna. Sim, aquele era seu plano, mas mal tinha o seguido. Por isso, ignorou a pontada de dor quando viu ódio em seus olhos (antes verde-água, agora um azul-gélido, como os de Elsa) e seguiu em frente, pronto para acabar com a outra causa de seus sentimentos.

Na hora final, enquanto observava Elsa chorar pela “morte” de sua irmã, Hans sentiu remorso. Mas prometeu para si mesmo que seria última vez que sentiria algo assim, por isso, fechou seus olhos e se preparou para matá-la. Então, tudo ficou preto.

Acordando novamente, percebeu que não estava mais frio. O céu estava azul, a água havia derretido e Anna estava viva... Quando ele mencionou esse fato para ela, a mesma respondeu friamente. Antes de cair do barco, antes de levar um soco sequer, Hans conseguiu ver Elsa.

Em seu vestido de gelo e olhando para sua irmã, ela parecia a pessoa mais feliz do mundo. E, Hans percebeu, a felicidade a deixava ainda mais bonita. Não tinha conseguido decidir se foi muito bom ou muito ruim, mas conhecer Elsa realmente foi surpreendente.


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