Epilogo

Ser amado é consumir-se na chama. Amar é luzir com uma luz inesgotável. Ser amado é passar; amar é durar.

Rainer Rilke

Há quanto tempo ela não ia ali? Há quanto tempo não pisava naquele chão? Décadas, talvez um século. Quase não se lembrava direito, por conta disso escrevia em seu diário.

A grama fofa e macia era mesma, somente um pouco mais murcha e negra. Lembrou-se do primeiro de dia colégio do seu segundo ano no ensino médio, qual conheceu seu marido, isso foi há quanto tempo mesmo? Talvez há um século, ela não queria contar. Nesse mesmo dia ela tinha ido ao cemitério, se pondo a escrever como se estivesse falando com seus falecidos pais, contudo agora era diferente, ela se pós a escrever em memoria a sua amiga e amigo, qual tinham falecido a décadas.

Sentia falta deles, claro. Companheiros de tantas aventuras e descobertas, mistérios e agora eles tinha ido. Bonnie e Matt Donovan, esse era o nome deles, de seus amigos, eternos amigos.

Desencostou-se do tumulo qual estava encostada e levantou, deixou uma rosa em cada tumulo de seus amigos, levou a mão ao peito e a apertou ali, como tentativa de tirar a dor. Encaminhou-se até o carro preto blindado onde estava seu marido, quando chegou deu um longo suspiro.

– Como foi? – pergunta Stefan. Elena se vira para ele e lhe daum discreto beijo.

– Você sabe, não preciso responder. – ela olha para fora do carro e ver pessoas adentrando ao cemitério - Estão todos ai?

– Não, somente nosso afilhado e a Carla – diz Stefan. Carla e Théo Donovan, filhos de seus amigos, e únicos seres humanos que conhecem a verdade deles na cidade por motivos de: são bruxos, descendem da mesma linhagem nobre, os Bennet’s.

– Vamos velos quando saírem, estão com saudades – diz Elene, ligando o som do carro para uma musica calma.

Não demorou muito para eles saíram, as feições de adultos de 38 e 45 anos, descendendo á beleza dos pais. Elena e Stefan saíram do carro, de mãos dados e caminharam até eles.

– Meus amores estavamos com saudades – diz Elena surpreendendo seus sobrinhos, se abraçaram, todos. – Vocês cresceram tanto, por foto não é a mesma coisa que pessoalmente.

– Tia Lena! – diz Carla, mesmo aparentando ser mais velha que Elena tinha uma beleza intrigante e mesmo que estivesse velha de cabelos brancos sempre chamaria seus tios assim – Não perigoso estarem aqui?

– Não – dessa vez foi Stefan que recebeu, sorrindo para os sobrinhos que eram seus eternos e amados e bebês – Está tudo sobe controle, viemos aqui para saber como estão.

– Vai tudo bem tio, viemos aprendendo um pouco mais dos poderes a cada ano, os grimorios que mamãe nos passou ajudaram muito. – diz Théo.

– Não queremos saber disso meu anjo, queremos saber da família de vocês – falou Elena.

Carla e Théo sorriram, e aqueles sorrisos lembravam seus amigos, pensou Elena. Eles começaram a contar como estavam sua família seus filhos dos problemas e de como é perfeito, Elena e Stefan ouviram tudo atentamente prometendo sempre proteger todas as gerações de Donovans e Bennet’s.

***

– Eu juro Lena! Eu vou tudo bem, só tenho que organizar umas coisas aqui no Brasil, eles já estão começando a desconfiar de mim e de Tyler – diz Caroline pelo telefone com amiga, arrumando sua mala para mudar para mais uma cidade.

– Tudo bem Carr, mas vem rápido, quero morar junto com vocês logo, ter mais gente para conversar além de Stefan! - fala Elena, enquanto assistia algum tipo de programa moderno na TV que ela sempre achou estranha.

– Eu também, já organizou tudo?

– Sim! Já estamos na casa, sabe aqui em Londres é incrível, Stefan disse que esse casa foi barata, o “barato” dele as vezes me assusta, oque vai ser cara para esse homem? Acho que vou pedir para ele compra logo a loja de sapatos preferida minha, e olha que ela é famosa.

– Não duvido que ele compre, então é melhor não pedir – diz Caroline. Ela ver Tyler entrando no quarto e sorrir para ele – Vou ter de desligar Lena, Tyler chegou.

– Tá, beijos Carr.

– Pode vim arrumar sua mala Tyler! Você ainda está de castigo! – grita Caroline para Tyler que está na cozinha da casa deles comendo um bolo.

– Ainda Carr? Mas que disse que não foi de proposito! – lamenta Tyler indo até o quarto para começar a arrumar a mala.

– Sei, não leva muita roupa, vamos doar algumas e comprar outras. Eu vou sentir saudades do Brasil.

– Relaxa amor, daqui a algum tempo a gente volta pra cá, eu também vou sentir saudades, mas você sabe, não dá mais para continuar, e morar com a Elena e o Stefan vai ser legal – Tyler vai em direção a ele e a abraça, dando um beijinho na ponta de seu nariz.

***

Elena Gilbert.

Querido Diário n°300, preciso comprar um diário novo urgente! Esse só tem uma pagina, tenho que pedir para Stefan pegar outro, do mesmo modelo, capa azul e nenhuma linha, não sei como ele consegue achar eles, não quero saber, todos temos segredos, essa é a diversão na vida de uma casal.

Caroline e Tyler estão bem, ele viram morar conosco, vou ter minha melhor amiga da eternidade junto comigo, fazendo algumas coisas que fazíamos quando criança, vai ser divertido. Eles estão noivos a muito tempo, mas ainda não se casaram, acho que sobre isso não posso contar, eu mesma não sei, isso é um segredo de casal.

Eu e Stefan estamos vivendo, estamos amando, aproveitando. Tento não pensar no amanhã, nem no passado, apenas no presente. Meus erros eu esqueci, por que ficar se amargurando por algo desse tipo? Eu tenho a eternidade, a bela ou não tão bela eternidade. Ela é bibolar, a eternidade, muito bipolar, acho que essa é a graça.

Stefan está cozinhando, escreve esse diário enquanto o observo a fazer isso, é como um artista pintando, Stefan é medico mas não trabalha com sangue, isso é o melhor. Eu escrevo livros anônimos, ninguém sabe quem eu sou, apenas assino como E.G.S, livros de romances e fantasia são meu forte, consegue realizar um sonho, o melhor dos sonhos.

A folha está acabando, não vai dar mais para escrever, este diário chegou ao fim, foi bom enquanto durou mas preciso de mais paginas na minha vida.

Por: E.G.S