A Faísca: 70° Jogos Vorazes - Interativa escrita por Tiago Pereira


Capítulo 15
Capítulo 15 - Distrito Quatro - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Penúltima Colheita! Uhul! o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/472326/chapter/15

Brianah Carm

Acordo antes dos meus pais e Charlus. A visão ainda turva, as juntas ainda travadas agacho a estrutura, averiguando sob a cama se encontrava Brenn. Nenhum sinal dele, o que é ótimo. Sei que a senhorinha que o adotou não está maltratando-o.

Já apanhei por ele, mas valeu a pena. Sou uma escória, inútil e qualquer outro adjetivo negativo que você pode imaginar, para meus pais. Charlus é o contrário. O orgulho da família, o mais desejado, entre outras virtudes.

Puxei as primeiras roupas da minha gaveta. Leves e confortáveis, nada mais. Uma camisa fina de sirgo, amarelada. Parecia mais um abadá. O shorts era curto, não chegava ao meu joelho, indo até metade da minha coxa. O sol abafa o quarto.

Lavo o rosto e ajeito os cabelos ruivos, porém deixo-os soltos. Sou completamente nativa do Distrito 4, embora tenha uma ele alba. Mas meus cabelos são uma mescla, algo parecido om loiro arruivado. Olhos azuis da cor do mar das praias, que é meu atual destino.

Entretanto, hoje é dia da colheita, preciso estar aqui antes das duas. Talvez nem almoce aqui. Por mim nem ficaria em casa. Calço um chinelo e saio de casa, levando o tridente cor de feno junto de iscas de peixe e sardinhas.

Moro em um lugar privilegiado aqui no Distrito 4, perto da enseada. Conforme me aproximo do mar, o clima fica mais seco e a paisagem mais bela. Encosto os chinelos atrás de um coqueiro.

A areia está quente e fofa. Deixo que ela penetre no vão de meus dedos, para que a sensação de relaxamento cresça.

Pouco tempo depois, Brenn aparece. Sem camisa, de shorts comuns e verdes, que combinam com seus olhos. Uma vara acompanha.

– Oi, Johanna. - Ele diz. Meu nome é Brianah, mas ele faz isso para brincar e comparar com a vitoriosa do Distrito 7: Johanna Mason, já que ele me vê como uma pessoa fraca. Mas isso é outra história.

– Oi Brenn. - Respondo sorrindo. Em quinze anos de minha vida ele foi a única pessoa que conseguiu fazer isso de verdade. Um ano mais novo do que eu, mas eu o vejo como muitos anos mais jovem. Considero-o um irmão. Que eu goste, não que eu odeie.

Nos conhecemos aqui mesmo na enseada. Ele ficava me espionando. Um garoto órfão, dono de grande beleza. Seus cabelos cor de bronze, um pouco ruivo. Olhos claros e pele bronzeada.

Como de costume, nado na água cristalina. Geralmente canto cantigas com os tordos, os poucos que aparecem. Ou pintar a paisagem. Com o tridente, cravo a ponta nos peixes pertos de mim. Ou até mesmo quebro as cascas de crustáceos nas areias.

Mas hoje é uma ocasião especial, então evito levar o que eu peguei pra casa.

– Pronto para hoje? - pergunto.

– É, embora tenha pego tésseras. Queria ser carreirista, a dona Lernie é gentil, mas não trabalha. - Ele responde.

– Bem, eu vou indo antes que me matem. Hoje eles acordaram mais tarde e já são... - olho de relance para o sol, tentando me orientar. Ele já se deslocou do centro, arrisco que seja quase uma hora da tarde. Uau, fiquei muito tempo fora de casa.

– Vista algo bonito, e relaxa, você não será escolhida. - Ele aconselha.

Apenas assinto, pois não quero contar a verdade a ele. Irei me voluntariar, mostrar meu valor, por mais que seja um risco. O que há uma vida sem riscos? E é para isso que os Jogos Vorazes foram feitos.

Em casa, ainda com roupas úmidas, adentro no chalé. Todos já fazem a refeição, e eu não estou nem um pouco com apetite. Perder Brenn é um pesadelo para mim. Mas eu não posso morrer.

– Onde estava? O almoço já esfriou - pergunta minha mãe. Meu pai ri de uma piada sem graça de Charlus.

– Estou sem fome. - Eu disse e corri pelas escadas até o banheiro, onde me despi. Uma banheira de água quente me aguarda.

Em torno de meia hora, lavo meu corpo, cabelo e pele. Tudo deve estar perfeito para hoje.

Meus cabelos são devidamente ajeitados e deixados soltos como de costume. Uma camisa regata, branca é posta junto de uma saia laranja. O mais confortável que eu pude ficar. Aguardo pacientemente as horas que passam, com o estômago vazio.

Aguardei tempo suficiente até minha mãe bater rudemente na porta. Esperei eles saírem para que eu fosse.

Fiz minha inscrição na praça. Jameson, o representante, Finnick, o mentor e o prefeito saem do Edifício.

Depois das mesmas palavras de todos os anos, chega o momento em que eu esperei: a escolha do tributo feminino.

Ele cruzou o palco e puxou o nome. Que seja o meu e poupe o trabalho. Mas não foi.

– Eu sou voluntária como tributo! - brado em meio as fileiras. Ninguém se opõe contra mim.

– Ótimo! Este é o espírito! - diz Jameson. - Seu nome?

– Brianah Carm.

– Perfeito - ele diz e cruza novamente o palco. Puxou o nome e anunciou. - Beete Safierra!

Um garoto mais velho, alto, forte, com cicatrizes e mal encarado. Sei que não sou um exemplo de beldade, só que ele superou o jeito sanguinário dos tributos do Distrito Um ou Dois.

– Estes tributos parecem fortes este ano. Viva o Distrito Quatro e seus tributos! - diz Jameson. Todos aplaudem. Brenn está olhando para mim, balançando a cabeça de forma negativa.Obrigado por lerem, comentar


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem, favoritar, comentar... não sou NADA sem vocês. c:



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Faísca: 70° Jogos Vorazes - Interativa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.