Ray escrita por Raquel Franco


Capítulo 27
Era disso que eu precisava...


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, quem é viva sempre aparece né? Pois é, aqui está mais um capítulo novo. Bom, tem um pouco de "Theolina" (segurem o core) e bom, vou sugerir algumas músicas que eu gosto de ouvir enquanto escrevo alguns capítulos ou leio, enfim, para vocês escutarem enquanto lêem. Não é obrigado, okay? (okay). Bom, são essas 5 (vai ser só cinco porque eu sei que vocês não vão escutar):
1- Florence + The Machine - Over The Love (https://www.youtube.com/watch?v=fSPOCVjla_4).
2- 5 Seconds Of Summer - If You Don't Know (https://www.youtube.com/watch?v=FsKXgWXuCB0)
3- Arctic Monkeys - Snap Out Of It (https://www.youtube.com/watch?v=WD1xm7IEkVY)
4- Birdy - Young Blood (https://www.youtube.com/watch?v=h7ZBygcSBzE)
5- Flume & Chet Faker - Drop The Game (https://www.youtube.com/watch?v=6vopR3ys8Kw)



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Por Carol

Passei o dia na casa da Anna, eu tinha que proteger a minha amiga assim como ela me protegeu quando briguei com Théo, ela sabe que sempre estou ali pra ajuda-la e ela sabe também que sou a 3 mãe dela. Assim fiz.

Acordei primeiro que ela e vi que não tinha ninguém em casa, a vó dela tinha deixado um bilhete.

Anna ou Carol, tivemos que sair por causa do bebê. Ela passou mal a noite toda. Não demoramos. Amamos vocês

Deixei o bilhete na geladeira, peguei um nécta de uva e fiz ovos com bacon. Fiquei pensando em meus pais, como eu sinto falta do meu pai, minha mãe nem tanto assim, quase não esteve presente em minha vida, mas enfim. Resolvi ligar, mas nenhum dos dois atendiam. Fui para a sala e fiquei assistindo tevê até que peguei no sono, mas a Anna me acordou.

─ Carol? CAROOOOL?

─ O QUE FOI CÃO?

─ Cadê o povo dessa casa?

─ Ah, tua avó deixou um bilhete na geladeira. Vai lá ver que eu vou tomar banho.

─ Okay!

Subi, tomei meu banho que dura mais ou menos 30 minutos, fui no closet dela escolher minha roupa, já que ela tem uma parte só dela na minha casa eu tenho a só minha na casa dela. Pronto! (1).

Arrumei meu cabelo e desci, fui até a cozinha e encontro ela devorando uma melancia.

─ EITA PORRA QUE ESSA LOUCA TÁ MORTA DE FOME. Vai tomar banho e se arrumar, bora pro shopping. Não aguento mais pensar na minha família e nos idiotas que arrumei durante a vida.

─ Tá bom, deixa eu acabar aqu...

─ VAI LOGO, AI AI AI!

Ela saiu correndo passando a mão no rosto pra limpar o resto de melancia e subiu as escadas, e voltou limpinha e arrumada (2).

─ Agora sim tá parecendo uma mocinha!

─ Vai se foder.

Fomos para o carro, eu dirigia dessa vez. Anna ainda estava meio abatida e calada por conta da briga com o Beto e a despedida de Edu. Eu também não parava de pensar no Théo, as vezes largava uns sorrisos bobos ou umas risadinhas que fazia a Anna me olhar com cara de “essa porra tá vendo unicórnio?” mas eu ignorava. Aumentei o rádio porque tava tocando Mmm Yeah, a Anna começou a cantar e fazer caras e bocas, eu só ria e as vezes imitava também.

Depois de quase 2h de transito chegamos no shopping e fomos direto para a loja de doces, amo doces!!! Depois fomos ao cinema assistir A Culpa é das Estrelas pela milésima vez. Depois fomos comer.

─ Amiga, temos que conversar sobre a nossa viagem com as meninas. Está quase acabando as férias e a gente não tira o pé de Nova York, tô cansada desse lugar. Sempre as mesmas pessoas, gente correndo pra tudo quanto é lado, reencontro de várias pessoas que a gente não queria ver nunca mais. Essa cidade tá virando um ovo. ─ eu disse.

─ Ah Carol, desencana, eu amo Nova York ─ ela abriu os braços e soltou um sorriso enorme.

─ Tá, então, e a viagem? Como fica?

─ Você tem razão, temos que conversar com as meninas que andam muito sumidas.

─ Vou enviar uma mensagem pra Lena, fala com a Lissa.

─ Tá bom.

Enviei a mensagem pra Helena e ela logo respondeu:

amiga, não posso ir ao shopping agora, to na casa do Lucas. Mas pode ter certeza que irei. Inclusive, saudades. Manda um beijo pra Anna.”

─ Olha essa, já começou a vida sexual tão cedo!

Anna leu a mensagem e riu.

─ Tu não presta, Carol. Vou te contar hein.

─ E a Lissa? Não respondeu?

─ Ah, sim, ela tá com umas amigas. Ela disse que vai sim, que já comprou 2 passagens e já tá tudo ok com o passaporte e bla bla bla. Pelo menos pra isso ela é responsável.

─ Hahahaha, ai ai. P?

─ Oi.

─ Vamos lá na loja de jogos? Quero lembrar o passado.

─ AHHH NÃO, LÁ VAI VOCÊ.

─ SIM, QUAL É? Bora logo.

Anna levantou da cadeira e seguimos para a loja de brinquedos.

Brincamos em tudo, do simulador de carro aos caralho a 4. Depois eu fui em um jogo que tínhamos que pular, e eu como sempre desastrada caí.

─ Anna, sua puta. Me ajuda aqui.

─ Olha a lesa, fica caindo só.

─ Me ajuda logo.

Enquanto Anna me levantava e falava coisas engraçadas, eu sorria, mas logo o sorriso saiu de meu rosto.

─ O que foi Carol? ─ Anna perguntou assustada.

─ Olha quem tá ali.

Era Theodore, ele estava comprando um milk-shake e no exato momento acabara de virar e seus olhos cruzam com os meus. Sinto uma corrente gelada passar por minha espinha e viro o rosto. O ignorando.

─ Anna, bora embora? Não quero mais ficar aqui.

─ Negativo, nós vamos ficar.

─ Tá bom, vou tentar ligar pro meu pai de novo.

─ Tá, vai lá.

Observei para ver se encontrava Theo novamente, mas nada. Então segui para uma sala envidraçada com varias plantas, vários bancos e vários cinzeiros, sim, era a área dos fumantes. Liguei 3 vezes, na 4 meu pai atendeu.

─ Tem que marcar hora pra falar com você? É isso mesmo? ─ eu disse indignada.

─ Filha, desculpa, eu estava em uma reunião muito importante e não poderia te atender.

─ Tudo bem, entendo. Pai, eu to com saudade. Quando é que o senhor vem me visitar de novo?

─ Eu iria ligar mais tarde pra você para podermos conversar sobre isso, eu não poderei ir mais para aí. Queremos fechar um grande negócio com os alemãs. ─ então se fez silencio na linha ─ Me desculpe.

─ Tá... tá... tudo bem. ─ limpei algumas lágrimas e me despedi dele.

─ Te amo minha filha.

─ Também amo você.

Saí da área dos fumantes e fui lá com a Anna.

─ E aí? Falou com seu pai?

─ Falei sim, ele não vai poder vir porque tem assuntos a tratar sobre a empresa dele e tudo mais. Eu não aguento ser tão sofrida assim na vida. Não aguento.

─ Calma amiga, dê um “haleluia” que ainda estou aqui com você. Vem cá me dar um abraço.

Abracei-a e lagrimei lentamente.

─ Eu quero ir embora. ─ eu disse

─ Tudo bem, nós vamos. Você viu o Théo? Ele veio aqui perguntar por você.

─ Tudo que eu menos quero é ver a cara dele nesse momento, não tô bem e não esqueci o que ele fez.

─ Tá bom, vamos.

***

Anna veio dirigindo até a minha casa e disse que iria embora porque tinha que ficar cuidando da prima dela enquanto os avós e os tios saiam. Entrei em minha casa e vi que me sentia mais sozinha do que nunca, sentia uma dor imensa no peito e uma vontade insuportável de gritar, mas me mantive calada e quieta. Deitei-me no sofá e fiquei olhando para o teto e pensando em absolutamente porra nenhuma. A campainha toca e eu vou atender.

─ Oi, podemos conversar?

Era Theodore.

─ Théo, eu já disse que não quero ver sua cara, eu tô em péssimas condições de falar com alguém. Eu quero ficar sozinha. Você acha que eu esqueci o que você estava prestes a fazer com aquela vadia? Aquela cena absurda e infeliz que desgraçou tudo o que eu sentia por você.

─ Carol, vamos conversar. ─ se fez silencio ─ Por favor!

Eu abri a porta e deixei-o entrar. Ele sentou no sofá e eu sentei de frente para ele.

─ O que você quer?

─ Carolina, me desculpe, eu...

─ Vai começar né?

─ Escuta o que eu tenho pra te dizer, por favor.

─ Fala, o que é?

─ Eu sinto a sua falta, eu não queria ter feito aquilo com a Angelic, eu nem sei porque deixei ela se aproximar de mim. Eu a conheci em um pub depois que saí da sua casa. Eu estava tomado pela a raiva e fui tomar uma gin, ela sentou em meu lado e eu nem percebi, começou a puxar assunto e tentar me apartar, eu achei isso muito estranho, desde então, paguei minha bebida e fui embora. No outro dia eu acordei com vontade de vir aqui e te pedir desculpa porque eu não suporto brigar com você, não suporto te fazer sofrer. Hoje, no shopping, foi como se eu tivesse levado uma facada no coração. Eu fiquei sem forças e passou em minha cabeça todas as vezes que te fiz sorrir, que vi seus olhos azuis brilharem e mostrar que era disso que eu precisava. Carol, eu não fiz nada com Angelic e suponho que você a conheça bem, eu não pretendia fazer nada com ela. Eu estava irritado, amargurado, triste com o que tinha acontecido na noite passada e...

─ E você resolveu descontar isso na primeira loira safada que apareceu na sua frente.

─ Não, não. Eu já disse que não pretendia fazer nada com ela, eu juro. Carolina, eu amo você.

─ Tá bom Théo, agora me dá licença, preciso ficar só.

Levantei para abrir a porta, mas ele foi mais rápido e me pegou pelo ombro e pela cintura.

─ Carol, acredita em mim. ─ ele disse com os olhos castanhos inundando de lágrimas. Eu nunca tinha visto o Théo chorar tanto. ─ Acredite...

─ Théo, eu não tô legal.

Ele me abraçou e falou.

─ Por favor, pelo menos me desculpe. ─ quase sem voz.

Eu pensei bem e vi que o que ele falava era sincero, que o mesmo que ele dizia era o mesmo que eu sentia assim que ficava perto dele.

─ Eu te desculpo.

Ficamos ali, abraçados no meio da sala, os dois chorando. Minha cabeça sobre o seu coração que batia rapidamente, o carinho de seu abraço, o calor, o jeito de seu olhar, seus braços a me aconchegar e o que faltava era vê-lo sorrir para mim.

─ Esses 5 dias foram horríveis para mim, foram os piores dias da minha vida. ─ ele disse chorando bem baixinho. ─ Nunca cheguei a pensar em te perder. Isso seria horrível!

─ Théo, se eu pedir uma coisa, você faz?

─ O que? ─ ele limpou os olhos que já estavam vermelhos

─ Dorme comigo?

─ O QUE? Isso é loucura.

─ Dorme comigo ué.

─ Mas acabamos de nos desculpar.

─ E daí? Eu amo você e nesse momento, eu não quero ficar só.

─ O que houve?

─ Sinto falta do meu pai, mas ele não pode vim me ver.

─ Eu sinto muito. ─ ele me abraçou novamente, mais forte e deu um beijo em minha testa.

Arrumei minha cama, tomei banho e sentei na mesma. Estava passando hidratante em meu pé. Théo veio e se sentou ao meu lado. E ficou me olhando com um sorriso bobo em seus lábios.

─ O que foi? ─ sorri meio envergonhada.

─ Eu adorava ver você fazendo isso lá na casa de praia, é tão bonitinho. ─ ele sorri meigo (3).

Eu olhei pra ele e não pude evitar de sorrir, ai como eu sou abestada. Esse garoto me tira a paciência, me faz querer matar ele, mas me faz sorrir com uma coisa idiota, vai entender. Ele ainda continuava a olhar e eu o beijei só que retirei meus lábios novamente e levantei.

─ O que houve? ─ ele perguntou.

─ Eu não deveria ter feito isso. Não mesmo. ─ coloquei as mãos na cabeça e fiquei andando de um lado para o outro enquanto ele me acompanhava com os olhos sorrindo. ─ Eu deveria estar puta da vida com você, deveria estar metendo a mão na sua cara, te pondo pra fora de casa...

─ EI EI ei ─ ele disse rindo ─ Se acalma amor, senta.

─ Deveria ser proibido sorrisos meigos, P-R-O-I-B-I-D-O!

Ele gargalhava alto.

─ Não ri não que eu mordo.

─ Morde?

─ Mordo!

Ele chegou bem mais perto.

─ Morde?

─ Mordo.

Ele sussurrou

─ Morde?

─ Mordo. ─ sussurrei também ─ RAWN.

Fiz rawn e saí correndo, olhei para trás e ele me seguia. Tentei me esconder nos milhares de quartos que tinha em casa, tentativa fail. Desci as escadas correndo, fui para a sala de jantar e fiquei em um lado da mesa e ele do outro.

─ RAWN, sai de perto de mim se não eu mordo. ─ eu disse.

Depois corri para a sala de leitura, ele me puxou pela cintura e nós caímos no tapete. Ficamos os dois, um do lado do outro de bruços para cima.

─ Você morde é?

Virei-me e fiquei em cima do peitoral dele.

─ Sou uma gatinha, mas posso virar uma tigresa. Rawn.

Ele gargalhou, me deitou no chão e ficou quase em cima de mim.

─ Eu sou um cachorrinho, mas eu posso virar um lobo. AUUUU.

Eu ri alto e sem querer fiz barulho de porco, coloquei a mão no nariz/boca e arregalei os olhos.

─ Desculpa.

Ele tirou minha mão de minha boca, colou sua testa na minha e sorriu. Eu me ergui um pouco e mordi a boca dele fazendo barulho de “rawn”. Ele me beijou, ai, quanto eu sentia falta da nossa pegação, da língua quente dele entrar em choque com a minha, do calor que ele me dava. Dos amassos calorosos, do sotaque francês dele que deixava ele ainda mais sexy. Ele me carregou em seu colo e me levou para meu quarto, deitamos lá e continuamos com nossa troca de carinhos. Eu adormeci em seus braços e dormimos abraçados.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado amores, é isso aí. O que acharam da "volta" dos dois? Hahahaha

(1) (http://www.polyvore.com/yay/set?id=131031168)
(2) (http://www.polyvore.com/batman/set?id=129846419)
(3) (http://25.media.tumblr.com/c10a7bdf580868f17af8726e1bdf10f1/tumblr_mfclkopvmt1rheu9ro1_500.gif)



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