Fico confusa com o que Finn disse mas decido ignorar. Então aqui estava eu, me arrumando para sair. Eu precisava sair, ficar 24 horas dentro dessa casa não era a melhor coisa do mundo. Quando termino me olho totalmente pronta no espelho. Estava com um vestido colado preto curto com um decote que me deixava com os seios fartos, salto alto agulha. Maquiagem forte, olhos pretos e boca vermelha. Me encaro, eu estou bonita, mas não consigo me achar bonita, acho que meu nariz me estraga, e eu sou baixa demais e... Chega de baixa autoestima! Rachel, você precisa de autopiedade de alguém, só isso. Bato na porta de Finn e ele abre com uma blusa preta e uma calça de moletom cinza, ele estava lindo, não que isso importasse. Ele olhava pro chão e subiu o olhar pelo meu corpo e ele ofega surpreso.
–Will me disse que você ia me levar para a cidade. - Eu falo tentando parecer indiferente. Droga! Porque mesmo ele desarrumado era tão lindo? Porque ele com o cabelo bagunçado e desarrumado era mais sexy que o normal?
–Onde você vai? - Ele pergunta após conseguir falar, e me tirando dos meus pensamentos.
–Não te interessa. - Eu falo cruzando os braços.
–Se você quiser que eu te leve sim, me interessa. - Ele fala se encostando na porta com os braços cruzados e pela primeira vez desde que eu acordei percebo ele com um sorriso de canto e desvio o olhar para o chão.
–Pra cidade. -Eu falo indiferente.
–E o que você vai fazer na cidade? - Ele pergunta com um lindo sorriso no rosto. LINDO NÃO. Um sorriso no rosto, normal, que não deixa uma garota louca. Inclusive eu.
–Preciso sair um pouco, tomar um ar. -Eu falo.
–Com essa roupa? - Ele pergunta divertido.
–Olha, eu vou sair e encontrar alguém para eu passar a noite e você não precisará me buscar. - Eu falo e o sorriso desaparece e o olhar endurece.
–Não vou te levar pra lugar nenhum. - Ele fala fechando a porta.
–Porque não? - Eu pergunto batendo na porta novamente até ele abrir e me encarar.
–Você sabe que é perigoso sair com estranhos? - Ele pergunta revirando os olhos.
–Eu sou a escolhida, acredite, eu sei me cuidar. - Eu falo.
–Então porque precisa de mim para uma carona? - Ele pergunta e eu hesito. - Rachel, volte pro seu quarto e durma.
Ele fecha a porta novamente me deixando parada surpresa. Então ele acha que eu preciso dele? Mas ele está muito enganado! Porque eu vou para a cidade nem que seja voan... É isso! Voando! Ok, me sinto um Peter Pan falando mas eu sou a escolhida, não preciso de moto nenhuma, e sim do ar.
Sorrio e me viro indo em direção a porta de entrada.
–x-
Estava em um bar tomando alguma bebida suspeita que era horrível até que alguém se senta ao meu lado.
–A moça está sozinha? - Um cara que parecia ter uns 20 anos sorri e se senta ao meu lado, ele era lindo...
–Não mais... - Eu falo sorrindo.
–Sou Jesse. - Ele se apresenta.
Ficamos conversando e entre cantadas e blá blá blá ele me dá seu endereço.
–Estarei te esperando. - Ele fala sorrindo e eu guardo o cartão na minha pequena bolsa.

–Pode ter certeza que eu vou. - Eu falo sorrindo safada.
–Já volto. - Ele fala se levantando. - Vou no banheiro.
Ele sai e após alguns segundos sinto uma mão pegar meu braço.
–Mas que merda é... - Eu me viro e vejo Finn que me pega pelo braço e me leva para fora do bar.
–Vamos antes que ele volte. - Finn fala me puxando para fora do bar.
–Mas o quê? - Eu pergunto confusa e quando estamos fora do bar vejo ele me leva até sua moto. - O que você está fazendo?
–Estou te protegendo. - Ele fala e eu paro surpresa. - Droga, Rachel, eu falei pra você não sair de casa! - Ele falou nervoso passando a mão no cabelo. - Por que você saiu? - Ele me encara e eu percebo o quão decepcionado ele parece. - Porque não me obedeceu Rach?
Eu não consegui dizer nada. De todas as vezes que Finn falava comigo essa tinha algo a mais. Sentimento? Decepção? É ele parecia decepcionado. Mas porque? E... Rach?
–O que você está fazendo aqui? - Eu pergunto confusa.
–Eu já disse, eu vim te buscar. - Ele fala me encarando.
–Porquê? - Eu pergunto.
–Você realmente vai pra cama com um estranho? - Ele pergunta. - Ele pode te machucar Rachel.
–Finn, eu consigo me proteger sozinha. - Eu falo ainda confusa, e ele franze a testa como se estivesse confuso. Ele sabia disso, mas porque ele veio até aqui? Nem ele mesmo parecia saber.
–Eu sei... - Ele fala confuso. - Mas... Eu... Você. É perigoso.
–Finn, você está bem? - Eu pergunto confusa.
–É só que... - Ele hesitou. - Eu fiquei preocupado com você.
Nossa! Aí ele me pegou de surpresa. Preocupado comigo? Ok, isso é estranho, e novo.
–Vamos. - Ele fala me passando o capacete e eu franzo a testa o pegando enquanto ele subia na moto. Eu subo em seguida e ele ligas moto acelerando para a estrada escura.