Em certos momentos eu queria ser forte por nos dois, mas era meio que inevitável que eu me emocionasse, fazia pouco tempo que Augustus tinha aceitado o fato que ele precisava da cadeira, no começo foi difícil o fazer aceitar e deixar-me empurrar de vez enquanto, meus pulmões iam bem e quase não preocupavam meus pais, Augustus iria jantar com a gente hoje, meus pais ficavam feliz com o nosso relacionamento, mas com um certo medo de ele ficar incompleto.

– Mãe como estou- mostro para ela meu vestido floral que ganhei da mãe do Augustus.

– Ficou ótimo filha, mas acho que ele é mais formal.

– Eu quero muito usar ele- ele tem o cheiro do Augustus- mas eu vou tira-lo- bem na hora a campainha tocou, eu sabia que era ele, tentei correr, mas com o cilindro era difícil- Olá, olá senhora Waters.

– Olá Hazel, Gus que horas eu venho te buscar?

– Eu te ligo mãe- seu cabelo estava arrumado, mas não muito, usava jeans, tênis e uma camiseta polo azul marinho- você está linda.

– Você também- meu pai vem e ajuda a colocar a cadeira para dentro, Augustus usa luvas agora para proteger a palma das mãos ao pressionar as rodas para andar, eu havia mudado um pouco os moveis do meu quarto de lugar para que a cadeira de Augustus coubesse quando ele vem me visitar- você vai ficar aqui, eu só vou trocar de roupa.

– é claro- me abaixo e beijo sua testa- obrigada eu precisava disso.

– De nada- coloco um jeans e uma camiseta simples, estamos na primavera então posso usar sapatilhas- desculpa a demora.

– Eu sei como é – ele me responde, me sento no sofá ao lado da sua cadeira, eu sei que Augustus não gosta de ficar ali sentado, mas ele sabe que com a fisioterapia e o falanxifor ele ia ficar bem.

– Minha mãe esta preparando lasanha.

– Comida- ele faz uma cara boba.

– Não entendi?

– Eu tenho que manter o meu peso estável, para conseguir colocar a prótese novamente, então minha mãe me faz comer verduras e outras coisas saudáveis que nem velhos devem comer- eu rio.

– Então encha seu corpo de lasanha hoje até ele renegar.

– Obrigada Hazel Grace.

– Repita de novo- brinco.

– OBRIGADA HAZEL GRACE- meus pais se assustam com o grito e nos caímos na risada.

– Eu comprei sorvete.

– Você o que?

– Comprei sorvete de chocolate.

– Preciso que você me abrace agora- ele me diz e é o que eu faço, às vezes vamos ao parque atrás do museu e Augustus pede para mim me sentar no seu colo, eu tomo cuidado, pois sei que ele ficou mais frágil do que eu com a sua recaída- podia te beijar agora- ele me diz.

– Meus pais estão aqui, não quero ficar vermelha.

– Okay.

– Okay.

– Estamos flertando- Augustus me diz.

– Eu gosto de flertar com você- o jantar é completo de risadas e alegria, meus pulmões de araque se enchem de alegria ao ver meus pais com o meu namorado, depois nos sentamos no sofá, Augustus fica na cadeira, ele não gosta que meu pai o ajude a sair, meus pais quase não comem o sorvete então eu e Augustus terminamos ele no meu quarto, pego e fico observando Augustus ajeitar a cadeira ao lado da minha cama, ele consegue se apoiar e passar para ela, me deito em seu peito enquanto ele acaricia meus cabelos- agora podemos nos beijar- ele ri.

– Se é o que você quer Hazel Grace- me inclino e o beijo, nossos beijos não são cheios de fogo e desejo, mas há paixão neles- gosto de sorvete de chocolate.

– Obrigada.

– Queria poder ficar aqui com você, mas daqui a pouco minha mãe começa a ligar, e amanhã temos que ajudar o Isaac a escolher o cão guia dele.

– Tem que ser fofo- eu digo- será que ele vai se adaptar?

– Ele quer liberdade então precisa do cão.

– É verdade- ficamos ali em silencio só aproveitando a cia um do outro, o celular de Gus toca já deve ser quase meia- noite.

– Minha mãe chegou.

– Tudo bem- Me sento na cama e tento o ajudar a voltar para a cadeira- te vejo amanhã?

– É claro- logo depois que Augustus vai embora, me preparo para dormir.

– Filha eu tenho muito orgulho de você – minha mãe para na porta do banheiro enquanto eu escovo os dentes.

– Por quê?- pergunto com a boca cheia de espuma.

– Você não abandonou o Augustus quando ele mais precisou de você.

– Eu nunca o abandonaria mãe, porque ele nunca me abandonou.

– Vocês são lindos juntos, são guerreiros.

– Obrigada- termino de escovar os dentes e vou pra cama, conecto o bipap e me entrego ao cansaço que domina meu corpo. Acordo com o cheiro de café novinho, meus pais estão sentados no sofá em uma momento que parece ser romântico.

– Bom dia.

– Bom dia querida- diz minha mãe- vai querer alguma coisa?

– Tem suco de laranja?

– Tem.- sirvo um copo de suco e uma tigela de cereal, se eu pudesse passaria o dia de pijama mas tenho que buscar Augustus na escola e Isaac pois hoje ele vai escolher seu cão guia, depois de tudo que Augustus passou esperava que ele não voltasse a escola, mas ele é um guerreiro de uma perna só como gosta de se chamar, depois do café tomo um banho, coloco uma roupa confortável, folheio meu exemplar de uma aflição imperial para passar o tempo, almoço em silencio com a minha mãe, o tempo parece passar devagar.

– Mãe você me empresta o carro?

– é claro- ela me joga as chaves- até mais, cuidado, trocou o cilindro?

– Troquei mãe, tchau.

Espero um pouco na frente da casa de Isaac , ele sai com a sua mãe.

– Hazel, olá.

– Olá, Grace- Isaac me chama de Grace de vez enquanto, a cegueira trouxe um lado mais sarcástico de Isaac mesmo não o conhecendo a muito tempo sei que sua personalidade não era assim, fomos buscar Augustus que esperava na beira da calçada com a sua mãe também, ela o ajudou a colocar na camionete e colocou a cadeira no porta malas- está na hora de eu escolher meus novos olhos.

– TRIO CANCERIGINO ATIVAR – gritamos em um perfeito uníssono.