The Last Chance escrita por Mkairon


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

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Abro meus olhos, estou deitado em minha cama, olho ao redor e vejo meu console destruído a minha direita.

–Você já acordou? –Diz a enfermeira entrando no quarto

–Por quanto tempo eu estive dormindo? –Pergunto a ela

–Algumas horas, eu te coloquei de volta nos equipamentos após você entrar em estado de choque por causa da sua mãe –Diz ela verificando os resultados

–Preciso te pedir uma coisa –Digo sentando na cama

–O que você quer? –Diz ela se sentando ao meu lado

–Preciso de um remédio que me permita ficar algumas horas sem os equipamentos –Retruco

–Você sabe que isso pode piorar sua situação né?

–Estou ciente de todas as consequências –Digo

–Certo –Diz ela se levantando

Vejo ela se dirigir a um armário branco ao lado de minha cama, de dentro ela retira uma caixa com várias pílulas que reluzem em um vermelho quase transparente e me entrega duas.

–Você precisa tomar uma quando sair e outra quando perceber que não conseguirá conseguir continuar –Diz ela se sentando

–Estou indo –Digo colocando uma das pílulas na boca e outra no bolso

Ando pelos corredores do hospital com passos pesados e sem me preocupar com o caminho mesmo não o conhecendo, estou preocupado com outras coisas nesse momento, atravesso a porta principal e a luz do sol contrai rapidamente minhas pupilas, não saio do hospital a muito tempo então fico um momento observando a paisagem.

Uma coisa que esqueci de mencionar é que minha doença nunca me impediu de fazer qualquer exercício físico, ela só me impede de ficar muito tempo sem o auxílio de uma máquina, mas agora que tomei essas pílulas posso fazer uma das coisas que eu mais gosto: Parkour.

A casa dos meus pais não é muito longe do hospital então me dirijo ao prédio ao lado e começo a subi-lo, sinto o vento passar ao meu redor como da última vez que fiz isso, chego com dificuldade ao topo do prédio que não passa de dez andares e olho ao redor, vejo carros e pessoas apressadas por toda a parte, ando alguns metros para chegar até a outra extremidade do prédio para começar a descer. Ao descer chego em um ponto que a janela está aberta e escorrego, consigo me segurar na sacada para não cair dos andares restantes, minha visão começa a escurecer e percebo que o efeito da primeira pílula passou muito rápido por eu ter forçado muito meu corpo, coloco minha outra mão no bolso e rapidamente engulo a outra pílula recuperando minha visão e um pouco da minha força para me erguer de volta.

Chego ao solo após alguns minutos de adrenalina misturada com o desespero de quase cair, olho para rua e consigo ver minha casa ao fim dela, vou até lá andando para não forçar meu corpo novamente e correr o risco de morrer antes mesmo de chegar. Chego a porta e vejo que a casa não mudou muito desde minha última visita, vou direto a maçaneta sem nem mesmo hesitar, adentro a casa que o cheiro me traz lembranças ruins do meu passado.

–Você veio então –Diz uma voz no fim do corredor

–Mãe? –Pergunto

–Quem mais poderia ser? –Retruca ela

Vejo ao final do corredor minha mãe de mãos dadas com uma criança com por volta de dez anos, ela veste roupas que provavelmente vieram de uma loja de rico, sinto um frio passar pelo meu corpo e arrisco perguntar.

–Quem é esse garoto? –Pergunto apoiando na parede

–Meu novo filho –Diz ela passando a mão em seu cabelo

–Novo filho? –Digo com a voz nervosa

–Sim, porque está surpreso? –Pergunta ela

–Fiquei surpreso por eu ter sido trocado tão fácil –Digo

–Você acha mesmo que eu ia me contentar em ter um filho doente, você não poderá dar continuidade a nossa família –Diz ela virando as costas

Sinto uma mistura de raiva e decepção comigo mesmo começando a surgir, eu fui trocado pela minha própria mãe, achava que ser jogado em um hospital para apodrecer até a morte era suficiente. Começo a desferir socos contra a parede para descontar tudo isso, apesar de saber que ela não irá quebrar ou ser danificada, prossigo com os socos até que sangue começa a escorrer pelo meu punho deixando a parede manchada, paro de socar por um momento e lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto, me ajoelho no centro do corredor com minhas mãos apoiadas em meu rosto para tentar diminuir o número de lágrimas que não param de escorrer. Me lembro que não posso demorar muito pois o efeito da pílula pode acabar a qualquer momento, me levanto secando as lágrimas e vou até o lugar onde era meu antigo quarto e vejo que lá há um console igual ao meu que minha mãe destruiu, isso é considerado furto, mas ela destruiu o meu e acho que ela não dará falta.

Saio de casa em direção ao hospital e não olho para trás, é por isso que odeio a todos, por isso que me refugiei aos jogos, humanos são cruéis. Ao chegar no meu quarto vejo a enfermeira sentada na minha cama lendo uma revista de fofoca que parece ser do ano passado que ela lê todos os dias.

–E ai, conseguiu? –Pergunta ela

–Consegui descobrir o quanto eu odeio aquela mulher –Digo colocando o console na tomada

–Estava me referindo a um console novo mas tudo bem, você não vai comer nada antes de voltar a jogar? –Pergunta ela se levantando da cama

–Pode arrumar algo para mim enquanto preparo o sistema do console? Parece que minha mãe nunca mexeu nisso na vida dela –Digo mexendo nas configurações que ficam na parte de trás do console

–Claro! –Diz ela saindo do quarto

Configuro as configurações para ficarem do jeito que estavam no meu último, vejo a enfermeira voltando com bacon e ovos em um prato.

–Muito obrigado –Digo enquanto mastigo o bacon

–Por nada –Diz ela sorrindo

Deito na cama e ela coloca os equipamentos novamente em mim, após estar com os equipamentos prontos coloco o console.

–Estou indo –Digo a ela

–Certo –Retruca

–Apesar de não precisarem de mim aqui, existe um lugar que precisam –Digo apertando o botão de ligar

Vários dados passam na minha frente de meus olhos até que o console carrega e as palavras press start aparecem.

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Notas finais do capítulo

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