Era apenas uma turnê... escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 20
Casal?


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoal. Não me matem, demorei demais eu sei, desculpa mesmo. Quero agradecer as duas recomendações perfeitas que recebi, obrigada Jennifer Allana Lynch e TordoPotter. Capitulo para vocês, espero que gostem!



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POV Ally

Depois do primeiro show as coisas ficaram mais calmas, tanto quanto ficaram mais rápidas. Conforme os shows passavam, nós já nos acostumamos, agora não era tão difícil organizar as coisas para cada show.

No momento estávamos na cidade de Columbus, no estado de Ohio. E com esse show fechávamos a segunda semana de shows. Apenas em duas semanas a turnê fazia um sucesso inimaginável. Todos nós estávamos muito orgulhosos disso e Austin estava muito feliz com sua turnê.

– Ally? Pode me ajudar com isso – Emy chamou e eu assenti.

Todos nós estávamos cada vez mais próximos. Afinal, todos os dias, estávamos juntos. Ajudei Emily a prender um de seus acessórios da roupa no ombro. Logo, Jess estava ao meu lado e eu a ajudei também.

Faltava um pouco mais de meia hora para o show começar. Nós estávamos em uma pequena salinha ao lado do palco. Nós ficamos sabendo que só começaria a ter shows de abertura no segundo mês. E por toda a lista que eu vi, os cantores ou bandas, eram pouco conhecidos.

– Ally, pode conferir isso aqui para mim? – Ivie pediu e eu percebi que ela segurava vários papéis, mas me estendia apenas um. A vida em uma turnê não é nada fácil.

– Claro – falei pegando o papel. Era uma lista de todos os efeitos especiais da primeira música.

Bufei ao perceber que deixaram isso para a última hora. Fui murmurando um “certo” para cada tópico que lia. Mas, quando estava no meio dela me interromperam.

– Mais uma – falaram abrindo a porta do lugar rapidamente.

Era só mais uma revista. Agora era sempre assim, quando alguém via uma revista falando sobre a turnê ou sobre Austin eles jogavam na pilha que já estávamos colecionando.

Austin riu e foi ao lado do cara.

– Também está falando sobre Carter e Rydel – Logan disse enquanto esticava o pescoço para ler a revista. Os dois mencionados se olharam confusos e foram ler essa tal revista.

Encarei o grupinho que lia a revista, juntos.

– “Essa turnê parece ter contribuído também para o surgimento de casais” – Rydel leu e depois seu rosto ganhou uma coloração vermelha. Não era preciso dizer mais nada para entender algumas coisas.

– “Carter Dawson e Rydel Moon parecem estar cada vez mais próximos. Além disso...” – Carter continuou, mas acabou parando novamente.

Rydel estava cada vez mais vermelha e meu irmão ao notar isso, riu.

– Além disso? – Emy repetiu curiosa. Austin não respondeu, ele parecia ter visto um fantasma. Franzi a testa e ele me olhou seriamente.

– Acho melhor ver isso – Austin pediu e depois arremessou a revista para mim. Peguei-a e levei segundos para achar a frase completa.

“Além disso, muitos desconfiam de outro casal. Austin Moon e Allyson Dawson, a garota que está em turnê com o astro. Estão sempre sorrindo um para o outro, como um... Casal?”.

Respirei fundo e olhei para Austin. Tudo o que eu não queria era meu nome estampado nas revistas. Ainda mais como “a garota que está em turnê com o astro”. Antes que pensasse em algo para falar, a porta foi aberta novamente.

– Alguém pode me explicar isso? – Jimmy falou de forma direta para uma cópia da revista que tinha nas mãos.

Isso confirmou minhas suspeitas. Ninguém nunca quis que o astro se envolvesse com a garota da turnê.

– Eu também não sei o que isso que dizer – Austin tentou se explicar. Jimmy não pareceu muito feliz com a resposta, mas assentiu.

– O show já vai começar – ele avisou antes de sair rapidamente.

Um silêncio desagradável tomou conta da sala. Encarei o papel a minha frente e respirei pesadamente.

– Vou levar para Ivie – murmurei em um tom baixo. Apenas meu irmão deve ter escutado porque ele murmurou um “aham”.

Não levantei meu olhar, principalmente quando cheguei perto da porta, já que Austin continuava lá. Não falei absolutamente nada e nenhum dos outros também não falaram.

Pelo visto a ideia Austin e eu namorarmos era absurda. Eu estava em dúvida se gostaria ou não de saber os motivos. Parei por um momento no meio do corredor e soltei todo o ar que segurava desde que passei por Austin.

– Aqui está. Tudo certo – falei entregando a folha a Ivie assim que a encontrei.

Ela estava sentada em um sofá pequeno em uma sala meio vazia. Havia algumas cadeiras e alguns objetos do tipo fios e microfones por todos os lados. No entanto, não havia ninguém na sala além de nós. Sentei ao seu lado e ela me analisou.

– Obrigada. Tudo bem? – perguntou um pouco confusa e eu sorri minimamente afirmando. Ela estreitou os olhos e assentiu – Não vai assistir o show? – ela perguntou curiosa.

Por mais que eu afirmasse que o já sabia tudo do show de Austin, seria mentira. As músicas eu conhecia, algumas danças também. Mas, Austin tinha uma capacidade incrível de não deixar os shows iguais, nem mesmo tediantes. Estou começando a descobrir porque as fãs de Austin gostam tanto disso.

– Posso ficar aqui? Não estou muito bem. Mas, posso te ajudar – ofereci-me e ela sorriu.

– Claro – concordou e me passou algumas folhas – São sobre algumas mudanças do segundo mês da turnê. Veja o que acha – disse atenciosa e eu concordei.

Passamos um bom tempo concentradas em algumas pilhas de papéis. De uma forma isso foi bom, em alguns momentos é muito bom se distrair do presente.

POV Austin

– Boa noite Columbus – gritei animado e recebi vários gritos em resposta. Sorri e depois corri para fora do palco.

Logan, Tyler, Jessica e Emily já haviam saído antes então apenas me esperavam ao lado do palco. Várias pessoas no parabenizaram com sempre. Minha irmã se afastou um pouco de Carter e me abraçou.

Meus olhos percorreram o local rapidamente e me decepcionei ao não ver quem eu esperava. Mas, afinal, a culpa era toda minha, não é? Não sabia o que fazer e acabei tratando Ally de forma diferente.

Fui ao camarim para trocar de roupa. E enquanto eu ouvia vários parabéns por mais um show a única coisa que ocupava minha mente era Ally.

Desde o começo não queria envolver ninguém neste “negócio” de fama. E então quando vi Ally tudo isso se reforçou, ainda mais porque ela parecia não gostar dessas coisas.

Mas, então, nós começamos a passar cada vez mais tempo juntos. Tornou-se impossível afastá-la. E agora que os problemas surgiram isso era algo que eu menos desejava.

*****

Nossa localização agora era Indianópolis no estado de Indiana. Esse já era o último show do mês, ou seja, três shows desde o episodio da revista. Se algo mudou? Muito.

Ally raramente falava comigo. Admito que eu também não me esforçava para isso. Ela às vezes falava comigo sobre algo relacionado a turnê, ou até mesmo deixava para Ivie tratar disso comigo. Nós nos esforçávamos para ficar longe um do outro.

Carter nem Rydel gostavam da situação, era visível isso neles. Trish, Dez e os outros também pareciam notar algo de diferente, mas ninguém falava nada.

Assim como nós fazíamos de tudo para ficarmos separados, os outros pareciam colaborar com isso. Jimmy e sua equipe queriam nos ver longe um do outro. Eu tive apenas uma conversa com o Jimmy sobre isso, e segundo ele, “um envolvimento insignificante pode prejudicar sua carreira e o começo da turnê”. Depois dessa frase meu controle foi enorme para não responder nada.

Poderia até dar certo essa estratégia de nos deixar separados, se não fosse uma única coisa, essa distância fazia me importar ainda mais com Ally.

POV Ally

– Um café para você – Ivie falou me entregando um copo que soltava até fumaça de tão quente.

Era umas nove horas da noite e aqui estávamos trabalhando. Isso porque, tudo no segundo mês teria modificação. A ordem de algumas músicas e também acrescentaríamos algumas.

– Ally pode ver isso para mim depois? Está faltando metade. Você e Austin podem fazê-la? – a mulher perguntou esperançosa. Meu coração parecia ter parado de bater por alguns segundos – Podem demorar, essa música não é tão urgente – ela acrescentou e eu soltei o ar que segurava.

– Claro – concordei pegando o papel e o deixando ao meu lado. Iria vê-la mais tarde. Nós estávamos no quarto de Ivie já que nele ficava apenas ela, era melhor para trabalhar.

Estava sentada na cama de Ivie e apoiei meus cotovelos nos joelhos e então enterrei minha cabeça em minhas mãos.

– Isso tudo não é só trabalho – Ivie observou atenciosa – Pode me contar o que aconteceu entre vocês – ela exigiu, mas de uma maneira carinhosa.

– Nem eu mesma sei – falei dando ombros ao erguer minha cabeça para fitá-la. – Parece que ninguém quer... Algo entre nós – falei confusa.

– E existe algo entre vocês?

– Eu... Acho que... Não sei – falei choramingando e arranquei dela uma gargalhada.

– Essa dúvida mostra muito mais que uma afirmação – ela garantiu e eu bufei.

– Só sei que agora ele nem fala mais comigo – falei e ela me olhou de uma forma significativa – Ok. Nem eu com ele – acrescentei e ela assentiu. Nós ficamos um tempo em silêncio e eu voltei a falar: - Tudo aconteceu tão rápido, tenho medo de me machucar, mais uma vez, com tudo tão rápido – admiti. Segundos depois vi um sorri quase imperceptível de Ivie.

– Pense mais um pouquinho e perceberá com que se preocupa – ela garantiu. Franzi a testa, confusa. Era com isso que eu me preocupava. Não era?

Vamos ver se algum dia resolverei seus enigmas, Ivie.

**********

Sentia meu coração querer pular para fora enquanto sai do meu quarto.

Nós continuávamos em Indianópolis. A turnê havia parado por aqui por uma semana. Mas, não ficaríamos muito mais, amanhã mesmo já estaríamos viajando.

Voltando ao meu nervosismo, que por sinal, só crescia. Andei poucos passos até chegar na frente de uma porta fechada. Esse desespero era devido a minha obrigação de passar a tarde toda perto com Austin. Nós terminaríamos de escrever a música de Ivie. E eu nem mesmo sabia se ela havia o avisado.

Bati na porta com a mão livre, enquanto no outro braço estava cheio de folhas. E isso porque eu nem mesmo havia lido o que Ivie tinha até agora. Depois de poucos segundos a porta foi aberta e perdi o ar.

– Ah. É verdade. Droga. Espere só um pouco. Quer dizer, pode entrar - Austin falou todo enrolado. Continuei prendendo a respiração enquanto o observava.

Austin havia aberto a porta com uma cara de sono, o cabelo bagunçado e sem camisa. Eu queria falar para ele continuar assim, mas não falei. Apenas sorri igual uma boba observando-o se enrolar ao colocar a blusa.

Dei um passo para dentro do quarto e percebi o perfume masculino que dominava o quarto. Por que eu havia acetado vim aqui?

Austin veio ao meu lado e fechou a porta, já decentemente vestido. Não falei nada, fiquei só analisando seu quarto. Austin era consideravelmente organizado, afinal, não seria muito bom se ele fosse desorganizado em uma turnê mundial.

Percebi que ao lado de sua cama havia um pequeno teclado. Agradeci mentalmente por isso, pois já estava preocupada em como faríamos isso.

– Pode sentar – Austin falou apontando para sua cama. Assenti e joguei todos os papéis que tinha em sua cama.

– Vamos ver o que tem aqui – murmurei e peguei a folha que tinha dois parágrafos. Não tinha nem mesmo titulo.

If I could stop the world tonight, I would
Freeze this moment in time
Oh if I only could
Our bodies dance like the wind over and over again
In a perfect sky
Hypnotized by the sound
I get lost and then found
In your eyes

Se eu pudesse parar o mundo esta noite, eu o faria
Congele este momento no tempo
Ah, se eu pudesse
Nossos corpos dançam como o vento e outra vez
Em um céu perfeito
Hipnotizado pelo som
Eu me perdi e depois me encontrei
Em seus olhos

Era isso que tinha escrito até agora. Depois havia algumas palavras soltas pelo papel. Li a estrofe para Austin e ele ficou pensativo. Também havia a algumas notas escritas para essa a música. As observei com atenção e depois peguei o teclado que estava ao nosso lado.

A toquei lentamente, tentando aprender. Toquei várias vezes enquanto Austin murmurava algo. Não estava gostando muito do que estava saindo daquela música. Faltava alguma coisa nessa música.

– Está lenta demais – Austin observou. Murmurei algumas coisas enquanto encarava o papel com a letra.

– Eu não sei – falei em dúvida. Austin suspirou.

– Acho que podemos mudar um pouco da letra – ele sugeriu e eu o olhei brevemente.

– Não. Com certeza não. Isso é um bom começo – rebati.

– Não é muito... Romântico? – ele reclamou. Bufei ainda sem olha-lo.

– Acho que está precisando de um pouco disso – falei verdadeiramente. As músicas de Austin precisavam disso, mas um romântico diferente. Talvez não tão lento.

– Do tipo? – Austin puxou o teclado assim que coloquei minhas mãos nele.

– Do tipo, me deixe mostrar – reclamei e ele revirou os olhos.

– Não começamos nada bem até agora – Austin percebeu enquanto eu puxava o teclado dele.

– Percebi – suspirei – Quer desistir enquanto há tempo? – provoquei, mas no fundo queria que ele negasse.

– Se tudo bem para você, ok – Austin falou agora mais irritado. Ri ironicamente e deixei tudo em sua cama.

– Ok então – falei sorrindo falsamente e saí rapidamente de seu quarto.

Eu tinha vontade de bater em qualquer coisa. Ou talvez em Austin mesmo. Entretanto, me concentrei tentando não ficar com tanta raiva. Afinal, Austin sempre foi irritante assim. Não é?

– Eu desisto – murmurei para mim mesma e andei aleatoriamente pelos corredores do hotel.


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Notas finais do capítulo

A música que tem lá no meio é Better Than This, da série mesmo ok? Comentem pessoal *-* Vou tentar não demorar tanto!