O Homem Mais Rico do Mundo escrita por Will Snork


Capítulo 4
A Proposta de Salvatore


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas finalmente saiu.
Capítulo ainda sem revisão.



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Quando abri meus olhos, a Mensagem avisava que estávamos retornando para América. A Aeromoça da primeira classe me perguntou:

– Você precisa de alguma coisa?

Na Verdade, acabei deixando meu "velho" em Sidney, na Austrália para um Evento da Rhode and Road Motor Club, que reunia alguns de seus melhores amigos da época da RaR M.C. e algumas lésbicas que amavam ficar ao meio entre coroas. Eu agora retornava sozinho e Milionário jorrando notas do bolso e com a Sophie nos braços de um estranho.

– Eu preciso ir ao banheiro! - respondi para Aeromoça depois de pensar um pouco olhando pela a janela.

Não rasguei fotos de Sophie, e muito menos continuei com os choros pela perda. No banheiro, o solavanco da Aerlines TC3 fez com que eu não pudesse defecar enquanto no espelho estava escrito: Marty & Luka, feito de batom vermelho.

De fato, eu não havia contado para meu pai que eu havia sido premiado. Essa viagem para a Austrália foi paga totalmente por Walter Hanson, porém eu decidi voltar antes, afinal eu sempre detestei cangurus. Na volta, eu fiz questão de pagar uma passagem de primeira classe. Mas, o que significava ser "Premiado"? Eu não sabia o porquê de não ter contado a ele ainda, talvez por egoísmo meu, mas certamente logo o faria.

Mas primeiramente pensei em comprar algo para presenteá-lo, talvez uma moto Harley Davidson bem cara, e quando ele perguntasse “Onde você conseguiu dinheiro para comprar isso?”, eu responderia:

– “Tharám, eu ganhei na loteria velho!”

Limpei minha bunda pensando em Shopie e retornei para a classe, sentei-me e comecei a pensar em tudo o que havia acontecido desde os tempos que Sophie não me aceitava de tal maneira. Eu poderia estar a mil milhas ou num planeta distante e mesmo assim, o seu rosto e sua voz estavam comigo o tempo todo. E foi ali que percebi que Dave Most precisava mudar.

– Oras... Quem é o Homem mais Rico do Mundo, Sophie? – eu disse para mim mesmo.

Deixando meu pai na Austrália, o mundo poderia se abrir o mais rápido possível.

– Você sabia que Elvis Presley visitou a Rhode and Road Motor Club? - Aquele estranho ao meu lado começou a puxar assunto. - Sabia, ou não? - dizia ele.

– Do que diabos você está falando? - eu respondi um pouco confuso. Até porque esse homem era estranho; loiro, vestindo um terno preto com uma gravata, usando óculos escuros.

– Rhode and Road Motor Club. É uma Conexão de Motoqueiros da Austrália. E essa sua jaqueta preta é uma Jaqueta de Motoqueiros dos Anos 40 ou 50.

– Sim – respondi, pois realmente, eu estava voltando com uma das jaquetas que meu pai havia me presenteado, onde nas costas e nas mangas próximo aos ombros o símbolo do Clube esta estampado.

– Você sabia que o Hino Americano foi feito por um Advogado? – perguntou ele, como se estivesse subestimando minha inteligência.

– Afinal, aonde você que chegar com isso? - tentei concluir e já sem paciência.

– Acabei de deixar o meu pai no Rhode and Road Motor Club, exatamente como você! - disse ele estendendo a mão para mim. - Meu nome é Martin Salvatore! É um prazer lhe conhecer Dave Most. Feche sua braguilha e vamos falar sobre Sophie!

Nesse momento eu pensei em fazer o caos no avião, e quem sabe jogá-lo pela janela, se isso fosse realmente possível. Porém me segurei firme antes de qualquer coisa.

– Faça um pequeno favor para mim. – disse Salvatore. - Esqueça sua pequena garota ou meu pessoal vai lidar com seu pai na Austrália; não pense que é só porque você ficou "riquinho" que irá me derrubar da cadeira. Isso é apenas um aviso, Dave.

Minha mente congelou. Como Salvatore estava ali sentado ao meu lado? Como ele sabia quem eu era? Como ele sabia que eu havia ganhado na loteria? Afinal de contas, quem é Martin Salvatore?

– Pode ficar com ela pra você, eu não quero nada que venha dela. – eu respondi a ele, olhando para o lado da janela novamente.

– Resposta certa, David Most. – disse ele retirando os óculos, e exibindo seus olhos verdes. – Entenda; você agora tem dinheiro e tudo mais, mas não pense que tem mais do que eu, eu tenho dinheiro o suficiente para comprar a sua vida e a sua morte mais de cem vezes, então, por favor, desapareça de Rhoad. Vá gastar seu dinheiro com putas, bebidas, e aproveite sua vida como um adolescente milionário. Eu não gosto de você Dave, nunca gostei, mas te respeito por causa de seu falecido avô, e por isso lhe dou essa chance, ou quem sofrerá com isso será seu amado e bom pai.

De certa forma, Salvatore tinha razão em algo. Porque eu ainda ficaria em Rhoad? Eu agora era um milionário e poderia aproveitar a vida ao extremo. Então Salvatore se levantou, e se retirou do meu lado.
Certamente isso me incomodou, até porque eu não gostava de seguir ordens; e muito menos ser ameaçado. Mas a idéia de Salvatore não me parecia tão ruim assim. De momento eu não havia percebido, mas ele havia mencionado meu falecido avô.

Quando cheguei retornei a minha casa, fui checar meu saldo bancário, que estava lindamente gordo, e como planejei comprei uma Moto Harley Davidson para meu pai, que voltaria de Sidney em três dias. Então comecei a pesquisar casas em New York, onde possivelmente viveria com ele.

Isso com certeza eu gastaria quase todo meu dinheiro, até porque, me tornei um milionário mais o dinheiro não é infinito.

Enfim, decidi sair para comprar roupas, e comprei várias, de vários tipos e modelos. Quando cheguei ao caixa, a mulher até mesmo se assustou com o preço, e ela perguntou:

– Será no crédito, senhor? – quase com toda a certeza do mundo de que eu iria pagar no crédito.

– No Débito, por favor. – eu respondi, e então ela arregalou os seus olhos. E junto com minha nota fiscal, adivinhem? Estava seu telefone.

“Grandes poderes vêem com grandes responsabilidades.” É o que meu pai fã de seriados e filmes diria para mim nesse momento.

Ao sair da loja, coloquei o chapéu que havia recém comprado na cabeça e na loja da frente, comprei uma carteira de Cigarros da marca Lucky Strike. Eu queria me sentir um pouco no momento. E foi ai, que meu vicio em cigarros começou; que eu me lembre.

Chamei um taxi, e foi um problema entrar nele, pois havia muitas sacolas em mãos. Então percebi que precisava comprar um carro, mas ao mesmo tempo lembre-me que não havia tirado carteira de carro ainda, apenas para moto, pois faltava dinheiro para as duas, e foi o que meu pai conseguiu fazer para me ajudar.

Os próximos dias foram calmos e tranquilos, e quando meu pai finalmente chegou, ele estava cheio de sacolas com garrafas exóticas da Austrália, que colocaria em sua estante para sua coleção. E a primeira coisa que ele disse foi:

– De quem é aquela linda moto ali fora? – ele disse com um cigarro na boca. – Temos visita?

– Não pai. – eu respondi a ele deitado em um sofá grande e Roxo, que havia comprado no dia anterior, enquanto jogava um vídeo-game novo que havia recentemente comprado, em uma Tv muito maior que a que tínhamos antes.

– Então porque raios têm uma mot... Tv bonita. – meu pai viu a Tv e se impressionou.

– Verdade. – eu respondi a ele, mexendo o controle do vídeo-game.

– E esse sofá... E tínhamos um vídeo-game? – meu pai estava confuso.

– Não pai. Aliás, aquela moto lá fora é sua. – pausei o vídeo-game, e joguei a chaves para ele, e nela havia um chaveiro especial que eu havia mandado fazer, com o símbolo da Rhode and Road Motor Club.

– Olha Dave, eu sei que nunca fui um bom pai, ou uma boa influência. Mas quem diabos você assaltou? Foi um banco? Você deixou alguma pista? Espero que a polícia não descubra. – dizia meu pai olhando para o chaveiro, e ele realmente estava falando sério.

– Pai... – eu disse a ele, pausando o vídeo-game novamente. – Eu ganhei na loteria.

– O que? Mas Dave, você nem ao menos joga. Eu não vou cair nessa, pode falar que você roubou o banco, mas onde estão as armas?

Então de cima da mesa, eu peguei um bilhete, e mostrei a ele.

– Viu só? Esses foram os números que eu joguei, e foram premiados.

Então meu pai deixou o cigarro cair de sua boca, que ficou aberta por alguns segundos.

– Dave, nós estamos ricos? – ele perguntou.

– Sim, estamos!

– Mas isso é uma maravilha, você já pensou no que pode fazer com esse dinheiro todo? – meu pai perguntou animado.

– Eu já comprei uma casa nova, teremos que nos mudar. – eu disse a ele, um pouco forçadamente.

– Como assim? – meu pai perguntou.

– Eu tive alguns problemas, e dizem que quando se ganha muito dinheiro, é bom se mudar e coisas assim.

– Mas Dave. Eu não quero me mudar. – disse meu pai. - Alguém o ameaçou? Mas você contou a alguém que havia ganhado na loteria?

– Não. Bom, eu não sei dizer ao certo como ele descobriu.

– Quem?

– O nome dele é Martin Salvatore. Ele me encontrou no avião enquanto eu estava voltando para cá.

– Salvatore? – meu pai disse colocando uma das garrafas que estavam e sua sacola em cima da mesa e abrindo-a.

– Ele me disse que era filho de alguém da RnR. Você conhece alguém com o nome Salvatore também?

Meu pai tomou um bom gole do Whisky que havia aberto, e me ofereceu outro copo. Ele estava com uma expressão estranha.

– Hoje em dia a Rhoad in Road está bem grande, temos muita gente, não da para conhecer todos. – ele concluiu tomando outro gole. – Mas, pensando bem, a idéia de se mudar não é tão ruim assim.

– Velho. – eu disse a ele. – Você está me escondendo alguma coisa.

– Escondendo? O que eu esconderia? – ele disse enchendo o copo novamente e mandando tudo para dentro em um gole só.

– Pai. Quem é Salvatore? – eu o pressionei.

– Ninguém Dave. Ninguém que importe. – disse ele. – Agora, me deixe dar uma olhada naquela moto. Ela é minha mesmo? – ele terminou com um sorriso e seu velho olhar carente.

Decidi deixar o assunto para depois. – É sim, eu respondi. Só não vá morrer encima dela.

– Nossa! Preciso andar nisso. – disse ele se retirando para pilotar a moto.

– Jack Most! – eu gritei a ele. – Você acabou de beber. Nada de pilotar.

Ele se virou e soltou uma risada. – Vai se ferrar. – disse sorrindo e correndo a moto rapidamente saindo. Em seus olhos, eu pude ver lagrimas, porém não pude dizer se eram de emoção por estar pilotando uma Harley Davidson, ou se eram devido ao assunto de Salvatore.


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