Fomos até as arquibancadas que estava igualmente vazias e silênciosas como a escola, nos sentamos ainda em silêncio, quando ele começou a contar a sua história:

Pov. Greg

Era noite de domingo e eu e Hodges estávamos em casa estudando como sempre fazemos, mas desta vez ele estava com um livro diferente do usual.

– Que coisa é essa cara? - eu disse olhando aquela estranha capa do livro da leitura que ele fazia tão atentamente.

– Eu encontrei esse livro. - ele disse me olhando empolgado.

– Como assim encontrou?

– Estava na biblioteca, caído no chão.

– Sobre o quê é?

– Demônios.

– O quê? - eu disse rindo, ele só podia estar me zuando.

– Não cara é sério... É demais o que tem aqui!

– Não fica brincando com essas coisas cara. - eu disse desta vez sério.

– Não seja bobo, aqui tem um monte de coisas e...

Foi quando ouvimos um grande barulho no quintal...

– O que foi isso? - disse Hodges assustado.

– Eu não sei...

– E seus pais?

– Não estão, foram jantar fora... Vamos lá ver! - eu disse me levatando, mas ele continuou sentado. - Não me diga que esta com medo?

– É claro que não. - ele saltou da cadeira e eu ri.

Foi quando fomos até o quintal e vimos algo correr para a floresta, eu olhei para Hodges e ele continou andando.

– Onde vai? - eu disse, mas ele parecia não me escutar, continou andando.

– Não me diga que você esta com medo? - seu olhar estava diferente, estranho.

– É claro que não. - senti um frio correr a minha espinha.

Fomos andando pela floresta, quando vimos uma fogueira ao longe.

– Vamos voltar. - algo estava muito errado.

– Não. - ele continuava a andar, mas eu parei.

Ele chegou até lá, foi quando eu vi que era um tipo de acampamento, algo saltou em suas costas e o fogo apagou, eu não vi mais nada, até que algo me acertou a nuca.

Não desmaei como a pessoa que me puxava achou, ele nos jogou em uma cabana de madeira, vi o Hodges esanguentado, fui até ele e não estava respirando... Eu achei que não. Minhas roupas ficaram sujas de seu sangue, mas eu tinha que sair dali, ainda estava tonto, mas achei uma janela ao qual me esforçei ao empurar um armário para perto, subir nele e me expremer ao passar pela não grande fenda. Mas, ele me viu... Eu corri, como nunca em minha vida, mas ele me alcançou.

– Aonde pensa que vai. - me acertou mais uma vez na nuca, mas desta vez desmaeie.

Acordei no dia seguinte em um lugar diferente da cabana, estava na mata no meio do nada, sentia um ar fresco batendo rebatendo nas ávores e no meu rosto, andei desnorteado por horas até conseguir sair e por incrível que pareça saí na escola, estavam todos no refeitório, e eu ouvia o burburio de conversa ao longe, foi quando ouvi um barulho alto atrás de mim, me assustei e corri até onde eu achava que estavam todos, gritando... Foi quando eu vi você.

Pov. Sara

O silêncio continuava sobre o ambiente, ele esta em silêncio, dava pra ouvir o barulho das arvores ao longe, e eu sentia o frio forte por causa da hora da manhã, eu precisa pensar, absorver, entender...

– Meu deus. - eu estava atônita, achei que algo acontecia na floresta, mas não isso.

– Eu sei, ainda estou com medo. - ele disse deixando uma lágrima escapar. - Entende porque não posso contar aos policiais? Eles não acreditariam em mim, ou pior acreditaria e quando fossem procurar e não encontrassem nada, iriam achar que eu sou louco, que eu machuquei o Hodges e a mim mesmo.

Ele estava certo, uma história dessas iria mexer com os nervos de Charlie, se essa pessoa fosse mesmo como eu pensava que era, não iria deixar pistas e acabaria sabendo que Greg quer estrega-lá, mas eles tinham o deixado viver...

– Espera, Espera, Espera... - eu disse, agora um frio corria a minha espinha. - Eles deixaram você ir, parou pra pensar nisso? Ele deixou você ir, porquê?

– Eu não sei... Não me lembro de nada, nada mesmo.

– Ele deve ter matado todas as pessoas que foram até lá, mas não você, porquê? - eu já estava começando a chorar, mesmo sem querer.

– E o Hodges.

Sim, agora eu me lembrava, Hodges também estava vivo, pelo menos por enquanto já que eu desconhecia a sua situação.

– Como ele esta?

– Disseram que vai viver... Mais talvez não ande mais. - ele baixou a cabeça, e eu senti uma dor no coração, ninguem tinha o direito de fazer isso com outras, não era justo.

– Ele deixou vocês irem por um motivo, ele sumiu até com o corpo das outras pessoas, mas porque vocês estão vivos aqui?

– Para de pensar nisso... Para! - ele esta deseperado.

– Porquê? O quê não me contou?

– O livro sumiu. - fechei meus olhos.

– Sumiu?

– Eu não sei o que aconteceu com ele, eu voltei para casa e ele simplismente não estava em lugar nenhum.

– Pode ter sido a sua mãe.

– Ela não entra no meu quarto, por isso nem deu falta de mim quando passei a noite na floresta, achou que eu estava no meu quarto dormindo.

Livro... Foi quando me lembrei do Nick.

– Nick tem um livro assim.

– O quê?

– Cath me contou, ele tem... Eu tenho certeza, ela foi na casa dele a alguns dias e viu esse livro lá, quando ele viu que ela estava com ele em mãos, ficou super nervoso.

– Será que ele roubou da minha casa?

– Se ele fez isso esta envolvido, temos que chamar a policia. - eu disse me levantando.

– O que vamos dizer? Alguem matando gente na floresta, e apesar de não ter nanda além de livros que supostamente são iguais, sabemos que é Nick Stokes.

– Tem razão. - me sentei novamente.

– Temos que ter provas. - ele disse confiante.

– Como vamos fazer isso?

– Vamos investigar... Descobrir porque esta fazendo isso, quem esta fazendo isso... E porque me deixaram viver.

– Vamos fazer isso... Vamos descobrir a verdade!

– Por onde começamos? - ele disse depois de alguns instantes.

– Pelo Nick...

– Como fazemos isso?

– Deixa comigo, você ainda esta machucado.

– Toma cuidado Sara, isso pode ser muito pior do que nós imaginamos.

– Pode ter haver com os bilhetes... - eu pensei alto.

– O quê? - ele estava mais assustado.

– Estão me enviando bilhetes, dizendo que coisas ruins, como que a pior parte da minha vida esta para chegar.

– Pra mim também.

Aquilo sim me fez ficar com medo.

– Como assim?

– "Se prepare porque a pior parte da sua vida esta para chegar." - ele disse e era exatamente o que o bilhete repetia.

Depois de ouvir isso, tudo ficou escuro e eu desmaiei.