Era uma vez no Oeste escrita por nina


Capítulo 22
Promessas


Notas iniciais do capítulo

Oi amoress!!
Obrigada pelos comentários anteriores e pelos favoritos =)) Ameeei
Novas leitoras, sejam bem vindas !!
Esse capítulo pode surpreender vocês, depois me contem o que acharam, ok?
Boa leitura a todas



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Capítulo 22 – Promessas

Eu estava preocupada, mas principalmente com raiva.

Dimitri tinha dito que a comitiva deixaria Santa Helena ao amanhecer. Todos os homens já estavam preparando os mantimentos, arrumando as barracas na carroça e preparando os cavalos e o gado que estaria sendo levado para uma fazenda próxima a El Passo. Eu ajudava como podia, mas minha mente não estava ali, tudo porque Dimitri havia saído na noite de ontem e não havia voltado.

Ele também não havia conversado comigo, foram apenas respostas curtas quando necessárias. Isso me deixava furiosa e ao mesmo tempo com o coração pesado. Eu tinha traído a confiança dele, e para um homem como o Dimitri confiança era tudo.

– O que foi Rose? O gato comeu sua língua essa manhã? – Eu fiz uma careta para o Christian, ele vinha me atormentado desde que eu acordei, dizendo que eu estava calada e nada agressiva. – O quê? Nada de insultos?

– Se você preza pela sua vida é melhor não falar comigo, ou eu juro que você vai se arrepender. – A ameaça saiu mais séria do que eu pretendia e Christian dessa vez percebeu que algo grave havia acontecido e que não era um bom momento para suas brincadeiras.

– Ok, tudo bem. – Ele levantou as mãos, se afastando, havia receio em seus olhos.

Mason, que assistia a tudo, se aproximou e tentou me confortar de alguma forma.

– Essa não é a Rose que eu conheço. O que aconteceu?

– Nada para se preocupar, eu estou bem. – Menti.

– Eu não sei o que aconteceu entre você e o Kaluanã, mas saiba que ele às vezes é um pouco indiferente e insensível. Mas é apenas uma forma de proteção, não leve isso para o lado pessoal.

– Obrigada, Mason. – Eu agradeci com um sorriso, o primeiro que eu dava naquele dia. Mesmo que esse não fosse o problema, afinal eu havia sido a insensível e mentirosa, eu agradeci pela sua preocupação. Isso trouxe lembranças do Sr. Nagy, apertando ainda mais o nó no meu coração. Qual seria o conselho que ele me daria agora? Eu daria tudo para tê-lo aqui.

– Sempre que precisar. – Ele sorriu de volta. – Agora, me diga. Você está preparada para retornar para casa? – Eu percebi que ele estava tentando me distrair, mas isso apenas me fez lembrar ainda mais do Dimitri.

– É... Eu sinto saudades de todos. – E estava encrencada e nada ansiosa para ver como tudo terminaria.

– Foi uma aventura e tanto. Espero que tenha encontrado o que você procurava aqui.

– Eu encontrei. – Acenei.

– Já estamos prontos para sair? – Essa voz chamou minha atenção e minha cabeça girou como se um imã a puxasse, Dimitri finalmente tinha voltado.

Ele obteve respostas positivas e deu mais algumas ordens, mas nenhuma vez ele olhou na minha direção e eu sabia que ele tinha total noção dos meus olhos seguindo seus movimentos. E o observando eu percebi que debaixo dos seus olhos havia grandes manchas roxas, que ele tentava esconder com a sombra do chapéu.

Na verdade eu achava que ele estava sendo um idiota, tudo bem que ele estava magoado porque a mulher que ele dizia amar não confiou nele, mas nem por isso ele precisava fingir que eu não existia. Eu achava que ele me evitaria pelos próximos dias, por isso quando eu o vi tirando a sela do seu cavalo, eu me levantei de onde estava sentada e me dirigi ao seu encontro.

– Você não vai viajar conosco? – Cruzei os braços ao seu lado.

Ele se virou lentamente, escondendo muito bem suas emoções. Eu não sabia se ele estava incomodado, com raiva ou se sua atitude indiferente era a real.

– É claro que vou, Rose. É a minha comitiva, por que não iria?

– Eu não sei, talvez por que eu esteja indo também. – Ele me olhou como se quisesse rir. – Olha, você não precisa se sentir incomodado na sua própria comitiva, eu posso muito bem esperar aqui até algum dos homens do meu pai aparecer para me levar, ou eu posso viajar na parte de trás, você nem vai topar comigo e eu prometo não aborrecê-lo ainda mais, mas também você não precisa me tratar como se eu fosse uma estranha que acabou de invadir sua vida, eu não gosto de ser tratada com desdém e se quer saber você está sendo um idiota, e que saber, por isso eu vou fazer questão de atormentá-lo durante esses seis dias de viajem que...

Dimitri simplesmente me puxou pela nuca e me beijou. Fazendo-me esquecer de todo meu discurso improvisado. Eu me agarrei ao seu ombro, sentindo seu perfume e a textura de couro do seu casaco.

Quando ele se afastou foi porque nos faltou ar.

– Por que você fez isso? – Minha voz saiu fraca e com falta de ar.

– Você não parava de falar. – Ele sorriu brilhantemente.

– Eu achei que você me odiasse. – Sussurrei. Meu coração dava saltos e minha barriga se contorcia. Ele havia me perdoado?

– Eu nunca poderia odiá-la, Roza. – Ele me puxou, mas dessa vez para deixar um beijo casto na minha testa. – E vamos ter muito tempo para conversar, sem segredos dessa vez.

– Sem segredos, eu prometo. – Sorri, o abraçando apertado. – E onde você estava durante toda a noite? – Eu bati no seu peito com força me vingando da noite mal dormida. – Eu estava preocupada.

– Desculpa, Roza. Eu precisava fazer algo que vai ajudá-la. – O olhei desconfiada, mas sabia que ele dizia a verdade. Era apenas para não perder o costume.

– E como você explica sua forma indiferente comigo? Eu já estava ficando louca de vê-lo me ignorar.

– Eu sou um idiota, não era você. Eu estava preocupado e tentando encontrar uma forma de ajudá-la, eu tinha tanta coisa na cabeça. – Eu me amaldiçoei mentalmente, eu estava sofrendo atoa, criando coisas na cabeça durante todo esse tempo em que o Dimitri estava fora, tentando me ajudar.

– Sim, você é um idiota. – Ele riu.

– Eu já disse, Roza, eu sou parcialmente culpado pelo que aconteceu, você se abriu com o Adrian porque ele te deu confiança para isso. Na hora eu fiquei com ciúmes e desesperado com o que poderia ter acontecido caso eu não fosse o Billy Black.

– Eu me sentia mal escondendo coisas de você, Dimitri. Mas meu pai precisa de mim.

– Ele não vai precisar apenas de você, Roza.

– Isso quer dizer que você vai me ajudar? – Perguntei com esperanças.

– Sim, já está na hora do Nathan pagar a conta.

...

No final acabou que Dimitri estava tirando a sela do cavalo, pois viajaria na carroça comigo. Eu afirmei que poderia acompanha-los a cavalo, mas ele insistiu que seria muito mais confortável para eu viajar sentada na carroça.

Eu não preciso nem dizer como os homens da comitiva estavam ainda mais encantados comigo, dizendo que eu finalmente consegui quebrar o coração de pedra do chefe deles. Eu achei que o Adrian poderia se afastar depois da comprovação visual que Dimitri e eu demos, mas eu me surpreendi mais uma vez com ele. Adrian tinha se tornado um amigo e tinha se contentado com isso, mas nada o impedia de continuar suas piadas com conotação sexual, o que irritava Dimitri profundamente, mesmo que ele tentasse se fazer de indiferente. Inconscientemente ele apertava as mãos em punhos e fechava a cara.

Dimitri e eu estávamos nos entendendo aos poucos. Ele dizia que não poderia perder a mulher da sua vida e que faria de tudo para me ajudar com Nathan. A viajem era leve e o dia passava rápido quando ficávamos conversando e trocando brincadeiras e beijos apaixonados.

Na quarta noite de viajem resolvermos dar uma escapada do acampamento.

A noite estava linda, estrelada e com a luz iluminando o céu. Dimitri conhecia todos esses lugares e me levou para o topo de um cânion, de onde tínhamos vista de toda a planície de terra. O lugar era lindo e me trazia um conforto incomum.

Ele jogou algumas mantas sobre o chão e me puxou para deitar a cabeça no seu peito quente, enquanto seus braços trabalhavam em me manter aquecida.

– Me conte mais sobre seus dias como Zorro. – Dimitri voltou a rir para seu novo apelido. Ele estava me contando sobre suas aventuras com seu falecido amigo Ivan. Os dois eram como irmãos e saiam Texas a fora defendendo os oprimidos das tiranias e maldades do Nathan. Quanto mais eu ouvia sobre o Nathan, mais eu via do que ele era capaz de fazer. Dimitri e Ivan saiam com chapéu e bandana no rosto, sempre atrapalhando os planos do bandido. Poucos o conheciam por Billy Black por esse motivo, as pessoas sabiam que esse Billy Black existia e que era uma lenda, mas apenas alguns sabiam sua verdadeira identidade. O que lembrou muito do Zorro.

– Teve uma vez em que o Ivan e eu descarrilhamos um trem, próximo de Oklahoma. Era a única forma de impedirmos o Nathan de roubar o banco. A locomotiva está tombada na estrada até hoje, mas a cidade nos deu uma recompensa pelo feito. Mesmo com o enorme prejuízo. – Eu ficava encantada com as histórias e minha vontade era de poder ter estado presente em todas essas aventuras.

– Você é incrível. – Eu sorri.

– Ivan era incrível. – Eu percebi a tristeza na sua voz e me virei para encará-lo.

– Ele morreu lutando pelo que ele defendia, ele sabia dos riscos. Não é culpa sua, Dimitri.

– Sr. Nagy sempre dizia isso. – Ele acariciou meu rosto, colocando uma mecha de cabelo para trás. – Ele me deu uma bronca antes de partir. – Ele sorriu ao se lembrar. - Ele disse que se eu continuasse a ser teimoso e deixando o passado interferir no meu futuro, viria me assombrar. – Isso me fez rir, era algo que eu imagino Sr. Nagy falando, como se ele estivesse aqui agora.

– Eu não vou me machucar. – Eu disse a sério quando ficamos em silencio. Dimitri ia protestar, mas eu continuei, eu sabia que ele viria com alguma frase de efeito moralista. – E se eu me machucar não vai ser por culpa sua, você não pode defender a todos o tempo todo, Dimitri. Esqueça o que passou e leve isso como experiências a mais, não como um fardo.

Dimitri me olhou com uma intensidade no olhar que me fez arrepiar.

– Desde quando você se tornou a conselheira? – Ele brincou. Eu bati no seu braço, fingindo aborrecimento.

– Eu posso ser responsável quando quero, acha que é só você quem tem frases moralistas e de lição de vida, camarada.

– Isso é uma das coisas que eu mais amo em você, Roza. – A intensidade no olhar havia voltado.

– O quê? – perguntei confusa.

– Você é sempre imprevisível e não tem medo de falar o que pensa.

– Meu pai diz que eu puxei isso da minha mãe. – Fiz uma careta.

– Para mim é o que te torna ainda mais singular. E foi a primeira coisa que me chamou a atenção em você.

– Achei que fossem os maus modos e o mal humor. – Ele riu.

– Por algum motivo eu não consegui me afastar de você, mesmo que eu me forçasse a isso.

– Você queria se afastar de mim?

– Quando eu percebi que estava me apaixonando por você, quando você passou a invadir meus pensamentos inconscientemente, eu vi que precisava fazer algo.

– Isso era algo ruim? – me ofendi.

– Claro que não, Roza. Pelo contrário, eu não mereço alguém como você.

– Não seja bobo, Dimitri.

– Eu não tenho meios de te dar uma vida digna. Eu sou um cowboy, Roza. Não tenho um lugar fixo e não sou rico como o seu pai.

– Você tem tudo o que eu quero. Eu não me importo com nada disso. – Para provar, eu o puxei para mim, o beijando. – Se você nunca me negar um beijo, eu estarei feliz com isso. – disse contra seus lábios.

– Eu seria maluco de fazer algo assim.

– Então me beije. – Sussurrei.

Dimitri não perdeu um segundo. Ele voltou a me beijar, me puxando para seu colo. O ar frio em contraste com suas mãos quentes me arrepiava, me fazendo querer mais contato.

Em busca desse contato, eu comecei a tirar seu casaco. Nossos lábios se separam no processo, mas isso não impediu Dimitri em nada, pois seus lábios foram para o meu pescoço, me fazendo soltar um gemido baixo.

Quando seu casaco saiu, eu o joguei para o lado, puxando seu rosto para mim. Nossas línguas dançavam juntas, nossas mãos tinham vida própria e uma vontade louca de manter nossos corpos cada vez mais colados nos invadiu.

Eu amava o Dimitri e estar assim, em paz, com ele era o que eu mais queria. Nesse momento eu me esqueci do Nathan, do meu pai, e até mesmo de que estávamos sobre algumas mantas, na terra batida de deserto do Texas. Tudo o que importava era os lábios do Dimitri sobre os meus, suas mãos sobre meu corpo e em como nós tínhamos nos entregado um para outro, quando o mais provável era nos odiarmos para sempre.

– Dimitri. – Eu sussurrei seu nome, enquanto ele beijava minha clavícula com desejo. – Eu quero você.

Ele me olhou com chamas no olhar. Ele era cavalheiro o suficiente para não mostrar seu desejo caso eu não demonstrasse o meu em primeiro lugar.

– Faça amor comigo. Aqui e agora. – Dimitri não precisava de muito incentivos, eu via o quanto ele queria isso, estava no seu olhar, nos seus gestos. Nós nos amávamos e queríamos ficar juntos, e sexo seria apenas uma forma de nos aproximarmos ainda mais e mostramos nosso amor um pelo outro, agora de uma forma física.

Mesmo sendo inexperiente no assunto, eu não me senti assustada ou desconfortável. Dimitri transmitia amor, paciência e ainda conseguia me fazer sentir a mulher mais desejada do mundo.

Ele havia me deitado sobre a manta, tendo o cuidado de não deixar o vento frio bater no meu corpo conforme ele ia tirando meu vestido, seus lábios seguindo o caminho e aumentando ainda mais meu desejo.

As roupas se foram e nossos corpos agora em contato direto se friccionavam um contra o outro de forma lenta e sensual. Não tínhamos pressa e perdemos um longo tempo conhecendo o corpo um do outro.

Para evitar que eu ficasse no chão frio, Dimitri me colocou por cima do seu corpo, me abraçando com seus braços fortes e acariciando minhas costas enquanto nossos beijos se tornavam mais desesperados e apressados.

– Tem certeza disso, Roza? – Ele voltou a perguntar, ele queria ter certeza de que eu não me arrependeria mais tarde.

– Tenho certeza. – Concordei.

Dimitri sorriu, me ajeitando por cima dele e me beijando com amor.

– Eu vou ser cuidado com você, prometo.

– Você não precisa ser tão cuidado, camarada. – Dimitri riu e desceu seus lábios nos meus seios, beijando ali enquanto ajeitava minha cintura. Ele foi entrando em mim devagar e uma dor veio junto. Na tentativa de amenizar meu desconforto, Dimitri tentou me beijar e me trazer prazer de outras formas, mas logo eu me acostumei com seu tamanho ali e acenei para que ele continuasse. Seus movimentos eram lentos, mas intensos e profundos, me fazendo deitar a cabeça no seu peito e me movimentar de encontro a ele. Ainda havia um leve desconforto, mas o prazer se sobressaia, me fazendo soltar gemidos incoerentes e pedir para que o Dimitri acelerasse o ritmo. Quanto mais dele eu tinha, mais eu queria. E ele também parecia nutrir o mesmo sentimento.

O ritmo foi acelerando, nossa respiração ficando cada vez mais pesada e ofegante, nossos corpos escorregando um contra o outro, até que chegamos juntos ao ápice. Eu desfaleci sobre o corpo do Dimitri, enquanto ele puxava a manta por sobre nosso corpo, me envolvendo também com seus braços.

Eu tinha acabado de passar por umas das melhores experiências da minha vida, com o homem que eu amava.

– Eu amo você, Roza. – Eu ouvi Dimitri dizer no meu ouvido, eu já estava quase caindo no sono. – Eu vou protegê-la de tudo, eu prometo. – Essa foi a última coisa que eu ouvi antes de me entregar aos sonhos.


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram? Odiaram? Eu queria algo mais romântico e leve para essa cena de sexo, espero que tenha funcionado!!! Me digam o que acharam, e se vocês têm sugestões...vou adorar ouvi-las.
Semana que vem vou viajar para fazer prova e talvez eu não consiga postar no próximo final de semana, se isso acontecer eu posto no meio da semana que vem, mas não vou deixá-las sem atualização...
Beijos e até o próximo.



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