Já se haviam passado dois dias e Sasuke não havia falado comigo desde aquele dia. Inclusive, nem o vi hoje. Ele geralmente, apesar de estar bravo comigo, toma café da manhã com a gente, mas não apareceu hoje.

– Ei, cadê o Sasuke? - Perguntei aos meninos enquanto cortava uma parte da panqueca e a colocava na boca.

– Ele saiu mais cedo. Disse que tinha um compromisso. - Naruto me respondeu.

Um compromisso. Isso não me parecia muito esclarecedor. É claro que com toda a minha positividade eu já imaginei um milhão de coisas que poderiam estar acontecendo com ele.

– Hoje é domingo. - Falei. - Por que alguém levantaria cedo para um compromisso? Ninguém tem compromissos em domingo.

– Sakura, quando Sasuke diz que tem um compromisso, não discuta com ele. Regra número três do "Manual de sobrevivência com um Uchiha". - Naruto esclareceu, não esclarecendo nada.

Eu tinha um sentimento ruim, um mau pressentimento. Quando um anjo tem um mau pressentimento, é porque alguma coisa ruim vai acontecer.

– Ele disse para onde iria? - Perguntei a Naruto.

– Não. Mas ele sempre vai para os fundos da escola, não sei o que faz lá, talvez tenha ido para lá de no...

– Tá, obrigada. - Disse e saí correndo. Meu coração estava apertado, meu pressentimento já era mais que ruim.

Eu corria para os fundos da escola, desejando que Sasuke estivesse lá, e que estivesse bem. Virei o corredor que dava para o jardim dos fundos. Quase lá, vamos Sakura.

– SASUKE! - Falei logo quando cheguei nos fundos da escola, depois que notei o que estava acontecendo ali. - Ah, desculpe.

Sasuke estava com uma garota, eu sei quem ela é, uma ruiva, Tayuya acho que é o nome. Antes de eu chegar estavam se beijando. Este era seu compromisso? Um anjo que sai beijando escondido qualquer garota, que eu sei que ele não tinha nada com ela... Este é o tipo de anjo que eu devo proteger? Que decepção. Virei as costar e fui saindo.

– Espere... Anjo. - Uma voz feminina me chamou. Era Tayuya.

– O que? - Me virei para eles de novo. Sasuke olhava para ela, se perguntando porque ela havia me chamado de volta ou algo do tipo. Ela me olhava com um sorriso cínico, passou a língua entre os lábios. Sua língua pontuda que deixou dentes afiados a mostra.

Essa não, por favor.

– SASUKE, CORRE! - Gritei e corri até os dois, quando vi que Tayuya ia machucar Sasuke. Me joguei contra ela, a levando de encontro ao chão, ficando por cima.

– Sakura! O que você tá fazendo?! - Sasuke me perguntou, tentando me tirar de cima de Tayuya.

– Sasuke, sai daqui! - Falei. Então Sasuke conseguiu me tirar de cima dela e ela levantou, me encarando.

– O que foi, anjo? Nervosa porque seduzi seu queridinho? Eu sabia que você viria... - Ela disse e deu uma risada falsa.

– O que?! Tayuya, você me enganou?! - Sasuke gritou para ela.

– Comparada à ela... - Tayuya apontou pra mim. - Eu sou a que menos te enganei. Não é, Sakura... Digo, anjo.

– Sakura, do que ela está falando?! Por que te chama de anjo?! - Sasuke já estava nervoso e confuso, ele não entendia, precisava sair daqui.

– Sasuke, saia daqui. Você precisa sair daqui. - Eu disse a ele, sem tirar os olhos de Tayuya.

– Se eu fosse você, gato, eu escutaria sua amiguinha. - Tayuya disse rindo.

– Eu não vou sair daqui sem uma explicação! - Sasuke disse já gritando. Sasuke, por que você não me escuta?

– Então morra junto com ela! - Tayuya gritou e liberou suas asas negras, estendeu a mão e uma lança surgiu entre seus dedos. - Vamos, anjo, prefere que eu mate vocês dois ou que Sasuke descubra seu segredinho?

– Meu Deus! Ela é um monstro! Sakura, vamos correr! - Sasuke disse me puxando, desesperado.

– Não posso, Sasuke. Você precisa correr. - Eu disse. Ele precisa entender. Precisa.

– Não vou te deixar aqui sozinha! - Ele disse continuando a tentar me puxar. Não tem jeito.

– Que droga, Sasuke! - Eu gritei e liberei minhas grandes asas brancas, estendi a mão e minha espada surgiu. Sasuke parou de tentar me puxar. Ele me olhava assustado.

– Sakura? - Ele disse lentamente. - O que você...?

– Sou um anjo, Sasuke, assim como você. - Eu disse a ele. Ele me pediria uma explicação de qualquer jeito mais tarde.

– Um anjo? Mas e ela...? - Ele perguntou olhando para Tayuya.

– Um demônio, como você pode perceber. Criaturas malignas. - Respondi, mas vi que nosso diálogo não duraria muito tempo quando Tayuya atacou.

Proteger Sasuke é minha prioridade agora. Não importa as consequências.