POV´s Annie

E a primeira se semana se passou tão rapidamente.

Eu procurava terminante evitar Kelly, além daquelas garotas, que mais tarde fui descobrir que são Lauren (A loira), Tiny (A ruiva), Gaby (A morena) e Rafa (A palito humano).

Minha única amiga naquele fim de mundo era Hellen, que me ajudava nas matérias que perdi, acabávamos passando muito tempo juntas. Ela era um tanto tímida, mas ao passar dos dias foi se soltando e mostrando uma garota sensível e carinhosa. Hellen tinha cabelos castanhos compridos e ondulados, olhos caramelo e uma pele incrivelmente branca e era meio que a excluída do internato.

Aos passar dos dias descobri que Kelly era a encrenqueira daquele lugar, o tipo que ninguém deveria se meter.

A semana se passou rápido demais, mas a sexta ainda tinha surpresas.

Eu voltava da biblioteca, tinha passado lá depois da aula, hoje Hellen estava resfriada, então não foi as aulas.

O corredor estava vazio, o que não era normal.

Estava começando a achar estranho, mas antes de pensar qualquer coisa sou atingida por alguma coisa, e depois mais outra e outra.

Caio no chão e procuro alguma coisa para me defender das ovadas. Sim, eu estava sendo atingida por ovadas.

Não sei quanto tempo demora, mas só ouço a voz de alguém no fim do corredor.

– Parem! Parem agora!

Aos poucos as coisas param e eu procuro de onde saiu a voz, pois... era a voz de um garoto.

Me iludo momentaneamente, mas logo avisto no fim do corredor.

Não esperava garotos ali.

Ele anda até nós (Isso as quatro patricinhas estavam com cara de tacho olhando para ele).

O garoto estende a mão para mim e eu aceito.

– A crueldade de vocês não tem limites mesmo? – Fala ele virando para elas.

– Brody você disse que vinha só semana que vem! – Fala Lauren.

– Mas eu quis vir hoje, isso não é da sua conta. – Ele olha para mim. – Vamos, eu te ajudo.

Brody pega minha mochila que estava no chão e passa o braço por meus ombros

Ele me conduz pelos corredores da escola até o dormitório.

– Que falta de educação nem me apresentei. – Fala ele me olhando com um sorriso. - Sou Brody Othew.

– Annabeth Chase.

– Lindo nome.

– Quem é você? Achava que a escola era apenas para garotas. – Eu e minha língua maior que a boca.

– Meu pai e minha mãe trabalham aqui, ele é jardineiro e ela cozinheira, moro com meus tios mais perto de Londres, venho para cá no final de semana.

É, isso esqueci de contar, quando minha mãe disse Londres, eu imaginei Londres toda agitada e não esse fim de mundo no meio do nada, sei lá, isso aqui parece Hogwarts, só que sem a bruxaria, é claro.

– Ah, ok...

– Entra logo e vai tomar um banho. – Fala ele com um sorrisinho. – Até, amanhã, posso mostra-la a propriedade, acho que chegou essa semana, não é?

– Sim, segunda-feira.

– Então amanhã faremos um passeio.

– Tudo bem.

Me despeço dele e abro a porta do quarto, que graças aos deuses estava vazio.

Faço isso mesmo vou tomar banho.

E fico pensando, foi impressão minha ou Brody tinha alguma coisa com Lauren? Ela parecia tão carinhosa com ele.

Ele parecia um tanto atencioso demais comigo, será que era assim com todas as novas alunas?

Mas tiro isso da cabeça. Não me importava. Eu só queria sair daquele lugar, voltar para Nova York, voltar para os braços de Percy.

POV´s Percy

– Eu sei, Annie, eu sei... Eu sou o maior idiota do mundo, me desculpe por tudo que fiz, a gente não vai mais brigar, eu juro...

Antes que me pergunte: Sim, eu estou falando com uma foto. Sim, eu estou caindo de bêbado. Sim, eu estou no meio da rua deserta onde a beijei pela primeira vez, estou deitado no asfalto pra falar a verdade.

Uma semana sem ela e a vida não tinha mais sentido.

Eu nunca em momento algum pensei que ficaria assim por uma patricinha egoísta, que se importava com a popularidade escolar. Mas eu tinha que admitir que essa patricinha roubou meu coração. Coisa que pensei que nenhuma garota um dia conseguiria esse feito.

Me levanto com dificuldade e me arrasto pela cidade, Nico tinha pegado o carro então o jeito era ir de a pé mesmo.

Durante esse caminho longo fico olhando as ruas da cidade, tinha de tudo lá.

Olho para casais felizes andando de mãos dadas, sinto inveja deles, são normais, nada com que se preocupar.

Olho para crianças que foram abandonadas na rua. Eu já fui assim. Sem rumo. Na verdade ainda sou assim. Penso em quem seriam seus pais, porque abandonaram pequenas crianças tão meigas, eles descobriam como o mundo realmente é, as ruas mudam qualquer um.

Em alguns becos aconteciam brigas, ou apenas tinha casais se comendo.

Nas janelas abertas dos apartamentos se viam algumas famílias felizes, outras, lares destruídos pelo tempo.

Entro em algum bar qualquer e compro mais bebida, a essa altura não tinha mais noção alguma do que estava consumindo, qualquer coisa que tivesse álcool servia. As cenas eram sempre as mesmas, homens que não tinham vida, que deixavam suas famílias, garotas de programa, adolescentes sem lar, crianças perdidas. Essa era a verdadeira vida, nada do que se passava na televisão era real.

Ontem eu havia contado a Luke que ela tinha partido, ele apenas riu da minha cara, disse que ela estava certa, que eu não merecia ela.

Lee apenas ficou me olhando, estava por perto quando falei com Castellan, na verdade Fletcher sempre está lá, como uma sombra, como se não estivesse lá, sempre acaba bêbado e indo do bar para escola, não sei como ele entrou nessa vida, nem o porquê, mas sei que desde da época de... deixa para lá. Sei que desde a época dela ele está lá, desde toda a confusão com ela... Me pergunto por onde aquela garota anda hoje em dia...

Bastante tempo depois eu estou parado na frente de uma mansão que eu conhecia.

Vasculho meus bolsos em busca de uma tampinha da garrafa de alguma coisa que ingeri essa noite.

Jogo as tampinhas na janela do quarto da minha princesa, numa esperança vazia que ela aparecesse lá, com um sorriso radiante, me dizendo que era para esperar que logo ela desceria.

Mas dessa vez nada além do silêncio sombrio.

Pelo jeito não tinha ninguém em casa.

As palavras que começo a cantarolar logo formam uma canção tão verdadeira, ainda mais agora que ela tinha partido levando meu coração.

Sinto sua falta

Mas pertencemos a mundos diferentes

Tenho que aceitar

Tenho que esquece-la

Tenho que aceitar que nunca ficaríamos juntos, que o mundo nunca permitiria que nós fossemos felizes.

Como esse pensamento concluo que a única coisa que me resta é beber e esquecer que um dia conheci ela. Não sabia se iria voltar, quando iria voltar.

Só sei que minha pernas que já conhecem o caminho me levam novamente a casa de Grover, a mansão que balançava ao som da música, mais um vez olho a sala ao meu redor procurando novamente ela. Rachel. Mais um vez tento ter minha vida novamente, tento esquecer minha princesa.