Lembranças - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Alou alou, pessoal!

300 visualizações? Carai, que lindo! *-*

Então, pra quem sentiu falta de pegação no capítulo anterior, acho que vou compensar nesse aqui xD

Bom, só tenho a agradecer a vocês que estão acompanhando e deixando a tia Éfa felizona aqui *-------*

Boa leitura! ;D



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Não me perdoo por nunca tê-lo dito o que eu deveria dizer. Ele sempre corria atrás. E eu, tola, sempre fugia.

Por medo.

Enfim chegara o dia da colheita do terceiro Massacre Quaternário. De todos os vestidos que já usei, este era o mais lindo de todos. E, sinceramente, eu estava parecendo uma borboleta humana.

Mas eu amei tudo aquilo. Passei um bom tempo me admirando no espelho. O que estragou tudo foi a ocasião.

Seriam escolhidos para serem tributos os vitoriosos ainda vivos de cada distrito, e no 12 tínhamos três: Katniss, Peeta e Haymitch.

Haymitch.

Só em pensar na possibilidade de tirar o nome dele já me dava vontade de chorar. Eu poderia perdê-lo para sempre. Nunca mais poderia dizer o que eu queria, o que eu precisava. Minha vida chegaria ao fim. Por um lado isso parecia um pouco egoísta, visto que Katniss estava certa para ir e Peeta, oh Peeta, o que seria dele? Eles eram minha família e agora eu correria o risco de perdê-los novamente.

Enquanto terminava de me arrumar, algumas lágrimas caíram pelo meu rosto e eu me apressei em enxugá-las. Ninguém poderia me ver assim. Mas eu não ia conseguir sustentar meu ar de Garota da Capital mais uma vez. Não dava mais.

Me lembro vagamente de como chamei o nome de Katniss. Mas lembro de tê-la olhado por pouco tempo, pois se sustentasse meu olhar, com certeza cairia em prantos ali mesmo. Todos no Distrito 12 permaneciam calados enquanto eu prosseguia. Até que chegou a hora de decidir o tributo masculino.

Retirei um papel e notei minhas mãos tremendo. Molhei os lábios com a língua e abri o papel dobrado. Então decidi que ali mesmo eu morreria. O choro veio com força, mas consegui prender. Respirei fundo e li o nome que havia escrito ali:

– Haymitch Abernathy – minha voz saiu embargada. Minha vida chegara ao fim, deduzi. Tentei olhar para Haymitch, mas seu olhar estava distante.

– Eu me voluntario como tributo! – disse Peeta, dando um passo a frente, surpreendendo-me. O que ele disse? Ele salvara Haymitch da morte?

Virei-me subitamente para ver o que estava acontecendo e vi Haymitch falar algo como se quisesse impedir Peeta de fazer aquilo, mas este não lhe deu ouvidos. E então, apresentei os tributos do Distrito 12. Haymitch estava a salvo. Mas o casal desafortunado não. Mais uma vez.

Enquanto rumávamos para o trem, ninguém disse sequer uma palavra. Eu não arrisquei olhar para nenhum deles.

Mas foi quando entramos no trem que eu corri até o cômodo que era meu quarto e lá coloquei todas as minhas lágrimas para fora. Sentei na cama abraçando meus joelhos e chorei. Era uma mistura de dor, alívio, tristeza, tudo. Estava feliz por Haymitch ter se livrado, mas triste por ver Peeta e Katniss arriscando suas vidas novamente. Minha cabeça estava um caos.

Ouvi alguém abrir a porta e levei um susto. Eu não queria que me vissem assim, mas já era tarde demais. O máximo que consigui fazer foi passar as mãos no meu rosto para conter as lágrimas. Devo ter borrado a maquiagem inteira.

Meu coração palpitou quando vi quem abriu a porta.

– Effie? – Haymitch me chamou e logo se assustou quando viu o meu estado.

Corri até ele e o abracei com todas as minhas forças. E é aí que eu me acabo em lágrimas. Por mim, eu nunca o largaria.

– Ei, o que houve? – perguntou.

– Achei... achei que você ia... morrer – e comecei a chorar novamente. Eu parecia uma criança.

– Ei, princesa, calma – ele disse, guiando-me de volta para a cama. Parecia quase impossível cessar o choro. Sentamo-nos e finalmente estava conseguindo começar a me controlar. Funguei duas ou três vezes e permaneci fitando a colcha da cama sem dizer absolutamente nada. O único som naquele quarto era o meu choro.

Haymitch pousou sua mão sobre a minha e a segurou, puxando-me devagar para mais perto dele. Eu queria abraçá-lo novamente, mas isso iria resultar em mais choro.

Senti meu vestido começar a me incomodar.

– Eu já volto.

Corri até o banheiro e tentei tirar o vestido de uma forma que não o prejudicasse. Ah ótimo, eu não sei como tirá-lo! Decidi que puxando-o por cima seria a maneira mais fácil de fazê-lo e contei até três, tirando-o de uma vez só. Peguei um robe cor-de-rosa que estava pendurado e o vesti.

Voltei ao quarto e Haymitch estava sentado no mesmo lugar. Como se não tivesse mexido um músculo.

Controlei minha respiração e parei de soluçar um pouco, mas quando olhei para a mão de Haymitch vi que ele estava com um copo cheio. Cruzei os braços.

– Bebida? Sério? É hora para isso? – perguntei, incrédula. Ele nunca chegara ao limite!

– Eu precisava! – respondeu, tentando parecer convincente, mas não conseguiu.

– Larga isso, Haymitch – eu disse, ficando de joelhos em cima da cama e avançando para pegar o copo. – Larga!

– Tudo bem, princesa, tudo bem – ele disse, largando o copo numa mesinha de cabeceira próxima. – Satisfeita?

Quando Haymitch virou seu rosto em minha direção, percebi o quão perto eu estava dele. Na verdade, em cima dele. Eu havia passado as pernas pela sua cintura, apoiando-me nos joelhos enquanto ele me segurava pela minha cintura para não me desequilibrar.

Seu rosto estava extremamente perto do meu. Eu podia sentir seu hálito.

Senti suas mãos subirem pelas minhas costas até chegarem a minha peruca, arrancando-a lentamente, deixando meus cabelos louros caírem sobre meus ombros.

– Toda essa choradeira foi pelo que aconteceu na colheita? – perguntou. Eu funguei novamente, concordando com a cabeça. Olhar em seus olhos iria me fazer chorar mais.

“Não precisa ficar assim, princesa.” Ele agora segurava minhas mãos nas suas. “Eu estou aqui agora.”

– Mas e se... se você fosse? – perguntei com a voz mais estranha do mundo.

– Eu teria que proteger a Katniss – respondeu. – E vamos ser sinceros: Peeta faz isso melhor do que qualquer um.

– Você poderia morrer – sussurrei, ainda olhando para baixo. Haymitch pousou uma mão no meu rosto e me fez encará-lo. Meus olhos ainda estavam marejados de lágrimas e percebi que os dele também estavam úmidos.

– Mas eu não vou – ele disse. – Eu estou aqui.

Consegui abrir um leve sorriso e então me inclinei para beijá-lo. Senti sua mão deslizar até os meus cabelos, puxando-os. Fui aprofundando o beijo enquanto desabotoava sua camisa.

– É isso o que você quer? – perguntou. Ele olhava no fundo dos meus olhos.

– É o que eu preciso – respondi.

Haymitch sorriu e voltou a me beijar, tirando meu robe e logo mais o resto das nossas roupas. Eu não podia mais negar que adorava o beijo dele. Mentir para mim mesma não levaria a lugar algum. Aliás, sentir seu hálito de álcool não era ruim. Suas mãos eram delicadas. Ele era carinhoso. Seu beijo, maravilhoso. Chegamos ao encaixe perfeito.

Naquela noite eu o pedi para dormir comigo. Ele não recusou.


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Notas finais do capítulo

Então, correspondeu as expectativas? Gostaram? Não gostaram?

Comentem, seus lindos! ;D