''A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor. ''

eu tenho 19 anos. meu nome é Mariana Castro. 'mari' para os mais íntimos. eu nasci e cresci na cidade de Palhoça-sc.

moro com meus pais. roberto e cristiane. tenho um irmão mais novo que eu. o Mathias de nove anos.

eu sou uma garota ruiva, que adora pintar os cabelos, ser diferente. não sou como as demais que eu conheço. todos me chamam de chata, porém ha os que me aguentem.

um deles é meu fiel amigo Maurício. (que de mauricinho, não tem nada). para mim, mau-mau. que é como o chamo.

eu sou vizinha e amiga dele ha 12 anos. lembro-me de quando o conheci. ele e sua família haviam se mudado para a casa ao lado da minha, ele tinha a mesma idade que eu. lembro-me de vê-lo sentado no jardim, brincando sozinho com seus carrinhos de corrida. eu morria de vontade de ir brincar com ele, mas a minha vergonha era muito maior.

até que um dia, minha mãe e eu fomos até a sua casa. fomos recebidas muito bem pela dona Clara, e pelo Mauro, os seus pais. ele ainda era filho único como eu. lembro-me de que fiquei no colo da minha mãe, apenas olhando ele brincar sozinho. de tanto minha mãe ordenar, eu fui até ele e me sentei do seu lado. a gente tinha sete anos de idade, mesmo assim eu sou três meses mais velha que ele. no começo eramos quietos um com o outro, porém, no meio daquela tarde já estávamos correndo pelo jardim um atras do outro.

ficamos brincando juntos até anoitecer. e foi assim durante muitos anos. eu e ele crescemos juntos, e nos tornamos como irmãos.

com quatorze anos, eu fiquei menstruada pela primeira vez, mau-mau foi o primeiro a saber. ele não entendia muito sobre o assunto. a gente ainda brincava, porém depois disso, eu já não tinha mais tanta vontade de brincar de pique-esconde nem de pega-pega. então, eu negava todos os pedidos que ele me fazia para brincar. jogávamos video-game e andávamos de bicicleta apenas.

com quinze anos, contei a ele que havia beijado pela primeira vez. ele quis saber como era, cada detalhe. eu contava para ele até quem eram os meninos que eu gostava. muitos deles eram até amigos do mau-mau e estudavam conosco.

o mau-mau sempre foi na dele. depois com dezesseis anos, ele ficou com uma amiga minha, a Camila. que era super afim dele.

Maurício acabou largando a infância assim como eu. porém eu sempre fui mais atirada que ele. mau-mau é o tipo de garoto apaixonado e romântico. nas festas enquanto eu beijava uns cinco garotos, ele apenas beijava uma. (isso quando ele beijava alguma).

ele sempre foi um garoto lindo. todas as meninas que eu conheço, ainda são muito afim dele. 'caem matando' mas ele não dá muito mole para elas, não.

eu o conheço muito bem. sei todas as suas qualidades e seus defeitos, suas manias e o que lhe deixa feliz. assim como ele sabe tudo sobre mim também. por causa da nossa amizade, nossos pais se tornaram grandes amigos também. então, um frequentava a casa do outro sempre. havia dias que eu dormia em sua casa,ou ele na minha. e a gente passava a madrugada toda jogando vídeo-game, cartas ou conversando.

então, com dezessete anos, eu pintei meu cabelo pela primeira vez, confesso uma ruiva irresistível! fiz minha primeira tatuagem, uma ancora no ombro. mau-mau me acompanhou aquele dia, porém ele resolveu pôr apenas um alargador na orelha. com o tempo, ele foi aumentando esse alargador cada vez mais. (claro que ele tinha a minha influência). já eu, fiz outras três tatuagens. e uma delas, no meu braço esquerdo, escrevi as iniciais dos nomes de meus pais, de meu irmão e de mau-mau. ( R C M M).

tenho que confessar, que mau-mau tem uma tatuagem em minha homenagem! no seu pé, que é um lugar mais reservado. lá tem 'M e M ' (Mari e Mau-mau).

foi tipo um pacto de amizade,sabe. como a gente vê na TV. a ideia foi minha, e ele concordou.

a gente sempre estudou na mesma escola, na mesma turma e sempre fomos a companhia um do outro. mas depois que o ensino médio terminou, ele começou a estudar jornalismo, e teve de se mudar dali.

eu chorava todos os dias de saudade. até porque ele não ligava no meu celular todos os dias. tinha alguns fins-de-semana que ele passava na casa dos pais e a gente ficava grudados, mas não era a mesma coisa de antes. eu comecei a fazer fisioterapia, mas continuei morando com meus pais.

mau-mau morava em uma república junto com alguns amigos, perto da faculdade dele. que ficava muito longe de nossas casas, além do mais, aquela república ficava perto do lugar onde ele trabalhava, o que facilitou muito a sua vida.

ainda hoje, mau-mau quer que eu vá morar na república junto dele. já que lá tem algumas meninas também. porém, a minha mãe nunca permitiu.

agora com dezenove anos, não houvesse quem mandasse em mim! eu já estava planejando tudo. moraria na república junto com mau-mau. o pior foi ter que largar o meu irmão e meu quarto. mas eu voltaria quase todos os fins de semana para casa,como o prometido. Maurício havia comprado um carro, e era ele quem me levava até minha faculdade, já que era muito próxima donde ele trabalhava.

- mau-mau, deixa eu ficar com esse quarto!! -apontava para o quarto ao lado do dele.

- haa não mari!! você é muito chata e vai correr pro meu quarto toda noite!

- mas é que eu tenho medo do escuro! você já sabe que eu tenho que dormir com a luz acesa!

- aqui a gente economiza energia! você leu as regras, nada de luz acesa enquanto você não estiver ocupando!

- então! eu preciso desse quarto ao lado do seu até me acostumar com o escuro!

- mari, você promete que não vai correr pra minha cama?

- mas se eu tenho medo!

- haaa meu deus! tá bom,tá bom! fique com esse quarto vai.

eu me pendurei em seu pescoço:

- você não irá se importar se eu for pra sua cama no meio da noite né?

- vou me importar sim. mas depois eu acostumo! fazer o que se você é um carrapato na minha vida!

- isso! assim que se fala! agora me ajuda com as minhas malas! vamos, estão pesadas eu não aguento tudo sozinha.

enquanto a gente arrumava o meu novo quarto, os outros moradores da república iam se apresentando para mim.

o ricardo, tinha 20 anos e era ele quem era responsável pela república.

a Samira tinha 19 anos assim como eu.

a Bruna também.

e o Tadeu tinha 21 anos. cursava jornalismo junto com mau-mau.

estávamos em seis na república, e todos pareciam muito amigos. logo eu já estaria enturmada também. eles riam cada vez que eu chamava o Maurício de mau-mau, e eu ficava sem entender o porque daquilo ser engraçado.

- é porque o meu nome é Maurício Mauroni. -mau-mau tentava explicar aos colegas. - daí, o tal de MAU-MAU.

- gente, mas é um apelido exclusivo! só eu posso chamá-lo assim! - eles me olharam rindo. - ta legal gente, é brincadeirinha!! todo mundo na rua onde a gente morava chamava ele assim! né mau-mau??

pulei em seu pescoço outra vez e ele disse mordendo minha bochecha:

- é sim dona Mariana!

os outros ficaram olhando meio que assustados a nossa proximidade. mas qualé? a gente é como irmãos, não tem nada de mais mau-mau me morder e me agarrar, já que a gente fazia isso o tempo todo.