— Agora vocês não podem contar com um exercito de Demônios. Lutem conosco sem artifícios ou artimanhas! — disse Vinícius para Demétrius e Líccia

Demétrius não respondeu nada. Com um movimento de mão levantou Vinícius e o jogou dentro da grande rachadura causada pelo tremor de terra. Porém Vinícius não caiu dentro da rachadura que abrigava dentro de si larva quente e que faria um belo estrago em Vinícius se não fosse Morgana.

— Morgana… Não sei mais acredito que passou da hora de você morrer. Vou resolver isso agora mesmo! — Demétrius sorria para Morgana enquanto a levitava pelo ar — Vou ser rápido, prometo. Quebrarei seus ossos em poucos minutos — Demétrius riu com suas últimas palavras.

Demétrius não viu como ou em que momento já não estava mais a um triz de matar a maldita vampira. Estava no chão. Por um momento ele não sabia o que tinha acontecido. Mas a memória voltou melhor do que nunca. Lembrou que sentiu uma força muito grande o jogar para longe. E mesmo não vendo o dono dessa força, ela já sabia bem quem era. Levantou-se o mais rápido que pode, não daria o gostinho a ninguém de ser chamado de fraco. E também não perderia a oportunidade de tentar humilhar Ângelus, não agora:

— Ângelus, até que enfim poderá estar um pouquinho a minha altura. Não acho que se unindo a um Demônio vá lhe fazer tão poderoso quanto o seu adorado irmão aqui. Por outro lado, não será mais tão insignificante quanto antes. — Demétrius riu e riu até Ângelus vir de encontro com o seu corpo.

Os dois foram longe rolando em uma luta selvagem, agressiva e até decisiva. Morgana e Ester começaram a lutar com uma Líccia tão poderosa comparando-se a de antes que agora para derrotá-la é necessário que as duas vampiras lutassem juntas. Ângelus está lutando sozinho muito e bem, com Demétrius, porque agora não é só mais um simples vampiro, agora literalmente carrega dentro de si uma força demoníaca.

Os Demônios agora estão sob o controle de Ângelus que mentalmente os mandou obedecer a Vinícius, e os outros estão criando um portal para o inferno, para mandar os Demônios para onde nunca deviam ter saído, junto com Lícca e Demétrius, é claro. Kayo, Nyce, Myranda, Vinícius e Lúcius juntos criaram um portal pro inferno em que os Demônios foram um a um entrando. Ângelus teve que lutar muito, mas quanto conseguiu pegar Demétrius de jeito não teve dúvidas. Demétrius mesmo poderoso não foi páreo para o Demônio dentro de Ângelus. Demétrius foi literalmente para o inferno. Não de livre e espontânea vontade, é claro. Foi jogado lá por Ângelus. E Líccia lutou o quanto pode. Ester e Morgana juntas não poderiam jogar Líccia no inferno. Líccia não as deixou em nenhum momento terem a chance. Estava mexendo na mente de Morgana e de Ester. Fez um campo de proteção. Entretanto. quem conseguiu ser imune ao seu controle mental, quem conseguiu destruir seu campo de proteção e só com um movimento de mãos jogá-la no portal do inferno, foi o irmão que ela mais achava incapaz, fraco e até patético. Palavras não foram proferidas nem por Demétrius ou Líccia.

Mas Demétrius antes de sumir no portal disse uma última palavra dentro da cabeça de Morgana. Essa palavra foi “VOLTAREMOS” e ela respondeu “E NÓS ESTAREMOS SEMPRE ESPERANDO.” O portal sumiu. Sumiu junto com os Demônios, Líccia e Demétrius. A rachadura no chão também sumiu. Aliás, tudo voltou a sua ordem natural. O mundo destruído pelos Demônios voltou ao normal. As casas, as lojas, os estabelecimentos. Tudo intacto. A única coisa que ficou para se ter a certeza de que tudo aconteceu, foi a lembrança. A lembrança que cada um carregará por toda a sua eternidade. Ali mesmo Ester, Morgana e Kayo revelaram aos irmãos Vinícius e Ângelus o papel final deles. Lúcius ouviu o que os Novos disseram, porém ele já sabia. Lúcius só se preocupou mesmo em observar a reação dos seus irmãos quando souberam que agora seriam humanos. E com certeza não ficaram nem um pouco felizes em contribuir com o equilíbrio existencial.

— Que se dane esse maldito equilíbrio existencial! — Ângelus disse não escondendo sua raiva

— Vocês destruíram os humanos. Viemos restituir a ordem natural. Precisamos de humanos para isso, e quem melhor para ser esses humanos se não aqueles que os destruíram? — perguntou Morgana para Ângelus que nada respondeu

— Você sabia não é Lúcius? — perguntou Vinícius

— Sabia do quê? — Lúcius fingiu não entender

— Ele sabia — respondeu Ester à pergunta de Vinícius

— Agora não importa mesmo! — disse Vinícius desgostoso

— Só uma perguntinha: são vocês que vão nos transformar em humanos? — perguntou Ângelus aos Novos

— Claro que não — disse Morgana com uma cara de deboche — São seres a cima de nós. Nós só somos meras peças para uma coisa maior: A existência.

— Somos espíritos que vagam por muitos mundos cumprindo missões. E a nossa aqui já acabou — disse Ester sorrindo

— Nós iremos para outro mundo outra missão. Quando formos embora vocês já serão humanos — disse Kayo

— E eu e Myranda também seremos humanas? — perguntou Nyce

— É até algo engraçado de dizer. Temos que respeitar as espécies, ou seja, continuaram vampiras. Tem que haver diversidade e não exclusividade — disse Kayo

— E por que eu não posso continuar sendo um vampiro? — perguntou Ângelus

— Próxima pergunta. Se tiverem alguma relevante, é claro — disse Morgana sorrindo para Ângelus

— Július. Nunca mais o veremos? — perguntou Vinícius

— Nunca mais é muito tempo meu caro — respondeu Ester a Vinícius

— Temos que ir. Bom… É isso — disse Morgana

— Queria que ficasse — disse Ângelus a Morgana

— Também, talvez, pela primeira vez queria ficar — disse Morgana a Ângelus

— Um abraço de despedida? — perguntou Lúcius a Ester

— Pode ser — Ester respondeu se aproximando de Lúcius que a agarrou e lhe beijou por demorados minutos

— Como ousa Lúcius?

— Se quisesse me impedir poderia, minha Ester

Ester, Kayo e Morgana com a ajuda de todos criaram um portal sem destino. Um portal que vai para qualquer mundo. Logo que os Novos desapareceram junto com o portal Myranda e Nyce deixaram de olhar para o portal e começaram a rir vendo Ângelus, Vinícius e Lúcius com a mesma aparência, porém já não eram mais vampiros. Algo que as duas vampiras não viam, mas sentiam.