Estava eu mais um dia no laboratório ajudando o Orochimaru, como sempre ele está na sala dele fazendo sei lá o que, hoje tive que arrumar tudo, tinha muita bagunça, achei até uma cueca toda furada que provavelmente deve ser dele, pensando bem vou à sala dele perguntar se ele precisa de ajuda, eu sempre gosto de ajuda-lo, mesmo ele não percebendo o que eu quero.

Fui em direção à sala dele e a porta estava entreaberta, bati na porta, mas ele não respondeu e isso me fez ficar preocupado, então abri a porta com pressa com medo que ele tivesse desmaiado ou morto, não quero nem pensar nisso, ao entrar no quarto me deparo com o filho da mãe dormindo como um anjo... Quer dizer um cachorro de rua, eu ri por dentro e então fui em direção a ele e o balancei para que despertasse, isso fez com que ele me olhasse com uma cara feia que me deu medo.

–Porque me acordou Kabuto? –Ele falou com a voz levemente irritada e intimidadora.

–É que vim saber se o senhor precisava de ajuda Orochi-sama. –Falei engolindo seco, eu sei que às vezes ele quase me esgana por chama-lo assim, mas espero que eu saia vivo daqui.

–Pelo que você vê eu não preciso de ajuda, então caia fora daqui logo. –Ele gritou a última frase o que me fez abaixar a cabeça e sair calado de dentro da sala e ir para o meu quarto.

Cheguei no quarto e me tranquei, uma vontade de chorar me subiu a cabeça, me joguei na cama e cobri a cabeça com um travesseiro para ele não escutar o meu choro.

Droga, porque será que o Orochimaru não entende que eu o amo? Será que ele já ama outro? Mas se ele ama porque ele não fala nada? Argh... Que droga, porque ele tem que me deixar assim? Porque ele tem que me deixar tão louco com apenas algumas palavras e algum toque, mesmo que seja agressivo ele me deixa louco, queria poder dizer a ele o que eu sinto, mas acho que ele nunca aceitaria isso.

Mais um dia que tenho que arrumar a droga desse laboratório e ele fica naquela sala sem fazer nada, depois que eu terminei o meu serviço fui para o meu quarto e me tranquei novamente e me fiz as mesmas perguntas de antes, fiz essa rotina por quase um mês, eu só vi o rosto dele umas duas ou três vezes esse mês, mas de qualquer jeito é melhor que seja assim, não sei por quanto tempo vou conseguir me segurar.

Hoje eu acordei e estava tudo limpo não sei como, mas acho que deve ter sido o Orochi-sama, não, não, ele não faria isso, fui seguindo em direção a cozinha para comer, chegando lá tudo estava organizado perfeitamente, minha comida estava na mesa, mas não havia ninguém lá dentro, então me sentei de frente ao mini banquete e comecei a comer.

Aaaah... Que dor de cabeça, só lembro de que quando eu comecei a comer, depois disso tudo apagou e agora estou em um quarto escuro, mas que lugar deve ser esse? Então senti um arrepio subindo minha espinha.

–Kabuto, porque está a tanto tempo sem falar comigo? –A voz do Orochimaru soou em um tom mais rigoroso do que antes.

–Não quero falar sobre isso Orochi-sama. –Ao terminar a frase abaixei a cabeça, mas ele a levantou e olhou fundo em meus olhos.

–Me fale o porquê Kabuto! –Falou grosseiramente como sempre.

–Isso é um assunto pessoal, não irei falar sobre ele! –Respondi em um tom mais furioso.

–Eu faço tudo por você e é assim que você me trata? –Falou me olhando dos pés à cabeça.

–Se for por isso eu vou embora, não preciso mais da sua ajuda! –Falei abaixando a cabeça, eu não queria dizer isso, mas eu não quero que o Orochimaru pense que sou um fraco.

–Como você tem a capacidade de falar assim comigo, eu te trato como um filho Kabuto! –Ele falou olhando nos meus olhos com um olhar mais triste.

–Pais conversam com os filhos para ajuda-los com problemas e para desabafar também Orochi-sama, mas você nunca fez isso, apenas me tratou como um empregado qualquer, se for por isso eu prefiro ir embora e tentar tirar você da minha cabeça! –Ao terminar de falar ele me olhou nos olhos quase chorando.

–Vo-Você o que Kabuto? –Ele falou derramando algumas lágrimas, um sentimento de culpa e repugnância de mim mesmo me veio à cabeça, eu não queria mais viver depois de ter feito o cara que eu amo chorando por minha culpa, mas não chorando por estar feliz, mas sim porque eu estou desapontando ele. –Como você tem coragem de me abandonar Kabuto, logo eu que gosto tanto de você! –Essas palavras fora o fim para mim, eu senti como se tivesse uma faca perfurando meu peito e acertando o meu coração, comecei a chorar olhando para o jeito com que o Orochimaru estava.

–Orochi-sama, não chore, eu não quero ver o homem que eu amo desse jeito... –Assim que eu falei isso ele parou e me olhou como se não tivesse acreditando.

–Você me ama e quer me abandonar? Que tipo de amor é esse Kabuto? –Ele falou engolindo o choro.

–Porque eu não terei você como meu amante, ou melhor, como o homem da minha vida, por isso eu prefiro desistir de tudo isso, desculpe Orochi-sama, desculpe se eu te desapontei, mas acho que te amo de mais para poder me controlar, por favor, me conceda só um pedido. –Falei tentando parar de chorar.

–Que pedido Kabuto? –Ele falou curioso.

–Me dê apenas um beijo para que eu não te esqueça. –Falei com medo de que fossem minhas últimas palavras e meu pedido não fosse realizado.

–Se você quer isso... –Ele me soltou das amarras.

Ele se aproximou de mim e colocou a mão sobre a minha nuca e me puxou para perto dele e me deu um selinho, mas não tirou os lábios de perto dos meus, então eu comecei a pedir passagem com a língua, que demorou um pouco para ser concedida, começamos um beijo mais intenso e demorado trocando algumas carícias e paramos quando faltou o ar.

–Kabuto não vá embora, eu amo você! –Ao ouvir isso senti meu coração parar por um momento. –Eu só não queria expressar esse sentimento antes.

–Não se preocupe Orochi-sama, eu ficarei aqui, mas você vai ter que aceitar as minhas regras. –Ele me olhou dos pés a cabeça e riu um pouco.

–E você vai ter que aceitar algumas das minhas. –Ele deu um sorriso maroto em minha direção e virou-se para acender a luz.

Nós nos beijamos por mais algum tempo, então fomos para o laboratório onde eu tinha muuuuuuuuito trabalho para fazer, ele como sempre voltou para a sala dele para fazer nada.