A Última Lágrima. escrita por Pedro C


Capítulo 5
Sádico.




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'' Que demore, mas que venha tudo aquilo que eu sonhei. ''

§§

Ele começou a recuar, mas seus olhos fitavam os meus, me encarando. Começou a fugir de mim, não sabia o que fazer. Agi por impulso e o segui pelas árvores, escutando seus pés tocar nas folhas úmidas no gramado. Ele era muito rápido e caminhava entre as árvores como se estivesse dançando, até que não escutei mais o barulho de seus pés tocar o chão e a chuva ter me molhado da cabeça aos pés. Estava tudo esbranquiçado e molhado.

Voltei todo o caminho confusa e olhando para trás para ver se o mesmo não me seguia. Por que ele reagiu daquele jeito comigo? Quem seria? O que estaria fazendo no cemitério com aquele capa? Por que sua boca ficou com aquele tom de sangue?

A saliva escorria pelo canto da sua boca, como uma serpente pronta para dar o bote. Senti um arrepio quando a imagem veio em minha cabeça e então corri até o carro, deixando tudo molhado.

[...]

Quando estacionei meu carro na pequena garagem vi que a luz estava iluminando a sala. Que raiva!

Como iria explicar o fato de ter passado a tarde inteira no cemitério sem ter visto a hora passar quando corria atrás de alguém que nem eu mesma sabia que existia?

Desci do carro e não me importei em me molhar até chegar na soleira da casa. Abri a porta, e entrei.

— Aonde você passou a tarde? Fiquei preocupada! Não faça isso minha filha, o que aconteceu?

— Eu... Estava... — pensei o mais rápido possível tentando não gaguejar. — O carro! O carro quebrou, mas por sorte consegui arrumar.

— Desde quando sabe arrumar um carro, Isabella Swan?— indagou minha mãe.

Quando ela me chamava de Swan é porque estava desconfiada de mim.

—Com a vida aprendemos muita coisa. — forcei uma tosse. — Vou tomar um banho quente, não posso pegar uma gripe. — eu sorri e me encolhi, quando subia as escadas.

Você está muito estranha. Chegando em casa tarde. — ela falava desconfiada. — Está acontecendo algo?

E eu fingi não escutar e fechei a porta do banheiro.

[...]

Tomei um banho quente, pensando e tentando procurar respostas para o acontecido. Pensando em ajudá-lo. Então, conclui que era alguém que tinha algum distúrbio. Por que não?

Por esse mesmo motivo que ele corria tão desesperado. A noite não foi tão ruim. A chuva ficou mais forte, fazendo eu dormir com o barulho das suas gotas tocar o teto. O frio estava intenso, mas estava com cobertas no baú.

Coloquei um pijama pesado e fui dormir sem conversar com minha mãe. Estava cansada, com as pernas pesadas e se sentindo gripada, graça a chuva que tomei. Quando fui acordada pela mesma, passando a mão pelo meu rosto.

— O que está acontecendo?

— Estou vendo se está bem. — respondeu sorrindo.

— Não sou mais um bebê. — argumentei.

— Você vai sempre ser o bebê da mamãe. — ela soltou um riso sincero.— Pode deixar que eu não escutei nada. Levanta, já vai dar a hora!

Fiquei fitando o teto por um bom tempo, ainda bem que ela não escutou nada. Por que eu tinha que contar meus sonhos dormindo? Depois me levantei colocando uma roupa quente, blusa de frio branca; com uma calça jeans escura e um tênis discreto, deixei meu cabelo solto e não passei maquiagem para não chamar a atenção.

Desci as escadas lentamente e vi minha mãe dançar com um sorriso grande.

— O que aconteceu? — indaguei.

— Com quem?

— Você. Soltando sorriso bobo, só porque está arrumando as coisas. — argumentei. Ela mudou a postura e fechou o sorriso.

— Não é nada. — se explicou.

Ela estava estranha.

— Mãe! Me conta. — me aproximei da bancada, tentando segurar o sorriso.

— Você está atrasada, Swan!

— Okay! Até mais tarde. — disse a ela.

— E vê se não chega toda molhada. — jogou uma indireta.

[...]

Estacionei meu carro. Segui para a escola encolhida dentro do meu casaco, não havia ninguém, e pelo mesmo fato, isso tornava a escola longe. Tudo estava escuro, coberto de neblina, só conseguia ver a escola pelo grande monumento molhado.

— Argh! — gemi quando pisei na poça de água.

Quando olhei para frente, praguejando ainda por ter pisado na poça d’água, bati de frente com algo duro que também estava se movimentando. Cai na poça.

— Desculpa!— as palavras saíram instantaneamente. — Me desculpe! Eu estava distraído com a neblina. — ele me ajudou a levantar.

Não consegui ver sua face muito bem, mas seu cabelo castanho estava molhado.

— Bella. — eu sorri.

—Edward — ele disse meio que sem jeito. — Hoje é meu primeiro dia. Eu e minhas irmãs se mudamos nessa semana.

— Ah, que legal. — eu comecei a andar e ele me acompanhar.

— Aqui é sempre assim? — indagou surpreso.

— Sim. — tentei não mostrar desanimo, afinal, não estava chovendo. Isso era bom.

— Bom, eu mudei esses dias, mas acho que é assim mesmo.

—Pelo menos não sou o único novato daqui — ele sorriu, mostrando seus dentes cerrados.

— Suas irmãs não são da sua mesma turma? — puxei assunto sorrindo.

— Elas estão no último ano. — respondeu do mesmo jeito.

— Legal.

Quando entramos na escola, todos estavam no refeitório. Consegui ver melhor sua face e seu físico. Ele era alto, bonito, e meio tímido. Seu cabelo castanho estava molhando sua blusa escura também, deixando sua barriga seca e musculosa á vista e os seus músculos do braço querendo se sobre-sair da blusa de manga longa. Não queria o novato comigo, então disfarcei que iria no banheiro.

— Preciso ir. — disse.

— Até mais. E desculpe me.

[...]

Me aproximei pisando calmamente, fingindo prestar atenção nas pessoas á minha volta.

— Bella, pensei que não viria! — Caroline sorriu ao me ver.

— Tive que vir. —Me sentei e pude ver Emmett mudar sua postura para ouvir mais uma piada do Victor.

— Essa não, Victor, você já contou essa semana passada. — respondeu, mostrando irritação.

— Eu já falei? Poh! Acho que estou ficando sem piadas. Já contei da loira assassina? — indagou, pensativo.

— Já. — Jessica assumiu meio sem graça.

Os dois trocaram um olhar e um sorriso bobo. Em seguida, John me olhou, seu cabelo castanho estava molhado e seu sorriso era simples, envergonhado, ele piscou para mim.

—Então, já ouviram a nova?

— Qual é Carol? — indaguei tentando me enturmar.

— Perdi mais um Kg.

Eu ri e balancei a cabeça.

— Não sei aonde você vê que esta precisando perder peso. — Jessica interrompeu séria.

— Eu também não. — Victor afirmou.

Emmett continuava sério. Estava pensativo, mas prestava atenção na conversa. Me senti mal por ter rido, vendo que Jessica estava séria. Ela olhou para mim, seu olhar dizia '' conversamos depois.”

Ficamos conversando por mais um tempo, rindo das piadas furadas do Victor e dos seus comentários bobos. John me entregou seu celular e estava aberta em uma janela que dizia: “Rascunho 0025”. Disfarcei e li:

'' Quero falar com você. Sala, Inglês. ''

Eu sorri e entrei seu celular e fingi estar prestando atenção em mais um comentário da Carol e quando interrompe arrastando a cadeira para trás.

— Vou passar no meu armário.— disse. — Volto logo.

— Ah, vou com você. — John se levantou e eu corei.

Caroline me olhou com um longo sorriso e escutei Jessica abafando o riso. Caminhamos em silêncio e eu esperando que ele falasse, mas quando entramos na sala clara com cartelas alinhadas e limpas a professora não estava lá. Então, sentei na mesa e olhei para ele.

— Pode falar.

— É que... — ele parecia procurar as palavras. Esperei. — Eu não consigo mais esconder. Eu gosto de você, desde da primeira vez que te vi. Seu sorriso me conquistou, seu jeito de falar

Ele falava e se aproximava. Tentei segurar a expressão de surpresa em minha face. Ele mordeu o lábio inferior e se aproximou para mais perto de mim, sentia seu calor me aquecendo.

— E quero saber se você sente o mesmo por mim. — ele falava aproximando seu rosto do meu, senti seu hálito quente e com aroma de bala se aproximar mais da minha boca. Então, recuei.

— Eu preciso... — comecei a empurrá-lo gentilmente, então ele abriu seus olhos lentamente. — Eu tenho que pensar. — afirmei.

— Você tem o tempo que quiser. — ele sorriu, mostrando seus dentes brancos e serrados. E eu tentei sorrir sincera.

O clima pesou e enfim o sinal tocou, me levantei e John me acompanhou. Andávamos em direção aos armários, Edward passou por nós e me comprimento com um sorriso.

— Quem é? — perguntou encarando Edward andar em direção ao refeitório.

— Novato. — respondi sem dar importância. ­— Conheci ele hoje, mais cedo.

— Hm. — respondeu sério.

— O que foi? — Nada.

— Posso não te conhecer a muito tempo, mas sei que há algo de errado ai.

— Não gostei desse cara, ele é estranho. Parece que mexe com coisa errada.

— Estranho como?

— Não sei, mas sei que ele é estranho.

— Que bobeira!Ele é legal.

— Acho que não.

Peguei meu livro e voltamos para sala com os amigos. Olhei fixo para Carol, para ela não me perguntar nada que me deixasse vermelha. O restante do dia foi normal. Durante á aula, John me olhava. Seus olhos brilhavam e eu estava começando a ficar mexida. O que eu estava realmente sentindo? Carinho? Amor?

P.D.V. John

Me encontre em minha casa hoje. Bella.”

Encontrei o bilhete em minha mesa, quando estava arrumando minhas coisas para ir embora. Tentei segurar o sorriso que se formou em meus lábios, quando li o bilhete. Ela queria me ver.

Me despedi de todos, inclusive da Bella, que agiu naturalmente, talvez ela não queria assumir algo agora. Olhei em sua direção e percebi algo diferente, havia um brilho no seu olhar quando olhava para mim. Ela era linda.

Entrei em meu carro, que por sinal estava aquecido. Limpei o retrovisor que estava branco graças ao leve chuvisco, atrapalhando meus olhos. E sai dali, em direção á sua casa.

Quando estacionei meu carro, em uma praça por perto, andei pelas ruas até chegar no gramado da casa da Bella. Quis estacionar longe, para chegar de surpresa, já que ela já conhecia o barulho que meu carro fazia quando parava.

Ela estava fazendo alguma coisa em seu quarto, via seus vultos passando pela sua janela embaçada. Então, quando estava chegando perto da sua porta para tocar a companhia uma voz me chamou, não reconheci e me virei para ver se a pessoa me chamava.

— Olá. — disse em tom calmo.

Era o novato. Estranho, e sério. Não respondi e virei meu corpo rapidamente para tocar a campahia da casa dela. Ele pegou em meu braço, apertando -o. O fitei com um ódio em meu rosto, quem ele pensa que é para encostar em mim?

— O que você pensa que está fazendo? —bufei e soquei sua face. Ele virou a mesma e me chutou me jogando contra o chão molhado.

— O que você merece! — respondeu.

Ele veio até mim com um ar de superioridade, me olhando. Impulsionei meu corpo para trás e em seguida estava de pé, enrolei meu braço em seu pescoço, forçando o mesmo prender o ar. Alguém, que eu não sei como apareceu, forçou um pequeno pedaço de pano em meu nariz, nele, continha um líquido gelado.

A nitidez das cores que eu via, não estavam como antes. Estava tudo longe e com um borrão. De repente tudo começou a girar e eu perdi o fôlego, comecei a cair sem sentir meu impacto no chão e a escuridão tomou conta de mim.

[...]

Abri meus olhos, retomando o controle da minha consciência. Meu rosto estava pregado ao chão gélido e úmido coberto de folhas, então, eu me sentei.

Não haviam amarrado, mas alguém ajudou ele a me dopar. Estava escuro, só o que conseguia ver era graça á luz da lua e das estrelas que brilhavam intensamente. As árvores tinham uma camada extensa de musgo, deduzi que estava na floresta que rodeava a cidade.

Me levantei olhando tudo á minha volta, não havia ninguém nem nada. Para onde correr? Então, de trás de algumas árvores ele saiu mostrando sua face.

— Creio que já me conhece, meu caro. — disse em um tom de superioridade. — Meu nome é Edward. — ele falava calmo, pausadamente com um sorriso cínico em seus lábios.

— O que você fez comigo? — eu cuspi as palavras o olhando fixamente.

— Nada. Você só passou mal.

— Covarde! — afirmei, em um tom mais auto.

Ele se aproximou de mim, segurando meu braço, forçando seus dedos contra minha pele. Levantei o outro para acerta-lo, mas com uma rapidez desconhecida segurou meu outro pulso forçando sua mão. Começou a arder e latejar.

Sua unha afiada como uma adaga começou a rasgar meus pulsos e eu comecei a cair de joelhos sobre a mata escura. Eu gritava, sem conseguir me controlar. A dor era tremendamente horrível. E, ele parecia se satisfazer com a minha dor. Sorria, feliz.

O sangue escorria e caia sobre as folhas, e então, tudo ficou calado. Minha voz falhou e a escuridão tomou conta dos meus olhos, mas dessa vez era a morte retirando toda aquela dor.


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Notas finais do capítulo

Olá, primeiramente quero pedir desculpa pela demora. Isso não vai mais acontecer, e postarei duas vezes na semana.
E, bem vindos novos leitores, eu respondi todos os comentários, e estou gostando muito da opinião de vocês!
John morreu! alguém ai gostou da morte dele?
O que será que o Edward é?
Espero que continuem acompanhando a fic para descobrirem comigo!
Até logo...