A Última Lágrima. escrita por Pedro C


Capítulo 2
Lágrimas.




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'' As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem. ''

Lilian Tonet

§§

O sol começava a brotar no horizonte, trazendo consigo um pouco de luz, para se sobre sair sobre a escuridão da manhã coberta de neblina. Só o que ouvia era o coração de minha mãe, juntamente com o barulho de sapatos no chão frio e escorregadio.

Tentava segurar as lágrimas que brotavam repetidas vezes em meus olhos cor de mel, os fechei e deixei ser guiada pela minha mãe. O clima ao meu redor era de dor e tristeza, as mesmas lágrimas que brotavam em meus olhos brotavam repetidas vezes nos olhares dos amigos de meu pai, que estava sendo levado para descansar.

Mas será que a morte é mesmo um descanso? O que é a morte? Algo sofrível que só vem para nos trazer dor? Tanta gente neste mundo e justo meu pai que sempre foi um homem bom com todos? Por quê? Por que justo ele? Novamente as lágrimas brotaram em meus olhos, juntamente com uma leve dor na cabeça. Respirei fundo e voltei a abrir os olhos, e lá estava meu pai: pálido, frio e sem vida.

Nunca mais veria seu sorriso, só nos meus sonhos, que eram capazes de reproduzir perfeitamente a face tranquila e sorridente de meu pai.

— Não, não quero ver isso! Gostaria de ir embora, mãe. — Suspirei, saindo dos seus braços e olhando sua face também desmoronar como a minha, vendo aquelas pessoas começarem a jogar a terra fresca sobre o caixão do meu pai. Ela assentiu e aproximou meu rosto para mais perto de seu colo.

Não me preocupei com o que iriam falar, mas sim com minha mãe e comigo mesma. Estávamos sozinhas no mundo. Comecei a forçar as lágrimas nos olhos para que elas não me perturbassem mais. Quando estávamos nos aproximando do carro escuro que meu pai deixará, minha mãe já estava sofrendo mais do que o aguentaria, então, era hora de me mostrar firme. Ou, pelo menos, tentar.

Minha mãe ligou o carro e abriu a janela pela metade, deixando o ar frio entrar. O ronco do motor sobressaiu sobre o silêncio e eu respirei fundo, começando a nos afastar daquele lugar. Estava com pensamentos randômicos, vendo a chuva deslizar sobre o vidro embaçado do carro, sentindo minha respiração acelerar e logo em seguida voltar para a mesma lentidão, com as minhas lágrimas me sufocando.

§§§

Narrador desconhecido:

A escuridão era intensa e cobria a lua que tentava se sobressair, seus raios eram inúteis e a noite dominava a cidade. Eu estava faminta, meu corpo estava fraco e precisava de energia. Caminhava lentamente, largada, escutando assobios e cantadas fracassadas. Era guiada por algo maior, não uma simples força, era algo maior.

Na esquina mal iluminada, o único barulho a não ser o da minha bota de couro tocando o chão úmido era o de garrafas de vidro ringir no chão. Aproximei-me lentamente e vi um homem largado no chão, com lágrimas nos olhos e o cheiro de álcool a me deixar impaciente. Ele estava vivo. Não parecia ter mais de vinte anos, magro de uma maneira saudável, mas triste.

E quando me aproximei mais lentamente, sem nenhum medo ou receio ele acordou abrindo os olhos vermelhos brilhantes.

— Olha que loirinha linda! — Afirmou me analisando da cabeça aos pés, sorri ironicamente. — Tá querendo o quê, amor? — Ele indagou bêbado, se levantando com o apoio das paredes.

— Você. — Afirmei. — Literalmente, eu quero você e tudo o que você tem. — Olhei para seus olhos, sexy. Mordi meu lábio inferior e me aproximei, ele sorriu já com pensamentos maliciosos povoando sua mente.

O empurrei contra parede sem nenhum cuidado, ele escorou-se me olhando assustado. Sorriu e com alguma dificuldade piscou.

— Vem amor! — afirmou, passando a mão no seu intimo.

[...]

E o último barulho que ouvi naquele beco foi o do último suspiro daquele homem. Eu o deixei ali mesmo. Morto.


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Notas finais do capítulo

Olá, tudo bem com vocês??
Obrigado por todos os comentários, fiquei muito feliz.

O que acharam do capítulo? tadinha da Bella... perdeu o pai.
O que acham que vai acontecer? Edward está chegando povo e ele não é um vampiro :)
Comentem por favor! e até logo.