A Última Lágrima. escrita por Pedro C


Capítulo 13
Perda.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/470100/chapter/13

Estava de olhos abertos, mas ainda não estava acordada. Meu celular tocava em um volume máximo e eu queria dormir mais. Mas, poderia ser algo sério, algo importante ou Edward.

— Oi. — Falei sonolenta ao atender o celular.

— Bella? — indagou uma voz delicada. — Sou eu, Jessica.

Seu tom de voz estava embargado, ela parecia querer logo chegar ao assunto principal. Soava apavorada.

— Oi, Jessica. — disse. — Por que está me ligando essa hora?

Tentei ser mais educada possível. Ela começou a falar o nome da Caroline, mas parou suspirando. Em seguida voltou a chorar.

— É a Carol. — ela voltou a falar, ela não conseguia mais segurar o choro. Sentei-me na cama com os olhos arregalados.

— O que aconteceu com ela? — indaguei rapidamente.

— Ela se matou. — Jessica voltou a chorar.

Lembrei-me dos seus cortes no pulso e de como estava inconsolável, mas se matar? Isso era impossível. Ela não iria fazer isto!

— Como assim? — indaguei. — Não é possível, aonde você está?

— Em casa. — ela controlava os soluços muito bem, facilmente, talvez ela houvesse chorado a noite toda.

— Eu posso passar ai? — indaguei já me levantando da cama, pegando uma blusa azul clara, minha calça jeans preta e um par de meias. — Já estava acordando para ir para á escola mesmo. — menti, facilmente.

— Pode. — ela disse. — Eu não sabia como iria dirigir até a escola.

— Okay. Já estou indo.

Desliguei o celular, já entrando no banheiro. Tomei um rápido banho, lavando meu rosto e meus poros oleosos. Assim eu pensaria melhor. Ela estava triste, mas não ao ponto de se matar. Ela sabia de um segredo e estava pensando se contava ou não...

No mesmo momento em minha mente se formou toda a resposta que eu precisava. Falaram que ela se matou para que ela não contasse seu segredo, mas sobre quem é o segredo? Reformulei e tentei lembrar-se de toda nossa conversa, ela podia ter deixado alguma pista, mas foi cautelosa.

Ela falava pausadamente, como se estivesse controlando tudo o que falava para não falar algo á mais. Sai do banho, penteando meus cabelos e os deixando úmidos e soltos. Coloquei minha roupa rapidamente e peguei a bolsa da escola. Desci as escadas rapidamente, a adrenalina pulsava em meu corpo. Eu precisava saber como aconteceu, para saber quem a matou.

— Filha? O que está acontecendo? — minha mãe indagou, vendo-meeu procurar minhas chaves sem a cumprimentar.

— É a Caroline, mãe. — falei enquanto sentia meus olhos arderem. — Está acontecendo tudo de novo! Mas dessa vez eu vou saber quem fez isso com ela.

— Não! — ela disse rapidamente. — Me prometa que não vai fazer nada de errado, Bella!

— Não posso mãe. Acho que ela queria que eu soubesse. Que contasse para todos. — Disse pegando minha chave que estava jogada no meio de algumas maças, abri a porta e a bati sem escutar sua resposta.

Dirigi até a casa de Jessica rapidamente. A pista estava firme, não havia chovido durante a noite e o céu estava acinzentado. Era a primeira vez que estava na casa de Jessica, nas outras só havia passado e sabia que era lá.

Sua casa era comum, com uma fachada nada chamativa e calma. Seus pais, segundo ela, zelavam e ensinavam, um pai que trabalha e que às seis horas está em casa, uma mãe que deixa tudo em ordem e uma filha que se diverte, que as sete está em casa para o jantar.

Pulei do carro e bati na porta de vidro da sua sala, Jessica abriu a porta. Seus olhos estavam avermelhados e no lugar das suas olheiras ela havia disfarçado com maquiagem, ou tentado.

— Oi. — disse. Correu até o sofá, pegando sua bolsa, sua mãe apareceu na porta quando estávamos á fechando.

— Cuidado, meninas. — disse. — Me avisem se souberem de mais alguma coisa.

Eu assenti e entramos no carro.

— Quem te avisou? — indaguei ligando o carro e saindo dali.

— Emmett pediu que eu avisasse á vocês. A mãe dela avisou, disse que á encontrou em um salão perto da sua casa. — ela fitava ás arvores depois que eu entrei na rodovia que ia para á escola. — Falaram que ela se matou, do mesmo jeito que fazia, mas dessa vez conseguiu.

— Impossível. — falei. — Ela se cortava, Bella. — disse em tom de decepção.

— Eu estava conversando com ela, mas ela sempre recusava quando começava a falar.

— Eu tentei falar com ela, mas eu não acredito que ela tenha se matado.

— Acha que pode ter matado ela? - Eu assenti.

— Por quê? A cidade é tão calma, ninguém faz nada á ninguém. Não nada desse tipo.

— Ela guardava um segredo. Eu não sabia qual, mas envolvia outras pessoas.

— Droga! — socou o vidro. — Ela nunca te deu nenhuma pista?

Jessica negou. Estacionei na escola e saímos do carro, o restante da manhã na nossa sala foi quieto. Todos estavam inconsoláveis, algumas vezes eu não conseguia segurar algumas lágrimas, quando lembrava de alguns momentos engraçados com ela.

Como no primeiro dia, que ela me recebeu toda feliz, sendo minha amiga. Me “arranjando” para os meninos.

“— Ai que lindo! — Afirmou Caroline sorrindo, passando a mão nos seu cabelo loiro volumoso. Assim que John estava longe o bastante.

— O quê? — Indaguei meio sem entender. Jessica só sorriu, meio que feliz com a desconfiança da amiga.

— Você e o John, será que rola?

— O quê?! Eu? John? Não!Quer dizer, não percebi.

— Vai dizer que não percebeu que ele esta doidinho em você?!

— Para de encher ela. — Afirmou Jessica como uma mãe.”

Ou quando ela ficava triste e chorava comigo, pedindo carinho.

“— Eu e Emmet estamos distantes.

— Por quê?

— Você não gosta dele ainda?

— Eu gosto, mas não posso falar... “É só que eu não confio mais nele.”

[...]

Seu enterro foi triste. Sua mãe estava muito abatida, ela gritava em alguns momentos e seu choro era doloroso. Não consegui não chorar, porque me lembrei da dor que senti quando meu pai faleceu, depois John, depois ela. Alguém estava matando meus amigos, minha família.

Edward ficou comigo por todo o tempo calado, respeitando meu tempo. Minha mãe mandou uma coroa de flores e quando ficou sabendo também chorou. Enfaixaram seus pulsos e ela estava lá. Com seu cabelo loiro, dormindo, como um anjo. Sua boca já não estava mais rosada, estava fria.

Emmet chorava inconsolável, ficou por todo o tempo ao seu lado, Erick e Jessica tentavam acalmar o amigo.

— Ainda não sei como vou ficar sem a minha loirinha. — ele secou as lágrimas dos olhos, meus olhos também arderam só de ouvir aquelas palavras. — Poh, loirinha. Fique bem... A gente ama você!

Quando seu caixão foi levado eu fechei os olhos e me aninhei a Edward, ele me abraçou fortemente. E saímos dali, Edward fez questão de me levar em casa.

[...]

— Eu admiro você muito. — ele falava, com um sorriso bobo no rosto. Puxei a coberta para me cobrir mais e me aninhei em seu peito aquecida. Ele esticou as pernas na minha cama, fazendo o mesmo. — Você é forte. Claro que tem seus momentos de tristeza, mas isso é comum para humanos. Você é muito forte, sempre querendo ajudar. E eu amo você muito.

Ele beijou meus lábios, lentamente, parando com um selinho leve.

— Eu queria ser mais forte.

— Impossível. — disse. Eu sorri.

Fiquei fitando a lua, já que a janela estava aberta. E, escutando ele falar. Sua voz doce e suave acalmava meu ser...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sem avisos...
E me desculpe pela demora.
Logo voltarei com mais.
Beijos e comentem