A Última Filha de Perséfone escrita por Miss Jackson


Capítulo 10
Declaro meu ódio por unicórnios


Notas iniciais do capítulo

Seus lindos, muito obrigada por estarem acompanhando a fanfic.



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Comecei colocar o plano em ação. Usei minha espada e depois de alguns minutos consegui quebrar o cadeado da cela. Coloquei a mão para dentro da cela de Mary, ela estava destinada a ficar presa ali até morrer, não tinha como eu tirá-la dali.

– Vai ficar tudo bem – garantiu-me ela. – Você e o Nico vão conseguir enfrentar tudo isso, eu sei disso, confio em você, Anddie.

Acariciei sua mão com o dedão e pus a mão para fora outra vez.

– Vou sentir saudades – disse. – Você já tem um lugar reservado no Elíseo.

Ela sorriu.

– Acredito que sim, apesar de eu não saber o que é isso. Agora vá, Anddie, salve seus amigos.

Eu assenti e saí correndo pela prisão. Dei um jeito nos guardas e saí para o corredor do castelo de Maggie, suspirando em seguida. Eu já sabia o que fazer.

– Se ao menos eu te achasse aqui, Bill... – murmurei, quando eu era criança eu havia feito outro amigo quando vim para a Terra Mágica. Um camundongo falante chamado Bill, mas ele havia sido banido por me ajudar. Com certeza ele não estava mais por ali.

Caminhei pelo corredor, eu só precisava lembrar aonde ficava o quarto de Maggie. Pelos meus cálculos ela já deveria ter conseguido seduzir o Nico, então eu tinha uns dez minutos antes que o pior acontecesse, então eu corri.

Abri cada porta que vi e tentei abrir a última porta do corredor, mas estava trancada. Era ali.

Quebrei a fechadura com a espada e entrei bem a tempo. Maggie ainda estava na forma Andrômeda (droga, ela conseguia me imitar muito bem) e Nico estava sem camisa, beijando-a. Eu pigarrei e os dois se soltaram, me escorei na parede com as sombrancelhas erguidas. Eu não imaginava que essa história toda chegaria a esse ponto.

– Pense bem antes de prender quem um dia escapou daqui, Maggie – sorri e apontei minha espada para ela. – Agora eu acho melhor você se render.

– Maggie! – exclamou Nico. – Saia daqui, sua desgraçada.

– Cale a boca, Di Ângelo – mandei e apontei para os pulsos de Maggie. – Você está vendo alguma pulseira ali, Nico? Está vendo alguma espada de ferro estígio que não seja a sua em sua volta? Não, né? Só está vendo o cajado de Maggie e...

Ela pegou o seu cajado e deu com ele na minha cabeça, eu cambaleei e a golpeei, mas ela desviou.

– Você não se aquieta – rosnou Maggie.

– Por quê você não se transforma em um dragão e mostra para o Nico quem você realmente é? – desafiei, ela rosnou de raiva e seu cajado se transformou em uma espada com um ferro cor-de-rosa. Eca. – Sua fofura exagerada me dá nojo, Maggie.

Ela me golpeou e conseguiu acertar meu braço, cravando a espada ali. Eu gritei de dor. Nico arregalou os olhos e colocou sua camisa, pegando sua espada em cima da cama e apontando entre eu e Maggie, que agora lentamente tirava a espada do meu braço enquanto ria psicoticamente.

– Você era mais esperta quando tinha seis anos – comentou Maggie, tirando a espada por inteiro, estava toda manchada do meu sangue. Uma lágrima escorreu pela minha bochecha e eu olhei tristemente para Nico. – Diga suas últimas palavras, Andrômeda.

Ela tomou a forma de garota de dezesseis anos de antes.

– Apenas peço desculpas ao Nico se algum dia eu o magoei. E se ele conseguir sair daqui... Diga para o meu pai que eu sempre o amarei e que eu o espero no Elíseo, pois eu sei que morrerei tentando ajudar meus amigos.

Maggie ergueu a espada, pronta para cortar minha cabeça, mas Nico a impediu, segurando com força seu pulso.

– Acho melhor você não fazer isso – rosnou ele, eu funguei. – Você não me engana mais, Maggie.

– Urrrrrrg – resmungou ela, dando um chute em Nico, mas ele não pareceu se importar e a jogou na cama, apontando a espada para ela.

– Diga você as suas últimas palavras – ele forçou um sorriso falso.

– Nico, ela vai se transformar em um... – eu fui interrompida por um rugido. Maggie começou a crescer, e crescer, e crescer. Então tomou a forma de um dragão vermelho gigante e escamoso com olhos negros como o breu, quebrando todo o quarto e por pouco que não esmagou eu e Nico. – Dragão.

– Você não me avisou sobre isso, Andrômeda – disse ele.

– Você estava muito ocupado beijando-a – devolvi, estressada. Ele me olhou com uma pontada de tristeza. – Eu acho melhor você inventar alguma coisa pra derrotar essa bicha aí ou a gente vai virar patê.

– Corre.

– O quê?!

– CORRE! – gritou ele, pegando na minha mão e me empurrando com ele, nós corremos. – ONDE É A SAÍDA DESSA PORCARIA?

– POR AQUI! – o levei para o outro lado e descemos correndo as escadas, golpeando que atravessasse nosso caminho, e saímos para a rua. O céu trocou para um tom vermelho sangue e todas as coisas que antes eram fofinhas se transformaram em coisas meio aterrorizantes. Os unicórnios coloridos agora eram somente brancos, e não pareciam muito fofinhos como as pessoas os imaginam. A partir de hoje declaro meu ódio por unicórnios. – Nico, eu juro que se eu morrer e você sobreviver eu vou te assombrar pelo resto da vida.

Ele engoliu em seco e apontou para o céu, onde Maggie-Dragão voava em círculos, inutilmente nos procurando.

– Bicha burra – revirei os olhos.

– Anddie, me desculpe, eu...

– Tá, tá! – bufei. – Não temos tempo para desculpas, temos que achar nossos amigos antes que eles sejam transformados em dragões.

– Não, você vai me escutar!

– Eu não vou escutar porcaria nenhuma, Di Ângelo – me afastei. – Estamos só perdendo tempo, será que dá pra você fazer o favor de se apressar?!

– Andrômeda, você não entende!

– Entender o quê, garoto?!

– Eu... Eu...

– FOGO! – gritei e o empurrei para o lado bem na hora que o fogo que Maggie-Dragão lançou ia nos acertar. – PRESTA ATENÇÃO, DESGRAMA.

Então corremos. Nico pegou na minha mão outra vez. Não demorou muito para avistarmos nossos amigos olhando para tudo, aterrorizados, e fora do transe.

– Galera, alerta vermelho – disse eu assim que chegamos e soltei a mão do Nico. – Temos alguns probleminhas.

Uma bola de fogo atingiu a árvore ao nosso lado.

– Um dragão? – perguntou Annabeth, eu e Nico assentimos.

– Armas em mãos, temos um dragão para derrotar! – anunciou Louis, todos pegaram suas armas.

– Como é que se vai embora daqui? – perguntou Percy.

– Aí é que tá – suspirei. – Disso eu não lembro.

– Depois a gente vê isso – disse Natalie. – Vamos logo.

Eu quero Andrômeda Walter – disse a voz estridente de Maggie-Dragão. – Apenas ela.

– O negócio é comigo – disse eu.

– PRA BAIXO! – gritou Louis e nós fomos de encontro ao chão, uma bola de fogo passou raspando por nós.

– Eu vou até lá – decidi, me levantando novamente. – Só o meu sangue pode satisfazer Maggie.

– Anddie, você enlouqueceu?! – perguntou Nico, me pegando pelos ombros. – Você não vai fazer uma bobagem dessas!

– Nico, coloque nessa sua cabecinha oca que eu vou fazer o possível para não morrer – disse eu. – Acredite, nós dois ainda temos muito pela frente pra eu te atormentar bastante.

Ele riu, eu sorri.

– Ei, galera, não temos muito tempo – lembrou Natalie. – Vamos logo com isso.

– Se alguma coisa acontecer comigo veja bem se me visite uma vez por semana no Mundo Inferior – pisquei e dei as costas para ele. – MAGGIE! EU ESTOU AQUI!

Ah, sim – disse Maggie-Dragão, satisfeita, e pousando na nossa frente.

– Corram – mandei e meus amigos correram. – Pronta para ser derrotada pela segunda e última vez, Maggie?


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