Impossível te esquecer! escrita por Karina Foletto


Capítulo 4
Capitulo 4




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Logo fiz de avisar a Pietra que se mostrou um tanto chateada, mas entendeu. No final do mês Barb propôs que fossemos viajar para o Canadá, lá andamos por muitos lugares bonitos, tiramos fotos e mais do que nunca pareciamos felizes, fazia quase um ano que a conhecia e nosso namoro ia bem, só havia certos problemas quanto a minha familia e a Pietra, que ela implicava e eu fingia nunca ver. Começou a se passar os meses e eu e a Pietra nos falando, aos poucos o meu relacionamento com Barb foi decaindo e um dia antes de viajarmos novamente para o Canadá eu falei:

Barb, quero cancelar a viagem, precisamos conversar sobre a gente.

Ok, estou indo aí.

Conversamos por um longo período e decidimos nos aplicarmos mais uma à outra e fomos viajar no dia seguinte como sinal de reconciliação. Mas minhas conversas com Pietra continuavam alegres, gentis e sempre com um toque de carinho. Mamma sempre fazia comentários de como ela era bonita e eu nunca disse que não era, o que deixava Barb louca da vida. No natal conheci os sobrinhos de Barb e passamos o ano novo com minha mãe. Barb estava se tornando possessiva e ciumenta, mas achava que era apenas um medo infundado. Uns três dias após o ano novo fomos viajar para Porto Alegre, foi uma semana maravilhosa, divertida e romântica, mas ela me parecia estranha. Voltamos de viagem e logo retornamos a aquela antiga rotina: trabalho, casa, amor. Porém alguns dias depois da volta a Barb parecia meio distante, tinha que lhe chamar duas vezes para perceber que eu estava conversando com ela. Começou a chegar em casa tarde ou as vezes nem vinha. Comecei a estranhar. Mas a única que sabia era a Pietra, que agora era a minha mais fiel confidente, conversávamos sempre que possível e ela sempre me convidando para ir visitá-la e eu sempre dando desculpas para não ir, já que sabia que a Barb não iria ficar nada contente ainda mais porque eu não poderia levá- la junto, pois as duas não se gostavam muito. Comecei a ficar pensando se havia algum problema com seus sobrinhos e ela não queria comentar. Eles eram um pouco do que havia restado de família para Barb, ela os adorava como filhos.

Então um dia que ela falou que ia trabalhar até tarde no Foro, resolvi aparecer para lhe levar um copo de café e um bolo. Quando cheguei lá fiquei sabendo que ela havia saído com uma loira. Pensei, deve ser uma amiga. Com quase dois anos de namoro, Barb e eu já frequentavamos a casa uma da outra com tamanha naturalidade, que a casa dela parecia a minha e vice-versa. Então fui a sua casa, como tinha a chave, não precisei bater, logo entrei e vi que estava quieto demais, pensei que ela deveria estar dormindo e fui ao seu quarto, ao abrir a porta me deparei com ela e a outra mulher loira dormindo abraçadas e nuas. Meus olhos se encheram de lágrimas e sai dali correndo.

Peguei meu carro e guiei o mais longe que pude, estava fora de Vicenza quando resolvi ligar para Pietra, lhe contei tudo e chorei, chorei muito com isso tudo. Falei para ela que guiaria para o aeroporto e compraria a primeira passagem, precisava dela e queria estar o mais longe possível, pedi que avisasse somente a minha mãe e então guiei até o aeroporto. O voo saia dali a uma meia hora. Levaria cinco horas para chegar a Nova York, tempo suficiente para pensar, eu estava indo para lá somente com a roupa do corpo, já havia combinado com a Pietra dela me emprestar umas roupas ou de ir comigo comprar... Assim que entrei no avião tomei um remédio para dormir e apaguei, acordei com a aeromoça falando que o avião havia pousado que era hora de descer. Assim que desci vi a Pietra me esperando então corri e lhe abracei dizendo:

Desculpa vir assim, eu precisava fugir. Fugir de tudo ao menos por hora e como você já havia me convidado para vir. Foi a primeira coisa que me veio a cabeça fazer, mas se quiser eu fico num hotel.- falei tentando forçar um sorriso.

Não seja tola, Nina. Você será sempre bem vinda a minha casa e terá ela a sua disposição sempre. Eu entendo você, em casa conversamos sobre isso. Vamos ver umas roupas e comer algo?

Claro, vamos.

E durante as duas horas eu e ela compramos, rimos e comemos um lanche rápido e só então fomos para casa. Eu estava emocionalmente e fisicamente cansada então logo eu fui dormir na cama que ela fez para mim. No outro dia, me vesti e desci para a sala. Sim, a casa dela era de dois andares e muito linda. Assim que a vi sorri e disse:

Bom dia.

Booom dia dona Nina. Dormiu bem? – falou sorrindo ao me ver.

Sim... e você?

Apaguei ontem. Mas agora falando sério, temos que conversar não acha? – Perguntou ela mudando o ar do rosto para alguém que tentava decifrar o que se passava em mim.

Sim, temos. Quer me falar algo ou quer que eu conte tudo melhor e tal? – Falei seca.

Me conte tudo então e depois digo algo.

Contei- a de como encontrei a Barb e que aquilo estava estranho a um bom tempo, falei que terminaria com ela, até porque agora não existia mais eu e ela. Então a Pietra veio e me abraçou, pois ela sabia como aquilo doía para mim e tanto eu quanto ela sabíamos que ela já tinha passado por aquilo e que agora ela sentia comigo novamente aquela dor. Abracei- a e comecei a chorar copiosamente. E então ela me solta e me olha, seca minhas lágrimas dos olhos e olha fundo nos meus olhos e diz:

Nina... Não fica assim, vai dar tudo certo. Estou aqui com você, vou cuidar de ti. - me fala com carinho.

Ao acordar me deparei com um café na cabeceira e um bilhete. Dizia:

‘Há muito tempo queria dizer-lhe que eu queria ser tua alegria, eu vi que as coisas em mim por você mudavam, mas eu jamais quis me afastar, pelo contrário, quis me aproximar, te conhecer. Saber como é essa menina tão sensível e linda, sim muito linda, aos olhos e ao coração. Quero te proteger pequena. Mas sei que agora não é o momento, vou te esperar o tempo que for. Pietra’

Sorri e os meus olhos ficaram marejados, eu realmente sabia que o que tínhamos era forte e sabia que aquilo nunca tinha sido uma simples amizade, mas eu sempre tentei negar, dizer que era coisa da minha cabeça. Mas eu não me sentia pronta para mudar tudo de repente. Então resolvi fazer uma surpresa, me arrumei e fiz um almoço e quando ela chegou pulei no pescoço dela e disse:

– Oi - e ri.

– Oi, o que andou aprontando. - me olhou desconfiada.

– Eu fiz uma surpresa para você. - sorri, animada.

– O que você demoliu hoje. - falou brincando comigo.

– Nada tá dona. - fiz cara de brava.

– Fica tão linda assim. - falou sorrindo.

– Ok, vamos lá dona…


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