Like a Bird escrita por Mel Valdez


Capítulo 1
Como me acharam


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da formalidade :3 Comentem se gostaram, favoritem, recomendem ^^ ~Mel



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Recostada à cama, em um silêncio mortal, estava ela. Julliet Furkim. E ao seu lado, ninguém menos que a irmã, Thalia Grace. O barulho da chuva era o único que afetava o silêncio do quarto, o crepitar da brasa na lareira, a única interrupção.

O que acontecera à Julliet? Sofrera com o tempo. Perdeu a sua preciosa vontade de viver. Estava à mercê daqueles últimos momentos com a irmã. Julliet, agora, uma senhora de idade, prestes a morrer.

Thalia agora lamentava o tempo perdido. Lamentava ter renunciado à Ártemis, e ter de ver a irmã mais nova morrer. Praguejava internamente e se desfazia por dentro.

Toda e qualquer oportunidade de Thalia fora desfeita com a própria escolha há muitos anos. Sentia-se acabada. A salvou de vários apertos, de vários monstros, e dispensava sentar-se com ela para conversar.

Era diferente agora. Era triste, era vazio. O mundo parecia condená-la por dar mais tempo à Ártemis do que para a própria irmã. Culpava-se intensamente por isso.

Anos atrás, Julliet era uma menina tão quieta. Mas ainda sim, tão meiga e delicada. Os mesmos olhos de Thalia, a cor do cabelo tão diferente. Um loiro quase branco, que deixava seus olhos expostos... A bravura e coragem quase nunca estavam presentes, e ainda sim, contava com a irmã para que a salvasse. Thalia não simpatizava com isso. Ainda não se acostumara.

Mas agora, Thalia Grace, afundada em cinzas, ouvia as palavras da irmã. Julliet, tão fraca, tão indefesa; mas ainda tão pura e tão meiga. Já se apaixonara. Deixara tudo para seguir os passos da irmã e esquecer Benjamin. Mas de nada isso serviu, agora que relembrava os momentos felizes e os tristes quando tinha 15 anos.

– Ele era tão lindo...– falou Julliet fraca – Um verdadeiro príncipe. Ele me salvou tantas vezes...

Thalia segurou a mão de irmã. Assentiu triste, mas não deixando transparecer a dor interna.

– Você nunca me falou sobre ele, Jullie.

– É verdade – falou rouca – Mas, ninguém mais que você sabe que não se pode falar de homens na presença de Ártemis.

Sua voz falhava.

– Eu nunca entendi sua entrega dos votos.

– Eu tive notícias dele – a voz de Julliet soprava num sussurro – Ele estava morrendo também. Tive uma prévia discussão com Ártemis, e ela concordou que o melhor seria eu voltar ao Acampamento. Eu voltei. Tarde demais. Ele já tinha morrido havia alguns dias.

Julliet tussiu. Um nó na garganta se formava em Thalia. Sabia que ela morreria, mas ela devia ouvir aquela história até onde Julliet pudesse contar.

– Eu fui encontrada... com 12 anos, na casa da minha mãe. – começou Jullie olhando a chuva pela janela – Ela morreu quando eu tinha 11. Durante um ano, eu morei sozinha, isolada naquela casa no meio do mato.

Ela deu um risinho fraco. Disse à Thalia que a mãe morreu de leucemia também. Seria uma doença hereditária? Thalia não tinha certeza, mas continuou prestando atenção.

– Três meios-sangues me buscaram. Melody, Ethan e Ian. Ethan era namorado da garota. Ian não tinha namorada. – ela sorriu – Ele era lindo. Loiro, olhos tão azuis quanto o mar. Eu me apaixonei...

CENTO E SETE ANOS ANTES

Long Beach, Florida.

Julliet, com a cabeça recostada na cama, acordava. Seus 12 anos brilhavam harmoniosamente ao seu redor. Espreguiçou-se e vestiu suas pantufas. Pegou um casaco de moletom preto e levantou-se; Pegou um copo, pôs leite, comeu um bolo que ela mesma fizera. Um dia normal. Até chegar a tarde.

Na área da mansão antiga, Julliet regava as plantas. Ouviu um barulho estrondoso na rua deserta havia muito tempo. Conferiu do lugar de onde ela mesma estava e viu os três garotos a passos apressados.

Acanhada, segurou sua presilha de cabelo – sua espada – e pôs um pé na frente do outro. Ouviu os murmúrios dos garotos lá fora.

– Isso parece cena de um filme de suspense – falou o loiro.

Terror é a palavra certa. – disse a garota, também loira, tentando abrir o portão. – Trancado.

– Não seria conveniente chamarmos por ela? – falou o outro menino.

– Talvez o lerdinho aí tenha razão. – falou o rapaz loiro debochando.

Chamaram. Julliet! Julliet! Mas Julliet estava com medo de ir ao portão. Senhorita Furkim? Ô de casa! – gritavam. Mas Julliet não conseguia se mover.

Nunca abra esse portão” – Ecoava a voz de um homem familiar em sua cabeça. “Ele é a sua proteção. Somente abra-o quando souberes que é seguro. Caso contrário, não apareça para ninguém, está entendendo? Para ninguém!”

– Esse lugar me dá arrepios.

– Não tem ninguém, Ethan. Vamos embora. – falou Melody.

Julliet ouviu o barulho estrondoso do portão tentando ser aberto.

– Tem certeza de que é aqui?

– É a única casa no meio do mato – falou Ian.

Depois de alguns claques e blangues, o portão abriu-se. Enferrujado, fez aquele Nhéeeeeec familiar.

– Depois dessa, eu confirmei que isso é realmente um filme de terror. – disse Melody estremecendo.

Julliet subira ao telhado mais baixo. Contornou a casa, com medo. Enquanto os três entravam, tocavam nas estatuetas e chafarizes de deuses gregos no jardim que a filha de Zeus cultivava sozinha.

– Está tão bem arrumado. – falou Ian tocando a estátua de Hermes no caduceu e verificando os deuses – Nenhum resquício de pó.

– Parece que essa é a rotina dela.

Julliet sacou a espada que retiniu o barulho da lâmina, fazendo os três se virarem. A arma com punhal de águia estava apontada para Melody.

– Rotina de quem?

– E-eu... – balbuciou Melody atônita.

Ian, com um único golpe, desarmou Julliet antes que ela percebesse.

– Nós só estávamos elogiando esse tão belo jardim.

– Hm. Não precisam elogiar; até porque eu não me importo muito com ele.

Ethan murmurou um imagina se se importasse, o que fez Julliet fulminá-lo com o olhar. Ele recuou um passo com as mãos para o alto, como quem diz um foi mal.

Melody tocou no braço de Ian, o que fez ele baixar a espada e olhar para ela. Seu olhar era de urgência, como se estivesse com pressa.

– Por que estão aqui? ­– perguntou Julliet. – O que querem comigo? Como arrombaram meu portão?

– Estamos aqui para salvar você – começou Ethan – E a levar para o Acampamento Meio-Sangue. Um lugar para pessoas como você. Como nós.

– Você é filha de Zeus, Julliet. – falou Melody – você é muito poderosa.

Julliet ouvia tudo em silêncio.

– E o caso do portão... – complementou Ian dando um lindo sorriso – Não foi muito difícil; não para um filho de Hermes.

E foi por aquele sorriso que eu me apaixonei.


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Notas finais do capítulo

Então? Merece o acompanhamento de vocês? ^^ ~Mel



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